Pôster do filme “Criação” (Creation) - baseado no livro “Annie’s Box”, escrito por Randal Reynes, tataraneto de Charles Darwin, o criador da teoria da evolução.

terça-feira, 31 de maio de 2011

EVOLUÇÃO - Sexo

Parte 1. http://youtu.be/iiAW_mJ-m-g
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Parte 2. http://youtu.be/-HCxRxBYXWQ
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Parte 3. http://youtu.be/S3fSA50pyrY
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Parte 4. http://youtu.be/y0R28fHEYLQ
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Parte 5. http://youtu.be/yVhuFRy95GA
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EVOLUÇÃO - Olhos

Parte 1. http://youtu.be/CCQ6sP5RR1k
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Parte 2. http://youtu.be/yyj5hjBPlB4
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Parte 3. http://youtu.be/hA4GxyxuklQ
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Parte 4. http://youtu.be/gMFWrJgS2pQ
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Parte 5. http://youtu.be/yyj5hjBPlB4
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domingo, 29 de maio de 2011

Neil Tyson deGrasse fala sobre OVNIs e o argumento da ignorância - legendado PT-BR

Pat Condell - Você irá voltar-se para Deus (You'll turn to God) - Legendado PT - BR

Re: Resposta ao Video DEUS NÃO EXISTE - Provando Biblicamente

Marcha da Maconha reúne 500 manifestantes em Florianópolis

Centenas de pessoas participaram da Marcha da Maconha à beira-mar em Florianópolis


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Centenas de pessoas participaram da Marcha da Maconha na tarde deste sábado em Florianópolis (SC). Segundo os cálculos da Guarda Municipal, cerca de 500 manifestantes participaram do ato promovido na mais movimentada avenida da capital catarinense, a Beira Mar Norte.
O grupo se reuniu durante a tarde em um trapiche e logo depois seguiu em caminhada por cerca de 4 km. Os representantes do Instituto da Cannabis, organização formada por estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina, defenderam a descriminalização da droga e citaram o uso da maconha para produção de produtos como roupas e medicamentos.
Durante a marcha, os manifestantes carregaram faixas e cartazes com dizeres como "Legalize a Paz" e "Quem planta não compra". Em todo o trajeto, eles cantaram e pediram que a presidente Dilma Rousseff (PT) legalize a maconha. Ao contrário de São Paulo, onde ocorreu confronto com policiais militares na semana passada, a manifestação em Florianópolis foi tranquila e recebeu apoio de muitos motoristas que passavam pelo centro da cidade.
Entre os participantes da Marcha da Maconha, estava o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Orlando Zaccone. Ele, que integra um movimento internacional de "homens da lei" que apoiam a descriminalização da erva, afirmou que a repressão não seria suficiente para acabar com o narcotráfico.
"Mesmo com a repressão, cada vez mais drogas são oferecidas à sociedade. Essa política não tem resolvido o problema", disse. "A violência não é produzida pela droga e sim pela proibição. A legalização é o verdadeiro controle, a proibição é o descontrole total".
A Marcha da Maconha em Florianópolis foi alvo de muita polêmica e só foi realizada após uma autorização da Justiça de Santa Catarina. O deputado estadual Ismael do Santos (DEM), tentou impedir a realização do ato e solicitou uma liminar. A juíza Maria Paula Kern rejeitou o pedido do parlamentar na última quinta-feira
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http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5155238-EI8139,00-Marcha+da+Maconha+reune+manifestantes+em+Florianopolis.html

sábado, 28 de maio de 2011

Padres, Orgias e Baladas



Livro escandaliza ao expor a rotina de sacerdotes que frequentam festas e saunas, engravidam mulheres e patrocinam abortos.

De noite, orgias, festas e bebedeiras. De dia, missa, confessionário e oração. De noite, jeans, pele bronzeada à mostra e gel no cabelo. De dia, batina, estola e ascetismo. É assim a rotina de um sem-número de padres católicos que vivem uma vida dupla nas grandes capitais do mundo, Roma inclusive. Pelo menos é isso que garante, com vídeos, fotos e descrições dolorosamente ricas, um dossiê em forma de livro e site lançado em abril, na Europa. Batizado de “Sex and the Vatican”, uma alusão ao seriado “Sex and the City” – que conta as aventuras sexuais de quatro mulheres em Nova York –, a obra detalha orgias entre sacerdotes gays e seus amantes e conta histórias de religiosos que engravidam mulheres, compram, com dinheiro da Igreja, o silêncio das mães e, em alguns casos, até bancam seus abortos. Já em sua segunda edição na Itália e na França, “Sex and the Vatican – Viaggio Segreto Nel Regno Dei Casti” (Ed. Piemme) (“Sexo e o Vaticano – uma viagem secreta no reino dos castos”, sem tradução no Brasil) está em via de ser publicado em inglês enquanto versões em espanhol e português são negociadas. “Não faço campanha contra a Igreja”, justifica Carmelo Abbate, jornalista e autor da obra. “Ela é que se complica quando se recusa a admitir que coisas comso essas acontecem dentro da instituição”, explica
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Assista ao vídeo em que o jornalista João Loes fala sobre sua reportagem a respeito da sexualidade de padres da Igreja Católica. Confira também cenas reais em que os sacerdotes são flagrados em baladas e orgias
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Abatte resolveu escrever o livro depois do sucesso de uma matéria que publicou em julho de 2010 na revista “Panorama”, a semanal de maior prestígio da Itália. Nela, o foco eram os padres homossexuais. Detalhes inéditos dessa apuração abrem o primeiro capítulo do livro (leia trechos nos destaques). Mas o grosso da obra mergulha em um submundo que revela desvios do sacerdócio bem mais chocantes do que a homossexualidade. Na Índia, por exemplo, o autor descobriu o caso de um padre que estuprava, sistematicamente, as freiras de sua missão. Muitas ficaram grávidas, algumas abortaram por pressão do religioso e da missão e outras morreram durante processos toscos para interromper a gravidez. As missionárias que reclamavam eram transferidas para obras em outros países. Histórias semelhantes foram ouvidas pelo jornalista nos Estados Unidos, na Inglaterra e na Irlanda.

“O fenômeno é mundial e inclui o Brasil”, garante ele, que ainda não descobriu nenhum caso com provas irrefutáveis no País.
Esse tipo de comportamento é tão comum que existem associações para dar auxílio às amantes e aos filhos de padres em diversos países. Abbate, por exemplo, arrolou nove delas em seu livro. Uma é a Bethany, coordenada pelo ex-padre irlandês Pat Buckley. A instituição, sediada em Dublin, dá assistência a pelo menos 120 mulheres que são não só amantes de sacerdotes como também mães de seus filhos. Há casos de mulheres com mais de dez crianças, muitas criadas com ajuda financeira dada secretamente pelas paróquias dos padres pais. Nos atendimentos a essas pessoas, Buckley descobriu que houve até uma excursão coordenada por padres com o objetivo de levar suas amantes grávidas até Londres para que elas fizessem abortos, proibidos na Irlanda. “São muitos casos como esses, mas, como tudo acontece escondido, é difícil quantificar”, admite. “A Igreja se dispõe a aceitar muita coisa se houver chances de o assunto não virar escândalo”, diz o jornalista.

O caso das orgias gays em Roma, porém, é forte candidato a se tornar um escândalo incendiário. Primeiro, porque foi filmado e as imagens são fortes e reveladoras. Segundo, porque os mesmos padres flagrados em festas bebendo e mantendo relações sexuais com outros homens dizem ter rezado missas em lugares como a Basílica de São Pedro, no Vaticano, e encontrado pessoalmente o papa Bento XVI. Terceiro, porque a população tende a ser menos tolerante com padres homossexuais do que com heterossexuais – o pecado, no caso dos gays, seria duplo. “Ninguém imagina um padre em uma boate gay ”, diz a psicóloga Maria Luiza Macedo de Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana (Sbrash). “Lugar de sacerdote é na igreja e o contraste entre o que é pregado e o que é feito é que choca.” Se depender do Vaticano, porém, o caso, deve passar despercebido. Questionado sobre o lançamento do livro, o órgão se limitou a dizer, por meio de porta-voz, que “não pode reagir a todos os livros que falam mal da instituição”. No Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse que “não tinha conhecimento do livro e por isso não poderia comentar os temas citados”.

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http://www.istoe.com.br/reportagens/139241_PADRES+ORGIAS+E+BALADAS

A Verdadeira História da Igreja Católica

Professor Egípcio batendo em alunos

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Humor ateu - Santo Darwin

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Lua pode conter tanta água quanto a Terra, revela estudo


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A Lua poderia ter muito mais água do que o imaginado, talvez tanta quanto a Terra, uma descoberta que lança dúvidas sobre a formação do satélite, revela um estudo divulgado esta quinta-feira nos Estados Unidos.

Durante muito tempo acreditou-se que a Lua fosse um local seco e poeirento até que, há poucos anos, descobriu-se água pela primeira vez.

Agora, cientistas das universidades Case Western Reserve e Brown acreditam que no interior da Lua haja cem vezes mais água do que se pensava inicialmente
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/921297-lua-pode-conter-tanta-agua-quanto-a-terra-revela-estudo.shtml

"Tornar-se ateu exige reflexão", afirma autor de "Ímpio"



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"Ímpio", do jornalista (e ateu) Fábio Marton é a história de uma vida religiosa, de sua peregrinação pelo evangelho e a libertação final (no caso, expulsou outros tipos de "incômodos").

Acostumado a grandes reportagens, o autor narra de forma envolvente e bem-humorada seus traumas e ousadias, das questões familiares até o pensamento cético que, de certa forma o tranquilizou, ao mesmo tempo que gerou maus olhados por parte de outros.

"A última notícia é que um tio meu por lado de mãe, a parte católica da família, estava lendo, não me disseram o que achou", revela.

Narrado em primeira pessoa, a obra ainda traz curiosos "recortes" em páginas negras, que remetem pensamentos antigos e constatações cientificas sobre a evolução do homem.

Para o autor, não existe ateu que não tenha buscado conhecimento no campo da ciência ou filosofia. "Existem muitos religiosos afastados ou não-praticantes, mas tornar-se ateu exige reflexão. Os ateus não são todos eloquentes para explicar o que pensam, mas todos tiveram de pensar para chegar lá", destaca.

Em entrevista à Livraria da Folha, Marton fala a razão de ter escrito o livro, de que se incomoda com o fanatismo religioso (o termo "ímpio" se refere justamente a isso, a não se dignar --e mesmo desprezar-- fanatismos religiosos), e ainda analisa o papel da religião na família e na formação de cada indivíduo.

Confira.

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Livraria da Folha- Como surgiu a ideia de escrever o livro? Era algo que o incomodava e precisava compartilhar com o mundo, foi uma oportunidade, ou uma grande reportagem que, por acaso, tem você como personagem principal?

Fábio Marton - Foi mais eu perceber que tinha uma história para contar, não um trabalho "missionário" como ateu. Eu nunca tentei esconder de ninguém que sou ateu, mas não fazia o tipo militante. Entre jornalistas, aconteceu uma vez de ficarem mais ofendidos por eu não acreditar em horóscopo que por não acreditar em Deus. Eu me dou por satisfeito quando as pessoas seguem ramos mais tolerantes de sua religião, não sinto a necessidade de desconvertê-las. Enfrentar o fanatismo me parece mais urgente e mais realista que enfrentar a religião em si. Mas, a quem me perguntar, eu explico porque acho a religião uma imensa baboseira. E vou reagir quando ouvir uma baboseira maior ainda, como a que quem não tem fé é imoral, ou que criacionismo deva ser ensinado em aulas de biologia.

Divulgação

Bastidores de instituições religiosas e o seu processo missionário
Livraria da Folha- Seu histórico familiar tem enorme influência na sua formação até o momento em que se assume ateu. Com certeza, a afirmativa trouxe espanto. Alguém da sua família leu o livro?

Fábio Marton - Eu não disse nada a eles sobre o lançamento do livro, mas havia dito que estava escrevendo. Acabaram descobrindo mesmo assim. A última notícia é que um tio meu por lado de mãe, a parte católica da família, estava lendo, não me disseram o que achou. Um blog evangélico citou meu livro, e tive a impressão que um parente meu apareceu por lá para comentar. Disse que sou ingrato e fracassado, e gastei todo meu dinheiro com bebida e prostituição. Mentira. Eu nunca paguei por prostituição.

Livraria da Folha- O estilo de sua escrita, trazendo referências pops e nerds, pode também despertar o interesse, o debate sobre a religião e sociedade, para um público mais alienado?

Fábio Marton - Não gosto muito dessa palavra, "alienado". Costuma ser sinônimo de quem não concorda com aquele professor ultra-radical do cursinho, o que dizia que a Guerra do Paraguai foi causada pela Inglaterra. Como falei, eu tinha uma história para contar, a história de um adolescente que vivia nesse mundo de referências pop dos anos 80, mesmo sendo crente. Foi uma coisa que surgiu naturalmente, e espero que esse contraste meio bizarro, que existia de verdade em mim, tenha tornado a leitura mais divertida.

Arte

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Livraria da Folha- Aliás, entre o "público alienado", muitos erguem a bandeira de "ateu", sem saber exatamente o que isso quer dizer, pois nunca se interessaram em ler ou discutir sobre as diferentes religiões com colegas. O que acha dessa constatação?

Fábio Marton - Não acho que exista ateu sem educação, não só científica, como também um tanto de filosofia. As crianças costumam ser místicas, enxergando fantasmas e propósitos em todo lugar - você deixa isso para trás quando aprende explicações melhores. Ou você entende as contradições entre as afirmações da fé e do conhecimento, ou é apenas um religioso em férias. Existem muitos religiosos afastados ou não-praticantes, mas tornar-se ateu exige reflexão. Os ateus não são todos eloquentes para explicar o que pensam, mas todos tiveram de pensar para chegar lá.

Livraria da Folha- O papel da família mudou nesse sentido? Ela influencia ainda hoje os jovens? Entende que está também relacionado às diferenças das classes sociais e localizações geográficas brasileiras?

Fábio Marton - Li várias matérias dizendo que é comum as pessoas ficarem em casa até muito tarde na vida hoje em dia, às vezes até os 40 anos. Eu saí de casa cedo, e isso foi importante para mim. Sinto que só comecei a ser quem eu sou hoje nesse momento. De certa forma, é fácil imaginar alguém que dependa dos pais ocultando seu ateísmo, ou mesmo evitando falhar na religião para não ofendê-los, ainda que eu mesmo tenha assumido meu ateísmo antes de sair de casa. A saída da religião não depende da família (exceto, é claro, se a família é quem for não religiosa) mas do que você aprende no mundo exterior. Nisso de classes sociais e regiões, pode ser que abandonar a fé seja mais difícil para quem não tem computador em casa para acessar discussões de ateus ou informações sobre evolução, geologia e filosofia - mas eu também não tive, e nem dinheiro para comprar livros, usava a biblioteca pública e da escola. Talvez a pressão religiosa seja maior em outras regiões do país ou outras classes sociais (minha família transitava entre a B e C e vivia no Sul e Sudeste), mas não vivi isso para dizer até que ponto, e estaria pensando em estereótipos se fosse especular sobre isso.

Livraria da Folha- A ideia das páginas negras é interessante. O que o motivou a destacar as curiosidades ali vistas? Os dados apresentados passaram pelas suas mãos em diferentes épocas de sua vida, ou são leituras mais atuais e que quis apresentar ao público sem "atrapalhar" o texto principal?

Fábio Marton - Algumas coisas que aparecem lá são dúvidas que me ocorreram ainda adolescente, de forma incipiente, que eu reconto com o que conheço hoje. Por exemplo, eu percebi a contradição entre o Pentecostes bíblico e as línguas estranhas, mas não conhecia o trabalho de linguistas na área. Outras são raciocínios completamente novos - eu não havia sido apresentado a São Tomás de Aquino, Pascal ou Leibniz naquela época, meus parentes e os pastores não eram tão sofisticados. A razão de separar essas discussões do resto do livro é que ele não é um tratado de argumentos contra religião, como Deus, um Delírio - alias, um tratado excepcional, que eu não havia lido ainda ao escrever o livro. Ímpio é uma narrativa em primeira pessoa. Não dá para comparar meu livro com o de Richard Dawkins, mas talvez dê para comparar com os de Dan Barker, ex-pastor que se tornou ateu em 1984.

Livraria da Folha- Sendo ateu, você encara a vida, e a morte, de uma forma diferente?

Fábio Marton - Certamente. Se a vida é sua única chance, você precisa fazer o melhor possível dela. E isso causa, sim, ansiedade, de não estar indo tão bem assim - mas aprendi um truque com meu avô pastor, que cito no epílogo do livro. Já a morte deve ser mais tranquila para mim que para o cristão, porque não acredito que serei julgado. Será simplesmente como aquela tarde de 31 de maio de 1399. Como foi a sua? Você sofria por não existir? Pois a tarde de 31 de maio de 2199 será igual
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http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/921137-tornar-se-ateu-exige-reflexao-afirma-autor-de-impio.shtml

Paleontólogos do Marrocos encontram fóssil de criatura estranha

Ilustração artística de criatura marinha; fósseis indicam que corpo segmentado deve ter ajudado-a a respirar



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Um grupo de paleontólogos encontrou o fóssil de um predador marinho que teria vivido entre 488 milhões e 472 milhões de anos atrás.

A criatura _ Anomalocaris_ provavelmente usava os membros da frente, que tinham o formato de duas garras encurvadas, para capturar alimentos.

Ela também possuía o corpo segmentado e filamentos que devem ter servido como guelras na respiração.

A descoberta, feita por uma equipe de Marrocos liderada por Peter van Roy e Derek Briggs, leva os pesquisadores a acreditarem que animais marinhos do período Cambriano seriam maiores e sobreviveriam mais do que se pensava antes.

A pesquisa será publicada na edição de 26 de maio da "Nature" neste mês
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/921325-paleontologos-do-marrocos-encontram-fossil-de-criatura-estranha.shtml

Dezenas de fósseis de insetos são encontrados intactos no Peru

Vinte milhões de anos é o tempo que um conjunto de insetos fossilizados permaneceu conservado em um âmbar



Fósseis de insetos e de algumas aranhas da época geológica do Mioceno estavan incrustados no âmbar


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Vinte milhões de anos é o tempo que um conjunto de insetos fossilizados permaneceu conservado em um âmbar. A descoberta foi anunciada pelo Museu de Paleontologia Meyer Hönninger, na cidade de Chiclayo, no Peru.

Durante uma escavação na bacia do rio Santiago, região amazônica que faz fronteira com o Equador, o paleontólogo Klaus Hönninger encontrou a peça de 12 centímetros --o âmbar é só encontrado no Brasil, na Patagônia argentina e Guiana Francesa.
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Havia vários insetos incrustados que pertencem à epoca geológica do Mioceno, da ordem Psocoptera, Diptera, Coleoptera, Hemiptera, além de algumas aranhas
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/921279-dezenas-de-fosseis-de-insetos-sao-encontrados-intactos-no-peru.shtml

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Cientistas descobrem superestrela mais brilhante que o sol

A "superestrela" VFTS 682 é 150 vezes a massa do sol


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O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) divulgou nesta quarta-feira a imagem de uma "superestrela" isolada, três milhões de vezes mais brilhante que o sol. A VFTS 682, como foi chamada, foi descoberta por um grupo de astrônomos que utilizaram o Very Large Telescope (VLT), um supertelescópio do ESO, na observação da Grande Nuvem de Magalhães - uma galáxia anã satélite que orbita em torno da Via Láctea.
A novidade é que todas as "superestrelas" até agora foram encontradas em aglomerados de estrelas. Para os cientistas permanece a dúvida: esta "superestrela" nasceu isolada ou foi ejetada de um aglomerado? A estrela em questão possui 150 vezes a massa do sol. Os astrônomos faziam um levantamento das estrelas mais brilhantes em torno da Nebulosa da Tarântula, na Grande Nuvem de Magalhães, quando descobriram esta isolada. A "superestrela" se encontra em um berçário de estrelas: uma enorme região de gás, poeira e jovens estrelas que é a mais ativa região formadora de estrelas.
À primeira vista, os cientistas pensavam que a VFTS 682 era uma jovem, brilhante, quente, porém uma normal estrela. Entretanto, com o novo estudo, usando o VLT, descobriu-se que a grande parte da energia da VFTS 682 é absorvida e espalhadas pelas nuvens de poeira antes que chegue à Terra. Assim, conclui-se que a estrela é muito mais luminosa do que imaginavam e está entre as mais brilhantes até agora conhecidas.
A luz vermelha e infravermelha emitidas pela estrela atravessam a poeira, mas o comprimento de onda mais curto (luzes azul e verde) são mais dispersas. Como resultado, a "superestrela" aparece avermelhada - se a visão fosse desobstruída, a VFTS 682 apareceria em um brilhante azul e branco
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5148489-EI301,00-Cientistas+descobrem+superestrela+mais+brilhante+que+o+sol.html

terça-feira, 24 de maio de 2011

Cientistas brasileiros criam dentes com células-tronco

Todo o processo se baseia nas técnicas da chamada engenharia tecidual


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Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) tentam desenvolver dentes a partir de moldes biodegradáveis e células-tronco. Os primeiros experimentos, feitos em ratos, já mostraram resultados positivos e os cientistas conseguiram criar dentes nos animais.
"Não é que os ratos "gerem" dentes", explica a cirurgiã dentista Mônica Duailibi. "Foi possível encontrar incisivos centrais, por exemplo, nas estruturas que nós implantamos. Numa primeira fase, implantamos células num omentum de rato. Omentum é uma película que reveste todas as víceras. Usamos essa estrutura porque ela é extremamente vascularizada e essa vascularização permite a nutrição das células que a gente está implantando", explica.
É nesse molde que as células-tronco são depositadas e nele cresce o dente. "Entretanto, nesses primeiros ensaios, nós não tínhamos o controle da forma do dente, nem do seu volume", diz a pesquisadora.
Trabalhando nas pesquisas desde 2001, Mônica e Silvio Duailibi - que também são professores da universidade - continuaram a desenvolver o projeto até que, em 2008, publicaram os resultados dos implantes que fizeram nas mandíbulas dos animais.
"Esses implantes também foram positivos, mas isso em caráter experimental. Agora nós avançamos nas pesquisas e estamos coletando células de descarte de dentes humanos e processando essas células em laboratório, analisando em quanto tempo elas mineralizam, qual é a estabilidade delas e a saúde destas células. Estamos colocando isso num arcabouço, que tecnicamente se chama de scaffold, na forma de dentes, e estamos implantando isso em animais que não tem imunidade, que é pra não causar rejeição", disse a pesquisadora.
Engenharia tecidual
Todo o processo se baseia nas técnicas da chamada engenharia tecidual, que procura reunir os princípios da biologia com técnicas da engenharia, principalmente a computacional. Com a união das técnicas, é possível elaborar a forma dos dentes e alcançar não só a reparação, mas a regeneração.
"Nós fazemos uma tomografia computadorizada que vai dimensionar volumetricamente a estrutura, que pode ser um molar, pré-molar, canino ou um central, por exemplo. Essas informações são passadas por meio de um software pra um aparelho de prototipagem rápida, também conhecido como fabricação aditiva. Essas informações geram uma estrutura tridimensional", explica a pesquisadora.
Essa estrutura, utilizando material bioreabsorvível ou biocompatível, tem completa aceitação no organismo, fazendo com que as células se amoldem e se diferenciem dentro dela. Após o processo de diferenciação celular, o organismo reabsorve os elementos e deixa a estrutura do dente feita. "Então, com essa estratégia, é possível regenerar dentes, e não mais repará-los, apenas", diz.
Rejeição
A rejeição não é um fator problemático quando o próprio receptor fornece as células. Mas em casos onde isso não é possível, a pesquisadora diz que optaria pela tecnologia já disponível nos dias de hoje, que é a dos implantes metálicos."
A engenharia tecidual só será bem vinda se você conseguir fazer com que o doador e o receptor sejam os mesmos indivíduos, para que não se tenha rejeição. Se você só conseguir células de indivíduos diferentes, você tem que submeter este individuo à drogas imunossupressoras. É como um transplante de órgãos.
"E você vai se deparar com outra situação, que é a dos efeitos colaterais dessas drogas. Então se eu tiver que optar entre reabilitar uma boca e submeter um indivíduo para uma nova terapia, que utilize células diferentes, eu creio que a tecnologia que a gente tem disponível hoje seja melhor que a terapia residual", diz a cirurgiã dentista.
Os cientistas ainda não têm certeza de que o material biológico possa ser devolvido para os indivíduos sem o risco de promover a formação de um tumor, ou de outro tecido que não era o esperado.
"Mas a nossa pesquisa infere que, num futuro, a gente possa devolver para o paciente uma estrutura exatamente igual ao dente original. Ou seja, eu vou implantar lá no interior do osso algo que vai erupcionar como erupcionaria um dente normal. Isso é a esperança de se criar uma terceira dentição para quem precisa, para as pessoas que tenham um problema genético de não ter dentes, ou que os tenham perdido acidentalmente por algum trauma ou doença", diz a pesquisadora
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5141546-EI8147,00-Cientistas+brasileiros+criam+dentes+com+celulastronco.html

Eu, Ateu - Resposta ao Canal CasandoOVerbo - ABORTO

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Chico Xavier é comentado no Atheist Experience #704

O Atheist Experience é um programa produzido pela comunidade ateia de Austin, Texas e nele normalmente são debatidos tópicos sobre Deus e a espiritualidade. Nesse episódio eu liguei porque queria falar um pouco sobre o fenômeno Chico Xavier
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Estudo identifica tribo amazônica que 'não conhece conceito de tempo'

A tribo Amondawa não tem uma palavra equivalente a 'tempo'


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Pesquisadores brasileiros e britânicos identificaram uma tribo amazônica que, segundo eles, não tem noção do conceito abstrato de tempo. Chamada Amondawa, a tribo não tem as estruturas linguísticas que relacionam tempo e espaço - como, por exemplo, na tradicional ideia de 'no ano que vem'. O estudo feito com os Amondawa, chamado "Língua e Cognição", mostra que, ainda que a tribo entenda que os eventos ocorrem ao longo do tempo, este não existe como um conceito separado.
A ideia é polêmica, e futuras pesquisas tentarão identificar se isso se repete em outras línguas faladas na Amazônia. O primeiro contato dos Amondawa com o mundo externo ocorreu em 1986, e, agora, pesquisadores da Universidade de Portsmouth (Grã-Bretanha) e da Universidade Federal de Roraima começaram a analisar a ideia de tempo da forma como ela aparece no idioma falado pela tribo.
"Não estamos dizendo que eles são 'pessoas sem tempo' ou 'fora do tempo'", explicou Chris Sinha, professor de psicologia da língua na Universidade de Portsmouth. "O povo Amondawa, como qualquer outro, pode falar sobre eventos e sequências de eventos", disse ele à BBC. "O que não encontramos foi a noção de tempo como sendo independente dos eventos que estão ocorrendo. Eles não percebem o tempo como algo em que os eventos ocorrem."
Tanto que a tribo não tem uma palavra equivalente a 'tempo', nem mesmo para descrever períodos como 'mês' ou 'ano'. As pessoas da tribo não se referem a suas idades - em vez disso, assumem diferentes nomes em diferentes estágios da vida, à medida que assumem novos status dentro de sua comunidade. Mas talvez o mais surpreendente seja a sugestão dos pesquisadores de que não há interconexão entre os conceitos de passagem do tempo e movimento pelo espaço. Ideias como um evento que 'passou' ou que 'está muito à frente' de outro são comuns em muitas línguas, mas tais construções linguísticas não existem entre os Amondawa.
"Isso não significa que (as construções) estão além das capacidades cognitivas da tribo", prosseguiu Sinha. "Apenas não são usadas no seu dia-a-dia." Quando os Amondawa aprenderam português - que está se tornando mais comum entre eles -, eles facilmente incorporam a noção do tempo em sua linguagem. A hipótese dos pesquisadores é de que a ausência do conceito de tempo se origina da ausência da 'tecnologia do tempo' - por exemplo, sistemas de calendário e relógios. Isso, por sua vez, pode estar relacionado ao fato de que, como muitas tribos, o sistema numérico detalhado dos Amondawa é limitado.
Termos absolutos
Tais argumentos não convencem Pierre Pica, linguista teórico do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS), que foca seus estudos em uma outra língua amazônica, conhecida como Mundurucu. "Relacionar número, tempo e espaço por uma simples ligação causal parece sem sentido, com base na diversidade linguística que conheço", disse ele à BBC News.
Pica diz que o estudo sobre os Amondawa 'tem dados muito interessantes', mas argumentos simplificados.Sociedades pequenas como os Amondawa tendem a usar termos absolutos para relações espaciais normais - por exemplo, referir-se à localização específica de um rio que todos na comunidade conhecem bem, em vez de usar uma palavra genérica para rios. Em outras palavras, enquanto os Amomdawa podem ver a si mesmos se movendo através de arranjos temporais e espaciais, seu idioma talvez não reflita isso de uma maneira óbvia.
Novos estudos devem aprofundar o conhecimento sobre o assunto, diz Sinha. "Queremos voltar (à tribo) e verificar (a teoria) novamente antes que a língua desapareça - antes que a maioria da população comece a aprender desde cedo a usar sistemas de calendário.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5144426-EI8147,00-Estudo+identifica+tribo+amazonica+que+nao+conhece+conceito+de+tempo.html

sábado, 21 de maio de 2011

Marcha: PM proíbe passeata e usa gás lacrimogêneo em grupo

PMs usam bombas de lacrimogêneo para dispersar manifestantes


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A Polícia Militar impediu por volta das 15h deste sábado a passeata do grupo organizador da Marcha da Maconha, proibida pela 2ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça. Após a decisão judicial, os manifestantes se reuniram no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) para realizar uma passeata pela liberdade de expressão. No mesmo local, cerca de 20 pessoas fizeram uma pequena manifestação contra a droga. Por volta das 15h, a tropa de choque da PM jogou ao menos três bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo que se deslocava pela avenida Paulista.
De acordo com o capitão Benedito Del Vecchio Junior, o fim da passeata foi definido com base na decisão judicial. Pelo menos duas pessoas foram detidas, e ainda não há informações sobre um possível confronto entre o grupo e a polícia.
O grupo contrário à legalização da droga chegou ao vão livre do Masp e realizou o que o professor Eduardo Thomaz chamou de "panfletagem contrária". "Estamos aqui exercendo a liberdade de expressão igual a eles", disse Thomaz. O grupo, que faz parte do Movimento Ultradefesa, de acordo com o professor, representa os "valores da família contra a droga".
Na sexta, o desembargador Teodomiro Mendez, relator do processo, considerou que a marcha "não trata de um debate de ideias, apenas, mas de uma manifestação de uso público coletivo de maconha" e que o evento favorece a fomentação do tráfico de drogas. A liminar foi movida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão e Prevenção aos Crimes Previstos na Lei Antitóxicos (Gaerpa) do Ministério Público.
Gabriela Moncau, uma das organizadoras da marcha, considera a decisão um absurdo. "A marcha deve acontecer num País que alega ser democrático. A gente tem direito de se manifestar. Não estamos fazendo apologia ao crime, pelo contrário, a nossa proposta é justamente defender algo em favor da legalização", afirmou. De acordo com o grupo, os manifestantes foram orientados a não levar para o evento qualquer substância ilícita
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http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5142329-EI8139,00-Marcha+PM+proibe+passeata+e+usa+gas+lacrimogenio+em+grupo.html

Evolução vs Criacionismo = Pensar vs Acreditar

A teoria da evolução é apoiada pela grande maioria da comunidade cientifica internacional. Evolução é aceita com base fatos verídicos e evidência provinda de diversas disciplinas científicas, e não com base em dogmas, livros sagrados ou ameaça de fogo eterno pra quem não acreditar.
Criacionistas no entanto, preferem remar contra a maré de evidencias e fatos veridicos em diversas disciplinas cientificas para que possam continuar acreditando em mitos da idade do bronze.
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STF deve decidir futuro das Marchas da Maconha no Brasil

Marcha da Maconha foi proibida em Belo Horizonte, considerada apologia às drogas, e acabou com cinco pessoas detidas


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Um emaranhado de disputas judiciais coloca em xeque a realização das Marchas da Maconha pelo Brasil neste fim de semana e aprofunda a polêmica em torno da legalização da droga. Ontem, a um dia do evento, a Justiça de São Paulo proibiu a realização da manifestação na avenida Paulista. As batalhas nos tribunais são travadas entre os Ministérios Públicos (MPs) estaduais - que alegam apologia ao uso da droga - e os organizadores dos eventos, que dizem ter o direito de se expressar. A questão deve ser definida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que deve julgar na próxima semana a constitucionalidade das proibições impostas por esferas inferiores do judiciário. Estão programadas para sábado e domingo cinco mobilizações nas cidades de Curitiba (PR), Jundiaí (SP), Porto Alegre (RS) e Recife (PE).
Desde junho de 2009, tramitam no STF duas ações contra a proibição das marchas, ambas apresentadas pela ex-procuradora-geral da República Deborah Duprat, no seu último dia no cargo. Deborah alegou que as decisões estariam empregando equivocadamente o argumento de apologia de crime. A assessoria do STF informou que as ações aguardam julgamento, e que não há previsão para que isso aconteça. No entanto, os organizadores da Marcha dizem que uma das ações deve ser votada na próxima semana.
Nas capitais paulista e gaúcha, os manifestantes entraram com pedidos prévios de habeas corpus para evitar que sejam presos durante os eventos, a exemplo do que ocorreu no Rio de Janeiro e Minas Gerais. No meio da semana, os MPs de São Paulo e do Paraná, pressionados por parlamentares contrários à legalização, anunciavam que tomariam medidas para proibindo as marchas.
Em Porto Alegre, o promotor David Medina disse que não haveria restrição desde que não fossem consumidas substâncias que contenham o principio ativo da maconha. "Assim como existem passeatas a favor do aborto, as pessoas podem se manifestar em favor da legalização da maconha".
Assim como alguns defendem a legalização, outra vertente da sociedade também se manifesta contra a legalização. Existem casos no Espírito Santo, onde manifestantes contrários e favoráveis à legalização se encontraram, e ao invés de entrar em conflito, discutiram ideias. No Recife, está programada para ocorrer neste domingo, uma marcha pela família, em resposta à marcha pró-descriminalização que ocorre no mesmo dia.
Em São Paulo, os organizadores estimavam um público superior a 1 mil pessoas. Com a decisão judicial, a marcha deve ser transformada em uma manifestação em defesa de liberdade de expressão. De acordo com Julio Delmanto, integrante do coletivo Desentorpecendo a Razão (Dar), as ações judiciais contrárias à marcha são apresentadas na véspera do evento, para evitar recursos.
"No ano passado, ao invés de contestar a decisão da Justiça, que havia autorizado a marcha, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) entrou com pedido em outra vara, sempre na véspera, então já esperamos que eles venham com essa medida", afirmou Delmanto, antes de saber da decisão judicial de sexta-feira.
Debate
Os organizadores da marcha nacional consideram o senador Magno Malta (PR-ES) como um dos mais ferrenhos adversários da legalização e descriminalização da maconha. Nessa semana, o parlamentar entregou um pedido de providências jurídicas ao presidente do Conselho Nacional de Procuradores Gerais do Ministério Público dos Estados e da União, Fernando Grella Vieira, para que proíba a marcha em todo o País.
A Marcha é organizada por diversos grupos que defendem diferentes ideias sobre a legalização, descriminalização, e uso medicinal da maconha, segundo explica o integrante do coletivo Princípio Ativo, grupo que faz parte da organização da Marcha de Porto Alegre, Rafael Gil Medeiros.
"O debate sobre a legalização não é só ser contra ou a favor, temos que discutir qual a legalização nos queremos, porque nem todas as políticas de legalização nos interessam... a sociedade tem que se preocupar, não é só quem usa, porque também devem ser debatidas questões sobe a saúde publica, não precisa participar da marcha, mas as pessoas tem que participar da discussão", diz Medeiros.
O organizador da marcha paulista Julio Delmanto diz que o conceito de apologia ao crime é deturpado pelas autoridades. "No ano passado, uma pessoa foi presa com um cartaz que dizia: 'não compre, plante', e outra quase foi detida porque trazia um cartaz com os dizeres: 'não uso, não planto e não condeno', ou seja, não condenar um procedimento já é considerado apologia", afirma Delmato.
O Terra tentou conversar com o senador Magno Malta, mas sua assessoria de imprensa informou que ele estava internado em Brasília, onde se recuperava de um quadro de pneumonia. De acordo com a assessoria, a posição do parlamentar contra a maconha está relacionada com ideias mais amplas de combate ao crime organizado e reestruturação familiar. O senador seria a favor do uso e de pesquisas do principio ativo da maconha para fins medicinais, desde que o estudo seja feito por instituições reconhecidas.
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http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5139240-EI8139,00-STF+deve+decidir+futuro+das+Marchas+da+Maconha+no+Brasil.html

Austríaco coloca placa de aviso contra padres pedófilos em floresta

Sepp Rothwangl, dono de terras na Áustria, coloca placa de aviso contra padres pedófilos



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"Área de Proteção a Crianças", diz o aviso que ele colocou na entrada de seus 160 hectares de terras na província de Styria. "Violações serão denunciadas. Somos forçados a tomar essa medida em defesa dos interesses das crianças".

De acordo com a placa, os clérigos são impedidos de entrar na floresta com crianças, a não ser que estejam na companhia de pais ou outros adultos responsáveis.

O aviso está causando polêmica porque fica no trajeto para uma basílica do século 16 que atrai milhares de peregrinos católicos todos os anos.

A TV austríaca tem mostrado a placa nos principais jornais, e causado debate no país de 8,4 milhões de habitantes. A história também já repercute na Alemanha e na França.

Georg Plank, porta-voz da arquidiocese de Graz, capital da Styria, diz que a placa é um "ato bizarro que visa atrair atenção". No entanto, ele diz que a igreja pretende ignorar a medida, sem entrar com medidas legais ou qualquer outro tipo de ação.

"Isso me lembra uma placa que foi colocada na época do nazismo, que dizia que judeus eram proibidos de entrar na floresta da Alemanha", diz Gerhard Gross, chefe do partido político BZO, que detém 16 dos 186 assentos do Parlamento.

Gross acusa Rothwangl de espalhar uma "guerra religiosa contra o cristianismo" e entrou com pedido judicial contra ele por "incitar o ódio à igreja".

No entanto, o dono das terras rejeita as acusações.

"Eu me recuso a ser comparado com os nazistas. Apenas quis chamar a atenção para esse problema", diz.
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http://www1.folha.uol.com.br/mundo/918875-austriaco-coloca-placa-de-aviso-contra-padres-pedofilos-em-floresta.shtml
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Astrônomos registram jatos de partículas saindo de buraco negro

Imagem do buraco negro foi obtida com radiotelescópios distribuídos em pontos da África do Sul, Chile e Antártida



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Radiotelescópios operados por um grupo internacional de pesquisadores, incluindo cientistas da Nasa (agência espacial dos EUA), conseguiram capturar a imagem mais detalhada de jatos de partículas saindo de um buraco negro em uma galáxia próxima.

As imagens foram obtidas com nove radiotelescópios distribuídos em vários pontos da África do Sul, Chile e Antártida.

Segundo a autora principal do estudo, Cornelia Mueller, da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, os jatos de partículas surgem quando matéria é atraída para um buraco negro no interior da galáxia. Porém, os cientistas ainda não sabem com detalhes como os jatos se formam e se mantêm.

Os jatos interagem com o gás ao redor e interferem no processo de formação e evolução das galáxias de uma forma que ainda não é bem compreendida pelos cientistas.

A equipe comandada por Mueller estudou a galáxia de Centaurus A, que está a 12 milhões de anos-luz da constelação de Centauro e possui um buraco negro com 55 milhões de vezes a massa do Sol.
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A Centaurus A é uma das galáxias que mais emitem ondas de rádio e, por isto, aparece como um dos objetos mais brilhantes nos radiotelescópios.

A grande emissão de energia de galáxias como Centaurus A ocorre por causa dos gases que são engolidos pelo buraco negro, e parte deles é ejetada de volta, na forma de jatos que se concentram ao redor do buraco negro, no centro da galáxia.

Imagens mais detalhadas dos jatos podem ajudar os astrônomos a determinar como eles se formam. O pesquisador Mathias Kadler, da Universidade de Wuerzburg, na Alemanha, espera que as descobertas do Tanami ajudem a explicar o fenômeno.

Segundo ele, esta radiação é bilhões de vezes mais energética do que a registrada pelos radiotelescópios, e não se sabe exatamente de onde ela se origina.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/918651-astronomos-registram-jatos-de-particulas-saindo-de-buraco-negro.shtml

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Telescópio da NASA confirma que energia escura é real

Os resultados dão suporte para a principal interpretação sobre como funciona a energia escura, e mais uma vez dão razão a Albert Einstein sobre a gravidade e a constante cosmológica. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]


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Expansão do Universo

Uma pesquisa que durou cinco anos e cobriu 200.000 galáxias, levou a uma das melhores confirmações de que é mesmo a energia escura que está acelerando a expansão do Universo.

O estudo, que representa um retorno de até sete bilhões de anos no tempo cósmico, usou dados da sonda espacial Galex (Galaxy Evolution Explorer: Exploração da Evolução das Galáxias) e do Telescópio Anglo-Australiano instalado na montanha Siding Spring, na Austrália.

Os resultados dão suporte para a principal interpretação sobre como funciona a energia escura - como uma força constante, afetando uniformemente o Universo e impulsionando sua expansão.

Por decorrência, os dados contradizem uma teoria alternativa, que propõe que seria a gravidade, e não a energia escura, a força que impulsionaria a expansão do Universo. De acordo com esta teoria alternativa, com a qual os novos resultados não são consistentes, o conceito de Albert Einstein da gravidade estaria errado, e gravidade tornar-se-ia repulsiva, ao invés de atrativa, quando atuando em grandes distâncias.

Lei da gravidade revisada pode dispensar matéria escura
"Os resultados nos dizem que a energia escura é uma constante cosmológica, como Einstein propôs. Se a gravidade fosse a responsável, então não estaríamos vendo esses efeitos constantes da energia escura ao longo do tempo," explica Chris Blake, da Universidade de Tecnologia Swinburne, na Austrália, e líder da pesquisa.

Energia escura

Acredita-se que a energia escura domine o nosso Universo, perfazendo cerca de 74 por cento dele. A matéria escura, uma substância não menos misteriosa, é responsável por 22 por cento. A chamada matéria normal, ou matéria bariônica - qualquer coisa que tenha átomos - representa apenas cerca de 4% do cosmos.

A ideia da energia escura foi proposta durante a última década, com base em estudos de estrelas distantes que explodiram, conhecidas como supernovas.

As supernovas emitem uma luz constante e mensurável, o que as torna uma referência inigualável, que permite o cálculo de sua distância da Terra com grande precisão.

As observações revelaram que algo - que veio a ser chamado de energia escura - estava fazendo aumentar a aceleração desses objetos celestes.


O observatório de ultravioleta GALEX (Galaxy Evolution Explorer) foi lançado no dia 28 de Abril de 2003. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Energia escura versus gravidade

A energia escura disputa um cabo-de-guerra com a gravidade.

A teoria atual propõe que, no início do Universo, a gravidade assumiu a liderança, dominando a energia escura.

Cerca de 8 bilhões de anos após o Big Bang, com o espaço se ampliando e a matéria se diluindo, as atrações gravitacionais enfraqueceram e a energia escura tirou o atraso.

Se isto estiver correto, daqui a bilhões de anos a energia escura será ainda mais dominante.

Os astrônomos preveem que o nosso Universo será um verdadeiro deserto cósmico, com as galáxias se distanciando tanto umas das outras que quaisquer seres que viverem dentro delas não serão capazes de ver outras galáxias.

Era da energia escura

Esta é a primeira vez que astrônomos fazem essa checagem cobrindo todo o período de vida do Universo desde que ele foi dominado pela energia escura.

Descoberta primeira evidência da existência da Energia Escura
A equipe começou montando o maior mapa tridimensional já feito das galáxias do Universo distante. Isto foi feito pelo Telescópio de ultravioleta GALEX, que mapeou cerca de três quartos do céu, observando centenas de milhões de galáxias.

O Telescópio Anglo-Australiano coletou informações detalhadas sobre a luz de cada galáxia, o que permitiu estudar o padrão de distância entre elas - ondas sônicas do Universo jovem deixaram marcas nos padrões de galáxias, fazendo com que pares de galáxias sejam separados por aproximadamente 500 milhões de anos-luz.

Essa "régua padrão" foi usada para determinar a distância entre os pares de galáxias e a Terra - quanto mais próximo um par de galáxia estiver de nós, mais distantes elas irão aparecer uma da outra no céu.

Tal como acontece com os estudos de supernovas, estes dados de distância foram combinados com informações sobre as velocidades nas quais os pares estão se afastando de nós, revelando, mais uma vez, que o tecido do espaço está se esticando cada vez mais rápido.

Herschel encontra matéria escura de menos e estrelas demais
Bibliografia:

The WiggleZ Dark Energy Survey: the selection function and z= 0.6 galaxy power spectrum.
Chris Blake, Sarah Brough, Matthew Colless, Warrick Couch, Scott Croom, Tamara Davis, Michael J. Drinkwater, Karl Forster, Karl Glazebrook, Ben Jelliffe, Russell J. Jurek, I-hui Li, Barry Madore, Chris Martin, Kevin Pimbblet, Gregory B. Poole, Michael Pracy, Rob Sharp, Emily Wisnioski, David Woods, Ted Wyder
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
18 May 2010
Vol.: 406, Issue 2, pages 803-821
DOI: 10.1111/j.1365-2966.2010.16747.x
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http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=telescopio-nasa-confirma-energia-escura-real&id=010130110520

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Fóssil pode explicar como "lagarto minhoca" perdeu as pernas

Desenho representativo recria o lagarto da espécie Cryptolacerta hassiaca


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Um novo fóssil encontrado pode explicar o mistério acerca de um grupo de lagartos que não possui pernas, conhecido como "lagarto minhoca". O fóssil, nomeado Cryptolacerta hassiaca, foi descoberto na Alemanha, perto da cidade de Frankfurt, e fornece a primeira evidência de que os dois tipos de lagarto estão relacionados evolutivamente - sendo o estágio intermediário entre o lagarto que se conhece e o "lagarto minhoca". O estudo foi publicado na quarta-feira na revista Nature e as informações são do site Live Science.
O achado de 47 milhões de anos é o único exemplo já encontrado da sua espécie e encontra-se em bom estado de preservação. Há outros exemplos mais antigos de fósseis do "lagarto minhoca", mas este é o primeiro exemplo do estágio intermediário entre o lagarto comum e a espécie.
O esqueleto do Cryptolacerta hassiaca tem apenas alguns centímetros de comprimento e apresenta pernas muito pequenas, evidenciando o primeiro passo da redução dos membros, e uma cabeça reforçada - utilizada para cavar a terra.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5138508-EI8147,00-Fossil+pode+explicar+como+lagarto+minhoca+perdeu+as+pernas.html

Paraplégico consegue andar após estímulo elétrico na espinha

Rob Summers fica em pé durante tratamento em Louisville


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Rob Summers, um americano paraplégico desde que sofreu um acidente de trânsito em 2006, conseguiu se levantar, ficar de pé e caminhar graças a uma combinação pioneira de estímulo epidural da medula espinhal e treino. A conquista foi possível depois de uma pesquisa do Kentucky Spinal Cord Research Center da Universidade de Louisville (EUA) e da Universidade da Califórnia (EUA), que publicaram um artigo na última edição da revista médica The Lancet.
Summers, segundo se pode ver nas imagens que acompanham a pesquisa, é capaz de manter-se de pé durante vários minutos, dando ele mesmo o impulso muscular necessário para se levantar. Com a ajuda de outras pessoas também pode dar vários passos e movimentar de maneira voluntária os quadris, os joelhos, os tornozelos e os dedos dos pés.
Além disso, recuperou parcialmente o funcionamento de seus órgãos sexuais e de sua bexiga, fruto de um tratamento que implica dois elementos fundamentais: a estimulação epidural da medula espinhal e um intenso programa de treinamento físico.
Os pesquisadores basearam seu projeto na estimulação elétrica epidural contínua e direta da parte inferior da medula espinhal do paciente, simulando os sinais que o cérebro transmite em condições normais para iniciar um movimento. Quando o sinal é transmitido, a própria rede neurológica da medula, em combinação com a informação sensorial que as pernas enviam à medula, é capaz de dirigir os movimentos do músculo e das articulações necessários para erguer-se, caminhar, sempre com a ajuda de outras pessoas.
O outro aspecto chave do trabalho foi "reeducar" as redes neurológicas da medula de Summers para produzir o movimento muscular necessário para levantar-se e dar alguns passos. O processo do treinamento durou mais de dois anos de trabalho, após o paciente ter passado por uma cirurgia que implantou nas costas um dispositivo de estimulação elétrica, que é o responsável da voluntariedade dos movimentos.
A professora Susan Harkema e o professor Reggie Edgerton, que dirigiram a pesquisa, expressaram em The Lancet seu desejo que seu trabalho permita aos pacientes que sofreram lesões medulares levar uma unidade portátil de estímulo elétrico.
O objetivo é facilitar a possibilidade dos paciente de se levantarem, se manterem em pé e darem alguns passos de maneira independente, embora sempre com a necessidade de se apoiarem em um andador. No entanto, Harkema e Edgerton se mostraram cautelosos e ressaltaram que ainda há muito trabalho pela frente antes que esta técnica possa se transformar em uma prática habitual.
"É um grande passo adiante. Abre uma grande oportunidade para melhorar a vida diária destes indivíduos, mas temos um longo caminho a percorrer", manifestou a professora Harkema. Edgerton insistiu que "a medula espinhal está pronta, já que as redes neurológicas são capazes de iniciar os movimentos que implicam suportar peso e dar passos relativamente coordenados sem nenhum tipo de informação procedente do cérebro".
"Isto é possível em parte graças à informação que devolvem as pernas diretamente à medula espinhal", explicou. "Esta retroalimentação dos pés e pernas para medula melhora o potencial do indivíduo para manter o equilíbrio e dar uma série de passos, e decidir sobre a direção que vai caminhar e sobre o nível de peso que suporta", indicou Edgerton.
"A medula pode interpretar estes dados de maneira independente e enviar instruções de movimento outra vez às pernas, tudo isso sem participação cortical", acrescentou o investigador. Os autores sublinharam também que o caso de Summers é especial, porque embora esteja paralisado desde o tronco do corpo humano até os pés apresenta uma certa sensibilidade na zona imobilizada.
Summers, de 25 anos, manifestou: "este procedimento mudou totalmente minha vida. Para alguém que há quatro anos era incapaz de movimentar um só dedo do pé, ter a liberdade e a capacidade de levantar-se sozinho é uma sensação incrível". "Poder levantar um pé e poder voltar a colocá-lo no solo outra vez foi incrível, mas além de isso, minha sensação de bem-estar mudou. Meu tom psíquico e muscular melhorou muito, até o ponto que muita gente não acredita que esteja paralisado. Acho que a estimulação epidural me permitirá deixar a cadeira de rodas", disse
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5138983-EI8147,00-Paraplegico+consegue+andar+apos+estimulo+eletrico+na+espinha.html

Humor ateu - Jesus

Humor ateu - dorgas

Somos todos ateus

ensem sobre as coisas perversas que são decretadas pela religião. A mutilação dos genitais de crianças, por exemplo. Quem faria isso, se não fosse, visivelmente, uma promessa selada com Deus? Quem iria dizer, ao receber um recém-nascido, ‘Parece perfeito, mas precisa ser mutilado na genitália antes de ficar realmente ok’? Somente a religião levaria as pessoas a fazer algo tão horrível, tão insano.
Christopher Hitchens, “Deus não é grande” (2007)

A realidade é aquilo que, quando você para de acreditar, não desaparece.
Philip K. Dick em “How To Build A Universe That Doesn't Fall Apart Two Days Later” (1978)



É concebível um cientista natural, como um biólogo, acreditar
em Deus? Na minha opinião, sim, é concebível. Nem todos concordam, mas acredito que um biólogo pode acreditar em poderes divinos, assim como também tem o direito de torcer por qualquer time em qualquer campeonato de futebol (tenho um amigo zoólogo que torce por uma equipe diferente em cada estado em que já morou – e foram muitos! –, sempre com a mesma paixão) ou de preferir jazz ao rock. No entanto, cientistas naturais que escolhem o caminho ambíguo da fé no sobrenatural precisam estar cientes das contradições que essa escolha pode acarretar.

Será mesmo que, como disse o escritor francês Gustave Flaubert (apud Hitchens, 2011), o homem só mantém sua sanidade dadas as suas contradições?

O saudoso paleontólogo e evolucionista Stephen Jay Gould, em 1999, advogou arduamente em prol da existência do que ele chamou de magistérios não-interferentes (do inglês Non-Overlapping Magisteria), que seriam dois – a ciência e a religião –, ambos formas válidas do conhecimento humano, cada qual com seu próprio sistema de valores, objetivos e visões de mundo, os quais, se respeitadas as idiossincrasias de cada um dos lados, não deveriam se sobrepor e, conseqüentemente, não entrariam em conflito (pelo menos não em um querela aberta). Por tentar conciliar duas perspectivas um tanto distintas, o pensamento de Gould por vezes cai em um relativismo, senão covarde, no mínimo ingênuo (para o jornalista Juan Luis Cebrián em “O pianista no bordel”: “nada é verdade nem mentira, tudo depende do vidro através do qual se olha”. A frase, dita em um debate sobre a mídia impressa, parece-me retratar de forma mais ou menos fidedigna uma concepção corrente nas ciências humanas e também em certas áreas das ciências naturais. Esse tipo de ponto-de-vista vai contra todo o empreendimento científico humano, desde sua aurora em tempos não registrados pela história). Tratei de forma abreviada sobre o assunto no ensaio “Deuses e novos sacerdotes”.

Há 150 anos a teoria da evolução de Darwin-Wallace vem questionando a religião, com especial ênfase no monoteísmo cristão baseado em um Deus interventor, através da defesa inabalável da irrelevância de aspectos não-materiais para a explicação da realidade observada no mundo natural. Em suma: deuses não são necessários para explicar como os organismos evoluem no tempo e no espaço. Para o filósofo evolucionista Michael Ruse, “[a teoria da evolução] fornece um estímulo positivo e criativo para que um religioso pense sobre sua fé e avance para um caminho mais rico e profundo” (Ruse, 2006, p. 4). Se a fundamentação das ciências biológicas é a teoria da evolução, e se ela defende explicitamente a não-necessidade de qualquer intervenção sobrenatural no processo evolutivo de descendência com modificação, apelar para o divino é ser contrário ao evolucionismo (ou, no mínimo, contraditório em relação ao que apresenta a teoria evolutiva).

“Graças a Deus meu filho nasceu perfeito e com saúde!” – quem nunca ouviu essa frase? Se você considera o mundo natural como resultado da evolução que ocorre desde os primórdios da vida, sabe que isso não faz o menor sentido: as recombinações cromossômicas e as mutações do DNA não dependem de nenhum “dedo” super-poderoso vivendo no céu inatingível! Deus não controla a embriogênese, o processo através do qual o embrião é formado e se desenvolve. E se o nosso filho apresentasse alguma má formação (pequena ou grande, não importa), alguém diria “Graças a Deus meu filho nasceu com essa má formação!”? Acho improvável.


Se lembrarmos das várias tragédias recentes no Rio de Janeiro, esse tipo de raciocínio é repetido ad nauseam. “Deus me ajudou e sobrevivi às enchentes”. E aqueles que morreram, foram esquecidos? Pode-se argumentar que a hora daqueles que pereceram havia chegado. Bem, se o momento da morte estava pré-definido, Deus não ajudou ninguém, não é mesmo? “Se Ele quiser, vou reconstruir minha vida”. Não se pode racionalizar a respeito da fé mas, se o supremo criador é onipotente e onipresente, é de extraordinária crueldade e infinito sarcasmo permitir desgraças como as do começo desse ano (como não sentir enojado com um pai que causa o terror extremo em seus filhos sabendo que eles vão se curvar em devoção e agradecer por terem sido poupados “do pior”?).

Exemplos, dos mais cretinos aos mais complexos, da nossa falta de raciocínio lógico estão em todos os lugares. Se você está com dor de cabeça, vai tomar um analgésico ou rezar um pai nosso? Talvez alguns fundamentalistas bíblicos como os Testemunhas de Jeová, que não aceitam transfusões de sangue mesmo que tenham necessidade imediata dela para sua sobrevivência, já que Bíblia declara “abstende-vos de sangue" (Actos 15:29), possam compactuar dessa insanidade. Mas quem, de posse de suas faculdades mentais completas, defenderia orações em detrimento à medicina tradicional?

A despeito das predileções de cada um, livros como “Quebrando o encanto” (edição original de 2006), do filósofo evolucionista Daniel Dennett, “Deus, um delírio” (2006), do biólogo Richard Dawkins, “Deus não é grande” (2007), do jornalista Christopher Hitchens, “Por que não sou cristão” (1957), do laureado com o Nobel de Literatura Bertrand Russell e mesmo “Pilares do tempo” (1999), do supracitado S.J. Gould, são todos eles sugestões de leitura preciosas trazendo visões pessoais (não apenas centradas nas ciências naturais) das incongruências entre o pensamento científico e o religioso. Poucas centenas de anos atrás, apenas respirar perto desses livros seria motivo suficiente para uma condenação ao suplício dos tribunais da “Santa” Inquisição...

Ian McEwan, um dos maiores romancistas britânicos vivos, disse em uma entrevista para a revista Believer em 2005: “Não sou contra a religião no sentido de que me parece impossível tolerá-la, mas acho que a evidência de sua verdade está inscrita nas suas normas. E como existem, atualmente, seis mil religiões na face da Terra, todas não podem estar certas”. Sim, seis mil religiões! Talvez o número seja ainda maior. Se há tantas crenças, a maioria absoluta (senão todas) tem que estar erradas. Pensem: somos todos ateus! Você acredita em Shiva, o Destruidor, Brama, o Criador, ou Vishnu, o Preservador? Caso não seja crente no hinduísmo, muito provavelmente não. Portanto, você é um ateu, diria Dawkins. Por que um deus monoteísta é melhor do que muitos deuses? Estando no Ocidente, é fácil pensar dessa maneira. “Mas o meu deus é o real, o meu deus é o verdadeiro criador dos céus e da terra”. Não consigo perceber a diferença entre esse discurso e aquele que ouvimos em um jogo de futebol: “Meu time é melhor que o seu”...


A ciência não é livre de críticas, claro. Virou clichê falar do seu potencial destruidor – vide as intermináveis discussões acerca do aquecimento do planeta nos últimos anos, resultado do desenvolvimento tecnológico explosivo, e das flutuações nos mercados clandestinos de armas nucleares. Realmente, o homem criou instrumentos capazes de aniquilar praticamente toda a vida macroscópica da Terra algumas centenas de vezes. Mas, se pensarmos com cuidado, veremos que a capacidade de provocar o mal é do homem, a despeito da sua atividade ou crença! Diz-se que o mundo está a cada dia pior. Basta consultar a história para perceber que a idéia não procede. “As pessoas são mais cruéis, os assassinatos aumentam, ninguém mais se respeita no planeta”. Mais uma vez, a história desmente: até o final do século XIX havia escravidão nas Américas (havia respeito?)! Os reis absolutistas tinham poder de deuses (curiosamente, nunca faziam milagres como multiplicar pães ou fazer chover em áreas secas) e não toleravam qualquer dissidência, assassinando até mesmo conselheiros próximos em momentos oportunos. A expectativa de vida na Antiguidade era menor que 50 anos – a assepsia, as vacinas, os antibióticos e o desenvolvimento da medicina não foram óbvias melhorias para os cidadãos de todo o planeta que têm acesso a elas? O discurso apocalíptico risível e carregado de estupidez que estamos ouvindo – e que vai entulhar de lixo a televisão, a internet, os jornais e as livrarias de forma ainda mais acintosa neste e no próximo ano –, que estabelece como final dos tempos o mês de dezembro de 2012, baseia-se em uma série de correlações tão espúrias que mereceriam pouca atenção se não fossem levadas a sério por um montante tão expressivo de pessoas. Para estes, o passado foi indiscutivelmente mais justo e luminoso, enquanto o futuro reserva apenas trevas e dor para nossa espécie.

A nostalgia do que não foi vivido não passa de fuga da realidade presente, claro. As sociedades humanas fazem guerras desde seu surgimento – existem grupos de chimpanzés que lutam uns com os outros, matando de maneira impiedosa seus adversários para expandir seu território, o que mostra como esse tipo de comportamento remonta há milhões de anos, tendo aparecido talvez antes mesmo do ancestral comum entre chimpanzés e hominídeos –, independentemente de possuírem armas de destruição maciça ou tacapes feitos com pedra lascada. As motivações são muitas (inclusive, e notadamente, religiosas) e não vão cessar na “era de Aquário”, pelo menos não por conta de rezas, orações, sacrifícios aos deuses ou perseguições aos “não-crentes”.

Um alívio: se a lógica econômica/social/política do século XXI continuará tendo por base o capitalismo, há pouco motivo para pânico, já que a inscrição “In God We Trust” está estampada em toda nota de dólar americano. “Em Deus confiamos”. Mas em qual deus?

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http://charlesmorphy.blogspot.com/search/label/ate%C3%ADsmo

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Astrônomos japoneses afirmam ter descoberto novo tipo de planeta


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Astrônomos japoneses afirmam ter encontrado um novo tipo de "planeta", que fica sozinho no espaço, aparentemente sem orbitar nenhuma estrela.

Em um artigo publicado na revista especializada "Nature", a equipe de cientistas afirmou ter encontrado dez desses novos planetas, que têm o tamanho de Júpiter e não estão ligados a nenhum sistema solar.

Cientistas já suspeitavam que planetas desse tipo existissem no Universo, mas essa seria a primeira evidência concreta de sua presença.

Um dos coautores da descoberta, o professor da Universidade de Osaka Takahiro Sumi, disse que esses planetas ditos "solitários" podem ser tão comuns como são as estrelas na Via Láctea.

"Sua existência já era esperada, tendo em conta a teoria da formação planetária. O que é surpreendente é o quanto eles parecem ser comuns", disse Sumi.
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VIA LÁCTEA

Segundo os astrônomos, os planetas estão localizados em uma galáxia chamada Bulge, que fica no centro da Via Láctea.

Uma das hipóteses exploradas pelos cientistas é a de que os planetas poderiam ter sido expulsos de sistemas solares incipientes por forças gravitacionais ou colisões interplanetárias.
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De acordo com convenções astronômicas, se um planeta não orbita uma estrela ou um remanescente de uma estrela, ele não pode ser tecnicamente considerado um planeta, mesmo tendo sido formado da mesma maneira.

No entanto, a hipótese dos pesquisadores é que esses objetos foram formados em um disco planetário, como os planetas no nosso Sistema Solar, antes de forças gravitacionais os terem expulsado desses sistemas.
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http://www1.folha.uol.com.br/bbc/917753-astronomos-japoneses-afirmam-ter-descoberto-novo-tipo-de-planeta.shtml

terça-feira, 17 de maio de 2011

Médica: após paciente de Berlim, podemos falar em cura da aids

A perspectiva que existiu durante anos de que uma cura para a aids nunca seria encontrada mudou depois do chamado paciente de Berlim, afirma a médica Judy Auerbach, da Fundação para a Aids de São Francisco, nos Estados Unidos, em entrevista à TV CBS 5. O paciente é Timothy Ray Brown, morador da cidade e considerado o primeiro e único homem curado do HIV no planeta.
"Você sentia que não poderia falar em 'cura' por muitos anos. Cientistas e clínicos e as pessoas com HIV sentiam que era uma promessa que nunca ia ser realizada e era perigoso direcionar a energia em direção a isso (a pesquisa para a cura da doença). (...) E agora as coisas mudaram", diz Judy.
Após a cura do americano, diversos centros de pesquisa investem em estudos sobre uma possível cura da doença, principalmente envolvendo o uso de células-tronco. Segundo a TV, o Instituto de Medicina Regenerativa da Califórnia, por exemplo, aposta em pesquisas envolvendo essas células pensando na possibilidade de repetir o caso de Brown.
"Se você conseguir pegar os glóbulos brancos de alguém e manipulá-los, então eles não serão mais infectados, ou infectáveis, não mais infectáveis pelo HIV, e esses glóbulos brancos se tornarão o sistema imunológico daquele indivíduo (contra a aids). Você tem basicamente uma cura funcional", diz Jay Levy, professor da Universidade da Califórnia-São Francisco e um dos cientistas que descobriu o vírus HIV.
O paciente de Berlim
Um morador de San Francisco (Califórnia), que em 2005 descobriu que tinha contraído o vírus HIV, afirmou em entrevista ter se curado totalmente meses depois da publicação de um estudo que sustentava que o paciente "mostrava evidências" de sua recuperação.
"Estou curado do vírus do HIV", disse na segunda-feira Timothy Ray Brown, de anos, em declarações à emissora local CBS 5 reproduzidas nesta terça-feira pela imprensa. "Nossos resultados sugerem que o paciente se curou do vírus do HIV", disseram os autores do estudo publicado na edição de dezembro de 2010 da revista científica Blood, que ratifica um relatório anterior sobre o tema publicado em fevereiro de 2009.
Brown teve que ser submetido a um tratamento contra leucemia mielóide e, por isso, necessitou passar por um transplante de células-tronco de um doador que possuía um gene hereditário pouco comum, associado à redução do risco de contrair o HIV.
Os médicos do Hospital Médico Universitário da Caridade, em Berlim (Alemanha), selecionaram as células-tronco do tipo CD4, que não possuem o receptor CCR5, necessário para que o vírus se propague pelo organismo. Antes do transplante, Brown foi submetido à quimioterapia e à radioterapia.
Brown teve uma recaída da leucemia 13 meses mais tarde e foi submetido a um novo transplante de células-tronco do mesmo doador. O paciente assegura não ter tomado nenhum tipo de medicação desde então. Em 2009, The New England Journal of Medicine informou que, após 20 meses sem tomar os antirretrovirais, não havia sinais de HIV em seu organismo.
Os especialistas, no entanto, lembram que se trata de um tratamento custoso e "arriscado", que não pode ser aplicado em todos os pacientes e que não se trata de uma cura definitiva para a aids
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5135367-EI8147,00-Medica+apos+paciente+de+Berlim+podemos+falar+em+cura+da+aids.html

Molion: desmistificando o aquecimento global


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No presente artigo, que é difundido pelo site Alerta em Rede (http://www.alerta.inf.br), o autor, Luiz Carlos Baldicero Molion, já apresentado anteriormente neste blog, mostra, a partir de conceitos tecnicamente comprovados, que a tese catastrofista do aquecimento global antrópico (ou antropogênico) não é, cientificamente admissível. Os fatores que determinam as mudanças climáticas a curto, médio e longo prazos são inúmeros, e uma eventual interferência do Homem no clima do mundo, causando as atuais devido às suas atividades é, de longe, um dos menores efeitos.
Os organismos internacionais, liderados pelo IPCC (órgão da ONU) não dispõem de dados científicos nem de conhecimentos suficientes para afirmar que o aquecimento global é de origem antrópica. A Ciência atual não sabe, ao menos, como se comporta o gás de efeito-estufa mais importante e mais simples, o vapor d’água – em última análise, as nuvens – nem, exatamente, como contribuem outros fatores, muito mais poderosos, como as radiações solares e cósmicas em geral, assim como, em seus modelos e cenários, não são levados na devida conta a incidência de fatores gerados pela erupção de vulcões e outros cataclismas naturais, imprevisíveis, que não têm nada a ver com o ser humano. Antes, algumas considerações minhas.

Notas iniciais do Editor deste blog
As privações que seriam implementadas no mundo, a fim de diminuir uma eventual produção exagerada de CO2 pelo ser humano, nos níveis do Protocolo de Kyoto, por exemplo, se forem levadas à “ponta de faca”, terminariam, praticamente, a curto prazo, com a industrialização no planeta e, consequentemente, com o progresso humano e o desenvolvimento sócio-econômico das nações, principalmente as do Terceiro Mundo. Seria como se o mundo, sem aviões, sem fábricas, relacionando-se na base do escambo, voltasse aos níveis da Idade Média.
Isto porque os eventuais sistemas alternativos de energia são – e serão durante muito tempo ainda – muito caros e pouco eficientes, e países que ainda lutam, desesperadamente, contra a miséria e a fome, não poderão se dar ao luxo, nem terão dinheiro para isso, ou seja, de adotar formas de energia tais como a eólica, a solar ou mesmo a nuclear para resolver os seus problemas. Não por acaso, sabendo que o aquecimento global é uma farsa, países industrializados, como os EUA, se negam a colaborar, de verdade, com a agenda do Protocolo de Kyoto, tal é a sua inutilidade e suas catastróficas consequências.
Em outros países, embora também industrializados, seus políticos e dirigentes, muitas vezes, cinicamente, concordam com tais medidas restritivas. Concordam agora, mas para serem implementadas, as tais medidas, daqui a 15 ou 20 anos, quando eles já não estarão em seus cargos políticos e, assim, não mais terão a responsabilidade de fazê-lo… Desse modo é fácil concordar com um Protocolo de Kyoto!

O movimento ambientalista internacional agindo
No entanto, tudo tem uma razão de ser. O clima catastrofista é parte do movimento ambientalista internacional, e é divulgado e incrementado para, instaurando um generalizado clima apocalíptico de terror no mundo, e de acordo com o “princípio da precaução”, permita-se que uma série de ações sejam implementadas pelos países centrais nos periféricos, dificultando-lhes o desenvolvimento, diminuindo-lhes as populações (o que poderia causar um verdadeiro genocídio), a fim de que os mesmos não continuem crescendo e, com isso, “gastando” seus recursos naturais, os quais, segundo as grandes oligarquias internacionais que dominam o mundo, pertencem a eles – para que eles continuem mantendo seus atuais níveis de desenvolvimento, de conforto e de consumo.
E nós, não. Quem se desenvolveu, se desenvolveu. Quem não se desenvolveu, dane-se! E o IPCC trabalha para essas oligarquias, sendo financiado por elas – como legítimo órgão da ONU que é. Por isso, em seus relatórios, omite dados, extrapola condições locais para o mundo todo, ignora os avanços da ciência, cria modelos matemáticos de computador completamente arbitrários e cenários igualmente estapafúrdios ou, simplesmente, mente (como Al Gore, que também faz tudo isso).
Mas esse panorama já está mudando. As contestações aos “conselhos” e “conclusões” do IPCC e congêneres (ONGs como o Worldwatch Institute, o WWF e o Greenpeace) não são, propriamente, novas. Podem ser encontradas, detalhadamente em livros tais como os do estatístico dinamarquês Børn Lomborg («O Ambientalista Cético» e «Cool it! Muita Calma Nessa Hora»), ou no de Kurt G. Blüchel («A Fraude do Efeito-Estufa») e outros mais (ver bibliografia neste blog). No entanto, os artigos de Luiz Carlos Baldicero Molion sintetizam os argumentos, como na presente matéria. Vamos então a ela.


Desmistificando o aquecimento global (texto de Molion)
O clima da Terra tem variado ao longo das eras, forçado por fenômenos de escalas de tempo decadal até milenar. No final da década dos anos 1970, após um período de 30 anos de resfriamento, surgiu a hipótese que a temperatura média global da superfície estaria aumentando devido à influência humana. Essa hipótese está fundamentada em três argumentos: a série de temperatura média global do ar na superfície “observada” nos últimos 150 anos, o aumento observado na concentração de gás carbônico a partir de 1958 e os resultados obtidos com modelos numéricos de simulação de clima.
Discutiram-se criticamente esses três aspectos, mostrando suas deficiências e concluiu-se que a representatividade global da série de temperaturas é questionável e que a não comprovada intensificação do efeito-estufa pelas atividades humanas, bem como as limitações dos modelos matemáticos de simulação de clima, não justificam a transformação da hipótese do aquecimento global antropogênico em fato científico consumado. Apresentaram-se argumentos que sugerem que um resfriamento global, paulatino, nos próximos 15 a 20 anos seria mais provável, em face do conhecimento atual que se tem do clima global e sua variabilidade.

Introdução
A fonte primária de energia para o planeta Terra é o Sol. Ele emite radiação eletromagnética (energia) principalmente nos comprimentos de onda entre 0,1 micrômetro e 4,0 micrômetro (1micrômetro = 10-6 metros), que caracterizam chamada “Radiação de Ondas Curtas” (ROC). O albedo planetário – percentual de ROC refletido de volta para o espaço exterior, atualmente cerca de 30% – é resultante da variação da cobertura e do tipo de nuvens, da concentração de aerossóis e partículas em suspensão no ar, e das características da cobertura superfície tais como gelo/neve (90% de reflexão), florestas (12% ) e oceanos/lagos (10%). Portanto, o albedo planetário controla o fluxo de ROC que entra no sistema terra-atmosfera-oceanos: menor albedo, maior entrada de ROC, aquecimento do sistema terra-atmosfera, e vice-versa. A parte do fluxo de ROC, que entra no Planeta, passa através da atmosfera terrestre e boa parte dele é absorvida pela superfície que se aquece.
Porém, para as temperaturas dos corpos, encontrados tanto na superfície como na atmosfera terrestre, os comprimentos de onda emitida estão entre 4,0 micrômetro e 50 micrômetro, numa faixa espectral denominada radiação de ondas longas (ROL). A ROL emitida pela superfície é absorvida por gases, pequenos constituintes, como o vapor d’água (H2O), o gás carbônico (CO2), o metano (CH4), o ozônio (O3), o óxido nitroso (N2O) e compostos de clorofluorcarbono (CFC), vulgarmente conhecidos por freons.
Esses, por sua vez, emitem ROL em todas as direções, inclusive em direção à superfície e ao espaço exterior. A absorção/emissão desses gases pelas várias camadas atmosféricas reduz a perda de ROL, emitida pela superfície, que escaparia para o espaço exterior, e constitui o chamado efeito-estufa. O vapor d’água é o gás principal de efeito-estufa (GEE) e sua concentração é extremamente variável no espaço e tempo. Por exemplo, sobre a Floresta Amazônica existe cinco vezes mais vapor d’água que sobre o Deserto do Saara e sobre a Amazônia, ainda, sua concentração varia de 30% entre a estação seca e a chuvosa. Em regiões polares, e em regiões tropicais a uma altura acima de 4 km, existe muito pouco vapor d’água e o efeito-estufa é fraco.

Gás carbônico (CO2)
O gás carbono (CO2), o segundo gás de efeito-estufa (GEE) em importância, com concentração até 100 vezes inferior à do vapor d’água. É o gás que tem causado grande polêmica, pois sua concentração, embora baixa, aumentou de 315 ppmv (1ppmv = 1 parte por milhão por volume, ou seja, 1 mililitro de gás por metro cúbico de ar) em 1958 para 379 ppmv em 2005, crescendo à taxa média de 0,4% ao ano, sendo esse crescimento atribuído às atividades humanas, com a queima de combustíveis fósseis e florestas tropicais.

Metano (CH4)
O metano, com concentrações muito pequenas, na ordem de 1,7 ppmv, também vinha mostrando um significativo aumento de 1,0% ao ano, atribuído às atividades agropecuárias. Mas, a partir de 1998, a taxa de crescimento anual de sua concentração passou a diminuir, inexplicavelmente, embora as fontes antrópicas continuem aumentando. Os gases restantes apresentam concentrações ainda menores que as citadas, porém parecem estar aumentando também.

Efeito-estufa
O efeito-estufa faz com que a temperatura média global do ar, próximo à superfície da Terra, seja cerca de 15°C. Caso ele não existisse, a temperatura da superfície seria 18°C abaixo de zero, ou seja, o efeito-estufa é responsável por um aumento de 33°C na temperatura da superfície do Planeta! Logo, ele é benéfico para o Planeta, pois gera condições que permitem a existência da vida como se a conhece. Em resumo, a estabilidade do clima da Terra resulta do balanço entre o fluxo de ROC absorvido pelo Planeta e o fluxo de ROL emitido para o espaço (ROC = ROL). O aquecimento do clima global ocorreria, por exemplo, ou pela redução de albedo planetário, que aumentaria ROC absorvida, ou pela intensificação do efeito-estufa, que reduziria a perda de ROL para o espaço exterior. A hipótese do efeito-estufa intensificado é, portanto, fisicamente simples: mantidos a produção de energia solar e o albedo planetário constantes, quanto maiores forem as concentrações dos gases de efeito-estufa (GEE), menor seria a fração de radiação de ondas longas, emitida pela superfície, que escaparia para o espaço (redução do fluxo de ROL) e, conseqüentemente, mais alta a temperatura do Planeta.
O aparente aumento de 35% na concentração de gás carbônico nos últimos 150 anos já deveria ter causado um incremento na temperatura média do globo entre 0,5 e 2,0°C se resultados de modelos de simulação de clima (MCG) fossem considerados. Entretanto, de acordo com o Sumário para Formuladores de Políticas, extraído do Relatório da Quarta Avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (SPM/AR4/IPCC, 2007), o aumento “observado” está entre 0,4° e 0,7°C. Ou seja, o aumento “observado” está situado no limite inferior dos resultados produzidos pelos atuais modelos climáticos utilizados para testar a hipótese da intensificação do efeito-estufa.
Porém, se a concentração de gás carbônico dobrar nos próximo 100 anos, de acordo com os modelos de simulação, poderá haver um aumento da temperatura média global entre 2° e 4,5°C, não inferior a 1,5°C conforme afirmado no SPM/AR4/IPCC. Os efeitos desse aumento de temperatura seriam catastróficos! Segundo a mesma fonte, uma das conseqüências seria a expansão volumétrica da água dos oceanos que, associada ao degelo parcial das geleiras e calotas polares, notadamente o Ártico, aumentaria os níveis dos mares entre 20 e 60 cm. Esse fato, dentre outros impactos sociais, forçaria a relocação dos 60% da humanidade que vivem em regiões costeiras. Na seqüência, foram discutidos o estado atual do conhecimento sobre o assunto e algumas das limitações dos modelos de simulação do clima.

Registros instrumentais de temperatura
A Figura 1 mostra que desvios de temperatura do ar para o globo, com relação à média do período 1961-1990, aumentaram cerca de 0,6°C desde o ano de 1850. Vê-se que até, aproximadamente, 1920 em princípio, houve apenas variabilidade anual e aparentemente não ocorreu aumento expressivo de temperatura num período extenso, embora haja relatos de ondas de calor como, por exemplo, a de 1896 nos Estados Unidos, que deixou mais de 3 mil mortos somente em Nova Iorque. Porém, entre 1920 e 1946, o aumento global foi cerca de 0,4°C. No Ártico, por exemplo, em que há medições desde os anos 1880, o aumento foi cerca de 10 vezes maior nesse período, 2,7°C somente entre 1918 e 1938 (Figura 2). Entre 1947 e 1976, houve um resfriamento de cerca de 0,2°C, não explicado pelo IPCC e, a partir de 1977, a temperatura média global aumentou cerca de 0,3°C (Figura 1). O próprio Painel concorda que o primeiro período de aquecimento, entre 1920 e 1946, pode ter tido causas naturais, possivelmente o aumento da produção de energia solar e a redução de albedo planetário, discutidas mais abaixo. Antes do término da Segunda Guerra Mundial, as emissões decorrentes das ações antrópicas eram cerca de 10% das atuais e, portanto, torna-se difícil argumentar que os aumentos de temperatura, naquela época, tenham sido causados pela intensificação do efeito-estufa provocada pelo Homem.

Figura 1. Desvios da temperatura média global com relação à média do período 1961-90. (Jones e colaboradores, 1999)

Figura 2. Anomalias de temperatura do ar no Ártico entre 1880 e 2004 (Fonte de dados: http://www.giss.nasa/data/gistemp, 2007).
A polêmica que essa série de anomalias tem causado reside no fato de o segundo aquecimento, a partir de 1977, não ter sido verificado, aparentemente, em todas as partes do Globo. A série de temperatura média para os Estados Unidos (Figura 3), por exemplo, não mostrou esse segundo aquecimento, sendo a década dos anos 1930 mais quente que a dos anos 1990. Em adição, a média da temperatura global, obtida com dados dos instrumentos MSU (Microwave Scanning Unit) a bordo de satélites a partir de 1979, mostrou uma grande variabilidade anual, com um pequeno aquecimento global de 0,076°C por década , segundo John Christy e Roy Spencer, da Universidade do Alabama, enquanto os registros instrumentais de superfície mostraram um aquecimento de 0,16°C por década, ou seja, duas vezes maior no mesmo período. Para o Hemisfério Sul, satélites mostraram um aquecimento menor, de 0,052°C por década.

A utilização de satélites
Em princípio, satélites são mais apropriados para medir temperatura global, pois fazem médias sobre grandes áreas, incluindo oceanos, enquanto as estações climatométricas de superfície registram variações de seu micro ambiente, representando as condições atmosféricas num raio de cerca de 150 metros em seu entorno. As estações climatométricas apresentam outro grande problema, além da não-padronização e mudança de instrumentação ao longo dos 150 anos passados. As séries mais longas disponíveis são de estações localizadas em cidades do “Velho Mundo” que se desenvolveram muito, particularmente depois da Segunda Guerra Mundial.
Em média, a energia disponível do Sol (calor) é utilizada para evapo-transpiração (evaporação dos solos e superfícies de água + transpiração das plantas) e para o aquecimento do ar. Sobre superfícies vegetadas, a maior parte do calor é usada para a evapo-transpiração, que resfria a superfície, e o restante para aquecer o ar. Com a mudança da cobertura superficial, de campos com vegetação para asfalto e concreto, a evapo-transpiração é reduzida e sobra mais calor para aquecer o ar próximo da superfície, aumentando sua temperatura. Esse é o chamado efeito de “ilha de calor”, que faz as temperaturas do ar serem 3°C a 5°C maior nos grandes centros urbanos quando comparadas às de suas redondezas.

Figura 3. Anomalias de temperatura médias para os Estados Unidos (NCEP, 1999)
Os autores da Figura 1 procuraram fazer “ajustes” com relação ao efeito da urbanização nas séries de temperatura, porém utilizaram fatores ou algoritmos de correção que não necessariamente sejam apropriados ou representem a realidade, já que esse procedimento é subjetivo e, portanto, questionável. Em outras palavras, é impossível retirar o efeito de “ilha de calor” das séries de temperaturas urbanas. Uma das possibilidades, pois, é que o aquecimento a partir de 1977, que aparece nitidamente na Figura 1, seja, em parte, resultante da urbanização em torno das estações climatométricas, ou seja, um aquecimento local e não global.

O universo de análise é muito pequeno
Finalmente, um aspecto muito importante é que as séries de 150 anos são curtas para captar a variabilidade de prazo mais longo do clima. A segunda metade do século 19 foi o final da “Pequena Era Glacial”, um período frio, bem documentado, que perdurou por alguns séculos. E esse período coincide com a época em que os termômetros começaram a ser instalados mundialmente.
Portanto, o início das séries de 150 anos, utilizadas por vários pesquisadores, que contribuíram para o Relatório do IPCC, ocorreu num período relativamente mais frio que o atual e leva, aparentemente, à conclusão errônea que as temperaturas atuais sejam muito altas ou “anormais” para o Planeta.
Conclui-se que existem problemas de representatividade, tanto espacial como temporal, das séries de temperatura observadas na superfície da Terra, o que torna extremamente difícil seu tratamento e globalização. E que estações climatométricas de superfície, portanto, são inadequadas para determinar a temperatura média global da atmosfera terrestre, se é que se pode falar, cientificamente, numa “temperatura média global”.

Variabilidade da concentração de CO2
No Sumário para Formuladores de Políticas do IPCC , afirma-se que o gás carbônico é o principal gás antropogênico e que sua concentração de 379 ppmv em 2005 foi a maior ocorrida nos últimos 650 mil anos, período em que ficou limitada entre 180 e 300 ppmv. O aumento de sua concentração nos últimos 150 anos foi atribuído às emissões por queima de combustíveis fósseis e mudanças do uso da terra. Monte e Harrison Hieb, porém, não concordam com tal afirmação. Para eles, mais de 97% das emissões de gás carbônico são naturais, provenientes dos oceanos, vegetação e solos, cabendo ao Homem menos de 3% – total que seria responsável por uma minúscula fração do efeito-estufa atual, algo em torno de 0,12 %.
Em seu Relatório, o IPCC utilizou as concentrações medidas em Mauna Loa, Havaí, cuja série foi iniciada por Charles Kelling no Ano Geofísico Internacional (1957-58). Essa série foi estendida para os últimos 420 mil anos, utilizando-se as estimativas de concentração de CO2 obtidas das análises da composição química das bolhas de ar aprisionadas nos cilindros de gelo (“ice cores”), que foram retirados da capa de gelo na Estação de Vostok, Antártica, por perfuração profunda (superior a 3.600 m). Jean Robert Petit e equipe publicaram os resultados de Vostok em 1999.
Ao usar a série de Mauna Loa, o IPCC deixa a impressão de que os cientistas não teriam se preocupado em medir a concentração de CO2 antes de 1957. Entretanto, em fevereiro de 2007, o biólogo alemão Ernst Beck catalogou um conjunto de mais de 90 mil medições diretas de CO2 de 43 estações do Hemisfério Norte, obtidas entre 1812 e 2004, por vários pesquisadores renomados, três dos quais ganhadores do Premio Nobel. Na Figura 4, adaptada de seu trabalho, é aparente que a concentração de CO2 ultrapassou o valor de 379 ppmv várias vezes no século passado, particularmente no período 1940-1942, antes do início das medições em Mauna Loa.
Isso contraria a afirmação contida no Sumário do IPCC que a concentração de 379 ppmv, registrada em 2005, tenha sido a maior dos últimos 650 mil anos! Nessa Figura, a linha contínua inferior representa a série das concentrações de CO2 dos cilindros de gelo da Estação de Siple, também na Antártica. Note-se que os valores permaneceram quase que constantes, abaixo de 300ppmv.

Os cilindros de gelo não são confiáveis
Segundo o glaciologista Zbigniew Jaworowski, nunca foi demonstrado que a metodologia dos cilindros de gelo tenha produzido resultados confiáveis e que ela sempre tendeu a produzir concentrações 30% a 50% abaixo das reais por vários motivos. Um deles é que a hipótese de que a composição química e isotópica original do ar na bolha permaneça inalterada por milhares de anos não é verdadeira, pois ocorrem tanto reações químicas como difusão de ar nas bolhas por estarem submetidas a pressões que chegam a ser, nas camadas profundas, mais de 300 vezes superiores às da atmosfera. Some-se a isso o fato do ar da bolha ser cerca de 1000 anos mais novo que o gelo que o aprisionou, conforme citaram Nicolas Caillon e colegas em 2003. Isso porque o aprisionamento da bolha de ar pelo gelo não é instantâneo, já que o processo de precipitação/derretimento da neve passa por vários ciclos e é necessário um acúmulo de 80 metros de altura para a neve, em sua base, sofrer uma pressão que a faça se transformar em “neve granulada” (em Inglês, “ firn ”), que aprisiona a bolha de ar finalmente.
Concentrações obtidas com os cilindros de gelo, portanto, não podem ser comparadas com as medidas atualmente feitas por instrumentos, já que, na melhor das hipóteses, as bolhas de ar nos cilindros de gelo teriam uma representação temporal de 1000 anos.
A Figura 3 do artigo de Jean Robert Petit e colegas, publicado em 1999, mostra a evolução temporal da temperatura e da concentração de CO2, obtidas com os cilindros de gelo de Vostok, e foi extensivamente explorada no Documentário “Uma Verdade Inconveniente”, protagonizado por Al Gore. Uma análise cuidadosa dessa Figura mostra claramente que os quatros últimos interglaciais apresentaram temperaturas superiores às do atualmente vivido, enquanto as respectivas concentrações de CO2 não ultrapassaram 300 ppmv.
Dessa análise, conclui-se que, ou existiram outras causas físicas, que não a intensificação do efeito-estufa pelo CO2, que tenham sido responsáveis pelo aumento de temperatura verificado nesses interglaciais passados, ou as concentrações de CO2 das bolhas aprisionadas no gelo tendem, sistematicamente, a serem subestimadas e, de fato, não representam a realidade da época em que foram aprisionadas. Nesse aspecto, embora a técnica de análise das bolhas de ar nos cilindros de gelo tenha sido uma idéia brilhante, ela não produz resultados confiáveis e, portanto, parece ser um método experimental incorreto cientificamente.

Figura 4. Medições químicas de CO2 atmosférico, feitas por vários pesquisadores na primeira metade do Século 20, antes do início das medições em Mauna Loa, Havaí, em 1957/58.
Em adição, há evidências que a temperatura do ar tenha aumentado antes do aumento da concentração de CO2, como sugeriram Nicolas Caillon e colegas na publicação datada de 2003. Esse fato também é observado na Figura 4, onde notam-se concentrações mais elevadas com o aumento da temperatura média global verificado entre 1925-1946, seguidas de concentrações menores obtidas no início dos registros de Mauna Loa (1957/58), quando o clima global já estava passando por um resfriamento entre 1947-1976 (Figura 1). Ou seja, há evidências de que o aumento (ou redução) de temperatura do ar cause o aumento (ou redução) das concentrações de CO2 e não o contrário, como afirmado no Sumário para Formuladores de Políticas do IPCC.

Não há comprovação que o CO2 armazenado na atmosfera seja originário de emissões antropogênicas
Afirma-se que o CO2 atmosférico tenha aumentado na taxa anual de 0,4%, correspondendo a um incremento de 3 bilhões de toneladas de carbono por ano (GtC/ano) armazenadas na atmosfera. De acordo com o Sumário do IPCC, somente as emissões por queima de combustíveis fósseis totalizariam 7 GtC/ano. Estima-se que os oceanos, por sua vez, absorvam 2GtC anuais. Portanto, o balanço não fecha, e ainda faltaria encontrar o sumidouro das 2 GtC/ano restantes, fluxo esse que foi denominado “o carbono desaparecido” na literatura.

A vegetação
Florestas nativas, como a Amazônia, e plantadas – possivelmente seria a seqüestradora desse carbono. Por outro lado, sabe-se que a solubilidade do CO2 nos oceanos varia inversamente à sua temperatura. Ou seja, oceanos aquecidos absorvem menos CO2 que oceanos frios. Como a temperatura dos oceanos aumentou ao longo do século 20, a concentração de CO2 atmosférico já poderia ser até superior à medida atualmente, considerando apenas as emissões antrópicas. Portanto, é possível que o fluxo de CO2 absorvido pelos oceanos esteja sendo altamente subestimado! A literatura cita que o fluxo para dentro dos oceanos foi estimado em 92 GtC/ano. Um erro de 10% nessa estimativa corresponderia a uma fração três vezes maior do que a que fica armazenada na atmosfera anualmente.

O carbono 14
Outro argumento, que se utiliza para comprovar que o aumento da concentração de CO2 é antropogênico, é a redução da razão 14C/12C. O carbono 14 é radioativo e apresenta uma meia-vida de 5.730 anos. Não há mais 14C nos combustíveis fósseis, uma vez que esses foram produzidos há milhões de anos. Assim, sua queima liberaria mais 12C e, por esse motivo, a razão teria decrescido em 2% nos últimos 150 anos. Ocorre que o 14C é formado pela incidência de raios cósmicos galáticos (RCG) – partículas de alta energia provenientes do espaço sideral, cuja contagem é mais elevada durante períodos de baixa atividade solar – na atmosfera e, portanto, quando o Sol está mais ativo, como na primeira metade do século 20, a entrada de raios cósmicos é reduzida, formando menos 14C. Essa deve ter sido a possível causa da redução de 2% da razão 14C/12C, se for admitido que ela possa ser medida com tal precisão atualmente.
Em outras palavras, os argumentos acima não comprovam que o aumento da concentração de CO2 atmosférico seja causado pelas atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, a agropecuária e a construção de grandes lagos de hidrelétricas.

Limitações dos modelos de simulação de clima
Todos os modelos concordam que os incrementos de temperatura serão maiores nas regiões polares que nas regiões equatoriais. Para o Ártico, os modelos previram incrementos superiores a 10oC (por exemplo, GISS/NASA, 2007). Na Figura 2, porém, está evidente que a média das anomalias de temperatura do ar, observadas para o setor Atlântico do Ártico a partir de 1880, apresentou um incremento superior a 3°C entre 1886-1938, quando a Humanidade consumia pouco combustíveis fósseis, seguido de um decréscimo superior a 2°C até o final da década de 1960. Ou seja, exatamente na região, onde os modelos prevêem os maiores incrementos de temperatura, foi observado o oposto durante o período pós-guerra, quando crescimento industrial e, conseqüentemente, o consumo global de combustíveis fósseis, se acelerou!
Não há dúvida que o desenvolvimento de modelos seja crítico para se adquirir habilidade futura de entender melhor ou mesmo prever o clima, mas há que se admitir que modelos atuais são representações ainda simples, grosseiras, da complexa interação entre os processos físicos diretos (“forcings”) e de realimentação (“feedbacks”) que controlam o clima do globo. Modelos carecem de validação de seus resultados!
Que existem sérios problemas com as simulações dos MCGs não é segredo para a comunidade meteorológica. Os MCGs, comumente, têm dificuldade em reproduzir as características principais do clima atual, tais como temperatura média global, diferença de temperatura entre equador e pólo, a intensidade e posicionamento das altas subtropicais e das correntes de jato, se não for feito o que, eufemisticamente, é chamado de “sintonia” ou “ajustes”.

Qual é o efeito das nuvens?
Nuvens, seus tipos, formas, constituição e distribuição, tanto em altura como no plano horizontal, e os aerossóis, são processos físicos mal-simulados nos modelos. Na Figura 2 do Sumário do IPCC vê-se que a incerteza que o efeito das nuvens tem no clima (forçamento radiativo de -1,8 Wm-2), considerado de nível de entendimento baixo pelo Órgão, é igual, porém, de sinal contrário ao do CO2 (+1,66 Wm-2), dito ter nível de entendimento alto.
Em linguagem mais simples, segundo o próprio IPCC, o aumento da cobertura de nuvens baixas, por refletirem mais radiação solar de volta para o espaço exterior, pode cancelar o aumento do efeito-estufa pelo CO2.

Não há parâmetros para a formação/influência das nuvens
Nos modelos de previsão de tempo e de clima, a informação (dados e resultados), está representada em pontos, ou nós, de uma grade tridimensional colocada sobre a superfície do Globo e que é resultante do cruzamento de linhas de latidude x longitude x altura. A distância entre os pontos da grade determina a resolução espacial dos processos físicos que podem ser resolvidos pelo modelo. A resolução espacial dos modelos globais era de 250 km a 400 km até recentemente e todos os processos físicos, que se desenvolvem em escalas espaciais muito inferiores a essas, precisam ser resolvidos de uma forma particular, precisam ser “parametrizados”, inclusive os processos de formação, desenvolvimento e cobertura de nuvens, que são fundamentais para o balanço radiativo do Planeta. A parametrização é, em geral, feita com algoritmos físico-estatísticos que dependem da intuição física do modelador e, portanto, podem não representam a realidade física e podem ser questionáveis.
A temperatura global tende a aumentar, principalmente, com a presença de nuvens estratiformes (sob a forma de “camadas horizontais”) na alta troposfera. Essas nuvens altas (tipo “cirro”) são mais tênues, constituídas, em parte, por cristais de gelo, e tendem a aquecer o Planeta, pois permitem a passagem de ROC mas absorvem fortemente a ROL que escaparia para o espaço exterior, ou seja, as nuvens cirro intensificam o efeito-estufa. Por outro lado, nuvens baixas (tipo “estrato”), mais espessas, tendem a esfriá-lo, pois aumentam o albedo planetário.
Se um modelo tem tendência particular de produzir mais nuvens cirro, o aquecimento é amplificado (“feedback” positivo) para um dado forçamento radiativo. Por exemplo, o modelo do Serviço Meteorológico Inglês inicialmente previu um aumento superior a 5oC para o dobro de CO2. Porém, John Mitchell e colaboradores relataram, em 1989 que, apenas mudando as propriedades ópticas das nuvens estratiformes, seria reduzido o aquecimento para menos de 2°C, ou seja, uma redução de 60%!
O transporte de calor sensível pelas correntes oceânicas para regiões fora dos trópicos também é outro processo físico parametrizado, e mal resolvido, nos modelos. O calor transportado para o Ártico, por exemplo, aumenta as temperaturas da superfície do Mar da Noruega e, como o efeito-estufa é fraco nessas regiões devido à baixa concentração de vapor d’água, a emissão de ROL para o espaço aumenta, e o sistema terra-atmosfera-oceano, como um todo, perde mais energia para o espaço exterior. Em 2006, utilizando dados de Reanálises (NCEP) (Molion) foi mostrado que, atualmente, a Escandinávia está perdendo 20 Wm-2 a mais , em média, do que perdia há 50 anos.

Outro problema sério de modelagem
Trata-se da simulação do ciclo hidrológico e seu papel como termostato do sistema Terra-atmosfera. Na natureza, a superfície e o ar adjacente tendem a ser resfriados por evaporação, pois esse é um processo físico que consome grandes quantidades de calor. Se não existisse convecção (formação de nuvens profundas, tipo “cumulo-nimbo”) e o resfriamento dependesse apenas da perda de ROL, o efeito-estufa, sensivelmente intenso nos níveis próximos à superfície, faria com que a temperatura de superfície alcançasse valores superiores a 70°C!
As nuvens cumulo-nimbos – convecção profunda que os modelos não simulam adequadamente – bombeiam calor latente para fora da camada limite planetária (camada mais próxima da superfície terrestre com cerca de 1.000 m de espessura) como se fossem verdadeiras chaminés, e o liberam nos níveis médios e altos da troposfera em que o efeito-estufa é fraco e, de lá, esse calor é irradiado para o espaço exterior. Dessa forma, a convecção profunda “curto-circuita” o efeito-estufa, não permitindo que a temperatura da superfície do Planeta atinja valores elevados.
A discussão acima não esgota, de maneira alguma, os problemas de modelagem dos processos físicos e as possíveis fontes de erros dos MCGs atuais. Porém, são suficientes para demonstrar que as “previsões” feitas por eles para os próximos 100 anos podem estar superestimadas e que, portanto, a hipótese do aquecimento pelo efeito-estufa intensificado, aceita pela maioria, segundo se afirma, pode não ter fundamento sólido, já que os resultados de modelos são um de seus três argumentos básicos utilizados em defesa da hipótese do aquecimento global antropogênico!

A variabilidade natural do clima
Além do efeito-estufa, outros processos físicos internos ao sistema terra-atmosfera-oceano, de não menor importância, controlam o clima. Variações da circulação atmosférica, associadas às variações da temperatura de superfície do mar (TSM) como, por exemplo, alterações na freqüência de ocorrência de eventos El Niño-Oscilação Sul (ENOS), são outras causas de mudanças significativas na temperatura global.

El Niño & cia.
É notória a grande variabilidade causada pelos eventos El Niño (1982, 1987 e 1998), observada na série de temperatura média da troposfera global, produzida pelos sensores MSU a bordo de satélite. O evento El Niño de 1997/98, considerado o evento mais intenso do século passado, produziu anomalias de temperatura do ar de cerca de 0,8°C, enquanto que o fenômeno La Niña, de 1984/85, um resfriamento de -0,5°C , segundo John Christy e Roy Spencer. Entre um El Niño e um La Niña, portanto, pode haver variações da temperatura média global superiores a 1°C. Em um artigo publicado em 2005 (Molion), foi mostrado que a freqüência de El Niños intensos foi maior entre 1977-1998, o que pode ter contribuído para aquecimento atual, já que El Niños aquecem a baixa troposfera.

Oceanos: também pouco conhecidos
Conhece-se bem a influência dos oceanos na variabilidade climática de curto prazo (ENOS). Mas a variabilidade oceânica de prazo mais longo, e seus efeitos sobre o clima, ainda não são bem conhecidos. Sabe-se que existem mudanças de prazo mais longo nas circulações oceânicas de escala global, da ordem de décadas, como a Oscilação Decadal do Pacífico (ODP), e milenar, como Circulação Oceânica Profunda, e que essas influenciam fortemente o transporte e a distribuição horizontal de calor sensível nos oceanos e, conseqüentemente, as temperaturas do ar devido às variações nas trocas de calor entre a superfície do oceano e a atmosfera.
Porém, tais efeitos ainda não foram quantificados com precisão. Convém ressaltar que os oceanos cobrem 71% da superfície terrestre e que o Pacífico, sozinho, ocupa 35% dessa superfície. Como a atmosfera é aquecida por debaixo, os oceanos constituem a condição de contorno inferior mais importante para a atmosfera e para o clima global. Portanto, variações nas configurações das TSM, devido às variações de transporte de calor em direção aos pólos, devem produzir mudanças climáticas sensíveis.

Variações climáticas locais e/ou inexplicáveis
Há uma surpreendente coincidência entre as fases ODP e a temperatura média global. O resfriamento do clima global durante o período de 1947-1976 (Figura 1), não explicado pelo IPCC, coincide com a fase fria da ODP, fase em que o Pacífico Tropical apresentou anomalias negativas de TSM. O aquecimento entre 1977-1998, além do efeito da urbanização, pode estar relacionado com a fase quente da ODP – período em que o Pacífico tropical apresentou temperaturas acima da média – durante a qual ocorreu uma freqüência alta de eventos ENOS intensos que, como foi dito, também contribuem para aquecer a baixa troposfera.
Em adição, foi observado por Sirpa Häkkinen e Peter Rhines, da NASA, que a Corrente do Golfo do México – corrente marinha que transporta calor para o Atlântico Norte, região da Inglaterra, Escandinávia, Groelândia e Ártico – voltou a ficar mais ativa na metade da década de 1990. Com maior transporte de calor sensível, as TSM aumentam e os ventos de oeste retiram mais calor do Atlântico Norte e o transportam para a Europa Ocidental – onde está a maior fração dos termômetros utilizados para elaborar a Figura 1 – o que, por conseguinte, apresenta ali uma mudança climática – um aquecimento local e não global!

As variações solares
Dentre os principais controladores externos, estão a variação da produção de energia do Sol, as mudanças dos parâmetros orbitais da Terra e a tectônica de placas. O Sol é a principal fonte de energia para os processos físicos que ocorrem na atmosfera. Porém, sua produção de energia denominada “constante solar”, em média 1.368 Wm-2 , não é propriamente constante. Observações recentes, feitas por satélites em apenas dois ciclos de manchas solares de 11 anos, sugerem que sua produção possa variar de 0,2% pelo menos, ou seja, 2,7 Wm-2 dentro de um ciclo. Durante o Ciclo de Gleissberg atual – ciclo solar com um período aproximado de 90 anos – essa variação deve ter sido ainda maior, pois o número máximo de manchas solares nos ciclos de 11 anos variou de cerca de 50 manchas, em 1913, para mais de 200 manchas, em 1957.
Na Figura 1 de Mike Lockwood e Claus Fröhlich, publicada em 2007, vê-se que a variação da constante solar pode chegar a 4 Wm-2 entre um máximo e um mínimo solar. Considerando albedo planetário de 30%, 70% dessas variações (1,9 a 2,8 Wm-2) chegariam à superfície, o que é superior ao efeito de aquecimento climático (forçamento radiativo, na linguagem do IPCC) de todos os gases antropogênicos liberados pelo Homem nos últimos 150 anos.

Os efeitos dos vulcões
A falta de conhecimento atual, porém, não permite conclusão definitiva de que haja influência da variação da produção de energia do Sol no clima, embora o IPCC afirme que ela não seja significativa (+0,12 W m-2). Um controlador interno, mas que pode sofrer influências externas, é o já citado albedo planetário, cujas variações controlam o fluxo de energia solar (ROC) que entra no sistema terra-atmosfera-oceanos. Erupções vulcânicas explosivas lançam grandes quantidades de aerossóis na estratosfera, aumentam o albedo planetário e podem causar resfriamento significativo durante décadas. O efeito de uma erupção é sentido rapidamente em curto prazo.
Pat Minnis e colaboradores da NASA, usando dados do experimento orbital Balanço Radiativo da Terra (ERBE), mostraram, em 1993, que a erupção do Pinatubo, Filipinas, reduziu de 10 a 15 Wm-2 a radiação disponível entre as latitudes 40°N-40°S durante vários meses. As erupções recentes do El Chichón (1982) e do Monte Pinatubo (1991) causaram resfriamentos durante três anos, com temperaturas de até 0,5°C abaixo da média, conforme John Christy e Roy Spencer.
Os efeitos de erupções vulcânicas no clima, porém, podem ser de prazo mais longo se elas forem mais freqüentes. Como entre 1815 e 1912, de maneira geral, a freqüência de erupções vulcânicas foi grande, a concentração de aerossóis e o albedo planetário estiveram altos e isso pode ter sido a causa de temperaturas globais baixas no início da série de temperatura na Figura 1. Porém, no período 1915 a 1956 foi relatado que a atividade vulcânica foi a menor dos últimos 400 anos e o albedo planetário reduziu-se (aumentou a transparência atmosférica), permitindo maior entrada de ROC no sistema durante 40 anos consecutivos – e aumentando as temperaturas dos oceanos e do ar.
É muito provável, portanto, que o aquecimento observado entre 1925 e 1946, que corresponde à cerca de 70% do aquecimento verificado nos últimos 150 anos, tenha resultado do aumento da atividade solar, que atingiu seu máximo em 1957/58, e da redução da atividade vulcânica, ou seja, reduções de albedo planetário e aumento da transparência atmosférica, e não do efeito-estufa intensificado pelas atividades humanas que, na época, eram responsáveis por menos de 10% das emissões atuais de carbono!

A influência dos raios cósmicos
Em 1998, o físico dinamarquês Henrik Svensmark sugeriu a hipótese de que raios cósmicos galáticos (RCG) produzam aumento da concentração de núcleos de condensação (NCs) – partículas higroscópicas essenciais para dar início à produção de gotas d’água de nuvens e de chuva – ao entrarem na atmosfera terrestre. O aumento da concentração dos NCs propiciaria o aumento da cobertura de nuvens baixas que, por sua vez aumentariam o albedo planetário e tenderiam a resfriar o Planeta. O coeficiente de correlação entre os dois fenômenos, contagem de RCG e cobertura de nuvens, é alto (0,96).
Entretanto, Mike Lockwood e Claus Fröhlich, no mesmo estudo publicado em 2007, contestaram essa hipótese, argumentando que a atividade solar, em declínio desde 1985, não estaria aumentando a cobertura de nuvens e que a temperatura média global estaria aumentando independentemente da atividade solar. A afirmação de Lockwood e Fröhlich foi contestada por vários pesquisadores que apontaram falhas em seu artigo, entre outras, a questionável técnica usada pelos autores para suavizar os dados de contagens de RCG e a desconsideração do atraso da resposta dos oceanos a flutuações rápidas dos controladores climáticos.
Usando dados astronômicos, Shaviv mostrou, em 2002, que o fluxo de RCG deve variar de um fator maior que 2 quando a Terra atravessa os braços galáticos em espiral, o que ocorre a cada 132 ± 25 milhões de anos.
Os exemplos acima citados mostram que o clima é muito complexo, envolvendo controles internos e externos ao sistema terra-atmosfera-oceano, dos quais o efeito-estufa é apenas um dos processos, e que houve aumentos de temperatura em tempos passados, aparentemente sem sua intensificação.

Considerações finais
(1) A variabilidade natural do Clima não permite afirmar que o aquecimento de 0,7°C seja decorrente da intensificação do efeito-estufa causada pelas atividades humanas, ou mesmo que essa tendência de aquecimento persistirá nas próximas décadas, como sugerem as projeções produzidas pelo Relatório da Quarta Avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC);
(2) A aparente consistência entre os registros históricos e as previsões dos modelos não significa que o aquecimento esteja ocorrendo. Na realidade, as características desses registros históricos conflitam com a hipótese do efeito-estufa intensificado. O Planeta se aqueceu mais rapidamente entre 1925-1946, quando a quantidade de CO2 lançada na atmosfera era inferior a 10% da atual, e se resfriou entre 1947-1976, quando ocorreu o desenvolvimento econômico acelerado após a Segunda Guerra Mundial. Dados dos MSU a bordo de satélites não confirmaram um aquecimento expressivo pós-1979, que é aparente na série de temperatura obtida com termômetros de superfície;
(3) No Sumário para Formuladores de Políticas do IPCC, publicado em fevereiro de 2007, afirmou-se que a concentração de CO2 aumentou de 35% nos últimos 150 anos. Porém, isso pode ter sido devido a variações internas ao sistema terra-oceano-atmosfera. Sabe-se que a solubilidade do CO2 nos oceanos depende de sua temperatura numa relação inversa. Como a temperatura dos oceanos aumentou, devido à redução do albedo planetário e à atividade solar mais intensa entre 1925-1946, a absorção de CO2 pelos oceanos pode ter sido reduzida, e mais CO2 pode ter ficado armazenado na atmosfera. Portanto, não se pode afirmar que foi o aumento de CO2 que causou o aumento de temperatura. Pode ter sido exatamente ao contrário, ou seja, que o CO2 tenha aumentado em resposta ao aumento de temperatura dos oceanos e do ar adjacente;
(4) Dados paleoclimáticos, como os obtidos com cilindros de gelo da estação de Vostok, indicaram que as temperaturas do ar estiveram mais elevadas do que as atuais nos períodos interglaciais anteriores e que as concentrações do CO2 não ultrapassaram 300 ppmv, sugerindo que o aquecimento do clima não dependa da concentração desse gás. Em adição, existem outros testemunhos indiretos, como os anéis de crescimento de árvores, cujas análises sugeriram que o clima, ao contrário, já estaria se resfriando. Por exemplo, em 1993, o Prof. Epaminondas Ferraz e seus colaboradores da ESALQ/USP, analisaram um jatobá-mirim colhido na Amazônia Central (Balbina) e constataram que a densidade da madeira em seus anéis de crescimento aumentou nos últimos 400 anos (Figura 5). Aceitando-se que a variação das chuvas seja o fator ambiental mais importante no desenvolvimento de uma árvore no meio da Floresta Amazônica, inferiu-se que o jatobá, durante esse período, esteve submetido a um clima regional que, paulatinamente, veio se tornando mais seco. E isso só poderia estar acontecendo se o clima global estivesse se resfriando!

Figura 5. Variação radial da densidade da madeira dos anéis de crescimento de um jatobámirim, colhido em Balbina, a 170 km a noroeste de Manaus (Fonte: Ferraz et al, 1993).
(5) As análises da temperatura da superfície do mar para o período 1999-2006, elaboradas por este autor com os dados do conjunto de Reanálises do NCEP/NCAR, mostraram uma configuração semelhante à da fase fria anterior da ODP (1947-1976), sugerindo que o Pacífico já esteja em uma nova fase fria (Figura 6). É possível, portanto, que o clima global venha a se resfriar nos próximos 15 a 20 anos, semelhante ao que ocorreu na fase fria anterior (Figura 1), porém com um agravante. Contrariamente ao período da fase fria anterior, o Sol está entrando num período de baixa atividade, um novo mínimo do Ciclo de Gleissberg. Observações por satélites mostraram que os valores do fluxo total de ROC, no último mínimo solar em 2006, ficaram abaixo de 1365,3 Wm-2, inferiores aos mínimos anteriores. A variação da atividade solar nos últimos 300 anos sugere que, nos próximos dois ciclos de manchas solares, ou seja, até cerca do ano 2030, a atividade solar seja comparável às primeiras duas décadas do século 20. Portanto, como o Pacífico está em uma nova fase fria e a atividade solar estará mais baixa, é muito provável que as condições climáticas globais entre 1947-1976 venham a se repetir qualitativamente, ou seja, um arrefecimento global nos próximos 15 a 20 anos. Dados atuais de temperatura média global confirmam essa hipótese e mostram que 1998 foi o ano mais quente dos últimos anos, ou seja, o aquecimento global parece ter acabado em 1998.

Figura 6. Anomalias da temperatura da superfície do Pacífico no período 1999-2006 (em oC), com relação à média do período 1948-1998. (Fonte dos dados: ESRL/PSD/NOAA)
As análises do período de 1947-1976 (fase fria da ODP), feitas por este autor, mostraram que, de maneira geral, as condições climáticas não foram favoráveis ao Brasil. As chuvas se reduziram em todo o País, resultando em deficiência hídrica para abastecimento de populações e geração de energia elétrica, e as Regiões Sul e Sudeste sofreram um aumento na freqüência de massas de ar polar intensas (geadas fortes) no inverno, fato que contribuiu decisivamente para a erradicação do cultivo do café no Paraná. A região brasileira mais afetada parece estar compreendida por partes do Sudeste do Pará, Norte de Tocantins, Sul do Maranhão e Piauí, a região sudeste da Amazônia, que é a fronteira agrícola ou de expansão da soja. Essa região poderá apresentar uma redução média de 500 mm a 700 mm por ano, cerca de 30%, em seus totais pluviométricos nos próximos 15 a 20 anos.
Reflexões sobre o propagado aquecimento global deixam evidente que o clima do Planeta, sem exagero, é resultante de tudo o que ocorre no Universo. Exemplificando, se a poeira densa, de uma estrela que explodiu há 15 milhões de anos, adentrasse o Sistema Solar, diminuiria a radiação solar incidente e resfriaria o Planeta! O fato de o aquecimento, observado entre 1977-1998, muito provavelmente ter sido causado pela variabilidade natural do clima, não é um aval para o Homem continuar a degradar o meio ambiente. Ao contrário, considerando que o aumento populacional é inevitável num futuro próximo, o bom senso sugere a adoção de políticas de conservação ambiental bem elaboradas e mudanças nos hábitos de consumo para que a Humanidade possa sobreviver, ou seja, para que as gerações futuras possam dispor dos recursos naturais que se dispõem atualmente.
Luiz Carlos Baldicero Molion
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