O espadarte é um dos grandes predadores das nossas águas (o maior exemplar capturado tinha 7 m), mas pode desaparecer do Brasil
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O Brasil possui atualmente 627 espécies ameaçadas de extinção, de acordo com pesquisa do Ministério do Meio Ambiente realizada em 2008. O levantamento anterior, feito em 1989, mostrava uma lista de 218 animais, mas não incluía peixes e outras espécies aquáticas. Todas estão descritas no Livro Vermelho, publicado pelo ministério. Mesmo se separarmos as espécies na pior categoria - "criticamente ameaçadas" -, a quantidade ainda é enorme (veja a lista no final do texto e clique na aba "Fotos" acima para ver alguns desses animais), compreendendo mamíferos, répteis, anfíbios, aves, peixes e invertebrados.
O processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema. Semelhante ao surgimento de novas espécies, a extinção é um evento natural: espécies surgem por meio de eventos de especiação (longo isolamento geográfico, seguido de diferenciação genética) e desaparecem devido a eventos de extinção (catástrofes naturais, competidores mais eficientes). Mas o surgimento e a extinção de espécies são eventos extremamente lentos, e que levam milhares ou até mesmo milhões de anos para ocorrer, a exemplo do que aconteceu com os dinossauros.
Porém, o homem vem acelerando muito a taxa de extinção de espécies, a ponto de ter se tornado o principal agente deste processo. "Os animais em risco estão muitas vezes sufocados pelo desmatamento provocado pela pecuária, pela abertura de terras, pela poluição e a expansão urbana", diz a bióloga Ellen Augusta de Freitas. "No Brasil, a onça-pintada, por exemplo, está cada vez mais próxima da extinção porque seu modo de vida requer grandes distâncias, por ser um felino de comportamento solitário e que usa grandes extensões de território. Com a expansão das cidades e das áreas de criação de gado, seu habitat está cada vez mais restrito, o que coloca a espécie em risco. No sul do Brasil também temos o puma, que teve seu território suprimido em boa parte", explicou.
Ainda assim, a bióloga esclarece que a extinção na natureza não significa necessariamente que não veremos mais o animal em questão. "Ele pode ser visto, mas suas características genéticas e sua variabilidade genética pode ficar em perigo. É o caso do panda (gigante), o exemplo mais conhecido de espécie que já está praticamente extinta. Podemos vê-los nos zoológicos e centros de recuperação, onde a reprodução é cada vez mais artificial", afirmou.
Uma em cada 11 espécies de mamíferos existentes no mundo é encontrada no Brasil (522 espécies), juntamente com uma em cada seis espécies de aves (1.622), uma em cada quinze espécies de répteis (468), e uma em cada oito espécies de anfíbios (516). Muitas dessas são exclusivas para o Brasil, com 68 espécies endêmicas de mamíferos, 191 espécies endêmicas de aves, 172 espécies endêmicas de répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios.
Para Ellen, a extinção de pequenos animais que normalmente são esquecidos, como rãs e sapos, afeta de forma drástica a vida de todos. "Eles são de imensa importância para todo o ecossistema, mas geralmente a população associa animais em extinção com espécies emblemáticas, como a onça e a baleia. Mas estes animais estão em risco devido a poluição e extinção de muitos banhados. O fim de áreas úmidas traz prejuízo ao clima, à qualidade da água e a toda uma gama de animais, sejam eles humanos ou não", alertou.
A lista completa de animais em extinção divulgada pelo Ministério do Meio ambiente pode ser acessada no link: http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=179&idConteudo=8122&idMenu=8631.
Veja abaixo os animais mais ameaçados segundo o Livro Vermelho:
Caluromysiops irrupta / Cuíca-de-colete
Alouatta guariba guariba / Guariba
Alouatta ululata / Guariba-de-mãos-ruivas
Brachyteles hypoxanthus / Muriqui
Cebus kaapori / Macaco-caiarara
Cebus xanthosternos / Macaco-prego-de-peito-amarelo
Leontopithecus caissara / Mico-leão-de-cara-preta
Leontopithecus chrysopygus / Mico-leão-preto
Saguinus bicolor / Sagüi-de-duas-cores
Callicebus barbarabrownae / Guigó
Callicebus coimbrai / Guigó-de-coimbra-filho
Balaenoptera musculus / Baleia-azul
Trichechus manatus / Peixe-boi-marinho
Carterodon sulcidens / Rato-de-espinho
Phyllomys unicolor / Rato-da-árvore
Juscelinomys candango / Rato-candango
Wilfredomys oenax / Rato-do-mato
Liolaemus lutzae / Lagartixa-da-areia; Lagartinho-branco-da-praia
Corallus cropanii / Boa-de-cropani; Jibóia-de-cropani
Dipsas albifrons cavalheiroi / Dormideira-da-Ilha-da-Queimada-Grande
Bothrops alcatraz / Jararaca-de-Alcatrazes
Bothrops insularis / Jararaca-ilhoa
Dermochelys coriácea / Tartaruga-gigante; Tartaruga-de-couro; Tartaruga-de-cerro; Tartaruga-de-quilha; Careba-mole (ES); Careba-gigante (ES); Tartaruga-de-leste (BA)
Melanophryniscus macrogranulosus / Sapinho-narigudo-de-barriga-vermelha (RS)
Hyla cymbalum / espécie de perereca
Hyla izecksohni / espécie de perereca
Hylomantis granulosa / Perereca-verde
Phyllomedusa ayeaye / Perereca-de-folhagem-com-perna-reticulada
Scinax alcatraz / Perereca-de-Alcatrazes
Holoaden bradei Odontophrynus moratoi / Sapinho
Paratelmatobius lutzii Thoropa saxatilis
Galeorhinus galeus / Cação-bico-doce
Pristis perotteti / Espadarte (AP, PA e parte do MA) ou Peixe-serra (demais Estados)
Puffinus lherminieri / Pardela de asa-larga; Pardelinha (ES)
Fregata ariel / Tesourão-pequeno
Fregata minor / Tesourão-grande
Mergus octosetaceus / Pato-mergulhão
Claravis godefrida / Pararu; Pararu-espelho
Columbina cyanopis / Rolinha-do-planalto; Pombinha-olho-azul; Rolinha-brasileira
Anodorhynchus leari / Arara-azul-de-lear
Pyrrhura anaca Salvadori (Pyrrhura griseipectus) / Periquito-cara-suja (CE, PE); Cara-suja (CE); Tiriba-de-peito-cinza
Neomorphus geoffroyi / Jacu-estalo; Jacu-porco; Jacu-taquara; Jacu-queixada; Jacu-molambo; Jacu-verde; Aracuã-da-mata
Calyptura cristata / Tietê-de-coroa; Anambé-mirim
Drymornis bridgesii / Arapaçu-platino
Gubernatrix cristata / Cardeal-amarelo
Oryzoborus maximiliani (Sporophila maximiliani) / Bicudo; Bicudo-verdadeiro
Coryphistera alaudina / Corredor-crestudo
Leptasthenura platensis / Rabudinho
Philydor novaesi / Limpa-folha-do-nordeste
Pseudoseisura lophotes / Coperete
Antilophia bokermanni / Soldadinho-do-araripe; Lavadeira-da-mata; Galo-da-mata; Cabeça-vermelha-da-mata; Uirapuru-matreiro
Merulaxis stresemanni / Entufado-baiano
Formicivora littoralis / Formigueiro-do-litoral; Com-com (Cabo Frio)
Myrmotherula snowi / Choquinha-de-alagoas
Nemosia rourei Cabanis / Saíra-apunhalada
Hemitriccus kaempferi / Maria-catarinense; Sebinho-de-peito-camurça
Phylloscartes roquettei / Cara-dourada
Diplodon koseritzi / Marisco-do-junco (RS)
Corvoheteromeyenia australis
Corvospongilla volkmeri / Pó-de-mico
Racekiela sheilae
Cassidulus mitis Krau / Ouriço-do-mar
Synaptula secreta / Pepino-do-mar; Holotúria
Giupponia chagasi / Opilião; Aranha-bode; Aranha-fedorenta
Iandumoema uai / Opilião; Aranha-bode; Aranha-fedorenta (apesar do mesmo nome popular, é considerada uma espécie diferente)
Dichotomius schiffleri / Besouro-rola-bosta
Exomalopsis (Phanomalopsis) atlantica / espécie pouco conhecida de abelha
Dirphia monticola / espécie de mariposa
Mecistogaster pronoti / espécie de libélula
O animal mais presente na lista (a borboleta) tem 20 espécies criticamente ameaçadas de extinção - todas sem nome popular específico:
Drephalys mourei Miel
Pseudocroniades machaon seabrai
Actinote zikani
Dasyophthalma delanira
Dasyophthalma vertebralis
Doxocopa zalmunna
Eresia erysice erysice
Hyalyris fiammetta
Melinaea mnasias thera
Narope guilhermei
Orobrassolis ornamentalis
Scada karschina delicata
Eurytides iphitas
Heraclides himeros baia
Mimoides lysithous harrisianus
Parides panthonus castilhoi
Perrhybris flava
Euselasia eberti
Nirodia belphegor
Panara ovifera
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http://noticias.terra.com.br/educacao/vocesabia/noticias/0,,OI4691983-EI8399,00-Quais+sao+as+especies+mais+ameacadas+de+extincao+no+Brasil.html
sábado, 2 de outubro de 2010
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