Pôster do filme “Criação” (Creation) - baseado no livro “Annie’s Box”, escrito por Randal Reynes, tataraneto de Charles Darwin, o criador da teoria da evolução.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Dilma critica o Irã, no momento em que o país bate recorde de execuções de penas de morte


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Dilma vai mudar política ambígua na área de Direitos Humanos

1. No Irã, 14 mulheres estão no “corredor da morte” aguardando enforcamento ou apedrejamento.

O caso mais conhecido é de Sakineh Mohammadi Ashtiani.

Por adultério, ela está condenada à morte por lapidação. Os aiatolás, dada a indignação internacional, suspenderam temporariamente a execução.

Talvez eles determinem a inversão na ordem de cumprimento de penas. Melhor explicando: como Sakineh também está condenada em estranho processo por cumplicidade no assassinato do esposo, a pena de enforcamento imposta por homicídio poderá ser executada antes. Assim, ficará prejudicada a execução da pena de apedrejamento. Até pela impossibilidade de se matar de novo quem já morreu.

Ontem, em entrevista ao jornal Washington Post, a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, criticou a posição do Brasil quando, no final do mês de novembro, se absteve de votar a resolução que, no seu corpo escrito, expressava “preocupação profunda com as recorrentes violações de direitos humanos no Irã e repúdio pelos casos de aplicação de pena de morte em menores de 18 anos e execuções bárbaras como o apedrejamento”.

Como se percebe, a resolução prevê o caso Sakineh. E a resolução das Nações Unidas foi aprovada por 80 votos contra 44. Incluído o Brasil, 57 países se abstiveram de votar. Uma abstenção vergonhosa, frise-se.

Na mencionada entrevista dada ao Washington Post, a presidente eleita Dilma Rousseff criticou a abstenção do Brasil e, por conseguinte, as violações a direitos humanos no Irã.

Sobre a condenação por apedrejamento de Sakineh, a nossa futura presidente já havia manifestado indignação: “Não concordo com as práticas medievais que são aplicadas quando se trata de mulheres. Não farei nenhuma concessão em relação a isso”.

2. A crítica de Dilma vem num momento particular. O Irã, neste ano de 2010, superou a marca de anos anteriores. Em síntese, bateu o próprio recorde com relação aos chamados “homicídios legais”.

Ontem, quatro homens foram enforcados diante de condenação por tráfico de drogas, que, ressalte-se, engloba o de bebidas alcoólicas: latas de cerveja, por exemplo.

Com as quatro execuções de ontem, chega a 150 o total de sentenciados mortos.

Em execuções capitais, o Irã só perde para a China e o terceiro posto está com a Arábia Saudita.


Irã: recorde de execuções capitais em 2010.

3. As 14 mulheres que estão no corredor da morte iraniano sabem que, de surpresa e muitas vezes com pedido de clemência pendente de exame, ocorrem execuções capitais.

A pintora Delara Darabi, de 23 anos, foi de repente tirada da cela e enforcada. Não sabia que o pedido de clemência tinha sido negado poucas horas antes do enforcamento.

Os dois carrascos que a conduziram ao patíbulo deixaram que, por celular, ligasse a sua mãe. Darabi conseguiu soltar a seguinte frase: “Mãe, eles vão me matar”. A pintora Delara Darabi, de 23 anos de idade, negou em juízo ter sido autora do crime de homicídio (confira retrospectiva abaixo). A sua negativa foi confirmada por oficial prova pericial: tecnicamente, não poderia ter atingido a vítima.

PANO RÁPIDO. No campo de direitos humanos, Dilma Rousseff dá, depois de eleita, uma declaração importante. No particular, seu governo será diferente.

Só para lembrar, o governo Lula, que tem uma secretaria nacional reservada a Direitos Humanos, foi marcado pela ambiguidade. Por exemplo, na vergonhosa abstenção no caso da resolução supracitada, e na permissão para a Advocacia-Geral da União defender, no Supremo Tribunal Federal, a Lei de Anistia.

Wálter Fanganiello Maierovitch


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http://maierovitch.blog.terra.com.br/2010/12/06/dilma-critica-o-ira-no-momento-esse-pais-bate-recorde-de-execucoes-de-penas-de-morte/

2 comentários:

Ateuligente disse...

Um ponto positivo para a Dilma, pena que tenha escolhido o Palocci para ministro chefe da casa civil

calopsita criciuma# disse...

é,so que dilma só fala em mulher,descriminaçao pura.entao se o presidente for negro,governa só para negros,se for indio,so para indios,se for branco,so para branco.........?dilma e mulher,e ai,direitos iguais,diz a constituiçao.enquanto nao pregarmos direitos iguais nao adianta.e outra o presidente que deixou votar em branco,pelo que sei a dilma conhece.e bem.nao sou contra ela,so nao sou burro,a ponto de acreditar no que ela fala.valeuuuuuuuu

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