Um meteorito que caiu na Terra há quase 150 anos parece conter estilhaços microscópicos de uma estrela que explodiu quando surgiu o sistema solar.
A composição química do meteorito Orgueil, que atingiu a França em 1864, indica que uma estrela explodiu e formou uma supernova há cerca de 4,5 bilhões de anos, quando os planetas estavam se formando ao redor do Sol.
A partir dos restos encontrados no meteorito francês, os cientistas quiseram determinar que tipo de estrela explodiu e se foi gerada uma supernova tipo 1 ou tipo 2.
A supernova tipo 1 ocorre com a morte de uma estrela anã-branca pequena, mas extremamente densa. Já a supernova tipo 2 se forma quando uma estrela gigante - pelo menos nove vezes mais pesada que o Sol - queima quase todo o seu combustível, o que desencadeia um colapso interno seguido de uma explosão.
Grãos de supernova tipo 2 já foram encontrados em meteoritos antes, mas, até agora, nenhum marcador de supernova tipo 1 havia sido achado.
A grande quantidade de cálcio 48 encontrada no meteorito Orgueil levou os cientistas a acreditarem que ele foi originado de uma supernopva tipo 1. Isso porque o cálcio 48 é gerado em grandes quantidades na supernova tipo 1, mas é inexistente na supernova tipo 2.
ELEMENTOS METÁLICOS
O estudo pode, ainda, resolver o mistério de variação da quantidade de elementos químicos entre planetas e entre meteoritos.
Antes, os cientistas acreditavam que os elementos químicos foram distribuídos uniformemente por uma espécie de nuvem de gás e poeira que entrou em colapso para formar o nosso sistema solar.
Agora, com a descoberta da composição do meteorito Orgueil, a expectativa é que a distribuição de elementos metálicos não tenha sido tão uniforme assim.
Os resultados sugerem que a supernova lançou os grãos desordenadamente no espaço e que esses grãos foram incorporados em meteoritos - como o Orgueil - e em planetas que estavam começando a se formar em torno do Sol.
Os grãos analisados têm menos de 100 nanômetros de diâmetro, ou seja, cerca de um milésimo da largura de um fio de cabelo humano.
O estudo do meteorito foi liderado por Nicolas Dauphas, pesquisador da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. Os resultados estão na última edição da revista científica "Astrophysical Journal".
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/797699-meteorito-que-caiu-na-franca-tem-estilhacos-de-supernova.shtml
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
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