Pôster do filme “Criação” (Creation) - baseado no livro “Annie’s Box”, escrito por Randal Reynes, tataraneto de Charles Darwin, o criador da teoria da evolução.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Deus não existe!


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Até meados do século 19, toda a humanidade acreditava na existência de um “deus”, exceto pequenos grupos intelectualizados reconhecidos por serem adeptos da teoria do livre-pensar, uma ideologia ceticista que ganhou notoriedade durante o período renascentista – final do século 13 – e espalhou sua influência por todo o mundo. Nessa época, a ciência dava os primeiros passos rumo às grandes descobertas científicas, porém sua atuação era limitada e freqüentemente censurada pelo poder da Igreja. Em 1616, quando Galileu Galilei provou ao mundo que a Terra girava em torno do sol – ao contrário do que estava escrito na Bíblia – sob ameaça de morte, o cientista fora induzido a se retratar. Sua descoberta era considerada incrédula. O poder político-eclesiástico não admitia contradições em relação aos textos bíblicos e ser cristão era praticamente uma imposição. O indivíduo que quisesse assumir publicamente oposição aos ensinamentos da Igreja, de antemão sabia: seria recriminado pelo governo e pela sociedade com acusações de incredulidade, rebeldia, libertinagem e desonestidade. Para manter a boa imagem, era preferível não admitir tal posicionamento.
Mas a situação começou a mudar. Logo depois que Charles Darwin apresentou a Teoria da Evolução em 1859, a ciência – que já deflagrara conflitos com a religião – passa abertamente a duvidar de Deus. A sociedade influenciada inicia um processo de confronto entre as evidências científicas e os dogmas religiosos. Surge o primeiro crescimento ostensivo do ateísmo no mundo. Anos mais tarde, em 1882, o filósofo ateu Friedrich Nietzsche (1844–1900) sinaliza este crescimento com a célebre frase publicada em Gaia Ciência: “Deus está morto! [...] e quem o matou fomos nós!”. O aforismo repercute internacionalmente e logo se inicia o movimento racionalista do século 19, cuja principal característica, do ponto de vista religioso, foi a desvalorização da fé.
No século 20, o humanismo, impulsionado pela Revolução Industrial e pelo desenvolvimento capitalista, substitui o racionalismo, mas a fé continua sendo considerada alienação. O mundo avança rumo ao progresso e a sociedade se distancia ainda mais de Deus. O ateísmo deixa de pertencer somente às classes intelectuais, influencia as correntes filosóficas, os movimentos político-sociais como o liberalismo, a democracia, o anarquismo, o socialismo, e se infiltra fortemente, também, entre os grupos populares.
Assim, por mais de 200 anos, o ateísmo tem conquistado um montante cada vez maior de adeptos, sobretudo entre os países socioeconomicamente mais evoluídos. Estima-se que haja atualmente no mundo cerca de 750 milhões de pessoas que não acreditam em Deus. Um grupo que ocupa a 4ª posição no ranking composto pelo cristianismo, em primeiro lugar, com 2 bilhões de fiéis (considerando-se católicos, protestantes, anglicanos, luteranos, ortodoxos, além de mais de 39 mil tipos de denominações em 238 países)*, seguido pelo islamismo – a religião que mais cresce – com 1,2 milhão de seguidores, e o hinduísmo, com 900 milhões de praticantes.
Segundo o teólogo e escritor Russel Shedd, PhD em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, os números tendem a crescer ainda mais, sobretudo entre os países mais ricos. “Vai-se viver como se Deus não existisse. Isso não quer dizer que todo o mundo está se tornando ateu, mas há uma modernização. As pessoas têm o que desejam: emprego, família bem cuidada, plano médico etc., quer dizer, supostamente não precisam de nada, nem de Deus”.
O diretor do Instituto World Values Surveys e cientista político da Universidade de Michigan, Ronald Inglehart, concorda com esse argumento e diz que nas sociedades caracterizadas pela carência na distribuição de alimentos, precariedade nos serviços públicos de saúde, de moradia etc., o índice de religiosidade tende a aumentar. Por outro lado, em nações onde há fartura e excelentes serviços nas áreas citadas, a fé tende ao desaparecimento. A hipótese já defendida pelo filósofo ateu Karl Marx, em 1843, isto é, que o sofrimento produz religiosidade e a fartura o distanciamento de Deus, hoje pode ser visto quantitativamente através de pesquisas realizadas por sociólogos em todo o planeta. Começando pela Europa – berço da civilização cristã – passando pelas Américas, África, Ásia e Oceania, é possível conectar os fatores lógicos da relação “fé versus desenvolvimento” aqui apresentadas.
PANORAMA GLOBAL DO ATEÍSMO
Na Europa
O continente que um dia foi luz para o mundo, região de onde por mais de um milênio o Evangelho foi propagado às nações, hoje caminha rumo à escuridão da fé. Segundo o Centro de Treinamento Cristão European Apologetics Network, de Londres, “somente na Europa, nos últimos 100 anos, o ateísmo cresceu de aproximadamente 1,7 milhão para cerca de 130 milhões de pessoas”. De acordo com a obra Religião na Europa no Final do Segundo Milênio, publicada em 2003 pelo padre Andrew Greeley, jornalista, autor de 50 best-sellers e professor de Ciências Sociais das Universidades de Chicago e do Arizona, “só entre os britânicos, 31% das pessoas declararam não acreditar em Deus”. Um ano depois, a BBC de Londres encomenda outra pesquisa sobre o mesmo assunto e revela um novo recorde: o índice subira para 44%.
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Quando entrevistado pelo jornalista Dale Hurd para a CBN News, o escritor Richard Miniter (correspondente do jornal inglês The London Sunday Times em Bruxelas, na Bélgica) declarou: “Quando você diz aos europeus que vai à igreja aos domingos, as pessoas o olham como se fosse uma peça de museu. Lá, apenas 5% da população freqüenta cultos regularmente e, deste percentual, 3% são negros, um índice elevado da população afro, considerando que apenas 5% da sociedade européia é de origem negra”.
Pastor Paul Devos, do Centro Cristão das Assembléias de Deus na Bélgica, em resposta à mesma reportagem, afirma: “Aqui na Europa, as pessoas não esperam nada da religião. Eles acreditam que para esta vida não há nenhuma esperança a ser encontrada na igreja. Não podemos sair tocando a campainha da casa das pessoas, porta a porta, tentando alcançá-las. Elas não acreditam mais em nós”. Desse problema, o renomado escritor inglês C.S.Lewis já estava ciente há algumas décadas. Ele costumava dizer: “Se desse a um transeunte em Londres a opção entre uma refeição num bom restaurante e a garantia de chegar ao céu, seguramente ele escolheria a refeição”.
Frente ao declínio massivo da fé, Miniter desabafa: “A perda da fé, na Europa, é como uma estrela negra, invisível, que ainda possui uma tremenda força gravitacional. Eles não entendem por que a cultura deles está falindo. Eles não entendem por que os índices de divórcio e suicídio são tão elevados. Eles não entendem por que tão poucas mulheres européias têm mais de um filho e por que, na maioria das ruas, você vê mais cachorros do que crianças. Esse é o impacto da morte da fé na Europa”.
Peter Kerridge, diretor geral da rádio premier do Reino Unido, se opõe à idéia de falência. Para ele, não importa quantas manchetes saiam dizendo que a Igreja está morta. A verdade é que ela nunca morrerá. Ele se refere ao aumento de 18% da população cristã entre as igrejas pentecostais de membresia tipicamente afro, nos últimos 5 anos, em Londres.

No mundo
Outros dados surpreendentes sobre o crescimento do ateísmo no mundo também foram revelados por Phil Zuckerman, PhD em Sociologia da Religião, pesquisador e professor da Pitzer College de Claremont, Califórnia, EUA. Seu artigo, publicado na obra Contemporary Atheism: Rates and Patterns, editada por Michael Martin e impressa pela Universidade de Cambridge no final de 2006, mostra a lista das 50 nações com maior porcentagem de pessoas que se intitulam atéias, agnósticas ou que simplesmente declararam não acreditar em Deus. Apesar da margem de erro em alguns casos ser bastante elevada, as porcentagens apresentadas revelam um verdadeiro apagão da fé entre os mais abastados do globo. Suécia (85%), Vietnam (81%), Dinamarca (80%), Noruega (72%), Japão (65%) e República Checa (61%) respectivamente, encabeçam a lista, seguidos por Finlândia (60%), França (54%), Coréia do Sul (52%), Estônia (49%), Alemanha (49%), Rússia (48%), Hungria (46%), Holanda (44%), Inglaterra (44%) etc. Todos esses países possuem alta renda percapita, exceto o Vietnam, onde o ateísmo não é orgânico, mas coercivo, isto é, imposto ou induzido pelo regime político ou religioso. Essa situação é encontrada também nos países do continente asiático – o mais populoso do mundo –, na Oceania e no Oriente Médio.
Na África
Nas 48 nações do continente africano, sem contar as ilhas, a situação é completamente diferente. Países como Argélia, Benin, Botsuana, Burquina Fasso, Burundi, Camarões, Chadi, Etiópia, Gâmbia, Gana, Quênia, Libéria, Líbia, Madagascar, Mauritânia, Marrocos, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão, Tanzânia, Togo, Tunísia, Zimbábue e Zâmbia, entre outros, mostram índice de ateísmo inferior a 1%. Essas nações estão entre as mais pobres do planeta. Lá, a renda percapita é insignificante e a maioria da população vive abaixo da linha da pobreza, isto é, com menos de 1 dólar por habitante, ao dia.
Nas regiões mais desenvolvidas do continente, como a África do Sul, por exemplo, as condições de vida melhoram e o índice de ateísmo volta a sofrer elevações, chegando a 11%. Apesar disso, o país tem cerca de 79% de sua população declaradamente cristã. Um panorama otimista.

Na América Latina
Na América Latina, região formada por 20 países tipicamente de Terceiro Mundo, ou em desenvolvimento – incluindo o Brasil –, os índices de ateísmo permanecem baixos, variando de 1% a 3%, exceto em Cuba, México (7%), Argentina (8%) e Uruguai, com cerca de 12% de sua população ateísta e, entre 30% e 50%, assumidamente sem religião.

Outros países onde o ateísmo é inferior a 1%
Além das nações já mencionadas, há outras dezenas onde o ceticismo não chega a 1%. Como exemplo podemos citar: Azerbaijão, Geórgia, Indonésia, Bangladesh, Brunei, Tailândia, Sri Lanka, Irã, Malásia, Nepal, Afeganistão, Paquistão. No entanto, lá o cristianismo não tem presença marcante. As religiões predominantes são islamismo, hinduísmo, budismo etc.

ATEÍSMO VERSUS FÉ
Nunca houve tantos ateus no mundo como na atualidade. No entanto, enquanto a maioria dos países ricos elevam seus índices de ateísmo, globalmente a ideologia cética tende à diminuição. A razão disso é o significativo aumento do evangelismo entre as nações menos desenvolvidas. Ao contrário do que disse Nietzsche, isto é, “Deus está morto”, para os latino-americanos Ele nunca esteve tão vivo.
De acordo com Oscar Corvalán-Vásquez, professor da Universidade Pública do Chile e PhD em Sociologia pela Universidade de Toronto, “as projeções para os próximos 20 anos indicam que o número de cristãos nos EUA deve aumentar em 43 milhões. No México e no Brasil, cerca de 47 milhões. Na América Latina, o crescimento deve dobrar em relação ao Canadá e aos EUA. Na Rússia, a situação deve permanecer estável, porém, na Alemanha, haverá uma redução significativa. Isso significa que em 2025 ela não fará mais parte das 10 maiores nações cristãs do mundo. No continente africano, o crescimento deverá ser superior aos 100 milhões de novos convertidos, sendo Nigéria e República Democrática do Congo responsáveis por 72% deste montante. Mais surpreendente ainda será a elevação do cristianismo na Ásia. China, Índia e Filipinas, juntas, devem somar 124 milhões de novos adeptos”.
Segundo Vásquez, sua análise intitulada “Os pentecostais e o ecumenismo: uma perspectiva latino-americana”, fora apresentada ao Conselho Mundial de Igrejas na Suíça.

20 NAÇÕES COM OS MAIS ELEVADOS ÍNDICES DE ATEÍSMO

País
População
Ateístas + Agnósticos – Máx.
1
Suécia
8,986,000
85%
2
Vietnam
82,690,000
81%
3
Dinamarca
5,413,000
80%
4
Noruega
4,575,000
72%
5
Japão
127,333,000
65%
6
República Tcheca
10,246,100
61%
7
Finlândia
5,215,000
60%
8
França
60,424,000
54%
9
Coréia do Sul
48,598,000
52%
10
Estônia
1,342,000
49%
11
Alemanha
82,425,000
49%
12
Rússia
143,782,000
48%
13
Hungria
10,032,000
46%
14
Holanda
16,318,000
44%
15
Grã-Bretanha
60,271,000
44%
16
Bélgica
10,348,000
43%
17
Bulgária
7,518,000
40%
18
Eslovênia
2,011,000
38%
19
Israel
6,199,000
37%
20
Canadá
32,508,000
30%
Fonte: Atheism: Contemporary Rates and Patterns

MOVIMENTO EM PROL DO ATEÍSMO NO MUNDO
Quem está inconformado com a perspectiva de crescimento global da fé é o cientista britânico Richard Dawkins, 65 anos, biólogo, evolucionista, professor da Universidade de Oxford e, certamente, o ateísta mais conhecido da atualidade. Para ele, o século 21 deveria ser conhecido como a era da razão, “mas a fé militante irracional voltou a marchar rumo à alienação”, diz o autor. O que para os cristãos é uma boa notícia, para Dawkins tem sido um verdadeiro pesadelo. Diante desse fato, o intelectual lança, através dos meios de comunicação, uma cruzada internacional simbólica contra a fé em Deus, em prol do extermínio das religiões e a favor da multiplicação do ateísmo.
Dawkins se notabilizou como defensor ferrenho do ateísmo no ano de 1976 por ocasião do lançamento de seu primeiro best-seller intitulado O Gene Egoísta. Nessa obra, o cientista introduz na ciência o conceito de MEME (unidade de informação cultural que passa de uma mente para outra), uma alusão às influências ideológicas transmitidas pelo ser humano às outras pessoas, como por exemplo o evangelismo cristão. Depois disso, Dawkins lança outros seis livros tratando de temas controversos à fé, entre eles O Fenótipo Estendido, O Relojoeiro Cego, O Rio que Saía do Éden, A Escalada do Monte Improvável e Desvendando o Arco-íris.

10 MAIORES NAÇÕES CRISTÃS (PROJEÇÃO para 2025 e 2050)
HOJE
Milhões
2025
Milhões
2050
Milhões
EUA
252
EUA
295
EUA
329
Brasil
167
Brasil
193
China
218
China
111
China
173
Brasil
202
México
102
México
123
Congo
145
Rússia
85
Índia
107
Índia
137
Filipinas
74
Filipinas
97
México
131
Índia
68
Nigéria
95
Nigéria
130
Alemanha
62
Congo
91
Filipinas
112
Nigéria
61
Rússia
85
Etiópia
104
Congo
53
Etiópia
67
Uganda 95
Fonte: World Christian Database
No final de 2005, a TV Channel 4 da Inglaterra convida o biólogo para a produção de um documentário crítico às religiões no mundo. Dawkins aceita o desafio e, em janeiro de 2006, o programa intitulado “A Raiz de Todos os Males?” (dividido em duas partes – “A Desilusão de Deus” e “O Vírus da Fé”) é transmitido em horário nobre para todo o Reino Unido. O programa é um sucesso de audiência, apesar das muitas críticas ao fato de Dawkins ter dado voz a extremistas religiosos, tanto do islã quanto do judaísmo. A proposta, no entanto, era realmente esta: chocar os telespectadores, mostrando que as religiões formam a raiz dos conflitos mais violentos do mundo. Aproveitando a esteira de visibilidade que o documentário lhe proporcionou, Dawkins utiliza o programa como piloto e lança seu 8º livro chamado The God Delusion, um manifesto ateísta, polêmico, repleto de afrontas e acusações às religiões, sobretudo ao cristianismo, onde o autor pretensiosamente promete convencer o leitor de que “Deus é um delinqüente psicótico inventado por pessoas maldosas”; que “a religião, além de ser infantil e irracional, é um insulto à dignidade humana, uma vez que ensina seus seguidores que é uma virtude se satisfazer com o não- entendimento”; que “a fé é o processo de não pensar”, dentre tantas outras objeções blasfemas. “Se este livro funcionar como eu pretendo, leitores religiosos que o abrirem se tornarão ateístas quando o terminarem de ler”, diz o polemista.
“É chegada a hora de as pessoas raciocinarem e darem um basta nisso. [...] Os homens-bomba estão convictos de que, matando para o deus deles, serão levados a um paraíso especial para mártires. No entanto, este não é só um problema do islamismo, mas um mal que atinge igualmente todas as crenças”. Para ele, até mesmo aquelas religiões que parecem inofensivas, como por exemplo o catolicismo, são responsáveis pela morte de tantas vidas quanto o islã. “O que dizer sobre o desencorajamento do papa ao uso da camisinha na África ou a ‘linha direta’ entre Bush e Deus se os custos disso são igualmente vidas humanas?”.
Para Valtair Miranda, mestre em Ciências da Religião e coordenador de Teologia do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, a atitude de Dawkins é reducionista, limitada por um ou mais aspectos. “O fenômeno religioso é impossível de ser esgotado por um único método de análise. Há algo nele fora dos limites da compreensão humana. Marx e Freud foram os grandes exemplos disso. O primeiro compreendeu que é o estado e a sociedade que produzem a religião. O segundo, que a religião era fruto de uma neurose inconsciente, reprimida, desejante do pai-que-tudo-resolve. É verdade que em alguns contextos a religião veio a ser realmente isso. Mas ela nunca foi apenas isso. Ela é muito mais do que isso. Vê-la apenas dessa forma é ignorar todas as outras manifestações desse fenômeno enormemente plural”.
Um dos principais pilares da pregação ateísta de Dawkins é que a religião, seja ela qual for, gera violência direta ou indiretamente. E talvez aí esteja o principal triunfo de sua obra, uma vez que ela não traz nenhuma novidade em relação a qualquer outra manifestação ateísta já publicada, senão raiva e indignação no estilo bem escrito e humorado.
Para o editor Mark Carpenter, mestre em Letras Modernas pela USP e presidente da Editora Mundo Cristão, “a relevância da obra de Dawkins está diretamente ligada ao pós-11 de setembro. Todas as acusações de violência da religião inconscientemente podem ser associadas aos atentados”. Ao que tudo indica, Carpenter está com a razão. Uma das principais estratégias de marketing de Dawkins é a utilização de banners disponíveis para download em seu website, onde os principais elementos explorados são as torres gêmeas e as palavras “Imagine no religions”, ou seja, “Imagine se não houvesse religiões”.
O evolucionista também utiliza a Bíblia para tentar confundir aqueles que, como ele mesmo diz, “estão em cima do muro”. Questionando origem, base moral e veracidade dos textos, Dawkins inadvertidamente seleciona textos a seu bel-prazer, identifica possíveis evidências de imoralidade, e então pergunta: “Que Deus ético e bondoso é esse que permite esse tipo de criminalidade?”. Para ele, o Antigo Testamento descreve um sistema moral que qualquer pessoa civilizada deveria achar venenosa. “O que dizer de Deuteronômio 13 onde os cristãos da época são instruídos a matar qualquer amigo ou membro da família que seguisse a outros deuses? E sobre Números 31, onde, por ordem de Deus, as mulheres e crianças são mortas pelos soldados? O que seria isso senão um caso de genocídio? E Juízes 19, em que um velho homem atira sua filha a uma multidão de homens loucos para ser estuprada e humilhada numa tentativa de salvar seu hóspede?” Na opinião do cientista, “o Deus do cristianismo só pode ser um dos personagens mais desagradáveis e maldosos de todos os tempos: egoísta e orgulhoso disso, insignificante, vingativo, injusto, rancoroso, racista, um deus que encoraja seus seguidores à prática do genocídio, entre outros crimes bárbaros”.
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http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=74&materia=837

2 comentários:

Ateuatoa disse...

Deus Jamais Morrerá,Pois Sempre Existirão Pilantras E Imbecis No Mundo.E Esses Dois Tipos,Tão Comuns No Seio Da Espécie Humana,Cada Um Com Seus Motivos,Aparentemente Divergentes,Mas,Na Verdade,Complementares(O Pilantra Precisa Do Imbecil Para Lucrar,E,O Imbecil Precisa Do Pilantra Para Engana-lo,Pois Ele Não Consegue Suportar A Realidade!)Carregarão Deus Para Sempre Através Do Tempo,Tornando-o Assim,Eterno.Um Deus,Seja Ele Qual For,Só Póde Existir,Num Oceano De Ignórância E Enganação;Pois Ambas Se Complementam,E,Como Elas Fazem Parte Da Natureza Humana,Então Deus Será Eterno,Enquanto A Humanidade Existir.Eu Pessoalmente Não Creio Em Deus.Como Não Creio Em Papai Noél,Saci Pererê,Mula Sem Cabeça,Lobisomens,Vampiros,Fadas e Gnomos Etc...
O Que Tudo Isso Tem Em Comum?Simples;A Cartola Da Imaginação Humana,De Onde Todos Eles Brotaram,Inclusive Deus,Qualquer Deus,Alá,Yaveh,Brama,Shiva,Deus Nos Acuda E Sei Lá Mais O Que.Tudo Conversa Prá Encher Tripa;Ou Seja,Merda.

paulo roberto disse...

como dizia mamãe, de hora em hora deus melhora, ou não. Anarquista graças à deus.

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