Ramificações dos primatas ao longo do processo evolutivo
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A ciência já aterrissou o Homo sapiens. O conhecimento rebaixou-nos da posição única no universo de que uma vez nos orgulhamos. Foi, naturalmente, uma ilusão. Acreditávamos e, arrogantemente, vendíamos a ideia de que estávamos no centro de tudo e o mundo girava em torno de nós. Aos poucos fomos descendo deste pedestal (milhões continuam a resistir, apesar das evidências). A Via Láctea não está mesmo no centro do universo e as dimensões são tão grandes lá fora, que o nosso lugar no cosmos é realmente insignificante.
E somos nós (Terra) que giramos ao redor de uma estrela comum e corriqueira. Estrela esta maravilhosamente funcional para o desenvolvimento da vida em nosso planeta, mas não porque essa estrela tenha querido isso, ou o universo. Apenas os elementos deste mundo em que vivemos, aproveitam a energia como podem.
Tampouco somos criado à imagem e semelhança dos muitos deuses que inventamos. Porém, evoluímos, como todos os seres vivos no planeta, e, hoje, classificamo-nos na ordem dos primatas. Pois somos primatas, caso você ainda não tenha notado.
Agora, a primeira pesquisa envolvendo sete espécies diferentes de primatas, incluindo os humanos, revela que os primatas envelhecem no mesmo ritmo. É outra das ideias que fazia-nos pensar que fossemos únicos, que os humanos envelheciam num ritmo menor que os demais primatas. Mas não é assim. Os chimpanzés, gorilas e outros primatas apresentam as mesmas características de idade que os humanos.
"Tínhamos razões para acreditar que os seres humanos envelheciam mais devagar e com mais graça do que a dos outros primatas. Os seres humanos, por exemplo, são animais de vida longa. Assim como papagaios, algumas aves marinhas, tartarugas e ostras, o Homo Sapiens é difícil de matar. Nós vivemos muito além dos nosso período reprodutivo. Se fôssemos como os outros mamíferos, começaríamos a morrer por volta dos quarenta", diz Anne Bronikowski, uma bióloga da equipe que elaborou o estudo.
O grupo de cientistas combinou dados de outros estudos realizados em diferentes espécies de primatas em países como Costa Rica, Brasil, Quênia, Tanzânia, Ruanda e Madagascar. Analisaram o decorrer de anos da vida de macacos-prego, macacos-aranha, babuínos, macacos azuis, chimpanzés, gorilas e lêmures e as análises estatísticas centraram-se na ideia de risco de morte. Com isso, definiram como a taxa de risco de mortalidade aumentou com a idade. Estes resultados foram comparados com 3.000 espécies não-humanas dos primatas acima mencionados.
"Os padrões humanos não são notavelmente diferentes, não obstante o fato de que esses animais enfrentam as fontes de mortalidade nas selvas de que um ser humano está protegido. Envelhecemos com o mesmo ritmo e compartilhamos as mesmas características de envelhecimento com outros primatas", diz Susan Alberts, uma das autoras, da Universidade Duke.
É claro que a probabilidade de que um chimpanzé morra enquanto dirija e, simultaneamente, envie um texto de seu telefone celular são nanomínimas. No entanto, os resultados também confirmam um padrão que já foi observado em humanos e outras espécies do reino animal de grande porte: os homens morrem antes das fêmeas. O engraçado é que eles descobriram que entre os primatas, a diferença entre os sexos é pequena em grupos onde a agressão entre machos é muito inferior, como nos macacos muriquis do Brasil.
"Os muriquis são os únicos primatas em nosso estudo, onde os machos não competem entre si pelo acesso a uma copulação, por isso acreditamos ser esta a razão pela qual os machos de muitas espécies estão vivendo sob o estresse da competição constante", diz a antropóloga Karen Strier, da Universidade de Wisconsin, uma das biólogas no estudo.
Fonte: Os resultados do estudo foram publicados na revista Science, edição de 11 de março de 2011
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http://planetaateu.blogspot.com/2011/03/envelhecemos-no-mesmo-ritmo-que-nossos.html
domingo, 13 de março de 2011
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