Funcionários depositam urnas biodegradáveis em cemitério de Tianjin, na China
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Pequim, 22 jul (EFE).- Mãos com luvas imaculadas levam as urnas biodegradáveis, criadas por uma empresa espanhola com base na China, que devolverão os corpos à sua origem para cumprir o que disse o sábio chinês Confúcio: "O homem vem da terra e descansa quando retorna à terra".
Com passo decidido, coordenado, olhar e gesto respeitoso, 13 duplas de operários fúnebres enterraram com suas próprias mãos em um cemitério da província nortista de Tianjin 251 urnas ovais e fizeram submergir em água outras 30 com forma de flor de lótus.
O segredo destes caixões, fabricados com areia e proteínas naturais, é que não ocupam espaço, não poluem e não é necessário cortar árvores para fabricá-los, já que são biodegradáveis: os que são enterrados se desintegram em um período de seis a nove meses, e os que submergem em 45 minutos ou uma hora.
A cerimônia em massa, ou "enterro coletivo", nome dado pelos criadores desta ideia, os espanhóis Xavier Miquel e Tutti de Cominges, organizada na última terça-feira em Tiajin, é a quarta realizada pelo cemitério Yongan desde que contratou os serviços da empresa Shengtai.
Miquel, o presidente da Shengtai, e Tutti, diretora geral para a Ásia, vendem urnas biodegradáveis há três anos na China, onde está proibido enterrar corpos inteiros desde 1991.
Assim, o Governo chinês obriga os familiares a cremá-los, assumindo os custos do processo, para depois deixá-los descansar em columbários (câmaras para depósito de cinzas) por 20 anos ou enterrar por cerca dez mil iuanes (US$ 1.475).
A proibição nasce como medida para combater os problemas que surgem no país asiático, com 10 milhões de mortes anuais: a falta de espaço nos cemitérios e a poluição e o desmatamento provocados pela produção de caixões de madeira.
O conceito que a Shengtai quer expandir na China é totalmente revolucionário, já que os chineses, como assinalou Tutti à agência Efe, se espantam com o conceito biodegradável, pois a tradição é venerar os corpos de pessoas mortas, e se eles se misturarem com a terra ou a água, deixarão de existir fisicamente.
Os familiares conservam as cinzas em urnas, pois não têm dinheiro para enterrá-los ou, no caso do falecimento do membro de um casal, por exemplo, o que fica vivo espera a morte para que sejam enterrados juntos.
O marido de Xhu Xian, de 76 anos, que faleceu no último dia 8, descansava nesta terça em uma urna biodegradável, pois, segundo explicou à EFE, foi ele quem pediu.
"Quando estava doente, vimos na televisão um anúncio destas urnas, e ele disse que queria ser enterrado assim", lembrou Xian, que afirma que parece uma "boa ideia" para economizar espaço.
As 281 cinzas desta terça procediam de diferentes urnas da localidade de Peicheng, cujos proprietários se decidiram a enterrar os restos de seus familiares, aproveitando que o cemitério de Yongan oferecia de graça a cerimônia e as urnas biodegradáveis como promoção.
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http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/efe/2010/07/22/caixoes-biodegradaveis-viram-solucao-para-problema-funerario-da-china.jhtm
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