Pôster do filme “Criação” (Creation) - baseado no livro “Annie’s Box”, escrito por Randal Reynes, tataraneto de Charles Darwin, o criador da teoria da evolução.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fósseis de dentes podem mudar teoria da evolução humana

Fósseis de dentes de 400 mil anos foram encontrados durante uma escavação por arqueólogos israelenses


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Fósseis de dentes de 400 mil anos podem mudar a teoria da evolução humana, segundo arqueólogos israelenses que os encontraram. Os pesquisadores da Universidade de Tel Aviv acreditam que os dentes seriam de seres humanos modernos, tornando o fóssil a mais antiga evidência da existência de um Homo sapiens.
A teoria aceita atualmente é a de que os Homo sapiens se originaram na África há cerca de 200 mil anos antes de se espalhar pelo mundo.
Os fósseis de dentes foram encontrados durante as escavações da caverna de Qesem, um sítio pré-histórico encontrado em 2000 a 12 km ao leste de Tel Aviv, em Israel.
A descoberta foi relatada em um artigo publicado na revista especializada American Journal of Physical Anthropology.
Paradigmas
Pesquisadores dizem que mais estudos são necessários. O coordenador do estudo, Avi Gopher, diz que mais pesquisas são necessárias para comprovar a teoria de seus pesquisadores, mas afirma que a descoberta tem o potencial de mudar o conceito da evolução humana.
"A datação da caverna mostra que a presença do Homo sapiens nesta parte do mundo é mais antiga do que as outras evidências que tínhamos até então", afirma Gopher. "Esta conclusão pode ser de grande importância, porque pode ser a primeira evidência para mudar alguns dos paradigmas que usamos em termos da evolução humana", diz o pesquisador.
A equipe da Universidade de Tel Aviv analisou os fósseis com raios-X e tomografias computadorizadas. A datação foi feita com base na análise da camada de terra na qual eles foram encontrados.
Segundo a teoria aceita atualmente, os humanos modernos e os neandertais se originaram de um ancestral comum que vivia na África há cerca de 700 mil anos.
Um grupo que migrou para a Europa se desenvolveu nos neandertais antes de serem extintos. Outro grupo, que permaneceu na África, teria gerado os seres humanos modernos, ou Homo sapiens.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4863371-EI238,00-Fossil+de+dentes+em+Israel+pode+mudar+teoria+da+evolucao+humana.html

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A música do Papa - Tim Minchin legendado

Homenagem ao pedo-nazi-pope e sua gangue.
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Estudo associa estrutura do cérebro a sociabilidade

Imagem computadorizada de um cérebro mostra amígdalas em cor azul



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Cientistas americanos dizem ter encontrado uma associação entre a sociabilidade de um indivíduo e o tamanho de sua amígdala - pequena estrutura de forma amendoada encontrada no cérebro, e não o órgão na garganta.
O estudo, feito por pesquisadores do Hospital Geral Massachusetts e da Universidade Northeastern, em Boston, Massachusetts, foi publicado na revista científica Nature Neuroscience.
O trabalho confirma resultados de estudos anteriores, envolvendo outras espécies de primatas, mostrando que animais que vivem em grupos sociais maiores têm amígdalas maiores.
"Sabemos que primatas que vivem em grupos sociais maiores têm uma amígdala maior, mesmo quando se leva em conta o tamanho total do cérebro e do corpo", disse Lisa Feldman Barrett, que chefiou o estudo.
"Consideramos uma única espécie de primata - a humana - e descobrimos que o volume da amígdala se correlacionou positivamente com o tamanho e complexidade de redes sociais em humanos adultos."
Os pesquisadores também analisaram outras estruturas subcorticais dentro do cérebro e não encontraram evidências de um relacionamento similar entre essas estruturas e a vida social de humanos.
Também não foram encontradas associações entre o volume da amígdala e outras variáves sociais na vida de humanos - como índices de satisfação social, por exemplo.
"A associação entre o tamanho da amígdala e o tamanho e complexidade da rede social foi observada tanto em indivíduos mais velhos como mais novos, homens e mulheres", disse Bradford Dickerson, da Escola Médica Harvard, em Cambridge, Massachusetts, outro cientista que participou do estudo.
"E a associação é específica à amígdala, porque o tamanho e complexidade da rede social não foram associados ao tamanho de outras estruturas do cérebro", acrescentou.
Questionários
Os pesquisadores pediram aos 58 participantes do estudo que respondessem perguntas sobre o tamanho e a complexidade de suas redes sociais.
As perguntas se referiam ao número total de contatos sociais regulares que cada participante mantinha, assim como o número de grupos diferentes a que esses contatos pertenciam.
Os participantes, com idades entre 19 e 83 anos, também foram submetidos a exames de ressonância magnética para que os cientistas pudessem obter informações sobre uma série de estruturas presentes no cérebro, incluindo o volume da amígdala.
Barrett disse que os resultados do estudo são consistentes com a "hipótese do cérebro social", uma teoria segundo a qual a amígdala humana teria evoluído em parte para permitir que o homem lidasse com uma vida social cada vez mais complexa.
"Mais pesquisas estão sendo feitas para tentar estabelecer de que forma a amígdala e outras regiões do cérebro estão envolvidas no comportamento social de humanos", ela disse.
"Nós e outros pesquisadores estamos tentando entender também como anormalidades nessas regiões do cérebro podem prejudicar o comportamento social em distúrbios neurológicos e psiquiátricos."
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4861716-EI8147,00-Estudo+associa+estrutura+do+cerebro+a+sociabilidade.html

O espírito da igualdade - Francisco Viana De Paris

Missão de Natal na Catedral de Notre Dame (foto: Christianne Geargeoura)



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Faz frio, neva. Estou na Catedral de Notre Dame, fundada há mais de 830 anos, assistindo à missa do Natal, o que os franceses chamam de Navité du Seigneur. O celebrante principal é o cardeal André Vingt-Trois, mas são vários os padres que dão assistência à multidão que lota o templo e disputa espaço para se acomodar na nave, para rezar, fotogragrafar ou filmar. É um espetáculo único, mesmo para quem, como eu, não é cristão. Não tem religião alguma, salvo a religião do homem.

Notre Dame tem seus mistérios e suas histórias. Na cota dos mistérios, tem a seu favor o papel que essa construção gótica, de paredes retas e acabamento precioso, desempenhou na história da Idade Média, com seus vitais e orgãos famosos, sua mensagem em torno de uma cristandade que se dividia entre o aristotelismo de esquerda, a favor do homem, e o culto a um aristotelismo oficializado, favorável a um homem decaído. Esse homem agostiniano que Lutero faria a maior da joia da coroa do protestantismo. A parcela das histórias é encarnada pela recuperação de Joana d' Arc e a coroação de Napoleão. Ou a missa que ali assistiu ao general De Gaule após a expulsão dos nazistas da França.
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Ouço a missa, os cânticos, vejo a ritualística e não posso deixar de lembrar de um autor socialista, Ernest Bloch, que fala da energia do cristianismo primitivo e, nele, vê a expressão do sonhar acordado, da vontade de transformar o mundo e criar uma sociedade igualitária. Bloch, amante da música, é o maestre dessa jornada natalina.

É meia-noite. O cardeal fala da plenitude da fé, por séculos e séculos. Lembro de Bloch e do seu culto às rebeliões camponesas da Alemanha do início do Renascimento. Lembro das revoluções que dariam origem ao movimento bolchevista liderado por Lênin no alvorecer do século 20. Pura energia. Puro movimento igualitário. Pura expressão da vontade, do sonho acordado e da esperança de que tanto fala Bloch. Há gente se comprimindo para ver e participar da missa. Uns estão contritos, outros falam. Uns filmam, outros fotografam. Muitos filmam e fotogravam. Mas, a verdade, é que todos, à sua maneira, participam. Fico me perguntando: o que ocorreria no mundo se toda essa energia fosse colocada a favor de uma sociedade igualitária? Se Cristo, como Bloch coloca, fosse visto como um homem, um filosófo revolucionário a favor da divindidade humana e não como algo místico, fora do homem? Bloch foi capaz de compreender essa força colossal que é o cristianismo, foi capaz de ver que os pais fundadores da religião cristã possuíam essa vontade de realizar, essa esperança de concretizar a igualdade. Esse sonho de trazer os céus para a terra, de concretizar um mundo igual, sem classes, sem senhores ou escravos, sem operários e burgueses.

Os celebrantes falam da luz, da alegria e do amor universal. O que ambicionava Bloch senão essa luz e esse amor universal condensados numa ética de valorização do homem e da igualdade material de que falava Aristóteles na sua versão à esquerda, na sua versão que favorece o social. Há muitos mitos em torno de Aristóteles, entre eles que desdenhava da democracia, governo de uma única classe, o povo. É um erro ver as coisas por tal perspectiva. E Notre Dame é um emblema dessa realidade ao falar, nos seus vitrais, dos vícios e das virtudes. O que Aristóteles falava senão de homem que não é nada senão aquilo que ele constrói? Se constrói a virtude, é a virtude; se constrói o vício, é o vício. O que acontece hoje, senão a construção do vício? O capitalismo é um vício, uma doença da predação. O capitalismo é essa doença viciante da exploração do homem pelo homem... O cardeal fala, pela voz do apóstolo Paulo, de que a saúde do homem é a saúde de todos os homens, que o povo vive a ardência de fazer o bem. O que é isso senão a igualdade, a justiça, a fraternidade?

A missa prossegue. Os celebrantes falam do Evangelho segundo São Lucas. Falam da paz na terra aos homens de boa vontade. É uma mensagem ética de vigorosa força. Não é a mensagem de Bloch, do aristotelismo de esquerda, daquele que vê o homem não como carente de salvação, um ser decaído, mas, sim, como um ser altivo, sujeito da própria redenção? O que é a redenção do homem? Não é, claro, descobrir a criança que existe em nós no Natal, mas o ser social que precisa ser construído em todas as épocas. Na Idade Média, justamente quando surge Notre Dame, após obras que se arrastaram por 170 anos, é que o conflito entre o ser social e o ser religioso entra em choque definitivo. Aparentemente, vence o ser religioso. A Igreja agostiniana, a Igreja de Tomás de Aquino, a Igreja sem povo.

Não é por acaso que, antes da missa, em Notre Dame se relata a história da Catedral e suas relíquias e não se fala do social, da vontade, do sonhar acordado dos reformadores e dos cristãos revolucionários. Uma única linha. Uma singela palavra. Mas essa é a luta que ganhou vida e fez história. É a luta que permanece abafada no peito de todos que têm esperança num mundo igualitário. A luta que depende da vontade. Essa é a saída para a igreja: admitir que o reino de Cristo é o reino da terra, o mesmo reino de Marx e Lênin. O mesmo reino de todos os profetas, a começar por Cristo. Foi assim no passado, justamente quando começa a ser construída Notre Dame. É assim no presente.
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missa termina por volta da 1 hora da manhã. As pessoas apertam as mãos. Há congraçamento como em todo o mundo cristão. Vejo em Notre Dame a figura de Bloch ganhar corpo. Ele viveu todo o período da revolução leninista, viveu a ascensão e queda do stalinismo, dedicou a vida a escrever sobre a utopia e a esperança. Juntos, esperança e utopia significam o dever ser, o que precisa ser realizado, aquela tarefa que o homem, ao sonhar acordado, ficou de concretizar, precisa concretizar. Soam os sinos, a multidão se dispersa. Há gente de todas as idades, de todas as classes, de todos os sonhos, de todas as vontades. Caminho no frio, na neve que embala aquilo que chamamos do espírito do Natal. Penso em Bloco e na infância, mas não na infância do indivíduo - que é repetitiva -, mas na infância da humanidade, nessa infância que volta sempre lembrando que o homem nasceu igual e vai morrer igual. Que essa é a exigência maior, perdida na idade média quando Aristóteles se bipartiu: uma face foi para a esquerda; outra ficou atrelada à direita. Uma parte afirmou a igualdade, outra negou a igualdade.

Essa bipartição precisa ser solucionada, o homem precisa encontrar sua unidade. É como o Brasil. Em janeiro, teremos uma nova presidente da República. Há esperança de que as reformas saiam do papel para a prática, que o Brasil reencontre sua unidade. Que exista, em especial, uma reforma abrantente do Judiciário porque, existindo reforma do Judiciário, haverá igualdade de verdade, haverá sintonia entre a economia política e o desejo dos cidadãos. Que o homem, por esse caminho, passe a ser sujeito, não objeto do Estado. Havendo Justiça, a reforma política virá naturalmente.

Faz frio, neva. As luzes de Notre Dame se apagam. O Natal de 2010 passou. Ficou o emblema, ficou o símbolo: o Natal é a realização da construção humana. O divino é o homem. Como diria Bloch: Cristo foi um homem. Todos somos homens. Tudo são realizações humanas. O cristianismo somos nós. O materialismo somos nós. O homem, como diria Aristóteles, é um ser material. As necessidades materiais são as necessidades primeiras. A mãe, e também o pai, de todas as necessidades. Somos a divindade humana. Portanto, somos a vontade realizadora, transformadora, criadora de nova realidade. Vontade que descobre novos mundos. Como acontecerá em 2011 com o Brasil.

Fica a lembrança do frio, da neve e dos sinos de Notre Dame. Passou o Natal, não passou a nossa realidade-necessidade de igualdade.

Francisco Viana é jornalista, mestre em filosofia política pela PUC-SP, consultor de empresas e autor do livro Hermes, a divina arte da comunicação. É diretor da Consultoria Hermes Comunicação estratégica (e-mail: viana@hermescomunicacao.com.br)

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http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4859839-EI6783,00-O+espirito+da+igualdade.html

domingo, 26 de dezembro de 2010

Instalação artística testa reação de renas a alucinógenos

O consumo do cogumelo pelas renas é sugerido, mas não confirmado, o que torna a experiência ainda mais intrigante


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ma instalação de arte em uma estação abandonada de trens em Berlim, na Alemanha, vem testando a reação das pessoas à sugestão do consumo de cogumelos alucinógenos por um grupo de renas.
A urina das renas, supostamente também alucinógena após o consumo dos cogumelos, é misturada à comida de canários, camundongos e moscas, para que eventuais mudanças de comportamentos nessas criaturas também possam ser observadas.
Doze renas, 24 canários, oito camundongos e duas moscas são divididos em dois grupos iguais na exposição, permitindo aos visitantes observar o comportamento dos animais que supostamente ingeriram o alucinógeno e comparar com o comportamento dos outros que não o ingeriram.
O consumo do cogumelo pelas renas é sugerido, mas não confirmado, o que torna a experiência ainda mais intrigante - as eventuais diferenças de comportamento entre os dois grupos possivelmente observadas pelos visitantes são fruto de uma alteração química real ou produto da imaginação dos observadores?
Para completar a experiência, uma cama de hotel foi montada no meio da instalação, sobre uma base que lembra a forma de um cogumelo, permitindo a duas pessoas pernoitar no local a cada dia, ao custo de mil euros (cerca de R$ 2.230).
O pernoite dá direito a provar a urina das renas, armazenada em refrigeradores localizados nos dois lados da instalação ¿ um para as renas que supostamente consumiram os cogumelos e outro para as que não consumiram.
Os visitantes não sabem qual grupo de renas consumiu os cogumelos - se é que consumiu mesmo -, o que torna a possibilidade de provar a urina para ficar sob o efeito da droga uma espécie de loteria. A pessoa pode acabar simplesmente tomando urina de rena sem efeito nenhum.
Escrituras sagradas
A instalação Soma, que fica no museu Hamburger Bahnhof, em Berlim, até o início de fevereiro, é fruto da imaginação do artista alemão Carsten Höller, de 49 anos, engenheiro agrícola de formação.
Ele se baseou no Rigveda, a primeira das escrituras sagradas do hinduísmo, escrita por volta de 1.500 antes de Cristo, que traz referências a uma bebida chamada Soma e que supostamente daria a imortalidade a quem a provasse. A substância, ingerida por humanos e também pelos deuses, traria iluminação e acesso à esfera divina, além de sorte, riqueza e vitórias.
Em 1967, o banqueiro e pesquisador amador americano Robert Gordon Wasson publicou um estudo no qual afirmava que a substância à qual o Rigveda trazia referências era o cogumelo alucinógeno Amanita muscaria, consumido pelas renas em seu habitat natural na Sibéria.
Höller partiu desse princípio para testar a relação entre a arte e as drogas e verificar as alterações de percepção promovidas por um e por outro.
O material de promoção da exposição afirma que o artista "desenvolveu um cenário entre laboratório e visão, suposta objetividade e elevada subjetividade" utilizando todo o hall central da antiga estação de trem. "Diante dos olhos dos observadores se desdobra uma 'pintura viva', um campo experimental simétrico, dividido em duas partes por uma linha central e que compara o mundo ordinário com o reino da Soma em uma experiência de imagem dupla", explica o texto.
"Esta é uma experiência que encontra sua realização na imaginação do observador e cuja avaliação está sujeita ao seu poder de observação", conclui.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4857575-EI8145,00-Instalacao+artistica+testa+reacao+de+renas+a+alucinogenos.html

Pesquisadores desenvolvem reator que converte luz solar em combustível

Ilustração mostra o funcionamento do protótipo do reator


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Pesquisadores dos Estados Unidos e da Suíça desenvolveram protótipo de gerador que pode transformar a luz do Sol em combustível que foi demonstrado com sucesso em laboratório. A pesquisa foi publicada na revista Science.
Em um processo semelhante à fotossíntese, a máquina usa raios solares e o metal cério para quebrar as moléculas de dióxido de carbono ou água e transformá-las em combustíveis líquidos que podem ser armazenados e transportados. A pesquisa explica que o novo dispositivo é diferente dos painéis fotovoltaicos (que aproveitam a luz para gerar energia) normais.
Os painéis fotovoltáicos convencionais só podem usar a eletricidade que geram no mesmo local em que estão instalados e não conseguem gerar combustível à noite. O novo reator de energia solar, no entanto, consegue gerar combustível que pode ser armazenado e transportado. E também poderia continuar funcionando no fim do dia.
Modelo
A máquina tem uma janela feita de quartzo e uma cavidade que concentra a luz do sol e a direciona para um cilindro revestido com óxido de cério, um metal de terra rara. O cério tem uma propensão natural a liberar oxigênio quando aquece e absorvê-lo quando esfria. Depois que o metal é aquecido pela luz do sol, dióxido de carbono ou água são bombeados para dentro do recipiente. O cério retira o oxigênio presente nestes elementos enquanto esfria, em uma reação química que cria monóxido de carbono ou hidrogênio.
O hidrogênio produzido pode ser usado para abastecer células de hidrogênio em carros, enquanto a combinação de hidrogênio e monóxido de carbono pode ser usada para criar uma espécie de "gasolina sintética.
Segundo os inventores do reator solar, o aproveitamento das propriedades do cério é o grande avanço científico da pesquisa. Por ser o metal de terra rara mais abundante que há, o cério torna a fabricação do dispositivo mais barata e sua produção mais viável.
Melhorias
No entanto, os pesquisadores dizem que o protótipo ainda é ineficiente, já que o combustível criado aproveita somente entre 0,7% e 0,8% da energia solar que entra no recipiente. A maior parte da energia é perdida pela parede do reator ou pelo desvio da luz solar para fora do aparelho, através da abertura. Mas eles acreditam que a eficiência pode chegar a 19% com melhor isolamento de calor e redução da abertura.
Nesse momento, a máquina já poderia ser produzida comercialmente, segundo a professora Sossina Haile do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, que chefiou a pesquisa. "A química do material é perfeita para este processo", diz. Ela afirma que o reator pode ser usado para criar combustíveis para transporte ou ser adotado em usinas de energia, onde o combustível criado com energia solar poderia ficar disponível também à noite.
No entanto, ela acredita que o destino deste e de outros dispositivos em desenvolvimento dependerá de os países adotarem uma política de baixo carbono. "Se tivéssemos uma política de baixo carbono, uma pesquisa desse tipo avançaria muito mais rapidamente", disse ela.
Fotossíntese
Foi sugerido que o dispositivo imita as plantas, que também usam dióxido de carbono, água e luz do sol para criar energia como parte do processo de fotossíntese, mas a professora Haile diz que a analogia é muito simplista. "No sentido mais genérico, há semelhanças, mas elas acabam por aí", afirmou.
Daniel Davies, chefe de tecnologia da companhia fotovoltaica britânica Solar Century, envolvida na pesquisa, diz que o processo foi "muito empolgante". "Acho que a pergunta é onde colocá-lo. Você colocaria seu reator solar no telhado ou seria melhor mantê-lo como uma grande indústria no deserto do Saara e transportar o combustível por navios?", disse. Haile acredita que um reator no telhado poderia produzir até aproximadamente 14 l de combustível por dia.
Apesar do rápido avanço de dispositivos de energia solar, a eficiência, a economia e o armazenamento destes dispositivos ainda são problemas. Outra tentativa de contorná-lo são as usinas solares de nova geração, que foram construídas na Espanha e nos Estados Unidos. Elas utilizam um conjunto de espelhos para concentrar a luz solar em receptores em forma de torres. A luz do sol que entra nas torres movimenta turbinas a vapor.
Um novo projeto espanhol usará sais derretidos para armazenar o calor do sol por até 15 horas, para que a usina possa potencialmente operar à noite.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4858871-EI8147,00-Pesquisadores+desenvolvem+reator+que+converte+luz+solar+em+combustivel.html

Livro digital pode democratizar literatura, dizem especialistas

Painel discutiu o futuro do mercado literário com a chegada do livro digital


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O avanço do suporte digital, impulsionado pela febre dos e-books e dos tablets, como o fenômeno e já icônico iPad, da Apple, trouxeram um debate para o mundo da literatura: a vida online vai esmagar a existência dos livros? Para um painel de palestrantes da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre, nesta segunda-feira, a discussão precisa ir além disso. Para eles a situação é simples: o mercado de livros, como nós conhecemos, está derretendo.
A frase de efeito, porém verdadeira, foi dita pelo professor Paulo Tedesco, que, junto com Luíz Álvaro, da imprensa oficial do Estado de S. Paulo; Rafael Trombetta, escritor, pesquisador e administrador da Economia da Cultura e Marcelo Spalding, vice-presidente da Associação Gaúcha dos Escritores, discutiram o futuro e as mudanças trazidas pelo que chamaram de "livro digital".
É bastante comum relacionar a popularização da internet e de aparelhos para leitura de material online ao trágico "fim" da literatura, da maneira como o mundo a conheceu até hoje. O ponto ao qual se foge, no entanto, é que o papel é um suporte. Ele não é, por si só, arte. A ferramenta não carrega o conteúdo. Do mesmo modo, o digital não apaga a arte da escrita literária. Ele é apenas uma nova maneira de apresentar o mesmo conteúdo.
O momento atual é de mudanças, sem dúvidas. E todas elas apontam para uma única direção: o despertar do autor como um indíviduo independente da editora. O "negócio" da literatura continua ativo na medida em que o autor se liberta das amarras e passa a entender que lucro é a obra tornar-se acessível aos leitores. "A internet proporciona, além da escrita, braços e pernas para a literatura individual ter vida própria", afirmou Trombetta.
Como lembra Spalding, o que um autor de literatura quer é que as pessoas leiam seus livros. Se se lançar independentemente, sem a sombra de uma grande coorporação, pode garantir que mais pessoas tenham acesso à obra, então este é o caminho.
A grande sacada, aqui, é repensar o modelo de negócios. Para os palestrantes, o autor precisa entender o suporte online, colocar-se em primeiro plano e enxergar maneiras de aproveitar o potencial que este meio pode oferecer. De acordo com eles, a internet pode até ser uma ameaça para as editoras, no que se refere às questões de lucro. Mas, para os autores, o mundo digital é uma janela de oportunidades.
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http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4781289-EI12882,00-Livro+digital+pode+democratizar+literatura+dizem+especialistas.html

Web abriga 'maior experimento literário do mundo'; conheça

Site traz informações sobre o projeto, que pode ser seguido no Twitter e Facebook


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O projeto Libboo tem um objetivo nobre: mudar a maneira pela qual se escrevem e leem livros, criando o que seria o primeiro romance global. Não é uma tarefa fácil, mas se trata de um projeto que tem um atrativo pontencial para todos os aspirantes a escritores - e que pode incomodar aqueles que ganham a vida como escritores. As informações são da BBC.
O Libboo é uma criação de Chris Howard, um professor britânico da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Em poucas palavras, ele está usando o crowdsorcing (a colaboração das comunidades por meio da internet) e um curioso algoritmo para capturar a imaginação - em mais de um sentido. Segundo Howard, não haverá apenas um autor, mas uma multiplicidade de autores, no que ele chama de "maior experimento literário da história".
"Sabemos que há muita gente aí fora que gosta de escrever, mas talvez não goste de fazer textos longos, e nos perguntamos como poderíamos fazer para que essas pessoas escrevessem algo que outros quisessem ler. Queremos fazer algo novo, mas tentando colocar a escrita no modo social", disse ele em entrevista à BBC.
O experimento
Howard quer que o máximo de gente possível escreve de cem a mil palavras. E não se assustem, humildes principiantes: o primeiro capítulo vai determinar o cenário e servirá de fonte de inspiração para o resto do livro.
A versão beta recém-iniciada é um romance chamado O voo do cavalo de fogo. Howard já abriu as inscrições e espera que participem cerca de mil pessoas. Para o livro real, que prevê publicar ainda em 2011, a inspiração é um romance de mistério chamado Paradoxo: a curiosa vida e misteriosa morte do sr. Joseph Wheeler.
Howard já convenceu um erudito a escrever o primeiro capítulo. O professor Richard Wiseman, que granjeou reputação no estudo de áreas não muito usuais da psicologia (como o humor, o paranormal, a sorte, o engano e a ciência da autoajuda) dará o tom e procurará outros escritores para resolver o mistério.
Tanto na versão beta como no experimento que envolve o professor Wiseman, centenas ou milhares de pessoas poderão escrever o capítulo seguinte e todo mundo poderá ler. E assim se sucederá - o que sem dúvida fará com que o livro resultante dê voltas em direções diferentes conforme a inspiração dos escritores a partir das contribuições anteriores.
Os ramos de uma árvore
Howard descreve a experiência como se fosse uma árvore onde as pessoas podem navegar por meio da história seguindo os diferentes ramos. Cada um é diferente, e oferece uma nova história.
Na hora de escolher os capítulos que serão publicados ele recorrerá à informática: um algoritmo segue discretamente as rotas mais populares ou de maior sucesso através da árvore.
"Queremos chegar a todos os aspirantes a escritores, quer sejam pessoas que trabalham em um escritório e têm apenas 20 minutos livres ou aqueles que se julgam como potenciais autores", disse Howard.
"O sucesso do experimento depende em grande medida do número de pessoas que participem. Se tivermos muito poucas pessoas, as estatísticas não serão suficientemente altas para julgar o que as pessoas mais leem através da árvore", explicou.
Howard insiste que não está "tratando de substituir a forma como os livros são escritos hoje em dia", mas "facilitando uma nova forma para que as pessoas leiam e escrevam de maneira acessível a todos".
Além disso, comentou que os editores estão observando com interesse o experimento. O dinheiro do projeto se destinará à Fundação de Alfabetização. "Todo nosso etos é encontrar novas maneiras de escrever livros. Para mim, isto é como uma nova era", concluiu Howard.
Mais informações sobre Howard e o projeto Libboo podem ser encontradas no site www.libboo.com/, ou seguindo os perfis no Twitter (@libboo) e no Facebook (www.facebook.com/pages/libboocom/197884672139).
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http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4860570-EI12884,00-Web+abriga+maior+experimento+literario+do+mundo+conheca.html

Cientistas simulam condições de Marte no Deserto do Atacama

O observatório no Atacama é o maior do mundo em sua categoria


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Cientistas chilenos e de outros países construirão uma base espacial no Deserto do Atacama, local mais árido do mundo, onde pretendem simular, com estufas, as condições físicas do planeta Marte.
A informação divulgada neste domingo pelo diário El Mercurio destaca que o plano é do Centro de Pesquisa Lua-Marte, um complexo científico, tecnológico e turístico localizado em uma área reconhecida pela comunidade científica internacional como uma das mais parecidas a Marte na Terra, com radiação solar e temperaturas extremas, baixa umidade e fortes ventos.
A base será construída em Chajnantor, situado a 5,15 mil m de altura e cerca de 1,65 mil km ao nordeste de Santiago. No local, o Observatório Europeu Austral (ISSO, na sigla em inglês) constrói junto a seus parceiros internacionais o Atacama Large Millimeter Array (ALMA), um telescópio de vanguarda para estudar a luz de alguns dos objetos mais frios no Universo.
Carmen Gloria Jiménez, acadêmica da Universidade de Antofagasta e uma das coordenadoras chilenas do projeto, explicou que já há experiências prévias em Utah (Estados Unidos) e na ilha Devon, no Ártico canadense.
Ela assinalou que, no ano que vem, serão construídos os primeiros laboratórios, usando como materiais as fuselagens de aviões Hércules. Lá, serão estudados micro-organismos denominados extremófilos, entre outros, que sobreviveram por pelo menos 26 mil anos em vulcões e lagos próximos.
Entre os promotores do projeto estão a Nasa (agência espacial americana), Mars Society, Instituto SETI, agência espacial da China e mais de 40 empresas que já investem no setor.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4860731-EI301,00-Cientistas+simulam+condicoes+de+Marte+no+Deserto+do+Atacama.html

MARCELO GLEISER - Papai Noel e Pousos Lunares

É trágico que pessoas duvidem de feitos científicos, ao invés de celebrá-los. Seria melhor crer em Papai Noel


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SE VOCÊ TIVER menos de oito anos, pare de ler. A vida seria muito sem graça se não pudéssemos acreditar no impossível por um tempo. Afinal, a força de um mito está na sua credibilidade e não na sua veracidade.
Papai Noel, São Nicolau, é inspirado num bispo que viveu no século 4, na cidade de Myra, hoje província de Anatólia, na Turquia. Dentre seus atos generosos, deu três dotes para meninas pobres para que não virassem prostitutas.
O mito evoluiu e hoje faz parte da cultura planetária. Mas chega uma hora em que a imagem do gordinho de barbas brancas e longas, que atravessa o mundo voando num trenó puxado por renas para dar presentes às crianças deixa de fazer sentido. Isso nos leva aos pousos lunares. Seriam são um mito também?
Na semana passada houve um eclipse lunar, o primeiro durante o solstício de verão desde 1638. A Lua ficou vermelha, uma visão que costumava assustar muita gente. Não é à toa que no Apocalipse de João a Lua aparece vermelha. Várias tabelas previam precisamente quando ele iria ocorrer. Espero que essa precisão da astronomia não tenha passado desapercebida. Sem ela, os pousos lunares não teriam ocorrido.
É grande o número de pessoas que duvidam que o homem tenha ido à Lua, achando que é tudo uma conspiração americana. "Desculpe filho, mas Papai Noel não existe. Aliás, astronautas também nunca foram à Lua..."
A maioria das teorias de conspiração se concentram no primeiro pouso lunar, da Apolo 11, em 20 de julho de 1969. "A Nasa [agência espacial americana] fabricou os vídeos no estúdio do Stanley Kubrick"". Foram seis pousos lunares, e 12 astronautas passearam por lá, em missões que duraram 41 meses, terminando com Gene Cernan e Jack Schmitt da Apolo 17e, em 1972.
Dezenas de milhares de técnicos e engenheiros trabalharam para isso. Eis alguns dos argumentos usados:
1.Como que a bandeira americana balançava se não há ar na Lua?
Os astronautas usaram uma haste horizontal para manter a bandeira aberta. No vácuo lunar, uma pequena oscilação dura muito tempo.
2.Como que sombras parecem projetadas em múltiplas direções quando existem apenas algumas fontes de luz?
Numa superfície curva, como a da Lua, a rede de sombras depende da topologia do solo e dos detalhes da iluminação, podendo criar essa variação complexa.
3.Como que a pegada do Neil Armstrong fica tão definida numa região sem qualquer umidade?
No vácuo lunar, a fina poeira que cobre a superfície pode facilmente criar as impressões de marcas de botas dos astronautas.
Denegrir esse feito é retornar a um obscurantismo medieval que, francamente, é ridículo hoje em dia. Talvez parte da culpa esteja na nossa pobre educação científica. Muitas pessoas acreditam que a Nasa fez isso para ganhar a Guerra Fria.
Os russos cairiam nessa? Acreditar que a coisa toda é uma invenção talvez crie um senso de proteção contra os avanços imprevisíveis da ciência.
É trágico que, em vez de celebrar os grandes feitos da ciência, tantas pessoas escolham fechar os olhos e crer numa mentira. Se é esse o caso, seria muito melhor, então, acreditar em Papai Noel.
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "Criação Imperfeita"
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http://sergyovitro.blogspot.com/2010/12/marcelo-gleiser-papai-noel-e-pousos.html

sábado, 25 de dezembro de 2010

Espécie "fantasma" cruzou com o ser humano, diz estudo

Aldeão de tribo de Papua-Nova Guiné, possível descendente do hominídeo da Sibéria, apelidado de denisovano


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Os mesmos cientistas que revelaram a ascendência parcialmente neandertal de europeus e asiáticos de hoje flagraram outro caso de amor entre a nossa espécie e um primo extinto. Só que, desta vez, o "amante" pré-histórico é um fantasma
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Apenas um osso (a ponta de um dedo) e um dente quebrado da criatura, habitante da caverna de Denisova, na Sibéria, chegaram até nós. Foi o suficiente para que o genoma inteiro do hominídeo de 40 mil anos fosse lido --e comparado com o de pessoas de hoje e o de neandertais.

O resultado está na revista científica britânica "Nature": os denisovanos (como foram apelidados por seus descobridores) parecem ter evoluído de forma separada por algumas centenas de milhares de anos. Sumiram, mas não antes de legar pedacinhos de seu DNA aos ancestrais de alguns povos do Pacífico.
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Segundo a equipe liderada por David Reich, da Universidade Harvard (EUA), e Svante Pääbo, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva (Alemanha), cerca de 5% do DNA dos melanésios, moradores de Papua Nova-Guiné e adjacências, teria vindo do povo de Denisova.

Se as conclusões estiveram corretas, fica mais forte a ideia de que a interação entre várias espécies de hominídeos contribuiu para criar a humanidade moderna.

PEGANDO LEVE

Os últimos resultados sobre os cacos de hominídeos siberianos são, ao mesmo tempo, mais e menos radicais do que os indícios preliminares tinham sugerido.

No primeiro estudo sobre Denisova, publicado em março, Pääbo e companhia haviam analisado só o mtDNA (DNA mitocondrial) oriundo do osso do dedo. Presente nas mitocôndrias, as usinas de energia das células, o mtDNA é transmitido pelo lado materno e corresponde apenas a uma pequena parte do patrimônio genético de um indivíduo.

Olhando só o mtDNA, os cientistas tinham estimado que o povo de Denisova está evolutivamente isolado há cerca de 1 milhão de anos, antes que os ancestrais do Homo sapiens e dos neandertais tivessem se separado em duas linhagens diferentes.

"Seja lá o que for isso, trata-se de uma nova criatura, que simplesmente tinha escapado ao nosso radar até agora", declarou Pääbo.

Os novos dados, mais completos, indicam que, na verdade, os denisovanos são primos de primeiro grau dos neandertais, tendo se separado deles há uns 250 mil anos. Antes disso, formavam uma linhagem comum que teria divergido da nossa há uns 400 mil anos.

O mais maluco, no entanto, é que alguns trechos de DNA exclusivos dos denisovanos só aparecem no DNA de nativos de Papua-Nova Guiné e ilhas próximas, entre uma série de pessoas de origem europeia, asiática e africana cujo genoma foi analisado pelos pesquisadores.

A hipótese mais natural para explicar isso é que, quando deixaram a África, ancestrais das pessoas de hoje toparam com denisovanos em algum lugar da Ásia, tiveram filhos com eles e, mais tarde, essa população foi parar na Nova Guiné.

Ninguém sabe que cara tinha o povo de Denisova, mas o único dente (um molar) é enorme e tem morfologia peculiar. Suas dimensões lembram as de dentes de hominídeos muito primitivos.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/850164-especie-fantasma-cruzou-com-o-ser-humano-diz-estudo.shtml

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Cadela tem vocabulário de 1.022 palavras, segundo site

Cadela da raça border collie sabe o nome de 1.022 brinquedos


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Uma cadela 'border collie', conhecida como o cachorro mais inteligente do mundo, aprendeu o nome de 1.022 brinquedos, mais do que qualquer animal. Ela também pode classificar os objetos de acordo com sua função e tamanho, algo que as crianças só aprendem quando têm cerca de três anos. As informações são do site News Scientist.
Chaser segue os passos do cão Rio, que foi treinado no Instituto Max Planck para Antropologia Evolucionária em Leipzig, Alemanha. De acordo com o estudo, Rico tinha um vocabulário de 200 palavras e podia identificar novos objetos em um grupo por um processo de eliminação.
Para descobrir se havia um limite para o número de palavras que um 'border collie' poderia aprender, os psicólogos Alliston Reid e John Pilley, da Fcauldade Wofford, na Carolina do Sul, iniciaram um programa de treinamento intensivo com a Chaser.
Durante três anos, eles ensinaram a collie os nomes de 1.022 brinquedos, fazendo com ela fosse buscar o brinquedo e em seguida repetiam o nome para reforçar a associação. Grupos de 20 brinquedos foram escolhidos aleatoriamente e colocados em uma sala separada, onde Chaser tinha que recuperá-los pelo nome.
Segundo Reid, a cadela completou 838 destes testes ao longo de três anos e nunca acertou menos de 18 em 20. Chaser também foi ensinada a classificar os objetos nomeados, completar tarefas, como tocar o brinquedo com o nariz ou pata, e como o Rico, ela podia inferir o nome de um novo objeto a partir de um conjunto de objetos familiares.
De acordo com Adám Miklósi, o fundador do Projeto Cão Família na Universidade Eötvös lórand, em Budapest, Hungria, este estudo mostra que este cão tem boas habilidades de compreensão, mas o lado de produção da comunicação está faltando.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4858098-EI238,00-Cadela+tem+vocabulario+de+palavras+segundo+site.html

Medicina: usos das células-tronco vão da aids à dor de dente

Muito versáteis, as células-tronco seriam opção para o tratamento de vários problemas no futuro


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Em 2011, a USP pretende inaugurar o laboratório para obtenção de células-tronco a partir de dentes de leite. Entre os objetivos da pesquisa está o uso de células dentais para regenerar tecidos não dentais. "Poderíamos usar células-tronco dentais para reparar lesões cardíacas ou oculares", diz Andrea Mantesso, coordenadora do projeto. Os pesquisadores também buscam a formação de um dente inteiro no laboratório e a engenharia tecidual de partes especificas, onde seria possível reparar a gengiva perdida após uma doença periodontal.
Muito versáteis, as células-tronco seriam opção para o tratamento de vários problemas no futuro, com usos que vão da aids à dor de dente. "Falando de forma bem abrangente, elas poderão ser usadas para tratamento de lesões degenerativas em diferentes tecidos do corpo humano, sequelas de acidentes, alguns tipos de câncer, lesões ulcerativas em pele e outros órgãos e para produção de células especializadas", explica Mantesso.
Células embrionárias x Células adultas
Recentemente, o assunto voltou à imprensa por ocasião do nascimento do filho da atriz Juliana Paes, que optou por armazenar células-tronco do cordão umbilical do seu bebê. E enquanto células-tronco adultas já são amplamente usadas para tratamento de doenças hematopoiéticas, como leucemias, a pesquisadora não acredita que um dia não precisaremos mais das células embrionárias, por elas serem mais potentes que as células adultas. "Isso significa que elas podem formar mais tecidos e com melhor produtividade. Mesmo quando reprogramamos as células adultas para que elas se comportem como células embrionárias, a taxa de sucesso desses experimentos ainda é baixa e eles são bem complexos de serem realizados", diz.
Ainda assim, um estudo feito por médicos alemães mostra que um transplante de células-tronco teria curado um portador do virus HIV, três anos depois de realizado o procedimento, em 2006. O paciente, um homem americano na casa dos 40 anos, soropositivo há mais de dez, procurou tratamento para leucemia mielóide aguda, uma forma letal de câncer no sangue.
A idéia veio quando o médico do paciente, Gero Hutter, pensou na possibilidade de realizar um transplante de medula utilizando como doador o portador de uma rara mutação genética que o torna naturalmente resistente ao HIV. O suposto sucesso do transplante ainda é questionado por grande parte da comunidade médica, que espera confirmar os resultados dentro de dez anos.
Os resultados positivos do uso de células tronco adultas não desencoraja a pesquisa com o material embrionário. Para Andrea Mantesso, "os cientistas insistem nas células embrionárias porque elas têm um potencial imenso e ainda nem sabemos tudo que essas células podem nos proporcionar, mas já sabemos que elas são muito versáteis. Então, precisamos estudá-las em profundidade para poder não só entender seu verdadeiro potencial, mas também para entender sua natureza e comportamento. Essas respostas serão importantes tanto na área de células tronco, como também para melhor esclarecimento sobre o desenvolvimento humano, envelhecimento e várias doenças", conclui.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4858304-EI8147,00-Medicina+usos+das+celulastronco+vao+da+aids+a+dor+de+dente.html

Igreja Católica desliga-se de hospital dos EUA por aborto que salvou uma mulher

O St. Josephs Hospital já recebeu este ano 40.000 pacientes


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Um hospital norte-americano em Phoenix perdeu a sua ligação à Igreja Católica por ter realizado um aborto que salvou a vida da mãe. O bispo católico Thomas Olmsted considerou que a realização do aborto a uma mulher que estava grávida de 11 semanas foi moralmente errada.
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O St. Joseph Hospital em Phoenix deixou assim de ser considerado uma instituição católica, anunciou o bispo de Phoenix, citado pelo diário britânico "Guardian". O estabelecimento hospitalar foi fundado há 115 anos por freiras católicas.

O aborto foi realizado em Novembro de 2009 a uma mulher de cerca de 20 anos a quem foi diagnosticada uma elevada pressão arterial que não tinha sido detectada antes da gravidez. Vários exames demonstraram que o estado de saúde se deteriorou de forma significativa durante as primeiras semanas de gestação. Órgãos vitais como o coração e os pulmões estavam a ser afectados e os médicos consideraram que a vida da paciente estava em risco, adiantou o "Guardian". A equipa de médicos chegou mesmo a informá-la que o risco de morte se aproximava dos 100 por cento se avançasse com a gravidez.

Depois de ouvida a paciente e a família, os médicos decidiram interromper a gestação. A directora do hospital, Linda Hunt, defendeu que a decisão “foi consistente com os valores da dignidade e da justiça”. E adiantou: “Se estamos perante uma situação em que a gravidez ameaça a vida de uma mulher, a nossa prioridade é salvar os dois. Mas se isso não for possível iremos sempre salvar a vida que podemos salvar, e foi isso que fizemos neste caso.”

O bispo Olmsted discordou desta posição. Consultou o comité de doutrina da conferência norte-americana de bispos católicos, que faz uma distinção entre abortos directos que nunca são justificáveis e abortos indirectos que acontecem acidentalmente no decorrer de procedimentos médicos para salvar a vida da mãe, e foi considerado que a situação em causa se tratara de um aborto directo, adiantou o "Guardian".

“O bebé estava saudável e não havia problemas com a gravidez. No entanto, a mãe tinha uma doença que precisava de ser tratada. Mas em vez de tratar a doença, o St. Joseph decidiu que o bebé saudável de 11 semanas deveria ser morto directamente. Isso é contrário aos ensinamentos da Igreja”, disse Olmsted, citado pelo diário britânico.

O St. Joseph Hospital tem 697 camas e uma equipa de 5000 pessoas. Este ano já admitiu cerca de 4000 pacientes, é especialmente reconhecido pelos seus departamentos dedicados à doença de Parkinson e de neurocirurgia e habitualmente é classificado como um dos 10 melhores hospitais norte-americanos.

Como não é financiado pela Igreja católica, o hospital continuará a funcionar normalmente, adiantou o "Guardian". Mas deixará de haver actos religiosos neste estabelecimento de saúde.
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http://www.publico.pt/Mundo/igreja-catolica-desligase-de-hospital-dos-eua-por-aborto-que-salvou-uma-mulher_1472180

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Efetivar o Estado laico

A Constituição estabeleceu um Estado no qual as liberdades de crença e culto são garantidas e a separação entre Estado e instituições religiosas é definida expressamente. Na prática, porém, a permissividade da política com a religião ainda é uma realidade a ser enfrentada

Por Túlio Vianna
O monoteísmo não é nada democrático. A crença em um deus único pressupõe a negação da existência do deus do vizinho. Pior: pressupõe que os mandamentos do seu deus são mais justos que os do deus do vizinho. E é natural que todos aqueles que se arroguem o direito de falar em nome deste deus único e todo-poderoso não primem muito pelo pluralismo. Quem ousaria contestar alguém que fala em nome de um deus onipotente, onipresente e onisciente?

A história está repleta de casos de políticos que sustentaram seu poder em nome de Deus. A teoria do “Direito Divino dos Reis”, em voga no século XVII, deu a Luiz XIV a necessária fundamentação ideológica para tornar-se o maior monarca absolutista da França: “L`État c`est moi” (O Estado sou eu) é a frase que melhor sintetiza o poder do mandatário de Deus na Terra.

No século seguinte, a mão de Deus não evitou que as cabeças de seus representantes na Terra rolassem e só então os ideais iluministas de separação entre direito e religião começaram a prevalecer. Nascia, assim, a concepção de um Estado laico que viria a nortear as democracias ocidentais até hoje.

No Brasil, durante todo o Império, o catolicismo continuou sendo a religião oficial, e as demais eram apenas toleradas (art.5º da Constituição de 1824). Como Estado confessional, o imperador antes de ser aclamado jurava manter aquela religião (art.103) e cabia a ele nomear os bispos (art.102, XIV). Somente com a proclamação da República, o Brasil se tornou um Estado laico, garantindo assim a separação entre Estado e religião (art.72, §3º a 7º da Constituição de 1891).

A atual Constituição brasileira de 1988 não deixa dúvidas quanto ao caráter laico de nosso Estado, garantindo expressamente a liberdade de crença, a liberdade de culto e a liberdade de organização religiosa (art. 5, VI da CR) e estabelecendo claramente a separação entre Estado e religião (art.19, I, da CR).

E “nunca antes na história deste país” esta separação entre direito e religião foi tão importante. Com a expansão das religiões neo-pentecostais nos últimos anos, o catolicismo, que sempre foi francamente majoritário no Brasil, começou a perder espaço e os brasileiros começaram a deparar com os problemas típicos do pluralismo religioso.

Divergências de crenças de um povo 90% cristão

Pesquisa Datafolha de maio de 2007 mostrou que 64% dos brasileiros se declaram católicos, 17% evangélicos pentecostais ou neo-pentecostais, 5% protestantes não pentecostais, 3% espíritas kardecistas, 1% umbandistas, 3% outra religião e 7% sem religião.

Poderíamos simplificar estes números e afirmar que o Brasil é um país 90% cristão, mas, na verdade, estas religiões divergem sobre pontos significativos de suas doutrinas, a começar por católicos e protestantes. Para os protestantes, a Bíblia é a única fonte de revelação de Deus e eles tendem a interpretá-la em sentido mais literal. Já os católicos acreditam também na Sagrada Tradição, isto é, nos ensinamentos orais transmitidos pelos cristãos ao longo dos séculos, como complementares ao texto bíblico. Daí surgem diferenças importantes: católicos adoram os santos e Maria, mãe de Cristo; os protestantes, não. Os católicos reconhecem o Papa como líder espiritual e acreditam nos sete sacramentos como instrumento para sua salvação; os protestantes creem que somente a fé em Jesus é capaz de salvá-los. Católicos interpretam o livro do Gênesis, que narra a história de Adão e Eva, como uma metáfora; alguns protestantes o interpretam literalmente e defendem o ensino do criacionismo na escola.

Mas há diferenças significativas também entre as Igrejas Protestantes históricas (Batistas, Luteranos, Presbiterianos, Metodistas e outras) e as Pentecostais (conhecidas no Brasil como evangélicas). A principal delas é a de que os pentecostais acreditam que o Espírito Santo continua a se manifestar nos dias de hoje, por meio das práticas de curas milagrosas, profecias e exorcismos, entre outras.

Há diferenças substanciais também entre o Pentecostalismo Clássico (Assembleia de Deus, Congregações Cristãs, Deus é Amor e outras) e o Movimento Neo-Pentecostal (Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Renascer em Cristo e outras). A primeira delas é visível: os pentecostais clássicos se vestem com roupas bastante formais por imposição das Igrejas: homens de terno; mulheres de saias longas e cabelos compridos. Outros usos e costumes rígidos normalmente são impostos aos fiéis, como por exemplo, não assistir à TV e não praticar esportes e, para as mulheres, não se depilar ou usar anticonceptivos. O conservadorismo é a tônica da doutrina pentecostal clássica, que se baseia no ascetismo e no sectarismo. Já os neo-pentecostais são bem mais liberais, não se vestem de forma determinada e têm como principal foco a Teologia da Prosperidade, que propugna que os fiéis têm o direito de desfrutar uma vida terrena com saúde e riquezas materiais. Para tanto, precisam demonstrar sua devoção a Deus doando suas economias de modo a se tornarem credores de Deus em uma dívida que será paga com a concessão das dádivas divinas. O sacrifício ascético do corpo é substituído por um sacrifício econômico em honra de Deus.

Finalmente, os neo-pentecostais têm uma divergência inconciliável com os espíritas. Ambos creem em manifestações sobrenaturais na vida cotidiana. Os espíritas acreditam na reencarnação e creem que estas manifestações são causadas por espíritos de pessoas comuns que faleceram e ainda não reencarnaram. Já os neo-pentecostais não acreditam em reencarnação e nem na possibilidade de os mortos se comunicarem com os vivos. Para eles, estes espíritos são na verdade manifestações do demônio e, portanto, precisam ser combatidos. Daí o motivo de tanta hostilidade entre evangélicos e espíritas: enquanto estes creem na possibilidade de conversar com os espíritos de parentes e amigos já falecidos, aqueles os acusam de conversar com demônios.

Neste contexto fervilhante de crenças, nada mais natural que se retomem as discussões sobre a importância do Estado laico. Enquanto o Brasil era um país com população quase que exclusivamente católica, a maioria simplesmente impunha suas crenças sobre a minoria que, de tão pequena, não levantava sua voz para lutar pelo Estado laico.

Basta ver os crucifixos afixados nas paredes dos tribunais e órgãos públicos brasileiros. Se até então o símbolo do predomínio católico em nossos tribunais só incomodava à pequena minoria não-cristã da população, atualmente muitos protestantes já se insurgem contra ele. Infelizmente, em 2007, o Conselho Nacional de Justiça decidiu que os crucifixos nos tribunais não violam o princípio constitucional da laicidade, por se tratar de um costume já arraigado na tradição brasileira. Com este simplório argumento, os conselheiros do CNJ justificariam até mesmo a escravatura que, quando foi abolida em 1888, ainda era costume no Brasil. Se costume fosse fundamento jurídico para justificar o próprio costume, as mulheres ainda teriam que se casar virgens, não haveria o divórcio e o adultério ainda seria crime. Fato é que tribunais e órgãos públicos são mantidos com dinheiro público e não devem expressar as crenças pessoais de seus dirigentes. Os crucifixos não são, pois, apenas um símbolo do predomínio católico, mas antes de tudo de uma apropriação privada da coisa pública para a manifestação de crenças pessoais.

Ensino religioso nas escolas públicas

A questão atualmente mais polêmica que decorre do princípio constitucional da laicidade é a do ensino religioso, de matrícula facultativa, nas escolas públicas, previsto expressamente no art.210, §1º, da Constituição Brasileira.

O Acordo Brasil-Vaticano (Decreto 7.107/10) que em seu art.11, §1º, prevê “o ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas” provocou imediata reação da sociedade civil ao colocar em risco a igualdade de tratamento entre as religiões. A constitucionalidade do dispositivo está sendo contestada atualmente no Supremo Tribunal Federal (ADI 4.439) pela Procuradoria-Geral da República, que defende corretamente que o ensino religioso no Brasil deva ser não-confessional, limitando-se, pois a um apanhado teórico da diversidade de religiões existentes em nosso país.

Melhor seria, porém, que o Estado deixasse cada família decidir sobre a melhor formação religiosa de seus filhos, matriculando-os em cursos fornecidos pelas próprias Igrejas e outras instituições religiosas. Uma emenda constitucional que abolisse o ensino religioso nas escolas públicas resolveria de vez a controvérsia relegando a formação religiosa para a esfera exclusivamente privada.

A meta do Estado laico

O Estado laico ainda é uma meta a ser perseguida pelo Direito brasileiro. Se na questão dos crucifixos e do ensino religioso, a manifestação de cristãos não-católicos tem sido decisiva para colocar em pauta os debates, as violações do princípio da laicidade tendem a ser menosprezadas quando há consenso entre católicos e protestantes.

Veja-se, por exemplo, o art.79, §1º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que prevê que “a Bíblia Sagrada deverá ficar, durante todo o tempo da sessão, sobre a mesa, à disposição de quem dela quiser fazer uso”. Se o Estado é de fato laico e a religião não deve ser fundamento da elaboração das leis, qual sentido há neste dispositivo? Se o deputado é cristão, que compre sua própria Bíblia e a leve consigo.

O nome do deus monoteísta tem sido usado sem maiores pudores na esfera pública, sob o argumento de que contemplaria todas as religiões. Alega-se que o preâmbulo da Constituição de 1988 se refere expressamente à “proteção de Deus” e, portanto, o ateísmo estaria excluído da liberdade de crença. Trata-se de um falso fundamento jurídico, já que o preâmbulo, por sua própria definição, é o texto que antecede a norma e, portanto, não faz parte dela. Em suma: não tem qualquer valor normativo.

A liberdade constitucional de crença é também uma liberdade de descrença, e ateus e agnósticos também são cidadãos brasileiros que devem ter seus direitos constitucionais respeitados. O mesmo se diga em relação aos politeístas, que acreditam em vários deuses e não aceitam a ideia de um deus onipotente, onisciente e onipresente.

Um bom exemplo do uso do nome de Deus com violação do princípio da laicidade é a expressão “Deus seja louvado” no dinheiro brasileiro. Como não incomoda à maioria da população, acaba sendo negligenciada em detrimento dos direitos constitucionais dos ateus, agnósticos e politeístas, que ainda não são bem representados no Brasil. Já se vê, porém, algumas destas expressões riscadas à caneta nas notas brasileiras, o que é uma clara manifestação de descontentamento com o desrespeito à descrença alheia.

O paradoxal desta menção de Deus no dinheiro brasileiro é que a Bíblia narra (Mateus: 22, 21) uma passagem na qual Jesus rechaça uma tentativa de uso político de seus ensinamentos e reconhece a importância do Estado laico, referindo-se justamente à moeda romana: “Dai o que é de César a César, e o que é de Deus, a Deus”. Das duas, uma: ou o Deus cristão mudou de ideia nestes últimos dois mil anos ou seus representantes na Terra andam excedendo os limites da procuração por Ele outorgada.
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http://www.revistaforum.com.br/noticias/2010/12/20/efetivar_o_estado_laico/

Fundador do WikiLeaks acusa EUA de promoverem novo tipo de tirania

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, acusou nesta quarta-feira os Estados Unidos de promoverem "um novo tipo de tirania, censura privada e 'macartismo' digital", em entrevista ao canal americano "MSNBC" feita na cidade inglesa de Norfolk.

Responsável pelo site que vem vazando milhares de correspondências diplomáticas secretas dos EUA, o ativista australiano, de 39 anos, disse, no entanto, que cada vez mais uma "maioria silenciosa" está se organizando para combater a tirania americana.

Assange afirmou que Washington está tentando tirar o WikiLeaks do foco da imprensa para excluir o site das proteções da Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que defende a liberdade de imprensa e que, segundo ele, vale para "todas as publicações".

O homem que conseguiu irritar e constranger a diplomacia dos Estados Unidos pediu a todos os jornalistas que se unam para proteger os direitos da imprensa. Segundo ele, aqueles que apoiam a perseguição contra o WikiLeaks "serão os próximos" alvos de Washington.

"Você tem uma instituição como o Departamento de Estado, conectado ao Pentágono e à CIA (central de Inteligência americana), que é capaz de responder rapidamente e difundir seus interesses a todo o mundo", manifestou Assange. "No entanto, a realidade é que a maior parte das pessoas não veem as coisas como eles".

Perguntado sobre seus maiores críticos no Partido Republicano dos EUA, como a ex-governadora do Alasca Sarah Palin e o ex-governador de Arkansas Mike Huckabee, o fundador do WikiLeaks respondeu que são "nada mais que outros idiotas querendo se aproveitar de um nome".

Palin se referiu recentemente a Assange como um ativista "antiamericano com sangue em suas mãos", e "não um jornalista", e o comparou ao "editor da revista da Al Qaeda 'Inspire'".

Por sua vez, Huckabee qualificou o ativista australiano de "traidor" e destacou que "qualquer coisa menor que a execução é uma punição leve demais" para ele.

"A definição de terrorismo é um grupo que usa violência para fins políticos, mas durante nossos quatro anos de trabalho, ninguém ficou ferido fisicamente e, por isso, nós fizemos", respondeu Assange a essas acusações.

"O que vemos são ameaças constantes pedindo meu assassinato ou que me sequestrem. Essa sim é a definição de terrorismo", acrescentou o australiano. Para ele, essas pessoas "deveriam ser acusadas de incitar ao assassinato".
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http://www1.folha.uol.com.br/mundo/849957-fundador-do-wikileaks-acusa-eua-de-promoverem-novo-tipo-de-tirania.shtml

WikiLeaks - Translations 31 languages - Julian Assange

Humor ateu - Mulher do Padre

Os mitos que inspiraram a Bíblia

A professora Christine Hayes da Universidade Yale explica, entre outras coisas, que o Antigo Testamento tem suas origens na cultura e na literatura da região onde os israelitas viviam. Eles foram inspirados por obras literárias da época e assumiram isso como sua própria concepção do mundo e da humanidade.
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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Estudo: filhotes fêmeas de chimpanzé "brincam de boneca"

Antes de terem seus próprios filhotes, fêmeas de chimpanzé parecem "brincar de boneca" com pedaços de pau, carregando-os como se fossem seus filhos



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Cientistas americanos dizem que filhotes fêmeas de chimpanzés parecem tratar pedaços de pau como bonecas, carregando-os consigo até terem seus próprios filhotes. Os pesquisadores, da universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts, e do Bates College, em Lewiston, Maine, dizem que filhotes machos se comportam dessa forma com muito menos frequência.
O estudo, publicado pela revista científica Current Biology, é o primeiro a obter evidências de espécies não humanas, selvagens, brincando com bonecas rústicas. O trabalho também é o primeiro a observar diferenças na escolha de brinquedos por animais selvagens de sexos diferentes.
Os especialistas acreditam que o comportamento observado pode ser um indício de que a diferença na forma como meninos e meninas brincam teria um fundo genético - ou seja, as crianças não estariam simplesmente imitando o comportamento de outras.
Biologia
Os cientistas especulam que o hábito de brincar com bonecas, entre os humanos, poderia ter origem no hábito de carregar objetos entre os primeiros macacos. "Em humanos, há diferenças marcantes na forma como crianças de sexos diferentes brincam com brinquedos, e elas são incrivelmente similares em diferentes culturas", disse a bióloga Sonya M. Kahlenberg, do Bates College. "A socialização por adultos e outras crianças tem sido vista como a explicação principal, mas nosso estudo sugere que a biologia pode ter também um papel importante nas preferências por determinadas atividades", completou.
Bonecas
Kahlenberg e o biólogo Richard W. Wrangham, de Harvard, passaram 14 anos observando o comportamento de chimpanzés no Kibale National Park, em Uganda, na África. Eles identificaram mais de cem exemplos de animais carregando pedaços de pau. Em muitos casos, as fêmeas filhotes não estavam usando as varetas para procurar comida ou brigar - como os macacos adultos às vezes fazem - ou por qualquer outra razão clara.
Alguns filhotes carregavam as varetas para o ninho para dormir com elas e, em uma ocasião, um filhote construiu um ninho separado para a vareta. "Vimos alguns casos de jovens chimpanzés carregando os pedaços de pau por muitos anos, e como às vezes eles os tratavam como bonecas, queríamos saber se, de maneira geral, esse comportamento representaria algo como brincar com bonecas", disse Wrangham.
"Se a hipótese das bonecas fosse correta, achávamos que as fêmeas deveriam carregar os pedaços de pau mais vezes do que os machos, e que os chimpanzés deveriam parar de carregar as varetas quando tivessem seus primeiros filhotes. Agora, observamos os jovens chimpanzés o suficiente para testar ambos os pontos", falou o cientista. Kahlenberg e Wrangham observaram algumas fêmeas adultas carregando pedaços de pau, mas apenas antes de se tornarem mães pela primeira vez. As evidências apontaram vínculos claros entre as brincadeiras infantis e o comportamento adulto, uma vez que, em 99% do tempo, as fêmeas, e não os machos, carregam os bebês chimpanzés.
"Obviamente, em humanos, os amigos, pais e outros (membros do grupo) têm um papel importante em influenciar as preferências das crianças por diferentes tipos de brinquedos, e o mesmo pode acontecer com os chimpanzés", disse Wrangham.
"Uma das coisas que tornam nossa descoberta tão fascinante é que existe pouca evidência de algo comparável em outras comunidades de chimpanzés. Isso levanta a possibilidade de que os chimpanzés estariam copiando uma tradição local de comportamento. Esse pode ser o caso de influências biológicas e sociais se combinando, completou o pesquisador.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4855879-EI8145,00-Estudo+filhotes+femeas+de+chimpanze+brincam+de+boneca.html

Chico Anysio e deus - Chico Anysio é internado no Rio de Janeiro

Aos 79 anos, o humorista registrou em seu blog a perplexidade diante da velhice, da morte e da existência de Deus


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"Sendo assim, meus amigos, eu deixo à disposição de todos a minha parte de Deus, porque se Ele tem e é tantos 'onis' e o mundo está como está, eu prefiro ficar sozinho”
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O humorista Chico Anysio está internado desde a quarta-feira (10) no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. Ele deu entrada na casa de saúde com hemorragia digestiva, possivelmente provocada pelo rompimento de um pólipo no intestino grosso. E passa por exames para saber se vai precisar ser operado.

Aos 79 anos, o criador de uma das mais extensas galerias de personagens cômicos do teatro, do rádio e da TV no Brasil andou, recentemente, às voltas com um tema sério: a existência de Deus. No dia seguinte à morte de Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães (21 de julho), Chico postou em seu blog um desabafo intitulado Deus? Que Deus?, no qual perguntava: “Que Deus é este que deixa que morra um menino de 18 anos, à espera de começar seu caminho na vida e deixa vivo e solto o animal que o atropelou, o débil mental que faz de um túnel uma pista de corrida e simplesmente arranca da vida um ser bonito, jovem, ansioso por começar a viver, filho de uma mãe maravilhosa, como colega, como amiga e como pessoa?

Em seguida, entabula outras perplexidades. Diz que, se Deus é onisciente, sabia que Rafael teria que morrer naquele dia, naquela hora e daquele modo. E conclui: “Sendo assim, meus amigos, eu deixo à disposição de todos a minha parte de Deus, porque se Ele tem e é tantos “onis” e o mundo está como está, eu prefiro ficar sozinho.”

Chico recebeu uma enxurrada de comentários. Foram mais de cem, no blog do qual chegou a se despedir em maio, alegando que ia viver “apenas com seu amado enfisema”. A maioria, de pessoas dispostas a convencê-lo da bondade divina, e da importância de reencontrar o caminho da fé. Outras tantas, porém, partiram para o ataque. E o humorista postou, no dia 2 de agosto, a resposta que chamou de Bandeira branca, que discorre sobre a velhice e a morte. “Ser velho é doença? É defeito? É imoral? É pecado? Ou será que ser velho é estar apenas vivendo o quarto final da vida?” pergunta. A uma moça que acena com a salvação divina, responde: “Mas me salvar de quê? De ter dedicado 64 anos da minha vida à diversão de pessoas como... como você, por exemplo?”

No final, Chico Anysio se despede, prometendo não mais voltar ao assunto Deus. “Vão com Deus, mas se eu não lhes fizer companhia nesta viagem, não tomem isto como uma ofensa a Deus. É apenas um ponto de vista, e Deus disse que o homem tem o direito ao livre arbítrio. Bandeira Branca, amores, e que Deus esteja conosco.”

Chico tem um especial de fim de ano previsto na TV Globo. Seu quadro é estável, mas ainda não há previsão de alta.
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http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/chico-anysio-e-internado-no-rio-de-janeiro

VULTURE - ABENÇOADO SEJA O HOMEM ATEU - OFFICIAL VIDEO CLIP

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Cientistas japoneses criam rato que canta como um pássaro

Camundongo foi apresentado na Universidade de Osaka, no Japão


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Cientistas japoneses anunciaram nesta terça-feira a criação de um rato que pia como um pássaro, uma "evolução" produzida pela engenharia genética e com a qual esperam lançar novas luzes sobre as origens da linguagem humana.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Osaka, no oeste do Japão, criou o animal como parte do "Projeto Rato Evoluído", no qual os cientistas usam cobaias geneticamente modificadas propensas a mutações. "As mutações são a força motriz da evolução. Cruzamos ratos geneticamente modificados por gerações para ver o que acontecia", disse o coordenador do estudo, Arikuni Uchimura.
"Verificamos os recém-nascidos um por um... Um dia encontramos o que chilreava como um pássaro", disse, esclarecendo que o "rato cantador" nasceu por acaso, mas esse traço será transmitido a futuras gerações. "Surpreendeu-me porque esperava ratos diferentes fisicamente", explicou por telefone, acrescentando que, de fato, com o projeto também foi criado um "rato com extremidades curtas e um rabo mais fino, como o de um cão dacshund".
O laboratório, dirigido pelo professor Takeshi Yagi, da Escola de Estudos Superiores de Biociências de Fronteira da Universidade de Osaka, conta atualmente com mais de 100 "ratos cantores" para futuras investigações. A equipe espera que estes animais deem pistas sobre a evolução da linguagem humana.
Os cientistas descobriram que as aves utilizam diferentes elementos sonoros, que emitem juntos, em partes, como as palavras da linguagem humana, e depois "encadeiam" esses pedaços em "canções" sujeitas a certas regras linguísticas.
"Os ratos são mais fáceis de se estudar do que as aves, uma vez que são mamíferos e estão muito mais perto dos seres humanos em termos de estrutura cerebral e outros aspectos biológicos", disse Uchimura. "Estamos vendo como um rato que emite novos sons afeta os do mesmo grupo... em outras palavras, se tem conotações sociais", disse, acrescentando que os comuns emitem guinchos, principalmente quando estão estressados.
Levando-se em conta que os ratos mutantes piam mais ou menos forte quando colocados em ambientes diferentes, ou quando os machos se acasalam com as fêmeas, seus gorjeios "podem ser uma espécie de expressão de suas emoções ou condições físicas", explicou Uchimura.
A equipe descobriu que os ratos normais que cresceram com os cantadores emitiam menos ultrassons que outros, podendo indicar que os métodos de comunicação podem ser propagados no mesmo grupo como um dialeto. "Sei que é uma possibilidade remota e muitos dirão que é 'absurda', mas tenho a esperança de, um dia, criar um Mickey Mouse", afirmou, brincando.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4855071-EI8147,00-Cientistas+japoneses+criam+rato+que+canta+como+um+passaro.html

Evolucionismo. Qual a verdadeira origem da VIDA?

Qual a verdadeira origem da vida???
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Madri abre seu primeiro clube privado para consumo de maconha

Pedro Álvaro Zamora García é o presidente do clube privado aberto em Madri



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Começou a funcionar há cerca de um mês em Madri, na Espanha, o Private Cannabis Club, o primeiro clube privado de consumo de maconha da cidade. Em poucas semanas, o grupo já reúne mais de 100 sócios com idades entre 18 a 70 anos que recorrem à sede para fumar tranquilamente sua cota mensal.
Para ser sócio é preciso ser maior de idade, passar por uma entrevista e pagar 10 euros por mês (o equivalente a R$ 23) para poder consumir um máximo de 50 gramas de maconha por semana. A maioria das pessoas vai ao clube apenas para se divertir, mas há também aqueles que usam a maconha de forma terapêutica.
Com quase 900 m², o Private Cannabis tem a maior sede de associação deste tipo em toda a Espanha, com muito espaço para o lazer. São salas com sofás, TVs com canais a cabo, vídeogame, pebolim, bilhar, um bar e restaurante com forno para pizza. "Nós queríamos, mais que um lugar só para fumar, um espaço de ócio com um bom restaurante para que as pessoas não precisassem sair da sede para comer depois de fumar", diz o presidente Pedro Álvaro Zamora García. Além de um cardápio comum a qualquer restaurante, no bar são vendidos brownies, biscoitos e sobremesas feitas à base de maconha.
Desde 1974, o consumo privado coletivo da droga é permitido no país, mas o clube compra a maconha semanalmente no mercado negro, mesmo não estando de acordo. O comércio de cannabis configura crime. Por isso, o Private Cannabis revende pelo preço que adquire e usa parte da cota paga pelos sócios para a manutenção do espaço.
Entre os sócios está Carlos Gonzalez. Ele recorre ao clube porque prefere não fumar perto dos filhos pequenos. "Explicarei o que é a maconha quando eles tiverem idade para entender, mas espero poder explicar que é uma droga qualquer como o tabaco ou o álcool", afirma.
Outro dos sócios, o venezuelano Paco Puig, que trabalha no bar da sede, diz que o emprego tem lhe tirado a vontade de consumir a droga. "Fico o dia todo aqui e só com o cheiro já perco a vontade de fumar. Às vezes, fumo quando chego em casa, mas não sinto falta. Não sou um viciado", diz.
Na família de Puig, ele e o irmão fumam maconha. Embora não tenha enfrentado problemas com a família por causa disso, é mais conservador quando o assunto são seus filhos. "Hoje meus filhos são crianças e não fumo na frente deles. Quando chegar a hora, explicarei o que eles quiserem saber, mas não admito que eles fumem antes de terminar os estudos e serem donos de suas vidas, afinal, um adolescente não consegue aprender matemática fumando maconha. Quero que eles sejam algo na vida", diz.
Negócio em expansão
A ideia de abrir um clube privado para consumo de maconha vem se expandindo na Espanha. São dezenas na Catalunha e na região basca, além de muitos em processo de formação em todo o país. Kamamudia, a associação mais antiga, funcionou de 1997 a 2001 com cultivo coletivo de maconha na região basca. Em 2002, a sociedade se desfez e deu origem à Pannagh, em Bilbao, e à Ganjazz, em São Sebastião. A primeira tem 377 sócios e a segunda, 255, mas com metade das vagas para usuários terapêuticos do THC (tetrahidrocanabinol, que é o princípio ativo da maconha). Ambas cultivam a droga para o consumo. "Nosso objetivo é informar as pessoas e ter um lugar para que elas possam consumir maconha de qualidade num local seguro sem ter que recorrer a traficantes", explica Iker Val, presidente da Ganjazz.
Segundo a Federação de Associações Canábicas (FAC), a Espanha tem mais de 2 milhões de consumidores e a principal luta não é a legalização, mas a normatização do uso da maconha no país. "Queremos ter controle sobre a produção e a qualidade e não aumentar o consumo para ter mais lucro, como é o caso do comércio do tabaco e do álcool. Com as associações que criam os clubes privados a situação está mudando radicalmente porque os consumidores deixam de financiar as máfias, pagam o preço justo e têm mais informação sobre as propriedades do produto que consumem. Além disso, permite que os governos da UE cedam sem mudar as leis já existentes", diz o presidente da FAC, Martín Barriuso.
A lei é a mesma para toda a Espanha, mas há regiões mais tolerantes que outras. Enquanto em basca a pena por portar maconha é o confisco da mesma, em Madri há multas em dinheiro que podem chegar a 1,5 mil euros (o equivalente a R$ 3.390).
Para o madrilenho Carlos Gonzalez, a demora em abrir o primeiro clube na capital espanhola está diretamente relacionada ao exemplo que uma capital deve dar ao resto do país. "A Catalunha e a região basca são duas áreas separatistas, que querem marcar algumas características que justifiquem que são diferentes do resto do país. Aqui em Madri, as pessoas são mais conservadoras. Foi preciso que alguns dessem sua cara à tapa para que conquistássemos esta liberdade. E depois deste primeiro passo, virão outros mais", explica.
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http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4854306-EI8142,00-Madri+abre+seu+primeiro+clube+privado+para+consumo+de+maconha.html

Site chinês vende artigos em pele de gatos e cachorros


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Milhares de artigos fabricados a partir de couro e pele de gatos e cachorros estão à venda em um site chamado Taobao, causando revolta entre os defensores dos animais domésticos, relatou nesta terça-feira o jornal Shanghai Daily.
De acordo com pesquisas realizadas pela agência AFP no Taobao, as calças e os chapéus elaborados com pele de cachorro, populares por sua capacidade de proteger do frio, são os produtos mais vendidos. "Esses produtos estão no Taobao, junto a centena de outros", declarou um porta-voz de Alibaba, matriz do site Taobao.
Segundo os defensores dos animais, o couro e a pelagem são provenientes da caça de animais errantes; alguns têm igualmente a carne consumida no sul do país. "Nós temos voluntários para proteger os animais, mas o controle do governo é insuficiente", segundo Zhai Yining, um responsável da Associação Chinesa de Defesa dos Pequenos Animais citado pelo jornal.
Segundo as regras promulgadas pela Taobao em novembro de 2009, a venda de produtos fabricados a partir de gatos e cachorros é proibida no site. Mas o número de inspetores encarregados de apagar as informações ilícitas não é suficiente, reconheceu um dirigente de Alibaba, que preferiu não se identificar ao jornal.
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http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4854867-EI8143,00-Site+chines+vende+artigos+em+pele+de+gatos+e+cachorros.html

Vivos e mortos compartilham espaço em cemitério de Manila

Famílias inteiras vivem nos casebres erguidos em meio a túmulos do cemitério de Navotas, em Manila


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Viver entre mortos é uma questão de sobrevivência para as famílias filipinas que se amontoam em barracos construídos sobre os túmulos do cemitério de Navotas, em uma das áreas mais pobres de Manila.
Centenas de pessoas moram neste lugar por conta da falta de recursos para encontrar uma vaga no imenso labirinto de favelas que rodeia a capital.
Virgínia, viúva de 51 anos, vive há três décadas sobre uma fila de estruturas de cerca de cinco metros de altura sobre as quais se amontoam dezenas de habitações construídas com tábuas de madeira, lonas e papelão.
Do alto, é possível contemplar as ruas da comunidade delimitadas por fileiras de túmulos e o lixo cobrindo quase toda a área, exalando um cheiro nauseabundo ao qual os moradores parecem ter se acostumado.
"Quando cheguei era pior, havia mais lixo e o mar chegava até aqui. Mudamos para cá porque podíamos ficar perto do mar e ganhar dinheiro. Não havia mais espaço", diz a lavadeira da ilha de Samar, no leste do país.
A área habitada do cemitério é a mais próxima da baía de Manila, que conta com uma das águas mais poluídas do mundo mas que, no entanto, proporciona sustento para milhares de pessoas que trabalham em um porto próximo recolhendo moluscos ou pescando alguma espécie marinha capaz de sobreviver ao ambiente hostil.
Arnold, 22 anos, se mudou para Navotas para ganhar dinheiro para sustentar os três filhos. "É um lugar muito sujo e em algumas semanas, assim que eu economizar o suficiente, volto para minha casa", relata o jovem, que faz coleta de mexilhões.
Enquanto se move com a habilidade de um acrobata pelas fileiras de túmulos, Arnold observa crianças descalças que em meio a uma nuvem de moscas procuram comida em uma montanha de lixo que também é disputada por galinhas e seus pintinhos.
"Algumas vezes aparecem esqueletos de mortos entre o lixo, que pertencem aos túmulos que já foram esvaziados", explica o jovem.
Em um país onde a onipresente religião católica convive com a proliferação de superstições pagãs, o fato de compartilhar o dia a dia com cadáveres não parece inquietar os habitantes da área.
"No começo, quando me mudei, tinha um pouco de medo que tivessem espíritos, mas agora não tenho mais", diz Anna, de 29 anos, que há dois anos se mudou para Navotas para morar com seu marido.
"Prefiro viver aqui porque todo mundo é feliz, tenha dinheiro ou não", avalia a mulher.
A vida cotidiana se assemelha à de todos os outros bairros pobres da capital filipina. Alguns jovens passam as horas jogando basquete, outros se entretêm com partidas de bilhar e de cartas, e as crianças, quando não brincam entre a sujeira, estudam na escola financiada pela Philippine Christian Foundation, uma organização local.
As pessoas que moram em cima dos túmulos são as mais pobres do lugar, que não têm condições de pagar o aluguel de 800 pesos mensais (US$ 18), o custo para construir um barraco em outras áreas do cemitério nas quais o risco de que a casa afunde por conta do peso é menor.
Em uma dessas minúsculas habitações de um só quarto, Inma, de 36 anos, criou seus oito filhos com a ajuda de seu marido, que trabalha como estivador no porto.
Enquanto lava a roupa de outros moradores em troca de alguns pesos, ela explica que seu filho mais velho tem 20 anos e traz dinheiro para a casa com a venda dos peixes que consegue pegar, e como muitos outros de seus vizinhos, assegura que nunca pensou em se mudar.
"A gente se ajuda muito e ninguém é egoísta e é isso que me faz gostar mais de viver aqui, por isso não penso em ir para outro lugar", diz.
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http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4854386-EI8143,00-Vivos+e+mortos+compartilham+espaco+em+cemiterio+de+Manila.html

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cientistas descobrem gene vinculado a 130 doenças cerebrais

Cientistas anunciaram a descoberta de uma série de proteínas que desempenham um papel crítico no desenvolvimento de mais de 130 doenças cerebrais.
O estudo, divulgado no domingo, também ressalta um vínculo surpreendente entre três doenças - inclusive os males de Alzheimer e Parkinson - e a evolução do comportamento humano, afirmaram.
O cérebro humano é um labirinto de milhões de células nervosas especializadas, interconectadas por bilhões de sinais eletroquímicos, denominados sinapses.
Entre estas sinapses estão proteínas que se combinam, formando uma máquina molecular conhecida como densidade pós-sináptica ou PSD (na sigla em inglês), que se acredita que interrompa o funcionamento sináptico, provocando doenças e mudança de comportamento.
Em artigo publicado na revista Nature Neuroscience, Seth Grant, do Instituto Wellcome Trust Sanger, da Grã-Bretanha, conduziu uma equipe que extraiu as PSDs das sinapses de pacientes que se submeteriam a cirurgia cerebral.
"Nós descobrimos que 130 doenças cerebrais se vinculam com a PSD, muito mais que o esperado", disse Grant. "A PSD humano está no estágio central de um largo espectro de doenças humanas que afetam milhões de pessoas", acrescentou.
Além de problemas comuns e neurodegenerativas debilitantes, estas doenças incluem epilepsias e doenças do desenvolvimento infatil, como o autismo.
As PSDs identificadas até agora vêm das combinações de 1.461 proteínas, cada uma codificada por um gene separado.
"Nós agora temos uma lista abrangente de 1.000 suspeitas", acrescentou Jeffrey Neobels, professor do Baylor College de Medicina, no Texas, em comentário no estudo.
"Cada sétima proteína nesta relação está vinculada a uma doença clínica conhecida e cerca da metade é reincidente", acrescentou.
As descobertas abrem alguns novos caminhos para o combate a estas doenças, inclusive melhores diagnósticos, afirmaram os autores.
Para ajudar a acelerar esta meta, os cientistas divulgaram todos os dados em domínio público e criaram o primeiro "mapa do caminho molecular" para as sinapses humanas, demonstrando como as proteínas e as doenças se interconectam.
"Também podemos ver caminhos para desenvolver novos testes de diagnósticos genéticos e ajudar os médicos a classificar as doenças cerebrais", afirmou Grant.
O estudo também revelou, de forma inesperada, que as proteínas nas PSDs têm profundas raízes evolutivas e desempenham um papel indireto em comportamentos cognitivos tais como leitura e memória, emoção e humor.
Em comparação com outras proteínas codificadas por genes, as proteínas PSD evoluem muito lentamente. "A preservação da estrutura destas proteínas sugere que os comportamentos governados pela PSD e as doenças associadas a elas não mudaram muito ao longo de milhões de anos", disse Grant.
O estudo também demonstra que as sinapses em roedores são mais similares às dos humanos do que se pensava anteriormente, sugerindo que camundongos e ratos são bons modelos para examinar doenças cerebrais humanas, acrescentou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças e distúrbios cerebrais são a causa principal de incapacidade médica no mundo desenvolvido.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4853210-EI238,00-Cientistas+descobrem+gene+vinculado+a+doencas+cerebrais.html