Evento em São Francisco discutiu inovações, negócios e o futuro da web segundo especialistas, empresários e executivos do mundo digital
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A web, como se conhece hoje, é um "fenômeno" relativamente novo. Se considerar o início do boom digital em 1995, com o início da "bolha da internet", e seu estouro somente em 2001, tem-se ao menos uma década de história para enxergar. Segundo analistas, CEOs e empresários que participaram dos três dias do evento Web 2.0 Summit, em São Francisco, na Califórnia, já é possível vislumbrar um caminho para o uso da web no futuro: a socialização da vida virtual.
Com o objetivo de discutir a perspectiva única de visionários e executivos da internet, o evento foi realizado pela O'Reilly Media, Inc., em parceria com a empresa TechWeb. Do moderador das conversas, o jornalista John Batelle, a CEOs, como Carol Bartz, do Yahoo!, e Jim Baisillie, da Research in Motion, houve consenso quanto ao movimento cada vez mais crescente da web como plataforma social. E, a frente deste processo, uma potência chamada Facebook, como uma grande "criadora e perpetuadora da inteligência artificial", nas palavras do CEO Mark Zuckerberg.
A conversa com Zuckerberg foi uma das mais aguardadas do evento. Dois tópicos nortearam o debate: o Facebook Messages, com a criação do serviço de e-mail da rede social, e a questão da privacidade. Ao se defender da segunda questão, o CEO jogou a responsabilidade também para o usuário. "Ser amigo significa compartilhar coisas, mas a informação é sua. A minha preocupação, que é a mesma dos usuários, é se as minhas informações estarão seguras", afirmou, recorrendo ao princípio do "user control". Sobre o e-mail, ele falou que a ideia não é somente agregar vários serviços dentro do perfil da página, mas sim tornar o serviço de correio eletrônico mais informal, menos burocrático.
No meio deste jogo social, o Google não poderia ficar de fora. Referido pela CEO do Yahoo!, Carol Bartz, como "uma grande companhia", a unanimidade entre os participantes do evento, Eric Schmidt, CEO da empresa, também precisou responder sobre a questão da privacidade. "Existe uma linha que não podemos cruzar. Poderíamos rastrear pessoas, ao vivo, com reconhecimento facial, mas não fazemos", afirmou. Schimidt encerrou dizendo que há divergências quanto ao limite, mas que o Google não quer cogitar ultrapassá-lo.
Outro ponto a ser destacado a discussão sobre a explosão de aplicativos para acessar a internet, do YouTube ao Twitter. O assunto percorreu diversas conversas, mas tomou um tom mais sério quando Jim Basillie, CEO da Reasearch in Motion, fabricante do BlackBerry, acusou a empresa de Steve Jobs de tentativa de "aplicatificação" da web, tomando o iPhone como padrão. Para ele, este é um movimento sem sentido e desnecessário. "A web não é um grande aplicativo", concluindo que ela não pode ser tratada como se não tivesse uma vida para além dos milhares de aplicativos que tomaram conta do uso da internet, principalmente nos smartphones.
O encerramento do evento, que aconteceu por volta das 23h30 de quarta-feira, horário de Brasília, foi com Evan Williams, co-fundador do Twitter, uma rede social que, segundo o CEO do LinkedIn, Jeff Weiner, é, na verdade, "uma grande plataforma para a comunicação social com foco na informação". Para Williams, o caso do Twitter é que ele inaugurou uma maneira diferente para que o usuário experimentasse o potencial que a web pode oferecer, mas faz ressalvas quanto à própria ferramente. "Nós precisamos evoluir em vários setores ainda", afirmou, ao destacar o que, segundo ele, é o maior presente que o serviço de microblogging ofereceu ao mundo, impulsionado pela web 2.0: a possibilidade de dar voz a quem, na sociedade, não a possui.
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http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4797700-EI12884,00-Web+Summit+o+futuro+da+web+esta+na+socializacao.html
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
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