terça-feira, 7 de junho de 2011
Ensino religioso é armadilha para a catequização, diz antropóloga
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O ensino religioso é uma armadilha que submete as crianças das escolas públicas ao proselitismo católico, à catequização, afirmou a antropólogo Debora Diniz (foto), 41, da Universidade de Brasília. Ela é autora do livro “Laicidade e Ensino Religioso no Brasil”.
Ela disse que, pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases), o ensino religioso deveria ser facultativo e contemplar a diversidade de crenças existente no Brasil, mas não é o que ocorre na prática, com exceção das escolas do Estado de São Paulo.
Debora falou que as crianças são expostas ao constrangimento de ter de informar ao professor de religião a sua crença ou descrença. “[Isso] deveria ser matéria de ética privada”, disse em entrevista à Istoé.
O pior, segundo ela, é que as crianças sem crença talvez tenham de explicar ao professor, na classe, diante de colegas, por que "não tem Deus", e acabam tendo de estudar livros com mensagens religiosas.
“O proselitismo é um direito das religiões. Mas isso pode ocorrer na escola pública?”, perguntou. “A LDB diz que não.”
A antropóloga afirmou que o acordo assinado entre o Vaticano e o Brasil, no Governo Lula, tenta consolidar a imposição do catolicismo no ensino religioso. Esse acordo, disse, é uma ameaça à liberdade religiosa.
Afirmou que nas escolas públicas paulistas o ensino religioso é ministrado pela perspectiva da história, filosofia e sociologia, diferentemente do que ocorre no Rio, que tem servido de referência a outros Estados.
“Quase todos os Estados se apropriam do que aconteceu no Rio, nominando as religiões dos professores. No Ceará, por exemplo, o professor tem de ter formação em escolas teológicas. Mas religiões afro-brasileiras não têm a composição de uma teologia formal. Essa exigência privilegia os católicos e os protestantes.”
A orientação do ensino religioso nas escolas do Rio está sendo contestada no STF (Supremo Tribunal Federal), lembrou Débora.
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http://www.paulopes.com.br/2011/05/ensino-religioso-e-armadilha-para.html
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4 comentários:
Acho que é totalmente possível um ensino religioso nas escolas públicas sem que haja proselitismo. Sou ateia, graduada em História e sou professora de Ensino Religioso em uma escola pública aqui na cidade em que moro. Desde o início, eu ministro a disciplina igual ao que acontece nas escolas paulistanas, isto é, "pela perspectiva da história, filosofia e sociologia". Em minhas aulas, falo sobre todas as religiões, ou seja, como a LDB recomenda, faço questão de contemplar a diversidade de crenças. É uma disciplina interessante, quando ministrada desse modo. E posso afirmar com toda a certeza: a aula fica muito mais interessante... rs! Os alunos adoram!
Hum, que bom, meus parabéns. Mas me preocupa é um padre, um pastor ou qualquer outro religioso ministrando essa disciplina
Sem dúvidas.
Eu já cheguei a ter uma aula de religião. é tudo uma palhaçada, só fala de cristianismo, uma catequese.
Discuti com a professora e sai de sala. Essa disciplina tem q sair das escolas!!
Beth Amorin
Está de parabéns!!
Assim eu ainda acredito nessa disciplina.
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