O teólogo brasileiro Leonardo Boff assegurou na segunda-feira na Cidade do México que a Igreja Católica vive a sua pior crise atualmente, pelos casos de pedofilia que envolvem sacerdotes e pelo "acúmulo de poder de clérigos e da Santa Sé".
Boff, um dos mais destacados representantes da Teologia da Libertação, considerou que a crise faz com que cada vez "mais fiéis emigrem rumo a outros cultos".
"Esta profunda crise que a Igreja Católica enfrenta é pior que a da Reforma", responsabilizando por esta situação os bispos, cardeais e presbíteros, e não os fiéis.
Boff participou da conferência "Igreja e Novos Desafios" em Casa Lamm, na Cidade do México, convidado por organizações como o Centro Nacional de Comunicação Social (Cencos).
O filósofo e escritor brasileiro questionou a liderança do papa Bento XVI ao avaliar que, embora seja "um grande professor de teologia, não tem a altura de um pastor para liderar mais de um bilhão de pessoas".
Com relação à questão da pedofilia, que nos últimos anos pôs a Igreja Católica em xeque, Boff considerou que a situação foi agravada pelo apoio de João Paulo II ao sacerdote mexicano Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo e envolvido em casos de abusos a menores.
"É uma das maiores vergonhas para o Vaticano. Maciel era um pecador público, um criminoso, um ladrão, um pedófilo que chegou a molestar os próprios filhos", disse.
O sacerdote mexicano Marcial Maciel (1920-2008) foi afastado por Bento XVI em 2006 pelos abusos que cometeu durante décadas.
Em maio, o Vaticano confirmou os "gravíssimos e objetivamente imorais" comportamentos de Maciel.
Para Boff, "a Santa Sé, com todo o poder que possui, tentou aliviar a gravidade da situação, primeiro dizendo que eram calúnias, invejas e um complô, e que no final de contas teve que aceitar, mas sem tratar os abusos como crimes, e sim como pecados".
.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4842469-EI8142,00-Leonardo+Boff+diz+que+a+Igreja+Catolica+vive+sua+pior+crise.html
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário