Segundo pesquisadores, fóssil indica que o último ancestral comum a macacos e seres humanos viveu, provavelmente, entre 28 e 24 milhões de anos atrás
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O último ancestral comum a macacos e seres humanos viveu, provavelmente, entre 28 e 24 milhões de anos atrás, muito mais tarde do que se pensava até agora, revelou um estudo feito com fósseis, publicado esta quarta-feira na revista científica Nature.
Um crânio parcial da espécie, até agora desconhecida, encontrado no oeste da Arábia Saudita, aponta para uma nova cronologia na evolução dos primatas e preenche uma lacuna importante no registro dos fósseis, concluíram cientistas no estudo.
Até agora, a análise baseada em genomas situava a separação entre os hominóides - que incluem símios e seres humanos - e os cercopitecóides, ou os chamados macacos do Velho Mundo, de 35 a 30 milhões de anos atrás.
Mas a nova espécie, chamada Saadanius hijazensis, foi situada exatamente há 28 milhões de anos, e poderia ter persistido inclusive mais tempo antes de registrada a separação. Seus traços característicos indicam que o ancestral comum dos macacos, símios e seres humanos - chamado catarrino - existiu num galho acima da árvore evolutiva do que sugeria o enfoque genético.
Esta descoberta também permite identificar, pela primeira vez, o misterioso fóssil de outro primata que viveu cerca de quatro milhões de anos depois, como pertencente claramente a um símio posterior à separação. "A mudança na idade não muda a forma como pensamos as origens do ser humano", explicou o principal cientista do estudo, William Sanders, professor da Universidade de Michigan. "Mas nos ajuda a reduzir o período de tempo em que surgiu o grupo que finalmente produziu seres humanos e seus ancestrais diretos. Agora, podemos buscar neste período de 28 a 24 milhões de anos", destacou, por e-mail.
Outro detalhe revelador - o lóbulo da orelha - revelou aos paleontólogos que sua histórica descoberta viveu justamente antes da separação genética entre o macaco e o homem. "O Saadanius partilha a maior parte de seus traços com os catarrinos arcaicos, e não mostra nenhum dos traços avançados característicos dos símios ou dos macacos do Velho Mundo", explicou.
Estas descobertas certamente permitiriam esclarecer uma antiga polêmica sobre o perfil facial do ancestral, tanto dos símios quanto dos macacos do Velho Mundo. Uma teoria baseada no estudo dos animais contemporâneos sugere face curta e testa arredondada.
Mas o Saadanius leva a crer numa teoria competidora, baseada no registro fóssil, que postula uma face longa, saltada e testa estreita e triangular. O crânio parcial desta nova espécie foi encontrado no ano passado na Formação Shumaysi em Harrat Al Ujayfa, província saudita de Al Hijaz, pelo pesquisador da Universidade de Michigan, Iyad Zalmout, junto com uma equipe do Instituto de Geologia Saudita O espécime provavelmente pesava entre 15 e 20 kg.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4566273-EI8147,00-Linhagem+humana+se+separou+da+dos+macacos+depois+do+pensado.html
quarta-feira, 14 de julho de 2010
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