A Polícia Federal mexicana, na linha de frente na luta contra os cartéis das drogas, destituiu 3.200 agentes, ou seja, 10% de seu contingente, suspeitos de terem cometidos crimes ou de terem violado o regulamento, anunciou nesta segunda-feira o seu diretor.
Cerca de 1.500 outros serão destituídos em uma segunda etapa, anunciou o chefe da Polícia Federal, Facundo Rosas, no momento em que a instituição tenta recuperar sua imagem.
"Pelas faltas com seus deveres previstos no regulamento, 3.200 elementos foram excluídos", declarou Rosas durante uma entrevista coletiva à imprensa. Esses agentes não passaram nos "testes de confiança", enquanto 465 eram alvos de queixas por supostos crimes.
Os policiais expulsos serão vigiados para evitar que adotem uma "conduta ilegal", acrescentou.
A Polícia Federal está na linha de frente da luta contra os cartéis, com a ajuda de 50.000 militares, e contava com 34.500 agentes antes das duas ondas de destituições - um processo em curso há vários meses.
A instituição não tem uma boa imagem junto à população e foi acusada em diversas oportunidades de "corrupção".
Organizações de defesa dos Direitos Humanos a denunciaram por não ter protegido suficientemente os imigrantes clandestinos que vão aos Estados Unidos, após o massacre de 72 deles descoberto na semana passada próximo a San Fernando, na fronteira americana, e atribuído à gangue dos Zetas.
Este bando foi formado no final dos anos 90 por ex-militares de elite que passaram para o outro lado, aliando-se no começo ao cartel da droga, o "do Golfo", do qual se tornaram, mais tarde, adversários mortais.
Sua atividade não se limita ao tráfico de droga, mas se estende ao tráfico de combustível e a sequestros de imigrantes clandestinos, em troca de resgate ou para recrutá-los à força.
Um sobrevivente da matança de San Fernando contou que membros da gangue tentaram recrutá-los por 2.000 dólares mensais, mas depois foram abatidos, devido à recusa.
Nos últimos anos, policiais foram presos no sul do México por terem participado ativamente de sequestros.
Os ajustes de contas entre cartéis e seus confrontos com a Polícia e o Exército deixaram 28.000 mortos desde a chegada do presidente Felipe Calderón ao poder, em dezembro de 2006, segundo dados oficiais.
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http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2010/08/30/policia-federal-mexicana-expulsa-10-de-seu-efetivo.jhtm
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
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