Pesquisadores descobriram uma forma surpreendentemente rápida e segura de transformar células comuns da pele em células-tronco e células musculares.
Eles afirmaram na quinta-feira que o método deles pode fornecer uma forma de gerar tecido dentro da nova ciência chamada medicina regenerativa, que os médicos esperam que um dia leve a maneiras de reparar lesões e talvez até substituir órgãos inteiros.
Em um artigo publicado na revista Cell Stem Cell, o médico Derrick Rossi, da Harvard Medical School, e seus colegas afirmaram que estavam trabalhando em novas maneiras de produzir células-tronco pluripotentes induzidas, as chamadas células iPS.
Essas células se parecem muito com as células-tronco embrionárias, as verdadeiras células-mestre do corpo, que podem dar origem a todas as células e tecidos do corpo.
São necessários apenas três ou quatro genes para transformar as células da pele, ou qualquer outra célula comum, e fazê-las terem um comportamento como o das células-tronco.
Mas a maioria das maneiras de fazer isso envolve a utilização de um vírus para levar os genes novos para dentro da célula, ou DNA, e essas técnicas podem provocar outros problemas, incluindo tumores.
Rossi e seus colegas do laboratório do pesquisador George Daley testaram um método novo, usando RNA. RNA é a substância que carrega as instruções para o DNA.
Para a surpresa deles, o RNA proveniente dos quatro genes de "célula-tronco" conseguiu transformar as células da pele comuns em células iPS. Essas células poderiam, assim como as células-tronco, ser produzidas para formar células cardíacas, neurônios e outros tipos de célula.
Eles também foram capazes de transformar diretamente as células da pele em células musculares, relataram os pesquisadores.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4709856-EI8147,00-Pesquisadores+dos+EUA+produzem+celulastronco+a+partir+da+pele.html
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Pinguins antigos não eram pretos e brancos, diz estudo
Antigamente, os pinguins eram avermelhados e cinzas
.
A descoberta do mais antigo fóssil de pinguim com penas, datando de 36 milhões de anos atrás, revela que nem sempre os pinguins foram pretos e brancos. Os pássaros aquáticos, antigamente, eram avermelhados e cinzas. A análise do fóssil foi realizada por pesquisadores da Universidade do Texas, Estados Unidos. As informações são do site LiveScience.
O pinguim, acredita-se, possuía 1,5 m de altura, e pesava duas vezes mais do que os pinguins atuais, com 30 kg em média. Marcas de penas na pedra, em volta dos ossos ajudarão os pesquisadores a entender como o pinguim moderno evoluiu.
Para descobrir a cor que os pingüins possuíam, os pesquisadores examinaram resíduos de pigmentação nos fósseis. Examinando as células dos pigmentos, descobriu-se que os pinguins eram vermelhos e cinzas.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4709755-EI8145,00-Pinguins+antigos+nao+eram+pretos+e+brancos+diz+estudo.html
.
A descoberta do mais antigo fóssil de pinguim com penas, datando de 36 milhões de anos atrás, revela que nem sempre os pinguins foram pretos e brancos. Os pássaros aquáticos, antigamente, eram avermelhados e cinzas. A análise do fóssil foi realizada por pesquisadores da Universidade do Texas, Estados Unidos. As informações são do site LiveScience.
O pinguim, acredita-se, possuía 1,5 m de altura, e pesava duas vezes mais do que os pinguins atuais, com 30 kg em média. Marcas de penas na pedra, em volta dos ossos ajudarão os pesquisadores a entender como o pinguim moderno evoluiu.
Para descobrir a cor que os pingüins possuíam, os pesquisadores examinaram resíduos de pigmentação nos fósseis. Examinando as células dos pigmentos, descobriu-se que os pinguins eram vermelhos e cinzas.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4709755-EI8145,00-Pinguins+antigos+nao+eram+pretos+e+brancos+diz+estudo.html
Cientistas conseguem mover objetos por 1,5 m apenas com luz
Pequena partícula (ponto verde) foi movida por 1,5 m com raio laser
.
Cientistas desenvolveram método para mover apenas com o uso de luz partículas por distâncias nunca conseguidas anteriormente. Foi usado um raio laser especialmente criado para a pesquisa. As informações são do site Physorg.
Equipe do Centro de Física a Laser, da Universidade Nacional da Austrália, conseguiu mover partículas extremamente pequenas por 1,5 m usando apenas a força do raio laser. O tamanho das microesferas variava entre 60 e 100 micrometros.
Por 40 anos, cientistas usaram radiação de luz para mover e manipular pequenos objetos. Até agora, os movimentos eram restritos a pequenas escalas, por não mais que milhares de micrometros - e a maioria em líquidos. Manipulação óptica de partículas por grandes distâncias podem ter várias aplicações, como permitir o transporte de contêineres com substâncias perigosas sem a necessidade de toque.
O laser não funciona no vácuo, então seu uso é de grande importância na Terra, como na montagem de micro máquinas e componentes eletrônicos.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4709398-EI8147,00-Cientistas+conseguem+mover+objetos+por+m+apenas+com+luz.html
.
Cientistas desenvolveram método para mover apenas com o uso de luz partículas por distâncias nunca conseguidas anteriormente. Foi usado um raio laser especialmente criado para a pesquisa. As informações são do site Physorg.
Equipe do Centro de Física a Laser, da Universidade Nacional da Austrália, conseguiu mover partículas extremamente pequenas por 1,5 m usando apenas a força do raio laser. O tamanho das microesferas variava entre 60 e 100 micrometros.
Por 40 anos, cientistas usaram radiação de luz para mover e manipular pequenos objetos. Até agora, os movimentos eram restritos a pequenas escalas, por não mais que milhares de micrometros - e a maioria em líquidos. Manipulação óptica de partículas por grandes distâncias podem ter várias aplicações, como permitir o transporte de contêineres com substâncias perigosas sem a necessidade de toque.
O laser não funciona no vácuo, então seu uso é de grande importância na Terra, como na montagem de micro máquinas e componentes eletrônicos.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4709398-EI8147,00-Cientistas+conseguem+mover+objetos+por+m+apenas+com+luz.html
Dinamarca tenta evitar tensão por livro de charges de Maomé
Para evitar novas tensões com o mundo muçulmano, autoridades dinamarquesas deram os primeiros passos para evitar o lançamento nesta quinta de um livro sobre a "crise das caricaturas" do profeta islâmico Maomé, coincidindo com o quinto aniversário da publicação das charges pelo jornal Jyllands-Posten.
A ministra de Assuntos Exteriores dinamarquesa, Lene Espersen, manteve hoje em Copenhague uma reunião com embaixadores de países da Organização da Conferência Islâmica (OIC) e, na semana passada, se reuniu em Nova York com o secretário-geral dessa entidade e o da Liga Árabe, assim como chanceleres de vários países do Oriente Médio.
O propósito dessas reuniões é, segundo a Chancelaria, "evitar um novo confronto não convém a ninguém", ressaltando que o Governo não pode limitar a liberdade de expressão, mas que respeita todas as crenças religiosas e que quer manter e reforçar "boas e cordiais relações" com o mundo islâmico.
.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4708957-EI8142,00-Dinamarca+tenta+evitar+tensao+por+livro+de+charges+de+Maome.html
A ministra de Assuntos Exteriores dinamarquesa, Lene Espersen, manteve hoje em Copenhague uma reunião com embaixadores de países da Organização da Conferência Islâmica (OIC) e, na semana passada, se reuniu em Nova York com o secretário-geral dessa entidade e o da Liga Árabe, assim como chanceleres de vários países do Oriente Médio.
O propósito dessas reuniões é, segundo a Chancelaria, "evitar um novo confronto não convém a ninguém", ressaltando que o Governo não pode limitar a liberdade de expressão, mas que respeita todas as crenças religiosas e que quer manter e reforçar "boas e cordiais relações" com o mundo islâmico.
.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4708957-EI8142,00-Dinamarca+tenta+evitar+tensao+por+livro+de+charges+de+Maome.html
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Cientistas criam bicho-da-seda que produz teia de aranha
Cientistas americanos conseguiram modificar geneticamente bichos-da-seda para fazê-los produzir teia de aranha, um material conhecido por sua resistência e elasticidade excepcionais, segundo trabalhos publicados esta quarta-feira.
Esta técnica abre a via para a produção industrial desta fibra, até agora restrita a laboratórios e em quantidades muito pequenas. "A pesquisa representa um passo importante no desenvolvimento de fibras de seda (de qualidade) superior para aplicações médicas e não médicas", explicou Malcolm Fraser, professor de biologia da Universidade de Notre-Dame (Indiana, norte dos Estados Unidos) e inventor de uma técnica de engenharia genética que permitiu este avanço.
O cientista trabalhou em colaboração com a empresa de biotecnologia Kraig Biocraft e com Randy Lewis, bioquímico da Universidade de Wyoming (oeste), um dos principais especialistas do mundo em bichos-da-seda. "Poder produzir fibras de seda com propriedades das teias de aranha é um dos objetivos chave da ciência de materiais", acrescentou o pesquisador em um comunicado.
O fio natural que forma a teia de aranha tem propriedades físicas excepcionais, entre elas elasticidade e força de tração maiores que a fibra de seda natural. A teia de aranha "artificial", produzida por estes bichos-da-seda transgênicos, tem as mesmas propriedades que as feitas pelas aranhas, afirmou o cientista.
Entre as aplicações biomédicas, os autores destes trabalhos mencionaram fios de sutura mais finos ou fibras para substituir ou reparar tendões e ligamentos rompidos. Estas fibras também poderiam ser utilizadas na fabricação de tecidos mais resistentes e leves, entre outras aplicações industriais possíveis..
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4708133-EI8147,00-Cientistas+criam+bichodaseda+que+produz+teia+de+aranha.html
Esta técnica abre a via para a produção industrial desta fibra, até agora restrita a laboratórios e em quantidades muito pequenas. "A pesquisa representa um passo importante no desenvolvimento de fibras de seda (de qualidade) superior para aplicações médicas e não médicas", explicou Malcolm Fraser, professor de biologia da Universidade de Notre-Dame (Indiana, norte dos Estados Unidos) e inventor de uma técnica de engenharia genética que permitiu este avanço.
O cientista trabalhou em colaboração com a empresa de biotecnologia Kraig Biocraft e com Randy Lewis, bioquímico da Universidade de Wyoming (oeste), um dos principais especialistas do mundo em bichos-da-seda. "Poder produzir fibras de seda com propriedades das teias de aranha é um dos objetivos chave da ciência de materiais", acrescentou o pesquisador em um comunicado.
O fio natural que forma a teia de aranha tem propriedades físicas excepcionais, entre elas elasticidade e força de tração maiores que a fibra de seda natural. A teia de aranha "artificial", produzida por estes bichos-da-seda transgênicos, tem as mesmas propriedades que as feitas pelas aranhas, afirmou o cientista.
Entre as aplicações biomédicas, os autores destes trabalhos mencionaram fios de sutura mais finos ou fibras para substituir ou reparar tendões e ligamentos rompidos. Estas fibras também poderiam ser utilizadas na fabricação de tecidos mais resistentes e leves, entre outras aplicações industriais possíveis..
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4708133-EI8147,00-Cientistas+criam+bichodaseda+que+produz+teia+de+aranha.html
Nobel de Física garante que existe vida fora da Terra
O Prêmio Nobel de Física de 2004, o americano Frank Wilczek, se mostrou nesta quarta-feira convencido da existência de vida extraterrestre, "provavelmente", inclusive em nosso próprio sistema solar.
Em entrevista, Wilczek cogitou a possibilidade de que planetas como Marte, e talvez alguns satélites de Saturno, abriguem formas de vida, que seriam parecidas às bactérias extremófilas que habitam em condições de limite em alguns ambientes da Terra.
O Prêmio Nobel, que participa de um evento científico realizado em San Sebastián, no norte da Espanha, explicou que há tantos planetas e estrelas no universo que fica difícil "considerar que só um, a Terra, tenha vida".
De qualquer maneira, ele lembrou que "uma coisa é a vida e outra é a vida inteligente", uma qualidade que "requer muito tempo e uma série de condições" específicas. Segundo ele, haver todos esses ingredientes ao mesmo tempo "é difícil".
No entanto, embora ele não considere possível que Marte contenha alguma forma de vida, Wilczek não é favorável a organizar, no momento, missões tripuladas por humanos ao planeta vermelho, já que "a tecnologia da qual dispomos atualmente para enviar pessoas ao espaço é muito perigosa e muito cara".
Por este motivo, ele considera que até se pode enviar astronautas ao espaço, mas que seria melhor destinar o dinheiro "a outro tipo de coisas que têm mais prioridade".
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4707350-EI301,00-Nobel+de+Fisica+garante+que+existe+vida+fora+da+Terra.html
Em entrevista, Wilczek cogitou a possibilidade de que planetas como Marte, e talvez alguns satélites de Saturno, abriguem formas de vida, que seriam parecidas às bactérias extremófilas que habitam em condições de limite em alguns ambientes da Terra.
O Prêmio Nobel, que participa de um evento científico realizado em San Sebastián, no norte da Espanha, explicou que há tantos planetas e estrelas no universo que fica difícil "considerar que só um, a Terra, tenha vida".
De qualquer maneira, ele lembrou que "uma coisa é a vida e outra é a vida inteligente", uma qualidade que "requer muito tempo e uma série de condições" específicas. Segundo ele, haver todos esses ingredientes ao mesmo tempo "é difícil".
No entanto, embora ele não considere possível que Marte contenha alguma forma de vida, Wilczek não é favorável a organizar, no momento, missões tripuladas por humanos ao planeta vermelho, já que "a tecnologia da qual dispomos atualmente para enviar pessoas ao espaço é muito perigosa e muito cara".
Por este motivo, ele considera que até se pode enviar astronautas ao espaço, mas que seria melhor destinar o dinheiro "a outro tipo de coisas que têm mais prioridade".
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4707350-EI301,00-Nobel+de+Fisica+garante+que+existe+vida+fora+da+Terra.html
Estímulo no cérebro pode mudar mão favorita
Pesquisa da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, diz que, se certa região do cérebro recebe estímulos magnéticos, uma pessoa pode ter mudada sua lateralidade dominante, a preferência por uma das mãos. As informações são do site Science Daily.
Sempre que uma pessoa realiza uma atividade, por mais simples que seja, como por exemplo apertar o botão de um elevador, o cérebro é que decide se a mão usada será a direita ou a esquerda. Porém, segundo o estudo, com o estímulo magnético no cérebro a mão esquerda terá mais chances de ser a preferida.
O estímulo magnético na experiência foi aplicado no córtex parietal posterior do cérebro em 33 voluntários destros. Foi descoberto que ao aplicar o estímulo no lado esquerdo do cérebro cresceu o uso da mão esquerda nos voluntários.
O lado esquerdo do cérebro controla a coordenação motora do lado direito do corpo e vice versa. Ao estimular o córtex parietal, os neurônios que controlam os movimentos sofrem alterações. Pelo menos 80% das pessoas no mundo são destras. Porém a maioria das pessoas é ambidestra em situações nas quais apenas uma mão é necessária.
O estudo ajudará nas pesquisas sobre como os humanos tomam decisões, revelando um processo competitivo, pelo menos no que trata de ações manuais. O uso do estímulo magnético poderá ajudar na reabilitação de pessoas vítimas de acidentes no cérebro.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4707297-EI8147,00-Estimulo+no+cerebro+pode+mudar+mao+favorita.html
Sempre que uma pessoa realiza uma atividade, por mais simples que seja, como por exemplo apertar o botão de um elevador, o cérebro é que decide se a mão usada será a direita ou a esquerda. Porém, segundo o estudo, com o estímulo magnético no cérebro a mão esquerda terá mais chances de ser a preferida.
O estímulo magnético na experiência foi aplicado no córtex parietal posterior do cérebro em 33 voluntários destros. Foi descoberto que ao aplicar o estímulo no lado esquerdo do cérebro cresceu o uso da mão esquerda nos voluntários.
O lado esquerdo do cérebro controla a coordenação motora do lado direito do corpo e vice versa. Ao estimular o córtex parietal, os neurônios que controlam os movimentos sofrem alterações. Pelo menos 80% das pessoas no mundo são destras. Porém a maioria das pessoas é ambidestra em situações nas quais apenas uma mão é necessária.
O estudo ajudará nas pesquisas sobre como os humanos tomam decisões, revelando um processo competitivo, pelo menos no que trata de ações manuais. O uso do estímulo magnético poderá ajudar na reabilitação de pessoas vítimas de acidentes no cérebro.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4707297-EI8147,00-Estimulo+no+cerebro+pode+mudar+mao+favorita.html
Descoberto planeta potencialmente habitável perto da Terra
Astrônomos americanos informaram nesta quarta-feira a descoberta de um planeta do tamanho da Terra e com condições de ser habitado em órbita de uma estrela próxima. O planeta, encontrado por astrônomos da Universidade Santa Cruz (UCSC), na Califórnia, e do instituto Carnegie de Washington, está localizado em uma "zona habitável" em órbita da estrela vermelha anã Gliese 581, o que significa que pode haver água em sua superfície.
A água líquida e a atmosfera são necessárias para que um planeta possa potencialmente ter vida, mesmo que não seja um lugar muito agradável para se viver, segundo os cientistas. Os pesquisadores determinaram que o planeta, batizado de Gliese 581g, tem uma massa de três a quatro vezes a da Terra e um período orbital de pouco menos de 37 dias.
Sua massa indica que provavelmente é um planeta rochoso com suficiente gravidade para possuir atmosfera, segundo Steven Vogt, professor de astronomia e astrofísica da UCSC e um dos chefes da equipe que descobriu o planeta.
Se Gliese 581g tiver uma composição rochosa parecida com a Terra, seu diâmetro seria de 1,2 a 1,4 vezes ao do nosso planeta. A gravidade na superfície seria igual ou um pouco maior à da Terra, o que significa que uma pessoa poderia andar a pé facilmente, segundo Vogt.
Gliese 581g foi descoberto por cientistas que trabalham no Lick-Carnegie Exoplanet Survey, que há 11 anos observam a estrela vermelha anã Gliese 581, localizada a apenas 20 anos-luz da Terra.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4707676-EI301,00-Descoberto+planeta+potencialmente+habitavel+perto+da+Terra.html
A água líquida e a atmosfera são necessárias para que um planeta possa potencialmente ter vida, mesmo que não seja um lugar muito agradável para se viver, segundo os cientistas. Os pesquisadores determinaram que o planeta, batizado de Gliese 581g, tem uma massa de três a quatro vezes a da Terra e um período orbital de pouco menos de 37 dias.
Sua massa indica que provavelmente é um planeta rochoso com suficiente gravidade para possuir atmosfera, segundo Steven Vogt, professor de astronomia e astrofísica da UCSC e um dos chefes da equipe que descobriu o planeta.
Se Gliese 581g tiver uma composição rochosa parecida com a Terra, seu diâmetro seria de 1,2 a 1,4 vezes ao do nosso planeta. A gravidade na superfície seria igual ou um pouco maior à da Terra, o que significa que uma pessoa poderia andar a pé facilmente, segundo Vogt.
Gliese 581g foi descoberto por cientistas que trabalham no Lick-Carnegie Exoplanet Survey, que há 11 anos observam a estrela vermelha anã Gliese 581, localizada a apenas 20 anos-luz da Terra.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4707676-EI301,00-Descoberto+planeta+potencialmente+habitavel+perto+da+Terra.html
Lavagem de dinheiro. Vaticano fala em transparência, mas se fecha sobre 13 contas-correntes explosivas
Marcinkus, um dos banqueiros de Deus.
.
1. Em 1942, o papa Pio XII fundou um banco para o Vaticano e lhe deu o nome de Instituto para as Obras Religiosas (IOR).
Ao tempo que o IOR foi dirigido pelo arcebispo Paul Marcinkus (1971 a 1989), um faixa preta de judô que começou sua carreira clerical na Santa Sé como guarda-costas de papas, o Banco do Vaticano esteve no epicentro de um megaescândalo financeiro, avaliado, por baixo, em US$3,5 bilhões.
Além de Marcinkus e a Loja Maçônica P2 protagonizaram esse escândalo os banqueiros Roberto Calvi, apelidado de “banqueiro de Deus”, envenenado em 1982 e pendurado pelo pescoço numa ponte londrina, e Michele Sindona, o “banqueiro da Máfia”, envenenado no cárcere ao tomar uma xícara de café levada pelo carcereiro, no início da manhã.
Há duas semanas, como informado neste blog Sem Fronteiras de Terra Magazine, a Justiça italiana determinou, por suspeitar de lavagem de dinheiro, a apreensão de US$23 milhões do IOR, depositados no banco italiano Credito Artigiano.
Por violar norma estabelecida pela União Europeia voltada a impedir a lavagem de dinheiro no sistema bancário-financeiro, a Justiça italiana impediu as transferências de (a) US$ 20 milhões, para o banco J.P. Morgan de Frankfurt destinadas a correntistas identificados por números, e (b) US$ 3 milhões a correntistas numerados do banco Fucino de Roma.
2. O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, diz que tudo pode ser esclarecido com muita facilidade. Segundo Lombardi, houve apenas uma “operação de tesouraria”, com simples transferências para ordens religiosas.
Para Lombardi, o incidente foi criado em razão de uma “misunderstanding in via di approfondimento”. O presidente do Banco do Vaticano (IOR), Ettore Gotti Tedeschi, que está sendo investigado, prefere o termo “equívoco” a “ misunderstanding”.
Tedeschi é investigado por presumida violação às normas europeias e internacionais contra a lavagem e reciclagem de capitais.
O banqueiro Tedeschi, do mundo laico, foi nomeado pelo papa Bento XVI, em 23 de setembro de 2009. Sua tarefa era de dar transparência ao Banco do Vaticano, cuja imagem continuava péssima, devido ao escândalo Marcinkus (morto em 2006, no Arizona e já “aposentado”), Calvi, Sindona e Loja Maçônica P2. (Propaganda 2).
A indicação de Tedeschi partiu do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, segundo na hierarquia vaticana e, há anos, braço direito do papa Ratzinger. Bertone preside a Comissão de Vigilância do IOR, formada por seis clérigos.
3. Depois desse último escândalo, o papa Ratzinger pretende ter uma espécie de “presidente” de Banco Central. O cotado é o cardeal Attilio Nicora, membro da Comissão de Vigilância.
Como sabem até as colunas de Bernini que abraçam a praça de São Pedro, a transparência no Banco do Vaticano nunca foi além do discurso.
Os jornais italianos falam em “13 contas” explosivas, em nomes de laicos e cuja identidade o Vaticano mantém debaixo no mais absoluto segredo. Nem nos confessionários vaticanos o sigilo é tão protegido.
Suspeita-se que uma dessas contas seja de Angelo Balducci, o “homem da Santa Sé” no atual escândalo de obras públicas do governo italiano referente às construções feitas por ocasião do G-8, do campeonato mundial de natação etc.
Para muitos, o fato de o papa Ratzinger ter recebido Tedeschi em Castel Gandolfo, no domingo, depois do Angelus, foi uma jogada para acalmar as águas agitadas e passar a mensagem de confiança em Tedeschi.
Mas, se a investigação na Justiça engrossar, a agenda papal mostrará que Tedeshi foi levar a Ratzinger um livro da sua autoria e intitulado A Economia Global e o Mundo Católico.
4. Como se descobriu, o livro de Tedeschi foi escrito e lançado em 2004. Indagado, ele explicou haver levado a Ratzinger uma nova edição, adaptada à encíclica Caritas in Veritate, dedicada à ética na economia.
Fora das muralhas do Vaticano, do outro lado do rio Tevere, comenta-se que os fantasmas de Marcinkus, Calvi e Sindona foram vistos em livrarias romanas, interessadíssimos na aquisição da obra de Tedeschi e nas contribuições éticas.
Wálter Fanganiello Maierovitch
.
http://maierovitch.blog.terra.com.br/2010/09/29/lavagem-de-dinheiro-vaticano-fala-em-transparencia-mas-se-fecha-sobre-13-contas-correntes-explosivas/
.
1. Em 1942, o papa Pio XII fundou um banco para o Vaticano e lhe deu o nome de Instituto para as Obras Religiosas (IOR).
Ao tempo que o IOR foi dirigido pelo arcebispo Paul Marcinkus (1971 a 1989), um faixa preta de judô que começou sua carreira clerical na Santa Sé como guarda-costas de papas, o Banco do Vaticano esteve no epicentro de um megaescândalo financeiro, avaliado, por baixo, em US$3,5 bilhões.
Além de Marcinkus e a Loja Maçônica P2 protagonizaram esse escândalo os banqueiros Roberto Calvi, apelidado de “banqueiro de Deus”, envenenado em 1982 e pendurado pelo pescoço numa ponte londrina, e Michele Sindona, o “banqueiro da Máfia”, envenenado no cárcere ao tomar uma xícara de café levada pelo carcereiro, no início da manhã.
Há duas semanas, como informado neste blog Sem Fronteiras de Terra Magazine, a Justiça italiana determinou, por suspeitar de lavagem de dinheiro, a apreensão de US$23 milhões do IOR, depositados no banco italiano Credito Artigiano.
Por violar norma estabelecida pela União Europeia voltada a impedir a lavagem de dinheiro no sistema bancário-financeiro, a Justiça italiana impediu as transferências de (a) US$ 20 milhões, para o banco J.P. Morgan de Frankfurt destinadas a correntistas identificados por números, e (b) US$ 3 milhões a correntistas numerados do banco Fucino de Roma.
2. O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, diz que tudo pode ser esclarecido com muita facilidade. Segundo Lombardi, houve apenas uma “operação de tesouraria”, com simples transferências para ordens religiosas.
Para Lombardi, o incidente foi criado em razão de uma “misunderstanding in via di approfondimento”. O presidente do Banco do Vaticano (IOR), Ettore Gotti Tedeschi, que está sendo investigado, prefere o termo “equívoco” a “ misunderstanding”.
Tedeschi é investigado por presumida violação às normas europeias e internacionais contra a lavagem e reciclagem de capitais.
O banqueiro Tedeschi, do mundo laico, foi nomeado pelo papa Bento XVI, em 23 de setembro de 2009. Sua tarefa era de dar transparência ao Banco do Vaticano, cuja imagem continuava péssima, devido ao escândalo Marcinkus (morto em 2006, no Arizona e já “aposentado”), Calvi, Sindona e Loja Maçônica P2. (Propaganda 2).
A indicação de Tedeschi partiu do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, segundo na hierarquia vaticana e, há anos, braço direito do papa Ratzinger. Bertone preside a Comissão de Vigilância do IOR, formada por seis clérigos.
3. Depois desse último escândalo, o papa Ratzinger pretende ter uma espécie de “presidente” de Banco Central. O cotado é o cardeal Attilio Nicora, membro da Comissão de Vigilância.
Como sabem até as colunas de Bernini que abraçam a praça de São Pedro, a transparência no Banco do Vaticano nunca foi além do discurso.
Os jornais italianos falam em “13 contas” explosivas, em nomes de laicos e cuja identidade o Vaticano mantém debaixo no mais absoluto segredo. Nem nos confessionários vaticanos o sigilo é tão protegido.
Suspeita-se que uma dessas contas seja de Angelo Balducci, o “homem da Santa Sé” no atual escândalo de obras públicas do governo italiano referente às construções feitas por ocasião do G-8, do campeonato mundial de natação etc.
Para muitos, o fato de o papa Ratzinger ter recebido Tedeschi em Castel Gandolfo, no domingo, depois do Angelus, foi uma jogada para acalmar as águas agitadas e passar a mensagem de confiança em Tedeschi.
Mas, se a investigação na Justiça engrossar, a agenda papal mostrará que Tedeshi foi levar a Ratzinger um livro da sua autoria e intitulado A Economia Global e o Mundo Católico.
4. Como se descobriu, o livro de Tedeschi foi escrito e lançado em 2004. Indagado, ele explicou haver levado a Ratzinger uma nova edição, adaptada à encíclica Caritas in Veritate, dedicada à ética na economia.
Fora das muralhas do Vaticano, do outro lado do rio Tevere, comenta-se que os fantasmas de Marcinkus, Calvi e Sindona foram vistos em livrarias romanas, interessadíssimos na aquisição da obra de Tedeschi e nas contribuições éticas.
Wálter Fanganiello Maierovitch
.
http://maierovitch.blog.terra.com.br/2010/09/29/lavagem-de-dinheiro-vaticano-fala-em-transparencia-mas-se-fecha-sobre-13-contas-correntes-explosivas/
Egito aposta em mapa para conter assédio sexual no país
A cada vez que uma mulher for assediada nas ruas do Egito, a vítima só precisará do seu telefone para denunciar e registrar o incidente em um mapa virtual que assinalará, a modo de prevenção, os "pontos vermelhos" onde os ataques são mais recorrentes.
"HarassMap" (ou mapa do assédio) é o nome do projeto elaborado pela ativista Rebecca Chiao que permitirá a qualquer mulher que seja objeto de olhares lascivos, comentários obscenos ou qualquer outro tipo de assédio na rua, enviar uma mensagem SMS com a localização e a descrição do fato, para que este seja registrado em um mapa situado na internet e de acesso público.
"Vamos usar os pontos vermelhos para criar consciência. Não queremos dar a impressão de que as mulheres não devem ir a esses lugares, mas fazer saber que há um problema aí e que é necessário reunir a comunidade para solucioná-lo", disse Rebecca à Agência Efe, que assegura que seu projeto estará funcionando dentro de dois meses.
De acordo com um estudo elaborado em 2008 pelo Centro Egípcio para os Direitos das Mulheres (CEDM), 83% das 1.010 egípcias indagadas e 97% das 109 estrangeiras que viviam no país tinham sofrido algum tipo de assédio sexual, sendo que a metade delas afirmou vivê-lo todos os dias.
Embora o grupo de voluntários dirigido por Rebecca aposte na denúncia anônima, o convencimento para a denúncia é especialmente difícil em um país no qual a mulher é a primeira a assumir sua culpa por incitar o homem.
Para a professora de sociologia da Universidade do Catar Layachi Anser, "não vai ser fácil convencê-las de que é uma medida para sua própria proteção", sobretudo porque o assunto é "um problema estrutural" que tem a ver com a ordem patriarcal do Egito.
O professor da Universidade do Cairo Ian Douglas concorda com Layachi em que esse não é um assunto que possa ser resolvido facilmente.
"O assédio sexual no Egito é um sintoma de problemas mais profundos no social, no econômico e no político. Não é fácil erradicá-lo, porque para isso tem que haver uma transformação da sociedade como um todo", diz Douglas.
É um problema estrutural que, no entanto, segundo Rebecca, não faz parte da cultura egípcia. "É algo novo. Se uma mulher era acossada há 20 anos, alguém cruzava a rua para repreender o perseguidor. Era visto como algo vergonhoso", diz a especialista americana em desenvolvimento e economia internacional.
A explicação da drástica mudança, diz Rebecca, deriva de uma combinação de diferentes fatores. Por uma parte, tanto os grupos conservadores islâmicos como os meios de comunicação ocidentais reproduzem uma imagem de mulher-objeto, que anula seus direitos, decisões e sentimentos.
Por outro lado, foram acumuladas pressões na vida cotidiana do povo, que "responde a elas com agressões em direção aos grupos mais vulneráveis da sociedade, e as mulheres são um deles", diz Rebecca.
Para combater o problema, não bastará apenas torná-lo visível com o mapa, mas resolvê-lo com outras atividades, para modificar, por exemplo, os motivos que os homens têm para assediar as mulheres.
De acordo com o levantamento do CEDM, 62,4% dos 1.010 homens ouvidos confirmaram que costumam assediar as mulheres porque "satisfaz seus desejos sexuais" e "os faz sentir másculos".
Segundo explica Layachi, o assédio "não tem nada a ver com o modo de vestir das mulheres, mas com a fome de sexo profundamente arraigada e os desejos sexuais reprimidos pelas normas morais e sociais".
Para Rebecca, se trata de um fator muito simples: a aceitabilidade, já que "o assédio é socialmente aceitável para os homens".
"Frequentemente vejo meninos que acossam as mulheres já não pela mulher em si, mas para sentirem-se integrados em seu grupo de amigos. Isso não seria visto como algo positivo se apenas um deles dissesse ''que estúpido'', e o comportamento do grupo seria mudado pouco a pouco", assegura.
"Não acho que seja tão difícil", diz Rebecca sorrindo. "Se vivemos em uma cultura midiática tão intensa, é preciso aproveitá-la e criar um mercado para que o assédio se transforme em algo inaceitável".
.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4706944-EI294,00-Egito+aposta+em+mapa+para+conter+assedio+sexual+no+pais.html
"HarassMap" (ou mapa do assédio) é o nome do projeto elaborado pela ativista Rebecca Chiao que permitirá a qualquer mulher que seja objeto de olhares lascivos, comentários obscenos ou qualquer outro tipo de assédio na rua, enviar uma mensagem SMS com a localização e a descrição do fato, para que este seja registrado em um mapa situado na internet e de acesso público.
"Vamos usar os pontos vermelhos para criar consciência. Não queremos dar a impressão de que as mulheres não devem ir a esses lugares, mas fazer saber que há um problema aí e que é necessário reunir a comunidade para solucioná-lo", disse Rebecca à Agência Efe, que assegura que seu projeto estará funcionando dentro de dois meses.
De acordo com um estudo elaborado em 2008 pelo Centro Egípcio para os Direitos das Mulheres (CEDM), 83% das 1.010 egípcias indagadas e 97% das 109 estrangeiras que viviam no país tinham sofrido algum tipo de assédio sexual, sendo que a metade delas afirmou vivê-lo todos os dias.
Embora o grupo de voluntários dirigido por Rebecca aposte na denúncia anônima, o convencimento para a denúncia é especialmente difícil em um país no qual a mulher é a primeira a assumir sua culpa por incitar o homem.
Para a professora de sociologia da Universidade do Catar Layachi Anser, "não vai ser fácil convencê-las de que é uma medida para sua própria proteção", sobretudo porque o assunto é "um problema estrutural" que tem a ver com a ordem patriarcal do Egito.
O professor da Universidade do Cairo Ian Douglas concorda com Layachi em que esse não é um assunto que possa ser resolvido facilmente.
"O assédio sexual no Egito é um sintoma de problemas mais profundos no social, no econômico e no político. Não é fácil erradicá-lo, porque para isso tem que haver uma transformação da sociedade como um todo", diz Douglas.
É um problema estrutural que, no entanto, segundo Rebecca, não faz parte da cultura egípcia. "É algo novo. Se uma mulher era acossada há 20 anos, alguém cruzava a rua para repreender o perseguidor. Era visto como algo vergonhoso", diz a especialista americana em desenvolvimento e economia internacional.
A explicação da drástica mudança, diz Rebecca, deriva de uma combinação de diferentes fatores. Por uma parte, tanto os grupos conservadores islâmicos como os meios de comunicação ocidentais reproduzem uma imagem de mulher-objeto, que anula seus direitos, decisões e sentimentos.
Por outro lado, foram acumuladas pressões na vida cotidiana do povo, que "responde a elas com agressões em direção aos grupos mais vulneráveis da sociedade, e as mulheres são um deles", diz Rebecca.
Para combater o problema, não bastará apenas torná-lo visível com o mapa, mas resolvê-lo com outras atividades, para modificar, por exemplo, os motivos que os homens têm para assediar as mulheres.
De acordo com o levantamento do CEDM, 62,4% dos 1.010 homens ouvidos confirmaram que costumam assediar as mulheres porque "satisfaz seus desejos sexuais" e "os faz sentir másculos".
Segundo explica Layachi, o assédio "não tem nada a ver com o modo de vestir das mulheres, mas com a fome de sexo profundamente arraigada e os desejos sexuais reprimidos pelas normas morais e sociais".
Para Rebecca, se trata de um fator muito simples: a aceitabilidade, já que "o assédio é socialmente aceitável para os homens".
"Frequentemente vejo meninos que acossam as mulheres já não pela mulher em si, mas para sentirem-se integrados em seu grupo de amigos. Isso não seria visto como algo positivo se apenas um deles dissesse ''que estúpido'', e o comportamento do grupo seria mudado pouco a pouco", assegura.
"Não acho que seja tão difícil", diz Rebecca sorrindo. "Se vivemos em uma cultura midiática tão intensa, é preciso aproveitá-la e criar um mercado para que o assédio se transforme em algo inaceitável".
.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4706944-EI294,00-Egito+aposta+em+mapa+para+conter+assedio+sexual+no+pais.html
Fundamentalismo judeu
Fotos de nudez abalam comunidade de judeus ortodoxos em Israel
.
Uma chantagem envolvendo fotos de nu masculino e performances artísticas para pessoas dos dois sexos está abalando uma comunidade de judeus ortodoxos em Israel. Os haredi, como são conhecidos os praticantes do judaísmo ultra-ortodoxo, pregam uma interpretação fundamentalista das escrituras, o que inclui a separação entre homens e mulheres.
A polêmica começou quando o rabino Yitzhak Amnon, um dos líderes dos haredi, ordenou que os artistas ligados à seita não poderiam realizar performances ou espetáculos para plateias mistas, compostas por homens e mulheres. No entanto, a orientação provocou revolta tanto entre artistas quanto entre praticantes ligeiramente mais progressistas.
Segundo reportagem do jornal israelense Yedioth Ahronothpublicada nesta segunda-feira (13/9), um deles, Saklersky Shlomo, de 40 anos, teria tentado chantagear Amnon para que retirasse a proibição, ameaçando divulgar fotos em que o advogado do rabino aparece nu.
.
Shlomo foi preso pela polícia de Israel nesta segunda-feira em Tel-Aviv, sob acusação de extorsão. Os policiais afirmam que ele já tinha passagem, por "crimes violentos". A Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito por 48 horas.
Versões
De acordo com os ultra-ortodoxos, Shlomo esteve na sede da entidade chefiada por Amnon com as fotos para tentar coagir o rabino a voltar atrás. Um funcionário da entidade teria tomado e rasgado as fotos.
No entanto, o suspeito alega que estava tentando se aproximar de Amnon, que já conhecia, para mostrar a ele que estaria "associado a pessoas que não estão preocupadas com os padrões de modéstia".
Embora o incidente tenha ocorrido semanas atrás, só agora o advogado teria apresentado queixa à polícia.
Outras polêmicas
No mês passado, o rabino Yitzhak Amnon comprou briga com a indústria musical e promotores culturais ao formar uma "comissão" não-oficial para monitorar artistas que realizam shows para plateias de ambos os sexos e organizar protestos em frente às casas de espetáculos que os permitem. Amnon também disse que os judeus deveriam rejeitar tais artistas e "quebrar seus discos".
O partido Shas, que representa os haredi, faz parte da atual coalizão governista em Israel, chefiada por Benjamin Netanyahu, do partido Likud. Entre outras medidas, o Shas defende a construção de novos assentamentos para judeus nos territórios palestinos e a expulsão de criançãs não-judias filhas de pais estrangeiros que trabalham em Israel.
.
http://operamundi.uol.com.br/noticias/FOTOS+DE+NUDEZ+ABALAM+COMUNIDADE+DE+JUDEUS+ORTODOXOS+EM+ISRAEL_6326.shtml
.
Uma chantagem envolvendo fotos de nu masculino e performances artísticas para pessoas dos dois sexos está abalando uma comunidade de judeus ortodoxos em Israel. Os haredi, como são conhecidos os praticantes do judaísmo ultra-ortodoxo, pregam uma interpretação fundamentalista das escrituras, o que inclui a separação entre homens e mulheres.
A polêmica começou quando o rabino Yitzhak Amnon, um dos líderes dos haredi, ordenou que os artistas ligados à seita não poderiam realizar performances ou espetáculos para plateias mistas, compostas por homens e mulheres. No entanto, a orientação provocou revolta tanto entre artistas quanto entre praticantes ligeiramente mais progressistas.
Segundo reportagem do jornal israelense Yedioth Ahronothpublicada nesta segunda-feira (13/9), um deles, Saklersky Shlomo, de 40 anos, teria tentado chantagear Amnon para que retirasse a proibição, ameaçando divulgar fotos em que o advogado do rabino aparece nu.
.
Shlomo foi preso pela polícia de Israel nesta segunda-feira em Tel-Aviv, sob acusação de extorsão. Os policiais afirmam que ele já tinha passagem, por "crimes violentos". A Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito por 48 horas.
Versões
De acordo com os ultra-ortodoxos, Shlomo esteve na sede da entidade chefiada por Amnon com as fotos para tentar coagir o rabino a voltar atrás. Um funcionário da entidade teria tomado e rasgado as fotos.
No entanto, o suspeito alega que estava tentando se aproximar de Amnon, que já conhecia, para mostrar a ele que estaria "associado a pessoas que não estão preocupadas com os padrões de modéstia".
Embora o incidente tenha ocorrido semanas atrás, só agora o advogado teria apresentado queixa à polícia.
Outras polêmicas
No mês passado, o rabino Yitzhak Amnon comprou briga com a indústria musical e promotores culturais ao formar uma "comissão" não-oficial para monitorar artistas que realizam shows para plateias de ambos os sexos e organizar protestos em frente às casas de espetáculos que os permitem. Amnon também disse que os judeus deveriam rejeitar tais artistas e "quebrar seus discos".
O partido Shas, que representa os haredi, faz parte da atual coalizão governista em Israel, chefiada por Benjamin Netanyahu, do partido Likud. Entre outras medidas, o Shas defende a construção de novos assentamentos para judeus nos territórios palestinos e a expulsão de criançãs não-judias filhas de pais estrangeiros que trabalham em Israel.
.
http://operamundi.uol.com.br/noticias/FOTOS+DE+NUDEZ+ABALAM+COMUNIDADE+DE+JUDEUS+ORTODOXOS+EM+ISRAEL_6326.shtml
1 em cada 5 espécies vegetais está ameaçada, diz estudo mundial
Um quinto das cerca de 380 mil espécies de plantas do planeta está sob risco de extinção, e os maiores danos são causados pela atividade humana, segundo um estudo publicado na quarta-feira, com ênfase para a situação nas florestas tropicais, como a Amazônia brasileira.
Os cientistas dos Jardins Botânicos de Kew (Grã-Bretanha), do Museu de História Natural de Londres e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) concluíram que 22 por cento das espécies mundiais estão ameaçadas, criticamente ameaçadas ou vulneráveis.
"A maior ameaça individual é a conversão de habitats naturais para o uso agrícola, impactando diretamente 33 por cento das espécies ameaçadas", diz o relatório, divulgado a poucos dias de uma conferência da ONU, em Nagoya (Japão), onde os governos devem definir novas metas para a conservação de espécies animais e vegetais.
"Não podemos sentar e assistir ao desaparecimento das espécies vegetais. As plantas são a base de toda a vida na Terra, fornecendo ar puro, água, alimento e combustível. Toda a vida animal, todas as aves dependem delas, assim como nós (dependemos)", disse Stephen Hopper, diretor dos Jardins Botânicos de Kew.
Os cientistas coletaram dados por cinco anos para montar a "Índice Amostral da Lista Vermelha para Plantas", que se soma a uma série de outras "listas vermelhas" da IUCN sobre plantas, fungos e animais ameaçados.
Os cientistas disseram que a agricultura, o desenvolvimento, a extração de madeira e a pecuária estão entre as principais ameaças às espécies vegetais.
O estudo diz que a pior situação se encontra em áreas de florestas tropicais, como a Amazônia brasileira. "As atividades humanas atuais estão empurrando mais plantas para a extinção, mas se os governos do mundo derem os passos corretos (...) temos o potencial para salvaguardar a vida vegetal e as criaturas que dela dependem", disse Steve Bachman, analista de conservação de plantas do Kew.
O estudo incluiu uma amostra aleatória de cerca de 7 mil espécies raras e comuns, de cinco grandes grupos. Os cientistas disseram que seria muito trabalhoso avaliar a situação das estimadas 380 mil espécies vegetais.
O reino vegetal é extremamente vasto em comparação ao reino animal. Especialistas estimam que existam 10 mil espécies de aves, 5.500 espécies de mamíferos e 6.300 de anfíbios.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4706916-EI299,00-em+cada+especies+vegetais+esta+ameacada+diz+estudo+mundial.html
Os cientistas dos Jardins Botânicos de Kew (Grã-Bretanha), do Museu de História Natural de Londres e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) concluíram que 22 por cento das espécies mundiais estão ameaçadas, criticamente ameaçadas ou vulneráveis.
"A maior ameaça individual é a conversão de habitats naturais para o uso agrícola, impactando diretamente 33 por cento das espécies ameaçadas", diz o relatório, divulgado a poucos dias de uma conferência da ONU, em Nagoya (Japão), onde os governos devem definir novas metas para a conservação de espécies animais e vegetais.
"Não podemos sentar e assistir ao desaparecimento das espécies vegetais. As plantas são a base de toda a vida na Terra, fornecendo ar puro, água, alimento e combustível. Toda a vida animal, todas as aves dependem delas, assim como nós (dependemos)", disse Stephen Hopper, diretor dos Jardins Botânicos de Kew.
Os cientistas coletaram dados por cinco anos para montar a "Índice Amostral da Lista Vermelha para Plantas", que se soma a uma série de outras "listas vermelhas" da IUCN sobre plantas, fungos e animais ameaçados.
Os cientistas disseram que a agricultura, o desenvolvimento, a extração de madeira e a pecuária estão entre as principais ameaças às espécies vegetais.
O estudo diz que a pior situação se encontra em áreas de florestas tropicais, como a Amazônia brasileira. "As atividades humanas atuais estão empurrando mais plantas para a extinção, mas se os governos do mundo derem os passos corretos (...) temos o potencial para salvaguardar a vida vegetal e as criaturas que dela dependem", disse Steve Bachman, analista de conservação de plantas do Kew.
O estudo incluiu uma amostra aleatória de cerca de 7 mil espécies raras e comuns, de cinco grandes grupos. Os cientistas disseram que seria muito trabalhoso avaliar a situação das estimadas 380 mil espécies vegetais.
O reino vegetal é extremamente vasto em comparação ao reino animal. Especialistas estimam que existam 10 mil espécies de aves, 5.500 espécies de mamíferos e 6.300 de anfíbios.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4706916-EI299,00-em+cada+especies+vegetais+esta+ameacada+diz+estudo+mundial.html
Cientistas: laser poderá substituir exames de saúde no futuro
Um exame com raios laser, que poderia ser realizado com aparelhos portáteis, poderá no futuro vir a substituir outros tipos de exames, oferecendo a médicos uma alternativa mais eficaz para o diagnóstico de doenças, dizem cientistas. Segundo os pesquisadores, a técnica, chamada de espectroscopia Raman, pode ser útil na identificação de sinais iniciais de câncer de mama, cáries e osteoporose, entre outros males.
A espectroscopia mede a intensidade e comprimento das ondas de luz dispersadas por moléculas. A técnica já é usada nas indústrias química e farmacêutica, e agora pesquisadores britânicos e americanos estão investigando formas de usar o método no diagnóstico de doenças. Os estudiosos acreditam que o sistema, mais rápido, preciso e barato do que os convencionais, pode estar disponível para esse uso dentro de cinco anos.
Um dos cientistas envolvidos nas pesquisas é Michael Morris, professor de química da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Nos últimos anos, ele tem se dedicado a usar a técnica no estudo de ossos humanos. "Você poderia substituir vários procedimentos disponíveis hoje", disse Morris. "A grande vantagem é que (esta técnica) não é invasiva, é muito rápida e mais precisa", ele disse à BBC.
Morris explicou que, quando uma pessoa está doente, ou prestes a ficar doente, a mistura química nos tecidos é diferente da que existe em tecidos saudáveis. "O Raman dá a você as 'impressões digitais' da molécula", explica. "Quando há uma doença, a composição química pode ser ligeiramente anormal ou muito anormal, dependendo da doença." Segundo o especialista, o método permitiria diagnósticos em questão de minutos.
Os pesquisadores acreditam que o aparelho poderia realizar o diagnóstico de doenças ósseas e também detectar sinais de cáries em estágio inicial. Segundo Morris, exames de sangue também poderiam se tornar desnecessários em alguns casos. Ele explicou, por exemplo, que para determinar os índices de colesterol de um paciente, seria necessário apenas apontar o laser do aparelho para a região do braço de onde normalmente se coleta o sangue.
A espectroscopia Raman poderia também ser usada como alternativa para a mamografia, exame usado para detectar sinais de câncer de mama. Ela poderia revelar tumores benignos ou malignos, dependendo das alterações na estrutura das proteínas e nas quantidades relativas de proteínas, gorduras e ácidos nucleicos no tecido.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4706646-EI8147,00-Cientistas+laser+podera+substituir+exames+de+saude+no+futuro.html
A espectroscopia mede a intensidade e comprimento das ondas de luz dispersadas por moléculas. A técnica já é usada nas indústrias química e farmacêutica, e agora pesquisadores britânicos e americanos estão investigando formas de usar o método no diagnóstico de doenças. Os estudiosos acreditam que o sistema, mais rápido, preciso e barato do que os convencionais, pode estar disponível para esse uso dentro de cinco anos.
Um dos cientistas envolvidos nas pesquisas é Michael Morris, professor de química da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Nos últimos anos, ele tem se dedicado a usar a técnica no estudo de ossos humanos. "Você poderia substituir vários procedimentos disponíveis hoje", disse Morris. "A grande vantagem é que (esta técnica) não é invasiva, é muito rápida e mais precisa", ele disse à BBC.
Morris explicou que, quando uma pessoa está doente, ou prestes a ficar doente, a mistura química nos tecidos é diferente da que existe em tecidos saudáveis. "O Raman dá a você as 'impressões digitais' da molécula", explica. "Quando há uma doença, a composição química pode ser ligeiramente anormal ou muito anormal, dependendo da doença." Segundo o especialista, o método permitiria diagnósticos em questão de minutos.
Os pesquisadores acreditam que o aparelho poderia realizar o diagnóstico de doenças ósseas e também detectar sinais de cáries em estágio inicial. Segundo Morris, exames de sangue também poderiam se tornar desnecessários em alguns casos. Ele explicou, por exemplo, que para determinar os índices de colesterol de um paciente, seria necessário apenas apontar o laser do aparelho para a região do braço de onde normalmente se coleta o sangue.
A espectroscopia Raman poderia também ser usada como alternativa para a mamografia, exame usado para detectar sinais de câncer de mama. Ela poderia revelar tumores benignos ou malignos, dependendo das alterações na estrutura das proteínas e nas quantidades relativas de proteínas, gorduras e ácidos nucleicos no tecido.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4706646-EI8147,00-Cientistas+laser+podera+substituir+exames+de+saude+no+futuro.html
Deus não existe!
.
Até meados do século 19, toda a humanidade acreditava na existência de um “deus”, exceto pequenos grupos intelectualizados reconhecidos por serem adeptos da teoria do livre-pensar, uma ideologia ceticista que ganhou notoriedade durante o período renascentista – final do século 13 – e espalhou sua influência por todo o mundo. Nessa época, a ciência dava os primeiros passos rumo às grandes descobertas científicas, porém sua atuação era limitada e freqüentemente censurada pelo poder da Igreja. Em 1616, quando Galileu Galilei provou ao mundo que a Terra girava em torno do sol – ao contrário do que estava escrito na Bíblia – sob ameaça de morte, o cientista fora induzido a se retratar. Sua descoberta era considerada incrédula. O poder político-eclesiástico não admitia contradições em relação aos textos bíblicos e ser cristão era praticamente uma imposição. O indivíduo que quisesse assumir publicamente oposição aos ensinamentos da Igreja, de antemão sabia: seria recriminado pelo governo e pela sociedade com acusações de incredulidade, rebeldia, libertinagem e desonestidade. Para manter a boa imagem, era preferível não admitir tal posicionamento.
Mas a situação começou a mudar. Logo depois que Charles Darwin apresentou a Teoria da Evolução em 1859, a ciência – que já deflagrara conflitos com a religião – passa abertamente a duvidar de Deus. A sociedade influenciada inicia um processo de confronto entre as evidências científicas e os dogmas religiosos. Surge o primeiro crescimento ostensivo do ateísmo no mundo. Anos mais tarde, em 1882, o filósofo ateu Friedrich Nietzsche (1844–1900) sinaliza este crescimento com a célebre frase publicada em Gaia Ciência: “Deus está morto! [...] e quem o matou fomos nós!”. O aforismo repercute internacionalmente e logo se inicia o movimento racionalista do século 19, cuja principal característica, do ponto de vista religioso, foi a desvalorização da fé.
No século 20, o humanismo, impulsionado pela Revolução Industrial e pelo desenvolvimento capitalista, substitui o racionalismo, mas a fé continua sendo considerada alienação. O mundo avança rumo ao progresso e a sociedade se distancia ainda mais de Deus. O ateísmo deixa de pertencer somente às classes intelectuais, influencia as correntes filosóficas, os movimentos político-sociais como o liberalismo, a democracia, o anarquismo, o socialismo, e se infiltra fortemente, também, entre os grupos populares.
Assim, por mais de 200 anos, o ateísmo tem conquistado um montante cada vez maior de adeptos, sobretudo entre os países socioeconomicamente mais evoluídos. Estima-se que haja atualmente no mundo cerca de 750 milhões de pessoas que não acreditam em Deus. Um grupo que ocupa a 4ª posição no ranking composto pelo cristianismo, em primeiro lugar, com 2 bilhões de fiéis (considerando-se católicos, protestantes, anglicanos, luteranos, ortodoxos, além de mais de 39 mil tipos de denominações em 238 países)*, seguido pelo islamismo – a religião que mais cresce – com 1,2 milhão de seguidores, e o hinduísmo, com 900 milhões de praticantes.
Segundo o teólogo e escritor Russel Shedd, PhD em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, os números tendem a crescer ainda mais, sobretudo entre os países mais ricos. “Vai-se viver como se Deus não existisse. Isso não quer dizer que todo o mundo está se tornando ateu, mas há uma modernização. As pessoas têm o que desejam: emprego, família bem cuidada, plano médico etc., quer dizer, supostamente não precisam de nada, nem de Deus”.
O diretor do Instituto World Values Surveys e cientista político da Universidade de Michigan, Ronald Inglehart, concorda com esse argumento e diz que nas sociedades caracterizadas pela carência na distribuição de alimentos, precariedade nos serviços públicos de saúde, de moradia etc., o índice de religiosidade tende a aumentar. Por outro lado, em nações onde há fartura e excelentes serviços nas áreas citadas, a fé tende ao desaparecimento. A hipótese já defendida pelo filósofo ateu Karl Marx, em 1843, isto é, que o sofrimento produz religiosidade e a fartura o distanciamento de Deus, hoje pode ser visto quantitativamente através de pesquisas realizadas por sociólogos em todo o planeta. Começando pela Europa – berço da civilização cristã – passando pelas Américas, África, Ásia e Oceania, é possível conectar os fatores lógicos da relação “fé versus desenvolvimento” aqui apresentadas.
PANORAMA GLOBAL DO ATEÍSMO
Na Europa
O continente que um dia foi luz para o mundo, região de onde por mais de um milênio o Evangelho foi propagado às nações, hoje caminha rumo à escuridão da fé. Segundo o Centro de Treinamento Cristão European Apologetics Network, de Londres, “somente na Europa, nos últimos 100 anos, o ateísmo cresceu de aproximadamente 1,7 milhão para cerca de 130 milhões de pessoas”. De acordo com a obra Religião na Europa no Final do Segundo Milênio, publicada em 2003 pelo padre Andrew Greeley, jornalista, autor de 50 best-sellers e professor de Ciências Sociais das Universidades de Chicago e do Arizona, “só entre os britânicos, 31% das pessoas declararam não acreditar em Deus”. Um ano depois, a BBC de Londres encomenda outra pesquisa sobre o mesmo assunto e revela um novo recorde: o índice subira para 44%.
.
Quando entrevistado pelo jornalista Dale Hurd para a CBN News, o escritor Richard Miniter (correspondente do jornal inglês The London Sunday Times em Bruxelas, na Bélgica) declarou: “Quando você diz aos europeus que vai à igreja aos domingos, as pessoas o olham como se fosse uma peça de museu. Lá, apenas 5% da população freqüenta cultos regularmente e, deste percentual, 3% são negros, um índice elevado da população afro, considerando que apenas 5% da sociedade européia é de origem negra”.
Pastor Paul Devos, do Centro Cristão das Assembléias de Deus na Bélgica, em resposta à mesma reportagem, afirma: “Aqui na Europa, as pessoas não esperam nada da religião. Eles acreditam que para esta vida não há nenhuma esperança a ser encontrada na igreja. Não podemos sair tocando a campainha da casa das pessoas, porta a porta, tentando alcançá-las. Elas não acreditam mais em nós”. Desse problema, o renomado escritor inglês C.S.Lewis já estava ciente há algumas décadas. Ele costumava dizer: “Se desse a um transeunte em Londres a opção entre uma refeição num bom restaurante e a garantia de chegar ao céu, seguramente ele escolheria a refeição”.
Frente ao declínio massivo da fé, Miniter desabafa: “A perda da fé, na Europa, é como uma estrela negra, invisível, que ainda possui uma tremenda força gravitacional. Eles não entendem por que a cultura deles está falindo. Eles não entendem por que os índices de divórcio e suicídio são tão elevados. Eles não entendem por que tão poucas mulheres européias têm mais de um filho e por que, na maioria das ruas, você vê mais cachorros do que crianças. Esse é o impacto da morte da fé na Europa”.
Peter Kerridge, diretor geral da rádio premier do Reino Unido, se opõe à idéia de falência. Para ele, não importa quantas manchetes saiam dizendo que a Igreja está morta. A verdade é que ela nunca morrerá. Ele se refere ao aumento de 18% da população cristã entre as igrejas pentecostais de membresia tipicamente afro, nos últimos 5 anos, em Londres.
No mundo
Outros dados surpreendentes sobre o crescimento do ateísmo no mundo também foram revelados por Phil Zuckerman, PhD em Sociologia da Religião, pesquisador e professor da Pitzer College de Claremont, Califórnia, EUA. Seu artigo, publicado na obra Contemporary Atheism: Rates and Patterns, editada por Michael Martin e impressa pela Universidade de Cambridge no final de 2006, mostra a lista das 50 nações com maior porcentagem de pessoas que se intitulam atéias, agnósticas ou que simplesmente declararam não acreditar em Deus. Apesar da margem de erro em alguns casos ser bastante elevada, as porcentagens apresentadas revelam um verdadeiro apagão da fé entre os mais abastados do globo. Suécia (85%), Vietnam (81%), Dinamarca (80%), Noruega (72%), Japão (65%) e República Checa (61%) respectivamente, encabeçam a lista, seguidos por Finlândia (60%), França (54%), Coréia do Sul (52%), Estônia (49%), Alemanha (49%), Rússia (48%), Hungria (46%), Holanda (44%), Inglaterra (44%) etc. Todos esses países possuem alta renda percapita, exceto o Vietnam, onde o ateísmo não é orgânico, mas coercivo, isto é, imposto ou induzido pelo regime político ou religioso. Essa situação é encontrada também nos países do continente asiático – o mais populoso do mundo –, na Oceania e no Oriente Médio.
Na África
Nas 48 nações do continente africano, sem contar as ilhas, a situação é completamente diferente. Países como Argélia, Benin, Botsuana, Burquina Fasso, Burundi, Camarões, Chadi, Etiópia, Gâmbia, Gana, Quênia, Libéria, Líbia, Madagascar, Mauritânia, Marrocos, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão, Tanzânia, Togo, Tunísia, Zimbábue e Zâmbia, entre outros, mostram índice de ateísmo inferior a 1%. Essas nações estão entre as mais pobres do planeta. Lá, a renda percapita é insignificante e a maioria da população vive abaixo da linha da pobreza, isto é, com menos de 1 dólar por habitante, ao dia.
Nas regiões mais desenvolvidas do continente, como a África do Sul, por exemplo, as condições de vida melhoram e o índice de ateísmo volta a sofrer elevações, chegando a 11%. Apesar disso, o país tem cerca de 79% de sua população declaradamente cristã. Um panorama otimista.
Na América Latina
Na América Latina, região formada por 20 países tipicamente de Terceiro Mundo, ou em desenvolvimento – incluindo o Brasil –, os índices de ateísmo permanecem baixos, variando de 1% a 3%, exceto em Cuba, México (7%), Argentina (8%) e Uruguai, com cerca de 12% de sua população ateísta e, entre 30% e 50%, assumidamente sem religião.
Outros países onde o ateísmo é inferior a 1%
Além das nações já mencionadas, há outras dezenas onde o ceticismo não chega a 1%. Como exemplo podemos citar: Azerbaijão, Geórgia, Indonésia, Bangladesh, Brunei, Tailândia, Sri Lanka, Irã, Malásia, Nepal, Afeganistão, Paquistão. No entanto, lá o cristianismo não tem presença marcante. As religiões predominantes são islamismo, hinduísmo, budismo etc.
ATEÍSMO VERSUS FÉ
Nunca houve tantos ateus no mundo como na atualidade. No entanto, enquanto a maioria dos países ricos elevam seus índices de ateísmo, globalmente a ideologia cética tende à diminuição. A razão disso é o significativo aumento do evangelismo entre as nações menos desenvolvidas. Ao contrário do que disse Nietzsche, isto é, “Deus está morto”, para os latino-americanos Ele nunca esteve tão vivo.
De acordo com Oscar Corvalán-Vásquez, professor da Universidade Pública do Chile e PhD em Sociologia pela Universidade de Toronto, “as projeções para os próximos 20 anos indicam que o número de cristãos nos EUA deve aumentar em 43 milhões. No México e no Brasil, cerca de 47 milhões. Na América Latina, o crescimento deve dobrar em relação ao Canadá e aos EUA. Na Rússia, a situação deve permanecer estável, porém, na Alemanha, haverá uma redução significativa. Isso significa que em 2025 ela não fará mais parte das 10 maiores nações cristãs do mundo. No continente africano, o crescimento deverá ser superior aos 100 milhões de novos convertidos, sendo Nigéria e República Democrática do Congo responsáveis por 72% deste montante. Mais surpreendente ainda será a elevação do cristianismo na Ásia. China, Índia e Filipinas, juntas, devem somar 124 milhões de novos adeptos”.
Segundo Vásquez, sua análise intitulada “Os pentecostais e o ecumenismo: uma perspectiva latino-americana”, fora apresentada ao Conselho Mundial de Igrejas na Suíça.
20 NAÇÕES COM OS MAIS ELEVADOS ÍNDICES DE ATEÍSMO
País
População
Ateístas + Agnósticos – Máx.
1
Suécia
8,986,000
85%
2
Vietnam
82,690,000
81%
3
Dinamarca
5,413,000
80%
4
Noruega
4,575,000
72%
5
Japão
127,333,000
65%
6
República Tcheca
10,246,100
61%
7
Finlândia
5,215,000
60%
8
França
60,424,000
54%
9
Coréia do Sul
48,598,000
52%
10
Estônia
1,342,000
49%
11
Alemanha
82,425,000
49%
12
Rússia
143,782,000
48%
13
Hungria
10,032,000
46%
14
Holanda
16,318,000
44%
15
Grã-Bretanha
60,271,000
44%
16
Bélgica
10,348,000
43%
17
Bulgária
7,518,000
40%
18
Eslovênia
2,011,000
38%
19
Israel
6,199,000
37%
20
Canadá
32,508,000
30%
Fonte: Atheism: Contemporary Rates and Patterns
MOVIMENTO EM PROL DO ATEÍSMO NO MUNDO
Quem está inconformado com a perspectiva de crescimento global da fé é o cientista britânico Richard Dawkins, 65 anos, biólogo, evolucionista, professor da Universidade de Oxford e, certamente, o ateísta mais conhecido da atualidade. Para ele, o século 21 deveria ser conhecido como a era da razão, “mas a fé militante irracional voltou a marchar rumo à alienação”, diz o autor. O que para os cristãos é uma boa notícia, para Dawkins tem sido um verdadeiro pesadelo. Diante desse fato, o intelectual lança, através dos meios de comunicação, uma cruzada internacional simbólica contra a fé em Deus, em prol do extermínio das religiões e a favor da multiplicação do ateísmo.
Dawkins se notabilizou como defensor ferrenho do ateísmo no ano de 1976 por ocasião do lançamento de seu primeiro best-seller intitulado O Gene Egoísta. Nessa obra, o cientista introduz na ciência o conceito de MEME (unidade de informação cultural que passa de uma mente para outra), uma alusão às influências ideológicas transmitidas pelo ser humano às outras pessoas, como por exemplo o evangelismo cristão. Depois disso, Dawkins lança outros seis livros tratando de temas controversos à fé, entre eles O Fenótipo Estendido, O Relojoeiro Cego, O Rio que Saía do Éden, A Escalada do Monte Improvável e Desvendando o Arco-íris.
10 MAIORES NAÇÕES CRISTÃS (PROJEÇÃO para 2025 e 2050)
HOJE
Milhões
2025
Milhões
2050
Milhões
EUA
252
EUA
295
EUA
329
Brasil
167
Brasil
193
China
218
China
111
China
173
Brasil
202
México
102
México
123
Congo
145
Rússia
85
Índia
107
Índia
137
Filipinas
74
Filipinas
97
México
131
Índia
68
Nigéria
95
Nigéria
130
Alemanha
62
Congo
91
Filipinas
112
Nigéria
61
Rússia
85
Etiópia
104
Congo
53
Etiópia
67
Uganda 95
Fonte: World Christian Database
No final de 2005, a TV Channel 4 da Inglaterra convida o biólogo para a produção de um documentário crítico às religiões no mundo. Dawkins aceita o desafio e, em janeiro de 2006, o programa intitulado “A Raiz de Todos os Males?” (dividido em duas partes – “A Desilusão de Deus” e “O Vírus da Fé”) é transmitido em horário nobre para todo o Reino Unido. O programa é um sucesso de audiência, apesar das muitas críticas ao fato de Dawkins ter dado voz a extremistas religiosos, tanto do islã quanto do judaísmo. A proposta, no entanto, era realmente esta: chocar os telespectadores, mostrando que as religiões formam a raiz dos conflitos mais violentos do mundo. Aproveitando a esteira de visibilidade que o documentário lhe proporcionou, Dawkins utiliza o programa como piloto e lança seu 8º livro chamado The God Delusion, um manifesto ateísta, polêmico, repleto de afrontas e acusações às religiões, sobretudo ao cristianismo, onde o autor pretensiosamente promete convencer o leitor de que “Deus é um delinqüente psicótico inventado por pessoas maldosas”; que “a religião, além de ser infantil e irracional, é um insulto à dignidade humana, uma vez que ensina seus seguidores que é uma virtude se satisfazer com o não- entendimento”; que “a fé é o processo de não pensar”, dentre tantas outras objeções blasfemas. “Se este livro funcionar como eu pretendo, leitores religiosos que o abrirem se tornarão ateístas quando o terminarem de ler”, diz o polemista.
“É chegada a hora de as pessoas raciocinarem e darem um basta nisso. [...] Os homens-bomba estão convictos de que, matando para o deus deles, serão levados a um paraíso especial para mártires. No entanto, este não é só um problema do islamismo, mas um mal que atinge igualmente todas as crenças”. Para ele, até mesmo aquelas religiões que parecem inofensivas, como por exemplo o catolicismo, são responsáveis pela morte de tantas vidas quanto o islã. “O que dizer sobre o desencorajamento do papa ao uso da camisinha na África ou a ‘linha direta’ entre Bush e Deus se os custos disso são igualmente vidas humanas?”.
Para Valtair Miranda, mestre em Ciências da Religião e coordenador de Teologia do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, a atitude de Dawkins é reducionista, limitada por um ou mais aspectos. “O fenômeno religioso é impossível de ser esgotado por um único método de análise. Há algo nele fora dos limites da compreensão humana. Marx e Freud foram os grandes exemplos disso. O primeiro compreendeu que é o estado e a sociedade que produzem a religião. O segundo, que a religião era fruto de uma neurose inconsciente, reprimida, desejante do pai-que-tudo-resolve. É verdade que em alguns contextos a religião veio a ser realmente isso. Mas ela nunca foi apenas isso. Ela é muito mais do que isso. Vê-la apenas dessa forma é ignorar todas as outras manifestações desse fenômeno enormemente plural”.
Um dos principais pilares da pregação ateísta de Dawkins é que a religião, seja ela qual for, gera violência direta ou indiretamente. E talvez aí esteja o principal triunfo de sua obra, uma vez que ela não traz nenhuma novidade em relação a qualquer outra manifestação ateísta já publicada, senão raiva e indignação no estilo bem escrito e humorado.
Para o editor Mark Carpenter, mestre em Letras Modernas pela USP e presidente da Editora Mundo Cristão, “a relevância da obra de Dawkins está diretamente ligada ao pós-11 de setembro. Todas as acusações de violência da religião inconscientemente podem ser associadas aos atentados”. Ao que tudo indica, Carpenter está com a razão. Uma das principais estratégias de marketing de Dawkins é a utilização de banners disponíveis para download em seu website, onde os principais elementos explorados são as torres gêmeas e as palavras “Imagine no religions”, ou seja, “Imagine se não houvesse religiões”.
O evolucionista também utiliza a Bíblia para tentar confundir aqueles que, como ele mesmo diz, “estão em cima do muro”. Questionando origem, base moral e veracidade dos textos, Dawkins inadvertidamente seleciona textos a seu bel-prazer, identifica possíveis evidências de imoralidade, e então pergunta: “Que Deus ético e bondoso é esse que permite esse tipo de criminalidade?”. Para ele, o Antigo Testamento descreve um sistema moral que qualquer pessoa civilizada deveria achar venenosa. “O que dizer de Deuteronômio 13 onde os cristãos da época são instruídos a matar qualquer amigo ou membro da família que seguisse a outros deuses? E sobre Números 31, onde, por ordem de Deus, as mulheres e crianças são mortas pelos soldados? O que seria isso senão um caso de genocídio? E Juízes 19, em que um velho homem atira sua filha a uma multidão de homens loucos para ser estuprada e humilhada numa tentativa de salvar seu hóspede?” Na opinião do cientista, “o Deus do cristianismo só pode ser um dos personagens mais desagradáveis e maldosos de todos os tempos: egoísta e orgulhoso disso, insignificante, vingativo, injusto, rancoroso, racista, um deus que encoraja seus seguidores à prática do genocídio, entre outros crimes bárbaros”.
.
http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=74&materia=837
Legalizar o aborto
.
O aborto não é crime na maioria esmagadora dos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa, se uma mulher desejar interromper uma gravidez por questões socioeconômicas, poderá fazê-lo sem maiores riscos para sua saúde em um hospital, de forma plenamente legal.
No Brasil, o aborto é tratado como crime e tanto a mulher que o praticar, como quem de qualquer forma auxiliá-la, poderão ser presos. Os rigores da legislação brasileira, porém, não impedem que os abortos sejam realizados clandestinamente. A Pesquisa Nacional do Aborto, publicada pela Universidade de Brasília (UNB) este ano, estimou que 1 em cada 5 mulheres brasileiras já realizaram aborto, sendo que metade delas foram internadas devido a complicações causadas pelo procedimento.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) constatou que, entre 1995 e 2007, a curetagem pós-aborto foi a cirurgia mais realizada no Sistema Único de Saúde (não foram levadas em conta cirurgias cardíacas, partos e pequenas intervenções que não exigem a internação do paciente). Foram 3,1 milhões de curetagens e estima-se que a maioria delas sejam decorrentes de abortos provocados.
Por que então não garantir às brasileiras o mesmo direito ao aborto já garantido às norte-americanas e europeias e evitar tantos riscos desnecessários à sua saúde?
“se é a morte cerebral que indica o fim da vida, é razoável entender que o início da vida humana surge com a “vida cerebral””
Direito à vida
O argumento central de quem é contrário à legalização do aborto é que a vida humana surge no momento da concepção e que, a partir de então, este seria um direito a se garantir ao embrião. Claro que esta é uma concepção de cunho exclusivamente religioso.
Cientificamente, não é possível se determinar ao certo quando começa a vida humana. Nas 12 primeiras semanas de gestação (período em que o aborto é permitido, na maioria dos países onde é legalizado), o feto ainda não desenvolveu seu sistema nervoso e para considerá-lo vivo neste estágio, seria preciso rever o próprio conceito jurídico de morte. Isso porque a lei 9.434/97 permite o transplante de órgãos desde que haja morte cerebral, ainda que, eventualmente, o coração continue a bater. E, se é a morte cerebral que indica o fim da vida, é razoável entender que o início da vida humana surge com a “vida cerebral”, o que seria impossível nas primeiras 12 semanas, antes da formação do sistema nervoso do feto.
No entanto, o conceito de vida defendido pelos opositores da legalização do aborto parece ser bem mais amplo do que qualquer um que possa ser estabelecido por critérios científicos. A ponto de abarcar, inclusive, fetos sem cérebros, como se vê por algumas das teses defendidas na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54, que tramita no Supremo Tribunal Federal desde 2004 e trata da interrupção de gravidez nos casos de anencefalia do feto. Já passados 6 anos, ainda não houve tempo suficiente para que o STF concluísse o óbvio ululante: sem cérebro, não há vida humana a ser protegida, então não há crime de aborto.
a
“o debate sobre o aborto no Brasil não se faz com base em constatações científicas ou jurídicas”
Infelizmente, o debate sobre o aborto no Brasil não se faz com base em constatações científicas ou jurídicas. O aborto é discutido no Brasil com base em dogmas religiosos, como os do arcebispo de Olinda e Recife Dom José Cardoso Sobrinho, que excomungou os médicos e os parentes de uma menina de 9 anos de idade que foi estuprada por seu padrasto e precisou realizar um aborto para se livrar de uma gravidez de gêmeos que lhe causava risco de morte. Detalhe: o padrasto que estuprou a menina não foi excomungado por Sua Excelência Reverendíssima, que considerou este crime menos grave que o aborto.
É preciso entender, porém, que o Brasil é uma república laica e, portanto, não se pode admitir que qualquer religião imponha seus dogmas aos demais, muito menos por meio de criminalizações.
a
“uma questão de saúde pública que atinge quase que exclusivamente as mulheres pobres”
Questão social
A legalização do aborto é uma questão de saúde pública que atinge quase que exclusivamente as mulheres pobres, que não têm condições financeiras de arcar com o alto custo de um aborto em alguma das maternidades de luxo que realizam a cirurgia ilegalmente. Para uma mulher rica que tenha uma gravidez indesejável, a solução – ainda que ilícita – é recorrer a uma boa maternidade onde conversando com a pessoa certa e pagando o preço necessário poderá abortar com toda a infraestrutura e higiene de um bom hospital.
Ainda que não optem pelo procedimento cirúrgico, as mulheres de melhor condição socioeconômica têm um acesso muito mais amplo a informações sobre como realizar o auto-aborto de forma relativamente segura. Há vários sites internacionais dedicados a esclarecer às mulheres dos países onde o aborto ainda é proibido como utilizar medicamentos para este fim. No International Consortium for Medical Abortion , por exemplo, há informações de como usar o remédio Cytotec (Misoprostol) em conjunto com o Mifiprex (Mifepristone), de forma a tornar o procedimento um pouco mais seguro e menos doloroso.
Para a maioria das mulheres brasileiras, porém, este tipo de informação ainda não é acessível e elas acabam adquirindo o Cytotec no mercado paralelo e “aprendendo” como usá-lo com o próprio vendedor que, em geral, não possui qualquer conhecimento médico. Sem informação, utilizam o Cytotec sem qualquer outro medicamento, obrigando a uma dosagem maior, diminuindo as chances de sucesso e tornando todo o procedimento mais arriscado e doloroso. Por se tratar de um comércio ilegal, sem qualquer tipo de controle por parte da Anvisa, há ainda o sério risco de adquirir um produto falsificado.
Outra significativa parcela de mulheres pobres opta por realizar o aborto por procedimentos de curetagem ou sucção em clínicas clandestinas, sem as mínimas condições de higiene e infraestrutura. São procedimentos bastante arriscados para a vida e saúde delas e muitas acabam sendo socorridas nos hospitais do SUS, após abortos mal sucedidos. As complicações não raras vezes levam à morte, sendo o aborto a terceira causa de morte materna no Brasil, segundo pesquisa do IPAS.
a
“A criminalização do aborto não evita o aborto, mas tão-somente obriga a mulher a realizá-lo na clandestinidade”
Legalização
A criminalização do aborto não evita o aborto, mas tão-somente obriga a mulher a realizá-lo na clandestinidade. As ricas pagando um alto preço pelo sigilo e segurança do procedimento e as pobres relegadas à própria sorte, em um oceano de desinformação e preconceito.
O debate sobre a descriminalização do aborto não é sobre o direito ou não de a gestante abortar, mas sobre o direito ou não de a gestante ter auxílio médico para abortar. A Constituição brasileira garante em seu artigo 226, §7º, que “o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas”.
O que se vê, porém, no Brasil é uma completa interferência do Estado no direito da mulher de decidir ter ou não um filho, amparado em uma interpretação religiosa do direito constitucional à vida. O axioma católico de que a vida inicia na concepção é apresentado como fundamento “jurídico” contra a legalização do aborto, no Estado laico brasileiro. É este dogma religioso o grande responsável pelo cerceamento do direito constitucional ao livre planejamento familiar.
A criminalização do aborto no Brasil coloca nossas leis ao lado da tradição legislativa de países do Oriente Médio e da África, ainda marcada por uma intensa influência religiosa, e nos distancia dos Estados laicos da Europa e da América do Norte.
Direitos fundamentais, como é o direito à liberdade de planejamento familiar, não podem ser cerceados com base na fé em dogmas religiosos. O Estado é laico e ainda que a maioria da população brasileira acredite que o aborto é um grave pecado que deve ser punido com a excomunhão, estas concepções religiosas não podem ser impostas por meio de leis que criminalizam condutas, pois a separação entre Estado e religião é uma garantia constitucional.
Os abortos acontecem e acontecerão, com ou sem a criminalização, pois nenhuma lei conseguirá constranger uma mulher a ter um filho contra sua vontade. Não é um fato que agrade à mulher que se submete a ele, ao Estado, ou a quem quer que seja. Mas acontece.
Cabe ao Estado legalizar a prática e evitar os males maiores que são consequências dos abortos realizados sem assistência médica: os danos à saúde ou mesmo a morte da mulher. Talvez esta mudança na lei não faça muita diferença para os homens ou para as mulheres ricas que não sentem na pele as consequências de sua criminalização; mas para as mulheres pobres esta seria a única lei que, de fato, poderia ser chamada de pró-vida.
.
http://bulevoador.haaan.com/2010/09/28/legalizar-o-aborto/#more-17560
Brasil ganha prêmio internacional em concurso de jovens cientistas da UE
.
Os projetos procedentes da República Tcheca, Polônia e Hungria conquistaram os primeiros prêmios da 22ª edição do concurso da União Europeia (UE) para jovens cientistas, que começou no dia 26 de setembro e terminou hoje em Lisboa, informou a organização.
O júri, composto por 18 cientistas renomados, avaliou também o trabalho sobre a utilização do fungo Aspergillus Níger para tratamento de tintas, do brasileiro William Lopes, que obteve o prêmio Internacional, dedicado ao melhor entre os países não pertencentes aos 27 estados-membros da UE.
Os vencedores, que embolsarão 7 mil euros cada, foram o projeto tcheco sobre as nanopartículas de CO2 - aplicável na pesquisa de armazenamento dos gases efeito estufa -, o polonês com um estudo sobre as formigas cinerea e o húngaro sobre educação científica.
"Jovens como estes contribuem para moldar o futuro e acho que estamos em boas mãos", declarou a comissária europeia para Investigação, Inovação e Ciência, Máire Geoghegan Quinn na cerimônia de encerramento.
Após quatro dias, o museu da Eletricidade da capital portuguesa acolheu 85 projetos de 124 jovens, entre 14 e 21 anos, provenientes de 37 países, 27 da UE e dez convidados, entre eles Brasil, Estados Unidos, Canadá, Israel e China.
Entre os latinos-americanos, se destacou o brasileiro Lopes, um jovem pesquisador de 20 anos, natural de Novo Hamburgo (Rio Grande do Sul). Seu projeto premiado sobre utilização do fungo Aspergillus Níger tem como objetivo baratear o processo de coloração de tecidos como o couro e foi bem-recebido pelo público.
"É uma iniciativa amiga do meio ambiente e mais barata. Já tem várias empresas interessadas", disse Lopes à Agência Efe.
O concurso de Jovens Cientistas da UE, impulsionado pela Comissão Europeia (CE-órgão executivo da UE), começou em 1989 e visa promover a cooperação internacional e estimular novos talentos.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4706043-EI238,00-Brasil+ganha+premio+internacional+em+concurso+de+jovens+cientistas+da+UE.html
Felizes sem Deus: Oprah Winfrey entrevista Dinamarquesas
Dinamarquesas contam a apresentadora americana Oprah Winfrey sobre como vivem e pensam os Dinamarqueses.
Além de ser uma das nações mais igualitárias, civilizadas e felizes do planeta, a Dinamarca também é uma das mais seculares.
.
Além de ser uma das nações mais igualitárias, civilizadas e felizes do planeta, a Dinamarca também é uma das mais seculares.
.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Blogueiro iraniano é condenado a mais de 19 anos de prisão
Um tribunal do Irã condenou um pioneiro blogueiro do país a mais de 19 anos de prisão, disse à Reuters um ativista de direitos humanos nesta terça-feira.
O iraniano-canadense Hossein Derakhshan, que usava o apelido "the Blogfather" e é considerado o responsável por uma revolução nas redes de blogs iraniana, está preso na República Islâmica desde 2008, segundo a mídia por ser suspeito de espionagem para Israel.
"Fomos surpreendidos com a condenação de Derakhshan a mais de 19 anos de prisão por cooperação com países hostis, propaganda política e insulto a figuras religiosas", disse à Reuters um ativista de direitos humanos, que pediu anonimato.
A agência de notícias semioficial Fars citou "uma fonte judicial informada" dizendo que a condenação imposta a Derakhshan não era definitiva e que o blogueiro ainda pode recorrer. Autoridades do Judiciário não estavam disponíveis para comentar.
Derakhshan era jornalista em Teerã antes de mudar-se para Toronto em 2000. Ele ficou famoso ao publicar na Internet instruções sobre como começar blogs no idioma Farsi, dando início a uma explosão de blogs na língua oficial do Irã.
Em Ottawa, o chanceler canadense Lawrence Cannos disse que estava profundamente preocupado com a notícia sobre a condenação.
"Nossos funcionários continuam tentando confirmar essas reportagens de Teerã. Se for verdade, isso é completamente inaceitável e injustificável. O Canadá acredita que ninguém deve ser punido em nenhum lugar simplesmente por exercer o direito da liberdade de expressão", disse o ministro em comunicado.
Derakhshan, que no passado era crítico ao governo do Irã, visitou Israel em 2006. O Irã não reconhece Israel como um Estado, e os iranianos são proibidos de viajar para lá.
.
http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4705826-EI12884,00-Blogueiro+iraniano+e+condenado+a+mais+de+anos+de+prisao.html
O iraniano-canadense Hossein Derakhshan, que usava o apelido "the Blogfather" e é considerado o responsável por uma revolução nas redes de blogs iraniana, está preso na República Islâmica desde 2008, segundo a mídia por ser suspeito de espionagem para Israel.
"Fomos surpreendidos com a condenação de Derakhshan a mais de 19 anos de prisão por cooperação com países hostis, propaganda política e insulto a figuras religiosas", disse à Reuters um ativista de direitos humanos, que pediu anonimato.
A agência de notícias semioficial Fars citou "uma fonte judicial informada" dizendo que a condenação imposta a Derakhshan não era definitiva e que o blogueiro ainda pode recorrer. Autoridades do Judiciário não estavam disponíveis para comentar.
Derakhshan era jornalista em Teerã antes de mudar-se para Toronto em 2000. Ele ficou famoso ao publicar na Internet instruções sobre como começar blogs no idioma Farsi, dando início a uma explosão de blogs na língua oficial do Irã.
Em Ottawa, o chanceler canadense Lawrence Cannos disse que estava profundamente preocupado com a notícia sobre a condenação.
"Nossos funcionários continuam tentando confirmar essas reportagens de Teerã. Se for verdade, isso é completamente inaceitável e injustificável. O Canadá acredita que ninguém deve ser punido em nenhum lugar simplesmente por exercer o direito da liberdade de expressão", disse o ministro em comunicado.
Derakhshan, que no passado era crítico ao governo do Irã, visitou Israel em 2006. O Irã não reconhece Israel como um Estado, e os iranianos são proibidos de viajar para lá.
.
http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4705826-EI12884,00-Blogueiro+iraniano+e+condenado+a+mais+de+anos+de+prisao.html
Ateísmo
Estudo: ateus são mais bem informados sobre religião nos EUA
.
Os agnósticos e os ateus são mais informados sobre as doutrinas religiosas nos Estados Unidos do que os fiéis, inclusive protestantes e católicos, segundo um estudo do instituto de pesquisas Pew Forum, publicado esta terça-feira.
Em média, os americanos responderam corretamente a 16 das 32 perguntas desta pesquisa, realizada na primavera (boreal) com 3.412 adultos.
Os mais instruídos sobre o tema foram os não crentes - agnósticos e ateus tiveram, em média 20,9 acertos.
Foram seguidos por judeus e mórmons, que obtiveram, respectivamente, 20,5 e 20,3 acertos. Os conhecimentos dos protestantes chegaram à média de 16 acertos, enquanto os católicos ficaram em último, com 14,7 acertos.
Mais da metade dos protestantes (53%) não souberam reconhecer o pai do protestantismo na pessoa de Martinho Lutero.
Mais de quatro católicos em cada dez (45%) desconheciam que, segundo os preceitos da Igreja, o pão e o vinho não só representam o corpo e o sangue de Cristo, durante a Eucaristia, mas se transformam neles.
Menos de um americano em cada dois (47%) sabe que o Dalai Lama é budista e menos de quatro em cada dez (38%) associam Vishnu e Shiva à religião hindu. Só um quarto dos americanos (27%) sabe que a maioria dos habitantes da Indonésia é muçulmana.
Com relação às perguntas relacionadas com a cristandade, especialmente a Bíblia, os mórmons e os protestantes evangélicos brancos foram os que demonstaram maiores conhecimentos.
.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4705733-EI8141,00-Estudo+ateus+sao+mais+bem+informados+sobre+religiao+nos+EUA.html
.
Os agnósticos e os ateus são mais informados sobre as doutrinas religiosas nos Estados Unidos do que os fiéis, inclusive protestantes e católicos, segundo um estudo do instituto de pesquisas Pew Forum, publicado esta terça-feira.
Em média, os americanos responderam corretamente a 16 das 32 perguntas desta pesquisa, realizada na primavera (boreal) com 3.412 adultos.
Os mais instruídos sobre o tema foram os não crentes - agnósticos e ateus tiveram, em média 20,9 acertos.
Foram seguidos por judeus e mórmons, que obtiveram, respectivamente, 20,5 e 20,3 acertos. Os conhecimentos dos protestantes chegaram à média de 16 acertos, enquanto os católicos ficaram em último, com 14,7 acertos.
Mais da metade dos protestantes (53%) não souberam reconhecer o pai do protestantismo na pessoa de Martinho Lutero.
Mais de quatro católicos em cada dez (45%) desconheciam que, segundo os preceitos da Igreja, o pão e o vinho não só representam o corpo e o sangue de Cristo, durante a Eucaristia, mas se transformam neles.
Menos de um americano em cada dois (47%) sabe que o Dalai Lama é budista e menos de quatro em cada dez (38%) associam Vishnu e Shiva à religião hindu. Só um quarto dos americanos (27%) sabe que a maioria dos habitantes da Indonésia é muçulmana.
Com relação às perguntas relacionadas com a cristandade, especialmente a Bíblia, os mórmons e os protestantes evangélicos brancos foram os que demonstaram maiores conhecimentos.
.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4705733-EI8141,00-Estudo+ateus+sao+mais+bem+informados+sobre+religiao+nos+EUA.html
Brasil tem a 3ª maior população carcerária do mundo, diz CNJ
Com 494.598 presos, o Brasil possui a terceira maior população carcerária do mundo, atrás de Estados Unidos e China. O dado foi apresentado nesta quinta-feira no Seminário Justiça em Números pelo coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (DMF) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luciano Losekann. Para ele, a Justiça Criminal é tratada dentro do Judiciário brasileiro, "como o primo pobre da jurisdição". "Os tribunais precisam planejar de forma mais efetiva o funcionamento da Justiça Criminal", afirmou.
Nos últimos cinco anos, o número de presos no Brasil aumentou 37%, o que representa 133.196 pessoas a mais nas penitenciárias. Losekann chamou atenção para o elevado número de presos provisórios existentes no País, 44% no total, segundo dados do Ministério da Justiça. Isso significa que 219.274 pessoas aguardam na prisão o julgamento de seus processos. "O uso excessivo da prisão provisória no Brasil como uma espécie de antecipação da pena é uma realidade que nos preocupa. Os juízes precisam ser mais criteriosos no uso da prisão provisória", afirmou o coordenador do DMF.
Superlotação: 1,65 preso por vaga
A taxa de ocupação dos presídios brasileiros, de 1,65 preso por vaga, deixa o País atrás apenas da Bolívia, cujo índice é de 1,66. "A situação nos presídios levou o Brasil a ser denunciado em organismos internacionais. Falta uma política penitenciária séria", disse Losekann. São Paulo é o Estado com maior quantidade de encarcerados, seguido de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Uma das ações prioritárias estabelecidas neste ano para o Judiciário é reduzir a zero o número de presos em delegacias, que atualmente somam 57.195 detentos. Ao traçar o perfil dos detentos brasileiros, Losekann disse que o tráfico de drogas responde por 22% dos crimes cometidos pelos presidiários. Entre as mulheres esse índice sobre para 60%.
.
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4705989-EI306,00-Brasil+tem+a+maior+populacao+carceraria+do+mundo+diz+CNJ.html
Nos últimos cinco anos, o número de presos no Brasil aumentou 37%, o que representa 133.196 pessoas a mais nas penitenciárias. Losekann chamou atenção para o elevado número de presos provisórios existentes no País, 44% no total, segundo dados do Ministério da Justiça. Isso significa que 219.274 pessoas aguardam na prisão o julgamento de seus processos. "O uso excessivo da prisão provisória no Brasil como uma espécie de antecipação da pena é uma realidade que nos preocupa. Os juízes precisam ser mais criteriosos no uso da prisão provisória", afirmou o coordenador do DMF.
Superlotação: 1,65 preso por vaga
A taxa de ocupação dos presídios brasileiros, de 1,65 preso por vaga, deixa o País atrás apenas da Bolívia, cujo índice é de 1,66. "A situação nos presídios levou o Brasil a ser denunciado em organismos internacionais. Falta uma política penitenciária séria", disse Losekann. São Paulo é o Estado com maior quantidade de encarcerados, seguido de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Uma das ações prioritárias estabelecidas neste ano para o Judiciário é reduzir a zero o número de presos em delegacias, que atualmente somam 57.195 detentos. Ao traçar o perfil dos detentos brasileiros, Losekann disse que o tráfico de drogas responde por 22% dos crimes cometidos pelos presidiários. Entre as mulheres esse índice sobre para 60%.
.
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4705989-EI306,00-Brasil+tem+a+maior+populacao+carceraria+do+mundo+diz+CNJ.html
Perna controlada por botões dá movimento a deficiente físico
O arquiteto Takanori Kato participa dos testes há três anos e já consegue andar 500 metros
.
O médico japonês Eiichi Saito afirma que o primeiro par de pernas robóticas capaz de fazer pessoas paralisadas da cintura para baixo voltarem a andar deve ficar pronto em dezembro. A fase de testes do equipamento está sendo concluída. Com ele, deficientes físicos podem andar com as pernas mecânicas, controlando os movimentos por meio de botões.
As pernas têm seis motores: nos tornozelos, nos joelhos e na cintura. Depois de acopladas ao corpo, o usuário pode escolher o tamanho da passada e a velocidade.
Saito trabalha na máquina há dez anos. O mais difícil, segundo ele, foi obter o equilíbrio, de forma que a pessoa pudesse andar sem tropeços. Para resolver o problema, Saito trabalhou com uma empresa de autopeças.
O arquiteto Takanori Kato participa dos testes há três anos. Paralisado da cintura para baixo por causa de um acidente de snowboard, Kato já consegue andar 500 m.
A expectativa da equipe é começar a alugar o equipamento para hospitais do Japão dentro de um ano. O protótipo permitirá, inclusive, a realização de movimentos complexos como subir e descer escadas.
.
http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4705294-EI12882,00-Perna+controlada+por+botoes+da+movimento+a+deficiente+fisico.html
.
O médico japonês Eiichi Saito afirma que o primeiro par de pernas robóticas capaz de fazer pessoas paralisadas da cintura para baixo voltarem a andar deve ficar pronto em dezembro. A fase de testes do equipamento está sendo concluída. Com ele, deficientes físicos podem andar com as pernas mecânicas, controlando os movimentos por meio de botões.
As pernas têm seis motores: nos tornozelos, nos joelhos e na cintura. Depois de acopladas ao corpo, o usuário pode escolher o tamanho da passada e a velocidade.
Saito trabalha na máquina há dez anos. O mais difícil, segundo ele, foi obter o equilíbrio, de forma que a pessoa pudesse andar sem tropeços. Para resolver o problema, Saito trabalhou com uma empresa de autopeças.
O arquiteto Takanori Kato participa dos testes há três anos. Paralisado da cintura para baixo por causa de um acidente de snowboard, Kato já consegue andar 500 m.
A expectativa da equipe é começar a alugar o equipamento para hospitais do Japão dentro de um ano. O protótipo permitirá, inclusive, a realização de movimentos complexos como subir e descer escadas.
.
http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4705294-EI12882,00-Perna+controlada+por+botoes+da+movimento+a+deficiente+fisico.html
Nasa divulga nova imagem de nebulosa "ícone"
Nebulosa foi criada por uma explosão estelar - fenômeno conhecido como supernova
.
A Nasa - a agência espacial americana - divulgou uma nova imagem da nebulosa Caranguejo, na constelação de Touro, um verdadeiro "ícone cósmico", como chama a própria agência.
O mosaico utiliza observações de três de seus principais telescópios - o Chandra (raios-X, em azul), Huble (óptico, em vermelho e amarelo) e o Spitzer (infravermelho, em roxo). A nebulosa foi criada por uma gigantesca explosão de uma estrela vista na Terra no ano de 1054.
No cento da nebulosa pode ser encontrado um objeto com superdensidade conhecido como estrela de nêutrons. Segundo a Nasa, essas estrelas são consideradas "geradores" cósmicos, produzindo 100 mil vezes mais energia que o Sol.
Ainda de acordo com a agência, a nebulosa Caranguejo é um dos objetos mais estudados pelos astrônomos, somente o Chandra a registrou repetidamente ao longo desde sua fundação, o que a torna um dos "ícones cósmicos".
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4705565-EI301,00-Nasa+divulga+nova+imagem+de+nebulosa+icone.html
.
A Nasa - a agência espacial americana - divulgou uma nova imagem da nebulosa Caranguejo, na constelação de Touro, um verdadeiro "ícone cósmico", como chama a própria agência.
O mosaico utiliza observações de três de seus principais telescópios - o Chandra (raios-X, em azul), Huble (óptico, em vermelho e amarelo) e o Spitzer (infravermelho, em roxo). A nebulosa foi criada por uma gigantesca explosão de uma estrela vista na Terra no ano de 1054.
No cento da nebulosa pode ser encontrado um objeto com superdensidade conhecido como estrela de nêutrons. Segundo a Nasa, essas estrelas são consideradas "geradores" cósmicos, produzindo 100 mil vezes mais energia que o Sol.
Ainda de acordo com a agência, a nebulosa Caranguejo é um dos objetos mais estudados pelos astrônomos, somente o Chandra a registrou repetidamente ao longo desde sua fundação, o que a torna um dos "ícones cósmicos".
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4705565-EI301,00-Nasa+divulga+nova+imagem+de+nebulosa+icone.html
Cientistas criam primeiro ovário humano artificial
O equipamento tem dois objetivos principais: ajudar mulheres a engravidar e lutar contra o câncer
.
Equipe de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Brown, Estados Unidos, criou ovário em laboratório que poderá ser importante peça na preservação da fertilidade das mulheres que sofrerão tratamentos contra o câncer no futuro. É o primeiro ovário artificial criado. As informações são do site LiveScience.
O equipamento tem dois objetivos principais: ajudar mulheres a engravidar e lutar contra o câncer. Óvulos não fecundados podem ser congelados e guardados para serem fecundados pelos ovários artificiais. "Acredito que será uma maneira para fecundar óvulos, mas não em um futuro tão próximo", disse ao LiveScience Sandra Carson, professora e obstetra da universidade, líder da equipe de cientistas.
A criação do ovário artificial ajudará, também, em pesquisas de laboratório sobre o funcionamento de ovários saudáveis e como a exposição a substâncias tóxicas podem modificar e prejudicar o funcionamento do órgão.
Carson disse ao site que sua meta nunca foi criar um órgão artificial, mas sim criar um estudo no qual ela pudesse entender como as células de ovário interagem. "Um ovário é composto de três tipos principais de células, e é a primeira vez que alguém cria uma estrutura de tecido 3D com as três células",
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4705596-EI8147,00-Cientistas+criam+primeiro+ovario+humano+artificial.html
.
Equipe de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Brown, Estados Unidos, criou ovário em laboratório que poderá ser importante peça na preservação da fertilidade das mulheres que sofrerão tratamentos contra o câncer no futuro. É o primeiro ovário artificial criado. As informações são do site LiveScience.
O equipamento tem dois objetivos principais: ajudar mulheres a engravidar e lutar contra o câncer. Óvulos não fecundados podem ser congelados e guardados para serem fecundados pelos ovários artificiais. "Acredito que será uma maneira para fecundar óvulos, mas não em um futuro tão próximo", disse ao LiveScience Sandra Carson, professora e obstetra da universidade, líder da equipe de cientistas.
A criação do ovário artificial ajudará, também, em pesquisas de laboratório sobre o funcionamento de ovários saudáveis e como a exposição a substâncias tóxicas podem modificar e prejudicar o funcionamento do órgão.
Carson disse ao site que sua meta nunca foi criar um órgão artificial, mas sim criar um estudo no qual ela pudesse entender como as células de ovário interagem. "Um ovário é composto de três tipos principais de células, e é a primeira vez que alguém cria uma estrutura de tecido 3D com as três células",
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4705596-EI8147,00-Cientistas+criam+primeiro+ovario+humano+artificial.html
Cientistas restauram movimentos de ratos com pulsos de luz
Pesquisadores da Universidade de Stanford, Estados Unidos, realizam experimento no qual utilizam pulsos de luz para restaurar movimentos musculares. O objetivo é a restauração das atividades dos músculos em pessoas com paralisia cerebral ou de membros. Os primeiros experimentos, realizado com ratos, tiveram sucesso. As informações são do site da revista New Scientist.
As primeiras experiências estão sendo realizadas com músculos das patas de ratos. Após anestesiar cada rato, realizam simulação óptica no nervo ciático, e medem os resultados observando os movimentos do tendão de Aquiles.
Simulação de atividades musculares com impulsos elétricos permite às pessoas com paralisia andar. Mas os sinais elétricos ativam fibras nervosas de contrações musculares rápidas antes das lentas, oposto ao que acontece naturalmente. Isso faz com que as pessoas andem com movimentos robóticos que as cansa mais rapidamente.
Em contraste à esta situação, os pulsos de luz reproduzem os movimentos naturais dos nervos dos ratos em que foram experimentados. A equipe espera que a mesma técnica funcione com humanos.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4704929-EI8147,00-Cientistas+restauram+movimentos+de+ratos+com+pulsos+de+luz.html
As primeiras experiências estão sendo realizadas com músculos das patas de ratos. Após anestesiar cada rato, realizam simulação óptica no nervo ciático, e medem os resultados observando os movimentos do tendão de Aquiles.
Simulação de atividades musculares com impulsos elétricos permite às pessoas com paralisia andar. Mas os sinais elétricos ativam fibras nervosas de contrações musculares rápidas antes das lentas, oposto ao que acontece naturalmente. Isso faz com que as pessoas andem com movimentos robóticos que as cansa mais rapidamente.
Em contraste à esta situação, os pulsos de luz reproduzem os movimentos naturais dos nervos dos ratos em que foram experimentados. A equipe espera que a mesma técnica funcione com humanos.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4704929-EI8147,00-Cientistas+restauram+movimentos+de+ratos+com+pulsos+de+luz.html
Cidade do futuro, Masdar City tem energia 100% renovável
Masdar City tem a sustentabilidade como foco e deve ser isenta de emissões de CO2
.
Um projeto arquitetônico grandioso promete transformar as dunas de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, no modelo de cidade do futuro. Batizada de Masdar City, a construção tem a sustentabilidade como foco e promete ser isenta de emissões de CO2. Para isso, contará com tudo que o conhecimento humano e o dinheiro dos maiores petroleiros árabes podem conseguir, como tecnologia de ponta e investimento da casa dos US$ 22 bilhões.
Segundo o responsável pelo projeto, o renomado arquiteto inglês Norman Foster, o resultado de tanto empenho será uma cidade com matriz energética 100% renovável, uso exclusivo de transporte público, refrigeração natural dos edifícios e ruas da cidade baseada na arquitetura árabe tradicional, e até documentação dos habitantes totalmente digital para evitar o uso de papel.
Por ironia ou não, o projeto, resultado de uma parceria do governo local com os sultões do "ouro negro" dos Emirados Árabes, visa ser um modelo que ajude a preparar o país para a era pós-petróleo, na qual o mundo terá que se adaptar em todas as esferas de produção e consumo.
Mas será que a cidade ultra-sustentável será mesmo um modelo possível de ser reaplicado em todo o mundo? Para o crítico em arquitetura do jornal New York Times, Nicolai Ouroussoff, o projeto não passa de uma "Disneylândia" verde. Em um artigo publicado no jornal de domingo, 26 de setembro, Ouroussoff falou sobre as impressões de sua visita ao projeto, que já está pronto para receber os primeiros moradores.
Para Ouroussoff, a cidade não é apenas uma miragem futurista e tem muitos pontos positivos, como a integração entre tecnologias de última geração e o design antigo das cidades árabes, inserida em uma sociedade que convive com o tradicional e o moderno diariamente. "Uma visão que, a princípio, transborda esperança", afirma.
Mas basta ser analisado mais profundamente para que o projeto comece a revelar seus pontos fracos. Segundo a questão levantada por Ouroussoff, a aparente "sustentabilidade" de Masdar City pode estar fadada a permanecer presa na areias de Abu Dhabi, e inacessível ao resto da humanidade."O projeto reflete uma mentalidade de condomínios fechados que tem se espalhado pelo mundo como um câncer durante décadas. Sua pureza utópica e seu isolamento da vida das cidades reais estão fundamentados na crença, ao que me parece aceita pela maioria das pessoas hoje, de que a única maneira de criar uma comunidade verdadeiramente harmoniosa, verde ou não, é isolando-a do mundo em geral".
Para o colunista ambiental da revista TIME, Bryan Walsh, se Masdar só puder ser sustentável caso permaneça isolada do resto do mundo, nunca será mais do que uma "experiência agradável". Ele lembrou que mais de metade da população mundial, cerca de 3,3 bilhões, vive em cidades - um número que deverá subir para cerca de cinco bilhões até 2030.
Além disso, a maioria dessas pessoas estará vivendo em megacidades de países pobres ou em rápido desenvolvimento, como Lagos ou Karachi, onde é difícil imaginar o tipo de controle social que existe em Masdar.
Ainda que afirme saber que a visão de Foster não seja essa, Ouroussoff defende que a cidade árabe é uma representação de um fenômeno global que tem divido o mundo em guetos, onde questões como a sustentabilidade pouco importa. Para ele, essa tendência surgiu na década de 1970, quando a noção de que um planejamento pensativo poderia melhorar a vida de pessoas em todo o mundo.
"Com isso, as classes rica e média instruída tem encontrado cada vez mais conforto em se isolar em uma variedade de mini-utopias. Isso levou não apenas à proliferação de condomínio fechados suburbanos, como também à transformação dos centros de cidades como Paris e Nova York em parque de diversões para turistas e ricos. Masdar é a culminação desta tendência: uma sociedade auto-suficiente, levantada sob um pedestal e fora do alcance da maioria dos cidadãos do mundo."
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4704316-EI238,00-Cidade+do+futuro+Masdar+City+tem+energia+renovavel.html
.
Um projeto arquitetônico grandioso promete transformar as dunas de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, no modelo de cidade do futuro. Batizada de Masdar City, a construção tem a sustentabilidade como foco e promete ser isenta de emissões de CO2. Para isso, contará com tudo que o conhecimento humano e o dinheiro dos maiores petroleiros árabes podem conseguir, como tecnologia de ponta e investimento da casa dos US$ 22 bilhões.
Segundo o responsável pelo projeto, o renomado arquiteto inglês Norman Foster, o resultado de tanto empenho será uma cidade com matriz energética 100% renovável, uso exclusivo de transporte público, refrigeração natural dos edifícios e ruas da cidade baseada na arquitetura árabe tradicional, e até documentação dos habitantes totalmente digital para evitar o uso de papel.
Por ironia ou não, o projeto, resultado de uma parceria do governo local com os sultões do "ouro negro" dos Emirados Árabes, visa ser um modelo que ajude a preparar o país para a era pós-petróleo, na qual o mundo terá que se adaptar em todas as esferas de produção e consumo.
Mas será que a cidade ultra-sustentável será mesmo um modelo possível de ser reaplicado em todo o mundo? Para o crítico em arquitetura do jornal New York Times, Nicolai Ouroussoff, o projeto não passa de uma "Disneylândia" verde. Em um artigo publicado no jornal de domingo, 26 de setembro, Ouroussoff falou sobre as impressões de sua visita ao projeto, que já está pronto para receber os primeiros moradores.
Para Ouroussoff, a cidade não é apenas uma miragem futurista e tem muitos pontos positivos, como a integração entre tecnologias de última geração e o design antigo das cidades árabes, inserida em uma sociedade que convive com o tradicional e o moderno diariamente. "Uma visão que, a princípio, transborda esperança", afirma.
Mas basta ser analisado mais profundamente para que o projeto comece a revelar seus pontos fracos. Segundo a questão levantada por Ouroussoff, a aparente "sustentabilidade" de Masdar City pode estar fadada a permanecer presa na areias de Abu Dhabi, e inacessível ao resto da humanidade."O projeto reflete uma mentalidade de condomínios fechados que tem se espalhado pelo mundo como um câncer durante décadas. Sua pureza utópica e seu isolamento da vida das cidades reais estão fundamentados na crença, ao que me parece aceita pela maioria das pessoas hoje, de que a única maneira de criar uma comunidade verdadeiramente harmoniosa, verde ou não, é isolando-a do mundo em geral".
Para o colunista ambiental da revista TIME, Bryan Walsh, se Masdar só puder ser sustentável caso permaneça isolada do resto do mundo, nunca será mais do que uma "experiência agradável". Ele lembrou que mais de metade da população mundial, cerca de 3,3 bilhões, vive em cidades - um número que deverá subir para cerca de cinco bilhões até 2030.
Além disso, a maioria dessas pessoas estará vivendo em megacidades de países pobres ou em rápido desenvolvimento, como Lagos ou Karachi, onde é difícil imaginar o tipo de controle social que existe em Masdar.
Ainda que afirme saber que a visão de Foster não seja essa, Ouroussoff defende que a cidade árabe é uma representação de um fenômeno global que tem divido o mundo em guetos, onde questões como a sustentabilidade pouco importa. Para ele, essa tendência surgiu na década de 1970, quando a noção de que um planejamento pensativo poderia melhorar a vida de pessoas em todo o mundo.
"Com isso, as classes rica e média instruída tem encontrado cada vez mais conforto em se isolar em uma variedade de mini-utopias. Isso levou não apenas à proliferação de condomínio fechados suburbanos, como também à transformação dos centros de cidades como Paris e Nova York em parque de diversões para turistas e ricos. Masdar é a culminação desta tendência: uma sociedade auto-suficiente, levantada sob um pedestal e fora do alcance da maioria dos cidadãos do mundo."
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4704316-EI238,00-Cidade+do+futuro+Masdar+City+tem+energia+renovavel.html
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Maior barco a energia solar inicia volta ao mundo
A embarcação tem 15 m de largura e 31 m de comprimento, coberta por 540 m² de módulos fotovoltaicos
.
O maior barco do planeta movido exclusivamente a energia solar iniciou nesta segunda-feira uma volta ao mundo. O PlanetSolar partiu de Mônaco com uma tripulação de seis membros e deve passar por locais como Miami, Cancún, San Francisco, Sydney, Cingapura e Abu Dhabi.
"Nós queremos ajudar a impulsionar o desenvolvimento de tecnologias de energia sustentável", diz o alemão Immo Ströher, dono do barco, em comunicado. Segundo Ströher, o projeto pretende oferecer uma solução sustentável de transporte para grandes cidades e para o ambiente.
O PlanetSolar tem 15 m de largura e 31 m de comprimento e é coberto por 540 m² de módulos fotovoltaicos. Segundo a equipe, baterias especiais garantem que o barco navegue por três dias sem luz solar.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4703240-EI8147,00-Maior+barco+a+energia+solar+inicia+volta+ao+mundo.html
.
O maior barco do planeta movido exclusivamente a energia solar iniciou nesta segunda-feira uma volta ao mundo. O PlanetSolar partiu de Mônaco com uma tripulação de seis membros e deve passar por locais como Miami, Cancún, San Francisco, Sydney, Cingapura e Abu Dhabi.
"Nós queremos ajudar a impulsionar o desenvolvimento de tecnologias de energia sustentável", diz o alemão Immo Ströher, dono do barco, em comunicado. Segundo Ströher, o projeto pretende oferecer uma solução sustentável de transporte para grandes cidades e para o ambiente.
O PlanetSolar tem 15 m de largura e 31 m de comprimento e é coberto por 540 m² de módulos fotovoltaicos. Segundo a equipe, baterias especiais garantem que o barco navegue por três dias sem luz solar.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4703240-EI8147,00-Maior+barco+a+energia+solar+inicia+volta+ao+mundo.html
Estudo: colisão de galáxias aumenta força de raios cósmicos
As colisões entre galáxias produzem ondas elétricas cujo campo magnético aumenta a força de prótons e elétrons para altas energias, formando raios cósmicos mais fortes
.
Pesquisadores da Universidade de Leiden, Holanda, descobriram que colisões de galáxias produzem energia que formam gigantes aceleradores de partículas que geram raios cósmicos de alta energia que batem na Terra. As informações são do site da revista New Scientist.
As colisões entre galáxias produzem ondas elétricas cujo campo magnético aumenta a força de prótons e elétrons para altas energias, formando os raios mais fortes. Foram usados na pesquisa rádio telescópios na Holanda, Índia e Estados Unidos para captar imagens do brilho formado nos arredores de dois agrupamentos de galáxia colidindo. A energia das ondas de rádio mudou em volta do arco brilhante formado de uma maneira igual aos modelos de aceleração de partículas.
As ondas elétricas se estendem por 6 milhões de anos-luz. A aceleração com o choque de galáxias pode aumentá-la para milhões de vezes maior que as partículas de qualquer átomo e que qualquer raio cósmico que ocasionalmente bata na Terra.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4703376-EI301,00-Estudo+colisao+de+galaxias+aumenta+forca+de+raios+cosmicos.html
.
Pesquisadores da Universidade de Leiden, Holanda, descobriram que colisões de galáxias produzem energia que formam gigantes aceleradores de partículas que geram raios cósmicos de alta energia que batem na Terra. As informações são do site da revista New Scientist.
As colisões entre galáxias produzem ondas elétricas cujo campo magnético aumenta a força de prótons e elétrons para altas energias, formando os raios mais fortes. Foram usados na pesquisa rádio telescópios na Holanda, Índia e Estados Unidos para captar imagens do brilho formado nos arredores de dois agrupamentos de galáxia colidindo. A energia das ondas de rádio mudou em volta do arco brilhante formado de uma maneira igual aos modelos de aceleração de partículas.
As ondas elétricas se estendem por 6 milhões de anos-luz. A aceleração com o choque de galáxias pode aumentá-la para milhões de vezes maior que as partículas de qualquer átomo e que qualquer raio cósmico que ocasionalmente bata na Terra.
.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4703376-EI301,00-Estudo+colisao+de+galaxias+aumenta+forca+de+raios+cosmicos.html
Iraniana acusada de adultério é condenada a enforcamento
Mulher segura cartaz com a foto da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani
.
.
O procurador-geral do Irã, Gholam Hussein Mohseni Ejei, anunciou nesta segunda-feira que Sakineh Mohamadi Ashtiani, a mulher iraniana acusada de adultério e cumplicidade no assassinato de seu marido, foi condenada à morte por enforcamento pelo segundo crime.
Em declarações divulgadas nesta segunda-feira pela agência de notícias local Mehr, Mohseni Ejei explicou que, "de acordo com a decisão do tribunal, Sakineh foi acusada de assassinato e condenada por este delito"
.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4703502-EI308,00-Iraniana+acusada+de+adulterio+e+condenada+a+enforcamento.html
.
.
O procurador-geral do Irã, Gholam Hussein Mohseni Ejei, anunciou nesta segunda-feira que Sakineh Mohamadi Ashtiani, a mulher iraniana acusada de adultério e cumplicidade no assassinato de seu marido, foi condenada à morte por enforcamento pelo segundo crime.
Em declarações divulgadas nesta segunda-feira pela agência de notícias local Mehr, Mohseni Ejei explicou que, "de acordo com a decisão do tribunal, Sakineh foi acusada de assassinato e condenada por este delito"
.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4703502-EI308,00-Iraniana+acusada+de+adulterio+e+condenada+a+enforcamento.html
domingo, 26 de setembro de 2010
Quatro milhões de brasileiros têm problema com jogo; internet pode ser porta para o vício
Cerca de 4 milhões de brasileiros têm uma relação doentia com o jogo. É o que afirma o psiquiatra Hermano Tavares, coordenador do ambulatório de jogo patológico do Instituto de Psiquiatria do HC, ligado à Universidade de São Paulo (USP). De acordo com um estudo recente, 1% da população preenche todos os critérios para a doença e outros 1,3% apresentam uma relação nociva com os jogos de azar.
Em entrevista ao psiquiatra Jairo Bouer, colaborador do UOL Ciência e Saúde, Tavares explica que a principal característica do viciado em jogos é a perda de controle: a pessoa gasta mais do que o planejado, ou passa mais tempo do que gostaria jogando. Junto com o vício por compras, sexo e comida, a compulsão por apostas é uma das dependências comportamentais mais frequentes na população.
O especialista comenta que a internet tem sido uma porta de entrada para o vício. Em países onde o jogo é legalizado, o meio já está substituindo a ida aos cassinos. E, no Brasil, ele conta que já é comum encontrar jogadores patológicos que começaram utilizando o celular.
O tratamento para a doença é baseado em psicoterapia e, em alguns casos, remédios também podem ser indicados. Ele comenta que não é incomum que o jogador patológico desenvolva, em paralelo ao vício, doenças como ansiedade e depressão. "Cerca de 80% dos jogadores que buscam ajuda já pensaram em se matar e 17% efetivamente tentaram", diz.
O psiquiatra comenta que o ambulatório de jogo patológico está selecionando pacientes para um tratamento experimental na Grande São Paulo e no Rio com medicamentos já usados para outros tipos de compulsão. Ainda que a pessoa não preencha os critérios para o estudo, ela poderá ser tratada no serviço, que é público. Os interessados, em SP, podem telefonar para (11) 2307-7805 ou, no Rio, para (21) 7830-3991.
.
Assista os vídeos da entrevista
.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2010/09/24/quatro-milhoes-de-brasileiros-tem-problema-com-jogo-problema-pode-comecar-na-internet.jhtm
Em entrevista ao psiquiatra Jairo Bouer, colaborador do UOL Ciência e Saúde, Tavares explica que a principal característica do viciado em jogos é a perda de controle: a pessoa gasta mais do que o planejado, ou passa mais tempo do que gostaria jogando. Junto com o vício por compras, sexo e comida, a compulsão por apostas é uma das dependências comportamentais mais frequentes na população.
O especialista comenta que a internet tem sido uma porta de entrada para o vício. Em países onde o jogo é legalizado, o meio já está substituindo a ida aos cassinos. E, no Brasil, ele conta que já é comum encontrar jogadores patológicos que começaram utilizando o celular.
O tratamento para a doença é baseado em psicoterapia e, em alguns casos, remédios também podem ser indicados. Ele comenta que não é incomum que o jogador patológico desenvolva, em paralelo ao vício, doenças como ansiedade e depressão. "Cerca de 80% dos jogadores que buscam ajuda já pensaram em se matar e 17% efetivamente tentaram", diz.
O psiquiatra comenta que o ambulatório de jogo patológico está selecionando pacientes para um tratamento experimental na Grande São Paulo e no Rio com medicamentos já usados para outros tipos de compulsão. Ainda que a pessoa não preencha os critérios para o estudo, ela poderá ser tratada no serviço, que é público. Os interessados, em SP, podem telefonar para (11) 2307-7805 ou, no Rio, para (21) 7830-3991.
.
Assista os vídeos da entrevista
.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2010/09/24/quatro-milhoes-de-brasileiros-tem-problema-com-jogo-problema-pode-comecar-na-internet.jhtm
Eleições 2010 - O discurso vazio
Canal Uma atéia de bom humor: http://www.youtube.com/user/asaheuser
Muitos candidatos tem um jeito de se expressar que parece muito bonito, mas analisando bem, eles não estão se comprometendo com nada.
.
Muitos candidatos tem um jeito de se expressar que parece muito bonito, mas analisando bem, eles não estão se comprometendo com nada.
.
Famílias afegãs vestem filhas como meninos para evitar vergonha
Mehran Rafaat (à esq) ao lado de suas irmãs Benafsha e Behishta na frente da casa da família em Qala-e-Naw
.
Mehran Rafaat é como muitas meninas da cidade. Ela gosta de ser o centro das atenções. Muitas vezes se frustra quando as coisas não saem do jeito dela. Como suas três irmãs mais velhas, fica ansiosa em descobrir o mundo do lado de fora do apartamento da família em seu bairro de classe média em Cabul.
Contudo, quando sua mãe, a parlamentar Azita Rafaat, veste as crianças para a escola de manhã, há uma diferença importante. As irmãs de Mehran colocam vestidos pretos e lenços no cabelo apertados sobre seus rabos-de-cavalo. Já Mehran coloca calças verdes, camiseta branca e uma gravata, e sua mãe afaga com a mão seu cabelo curto e preto. Depois disso, a filha sai pela porta -como um menino.
Não há estatísticas sobre quantas meninas se passam por meninos. Mas quando perguntadas, várias gerações de afegãos contam histórias de uma parenta, amiga, vizinha ou colega de trabalho que cresceu vestida de menino. Para aqueles que sabem, essas crianças muitas vezes não são chamadas nem de filha nem de filho nas conversas, mas de “bacha posh”, que literalmente significa “vestida como menino”, em dari.
Por meio de dezenas de entrevistas conduzidas em vários meses, nas quais as pessoas preferiram permanecer anônimas ou usar somente seus primeiros nomes com medo de serem identificadas, foi possível acompanhar a prática que permaneceu quase ignorada pelos estrangeiros. Ainda assim, é comum em todos os estratos afegãos, comum às diferentes classes, níveis de educação, etnia ou geografia e perdura apesar de muitas guerras e diferentes governos.
As famílias têm muitas razões para fingir que suas meninas são meninos, inclusive necessidade econômica, pressão social para terem filhos e, em alguns casos, uma superstição que, ao fazerem isso, promoverão o nascimento de um verdadeiro menino. Na falta de um garoto, os pais decidem criar um, cortando o cabelo de uma filha e vestindo-a com roupas típicas de homens. Não há restrições religiosas ou legais específicas para a prática. Na maior parte dos casos, a volta ao feminino acontece quando a criança entra na puberdade. Os pais quase sempre tomam essa decisão.
Em uma terra onde os meninos são mais valorizados, já que somente eles podem herdar os bens dos pais e transmitir seu nome, as famílias sem filhos homens são objetos de pena e desdém. Até mesmo um filho inventado aumenta o status da família, ao menos por alguns anos. Um “bacha posh” também pode receber educação com mais facilidade, trabalhar fora de casa e até escoltar suas irmãs em público, liberdades que não são possíveis para as meninas em uma sociedade que segrega estritamente os homens e as mulheres.
Para alguns, a mudança pode ser desorientadora ou liberadora, deixando as mulheres em um limbo entre os dois sexos.
“Sei que é muito difícil para vocês entenderem porque uma mãe faz uma coisa dessas coisas com sua filha mais jovem, mas eu preciso dizer que algumas coisas acontecem no Afeganistão que realmente não são imagináveis para vocês do Ocidente”, disse Rafaat em inglês imperfeito, em uma de muitas entrevistas durante semanas.
Pressão para ter um menino
No dia fatídico em que ela se tornou mãe pela primeira vez -7 de fevereiro de 1999 - Rafaat sabia que tinha fracassado, mas estava exausta demais para falar, tremendo de frio no chão da pequena casa da família na província de Baghis.
Ela tinha acabado de dar à luz -2 vezes- às irmãs mais velhas de Mehran, Benafsha e Beheshta. A primeira gêmea nasceu depois de quase 72 horas de trabalho de parto, prematura de um mês. A menina pesava apenas 1,2 kg e não respirou a princípio. A irmã nasceu dez minutos depois e também estava inconsciente.
Quando a sogra começou a chorar, Rafaat sabia que não era de medo das netas não sobreviverem. A idosa estava desapontada.
“Por que estamos recebendo mais meninas na família?”, gritava, de acordo com Rafaat.
Rafaat foi criada em Cabul, onde era ótima aluna, falava seis línguas e nutria sonhos de se tornar médica. Contudo, o pai forçou-a a se tornar a segunda esposa de seu primeiro primo, ela teve que se submeter e se tornar a esposa de um agricultor analfabeto em uma casa rural sem água corrente ou eletricidade, onde a sogra governava e onde ela deveria cuidar das vacas, ovelhas e galinhas. Ela não se saiu bem.
Os conflitos com a sogra começaram imediatamente, enquanto a nova senhora Rafaat insistia em maior higiene e mais contato com os homens na casa. Ela também pedia que a sogra parasse de bater na primeira mulher do marido com sua bengala. Quando Rafaat finalmente quebrou a bengala em protesto, a senhora exigiu que o filho, Ezatullah, controlasse sua nova mulher.
Ele o fazia com um bastão de madeira ou um arame.
“No corpo, no rosto”, lembra-se. “Eu tentava detê-lo. Eu pedia que ele parasse. Algumas vezes nem pedia”.
Logo, ela ficou grávida. A família tratou-a ligeiramente melhor quando ela ficou barriguda.
“Eles esperavam um menino desta vez”, explicou.
A primeira mulher de Ezatullah Rafaat tinha dado à luz a duas filhas, uma das quais morrera ainda criança, e ela não podia mais conceber. Azita Rafaat pariu duas meninas, o dobro do desapontamento.
Azita Rafaat enfrentou pressão constante para tentar novamente, o que ela fez, em duas outras gestações, quando ela teve mais duas filhas -Mehrangis, hoje com 9, e finalmente Mehran, de 6.
Quando perguntamos se tinha pensado em deixar o marido, ela reagiu com completa surpresa.
“Eu pensava em morrer”, disse ela. “Mas nunca pensei em divórcio. Se eu tivesse me separado do meu marido, teria pedido meus filhos, e eles não teriam direitos. Não sou de desistir.”
Hoje, ela está em uma posição de poder, ao menos no papel. É uma das 68 mulheres no parlamento de 249 membros da Afeganistão, representando a província de Badghis. O marido dela está desempregado e passa a maior parte de seu tempo em casa.
“Ele é meu marido do lar”, brincou.
Ela o persuadiu a mudar-se para longe da sogra e ofereceu-se para contribuir para a renda da família, estabelecendo a base para sua vida política. Três anos depois de casada, após a queda do Taleban em 2002, ela começou a se voluntariar para trabalhar com saúde para várias organizações não-governamentais. Hoje ela faz US$ 2.000 (em torno de R$ 3.500) por mês como membro do Parlamento.
Como política, ela trabalha para melhorar os direitos da mulher e o Estado do direito. Ela concorreu à reeleição no sábado e, com base nas contagens preliminares, está otimista que vai conquistar o segundo mandato. Mas ela só pode concorrer com a permissão explícita do marido, e da segunda vez, ele não foi facilmente persuadido.
Ele queria tentar ter um filho novamente. Seria difícil combinar a gravidez e outro filho com o trabalho, disse ela -e ela sabia que poderia ter outra menina de qualquer forma.
Mas a pressão para ter um filho se estendia para além do marido. Era o único assunto que envolvia seus eleitores quando ela visitava suas casas, disse ela.
“Quando você não tem um filho no Afeganistão, é como se tivesse um buraco enorme em sua vida. Como se você tivesse perdido a coisa mais importante da vida. Todo mundo sente pena de você”, explica.
Como política, também se espera dela que ela seja uma boa esposa e mãe; em vez disso, ela parecia uma mulher fracassada para seus eleitores. As fofocas se espalharam para sua província, e seu marido também foi questionado e passou vergonha, disse ela.
Em uma tentativa de preservar seu emprego e aplacar seu marido, assim como evitar a ameaça de ele tomar uma terceira mulher, ela propôs que eles fizessem a filha caçula parecer um menino.
“As pessoas entravam na nossa casa sentindo pena de nós porque não tínhamos um filho”, lembra-se. “E as meninas? Não podíamos deixar que saíssem de casa. E se nós transformássemos Mehran em menino, teríamos muito mais liberdade na sociedade para ela. E poderíamos enviá-la para fora para fazer compras e ajudar o pai.”
Nenhuma hesitação
Juntos, os pais conversaram com a filha mais jovem. Eles fizeram uma proposta sedutora: “Você quer ficar parecendo um menino, se vestir como um menino e fazer coisas mais divertidas como os meninos, como andar de bicicleta, jogar futebol e críquete? E você gostaria de ser como seu pai?”
Mehran não hesitou em dizer sim.
Naquela tarde, o pai levou a filha para o barbeiro, onde seu cabelo foi cortado curto. Depois, foram ao bazar, onde ela ganhou roupas novas. Seu primeiro conjunto parecia uma roupa de caubói, disse Rafaat, referindo-se a um par de jeans e uma camisa vermelha com “superstar” escrito nas costas.
Ela até recebeu um nome novo –chamada originalmente de Manoush, seu nome mudou para Mehran, mais masculino.
A volta de Mehran à escola -com calças e sem as marias-chiquinhas- aconteceu sem grande reação de seus colegas. Ela ainda tirava uma soneca de tarde com as meninas e mudava roupa em uma sala separada dos meninos. Alguns de seus colegas ainda a chamavam de Manoush, enquanto outras a chamavam de Mehran. Mas ela sempre se apresentava como um menino.
Khatera Momand, diretora da escola, com menos de um ano no cargo, disse que sempre presumira que Mehran era um menino, até ajudá-la a colocar os pijamas certa tarde.
“Foi uma surpresa para mim”, disse ela.
Porém, depois que Rafaat ligou para a escola explicou que a família tinha apenas duas meninas , Momand compreendeu perfeitamente. Ela tinha tido uma amiga na academia de professores que se vestia como menino.
Hoje, os parentes da família e colegas sabem o verdadeiro sexo de Mehran, mas a aparência de um filho diante dos convidados e desconhecidos é suficiente para manter a família funcionando, disse Rafaat. Ao menos por enquanto.
O pai de Mehran disse que se sentia mais próximo dela do que de suas outras filhas e pensava nela como um filho.
“Estou muito feliz”, disse ele. “Quando as pessoas agora me perguntam, digo que sim, e elas vêem que eu tenho um filho. Então elas ficam quietas, e eu fico quieto.”
.
http://fatosnoespelho.blogspot.com/2010/09/familias-afegas-vestem-filhas-como.html
.
Mehran Rafaat é como muitas meninas da cidade. Ela gosta de ser o centro das atenções. Muitas vezes se frustra quando as coisas não saem do jeito dela. Como suas três irmãs mais velhas, fica ansiosa em descobrir o mundo do lado de fora do apartamento da família em seu bairro de classe média em Cabul.
Contudo, quando sua mãe, a parlamentar Azita Rafaat, veste as crianças para a escola de manhã, há uma diferença importante. As irmãs de Mehran colocam vestidos pretos e lenços no cabelo apertados sobre seus rabos-de-cavalo. Já Mehran coloca calças verdes, camiseta branca e uma gravata, e sua mãe afaga com a mão seu cabelo curto e preto. Depois disso, a filha sai pela porta -como um menino.
Não há estatísticas sobre quantas meninas se passam por meninos. Mas quando perguntadas, várias gerações de afegãos contam histórias de uma parenta, amiga, vizinha ou colega de trabalho que cresceu vestida de menino. Para aqueles que sabem, essas crianças muitas vezes não são chamadas nem de filha nem de filho nas conversas, mas de “bacha posh”, que literalmente significa “vestida como menino”, em dari.
Por meio de dezenas de entrevistas conduzidas em vários meses, nas quais as pessoas preferiram permanecer anônimas ou usar somente seus primeiros nomes com medo de serem identificadas, foi possível acompanhar a prática que permaneceu quase ignorada pelos estrangeiros. Ainda assim, é comum em todos os estratos afegãos, comum às diferentes classes, níveis de educação, etnia ou geografia e perdura apesar de muitas guerras e diferentes governos.
As famílias têm muitas razões para fingir que suas meninas são meninos, inclusive necessidade econômica, pressão social para terem filhos e, em alguns casos, uma superstição que, ao fazerem isso, promoverão o nascimento de um verdadeiro menino. Na falta de um garoto, os pais decidem criar um, cortando o cabelo de uma filha e vestindo-a com roupas típicas de homens. Não há restrições religiosas ou legais específicas para a prática. Na maior parte dos casos, a volta ao feminino acontece quando a criança entra na puberdade. Os pais quase sempre tomam essa decisão.
Em uma terra onde os meninos são mais valorizados, já que somente eles podem herdar os bens dos pais e transmitir seu nome, as famílias sem filhos homens são objetos de pena e desdém. Até mesmo um filho inventado aumenta o status da família, ao menos por alguns anos. Um “bacha posh” também pode receber educação com mais facilidade, trabalhar fora de casa e até escoltar suas irmãs em público, liberdades que não são possíveis para as meninas em uma sociedade que segrega estritamente os homens e as mulheres.
Para alguns, a mudança pode ser desorientadora ou liberadora, deixando as mulheres em um limbo entre os dois sexos.
“Sei que é muito difícil para vocês entenderem porque uma mãe faz uma coisa dessas coisas com sua filha mais jovem, mas eu preciso dizer que algumas coisas acontecem no Afeganistão que realmente não são imagináveis para vocês do Ocidente”, disse Rafaat em inglês imperfeito, em uma de muitas entrevistas durante semanas.
Pressão para ter um menino
No dia fatídico em que ela se tornou mãe pela primeira vez -7 de fevereiro de 1999 - Rafaat sabia que tinha fracassado, mas estava exausta demais para falar, tremendo de frio no chão da pequena casa da família na província de Baghis.
Ela tinha acabado de dar à luz -2 vezes- às irmãs mais velhas de Mehran, Benafsha e Beheshta. A primeira gêmea nasceu depois de quase 72 horas de trabalho de parto, prematura de um mês. A menina pesava apenas 1,2 kg e não respirou a princípio. A irmã nasceu dez minutos depois e também estava inconsciente.
Quando a sogra começou a chorar, Rafaat sabia que não era de medo das netas não sobreviverem. A idosa estava desapontada.
“Por que estamos recebendo mais meninas na família?”, gritava, de acordo com Rafaat.
Rafaat foi criada em Cabul, onde era ótima aluna, falava seis línguas e nutria sonhos de se tornar médica. Contudo, o pai forçou-a a se tornar a segunda esposa de seu primeiro primo, ela teve que se submeter e se tornar a esposa de um agricultor analfabeto em uma casa rural sem água corrente ou eletricidade, onde a sogra governava e onde ela deveria cuidar das vacas, ovelhas e galinhas. Ela não se saiu bem.
Os conflitos com a sogra começaram imediatamente, enquanto a nova senhora Rafaat insistia em maior higiene e mais contato com os homens na casa. Ela também pedia que a sogra parasse de bater na primeira mulher do marido com sua bengala. Quando Rafaat finalmente quebrou a bengala em protesto, a senhora exigiu que o filho, Ezatullah, controlasse sua nova mulher.
Ele o fazia com um bastão de madeira ou um arame.
“No corpo, no rosto”, lembra-se. “Eu tentava detê-lo. Eu pedia que ele parasse. Algumas vezes nem pedia”.
Logo, ela ficou grávida. A família tratou-a ligeiramente melhor quando ela ficou barriguda.
“Eles esperavam um menino desta vez”, explicou.
A primeira mulher de Ezatullah Rafaat tinha dado à luz a duas filhas, uma das quais morrera ainda criança, e ela não podia mais conceber. Azita Rafaat pariu duas meninas, o dobro do desapontamento.
Azita Rafaat enfrentou pressão constante para tentar novamente, o que ela fez, em duas outras gestações, quando ela teve mais duas filhas -Mehrangis, hoje com 9, e finalmente Mehran, de 6.
Quando perguntamos se tinha pensado em deixar o marido, ela reagiu com completa surpresa.
“Eu pensava em morrer”, disse ela. “Mas nunca pensei em divórcio. Se eu tivesse me separado do meu marido, teria pedido meus filhos, e eles não teriam direitos. Não sou de desistir.”
Hoje, ela está em uma posição de poder, ao menos no papel. É uma das 68 mulheres no parlamento de 249 membros da Afeganistão, representando a província de Badghis. O marido dela está desempregado e passa a maior parte de seu tempo em casa.
“Ele é meu marido do lar”, brincou.
Ela o persuadiu a mudar-se para longe da sogra e ofereceu-se para contribuir para a renda da família, estabelecendo a base para sua vida política. Três anos depois de casada, após a queda do Taleban em 2002, ela começou a se voluntariar para trabalhar com saúde para várias organizações não-governamentais. Hoje ela faz US$ 2.000 (em torno de R$ 3.500) por mês como membro do Parlamento.
Como política, ela trabalha para melhorar os direitos da mulher e o Estado do direito. Ela concorreu à reeleição no sábado e, com base nas contagens preliminares, está otimista que vai conquistar o segundo mandato. Mas ela só pode concorrer com a permissão explícita do marido, e da segunda vez, ele não foi facilmente persuadido.
Ele queria tentar ter um filho novamente. Seria difícil combinar a gravidez e outro filho com o trabalho, disse ela -e ela sabia que poderia ter outra menina de qualquer forma.
Mas a pressão para ter um filho se estendia para além do marido. Era o único assunto que envolvia seus eleitores quando ela visitava suas casas, disse ela.
“Quando você não tem um filho no Afeganistão, é como se tivesse um buraco enorme em sua vida. Como se você tivesse perdido a coisa mais importante da vida. Todo mundo sente pena de você”, explica.
Como política, também se espera dela que ela seja uma boa esposa e mãe; em vez disso, ela parecia uma mulher fracassada para seus eleitores. As fofocas se espalharam para sua província, e seu marido também foi questionado e passou vergonha, disse ela.
Em uma tentativa de preservar seu emprego e aplacar seu marido, assim como evitar a ameaça de ele tomar uma terceira mulher, ela propôs que eles fizessem a filha caçula parecer um menino.
“As pessoas entravam na nossa casa sentindo pena de nós porque não tínhamos um filho”, lembra-se. “E as meninas? Não podíamos deixar que saíssem de casa. E se nós transformássemos Mehran em menino, teríamos muito mais liberdade na sociedade para ela. E poderíamos enviá-la para fora para fazer compras e ajudar o pai.”
Nenhuma hesitação
Juntos, os pais conversaram com a filha mais jovem. Eles fizeram uma proposta sedutora: “Você quer ficar parecendo um menino, se vestir como um menino e fazer coisas mais divertidas como os meninos, como andar de bicicleta, jogar futebol e críquete? E você gostaria de ser como seu pai?”
Mehran não hesitou em dizer sim.
Naquela tarde, o pai levou a filha para o barbeiro, onde seu cabelo foi cortado curto. Depois, foram ao bazar, onde ela ganhou roupas novas. Seu primeiro conjunto parecia uma roupa de caubói, disse Rafaat, referindo-se a um par de jeans e uma camisa vermelha com “superstar” escrito nas costas.
Ela até recebeu um nome novo –chamada originalmente de Manoush, seu nome mudou para Mehran, mais masculino.
A volta de Mehran à escola -com calças e sem as marias-chiquinhas- aconteceu sem grande reação de seus colegas. Ela ainda tirava uma soneca de tarde com as meninas e mudava roupa em uma sala separada dos meninos. Alguns de seus colegas ainda a chamavam de Manoush, enquanto outras a chamavam de Mehran. Mas ela sempre se apresentava como um menino.
Khatera Momand, diretora da escola, com menos de um ano no cargo, disse que sempre presumira que Mehran era um menino, até ajudá-la a colocar os pijamas certa tarde.
“Foi uma surpresa para mim”, disse ela.
Porém, depois que Rafaat ligou para a escola explicou que a família tinha apenas duas meninas , Momand compreendeu perfeitamente. Ela tinha tido uma amiga na academia de professores que se vestia como menino.
Hoje, os parentes da família e colegas sabem o verdadeiro sexo de Mehran, mas a aparência de um filho diante dos convidados e desconhecidos é suficiente para manter a família funcionando, disse Rafaat. Ao menos por enquanto.
O pai de Mehran disse que se sentia mais próximo dela do que de suas outras filhas e pensava nela como um filho.
“Estou muito feliz”, disse ele. “Quando as pessoas agora me perguntam, digo que sim, e elas vêem que eu tenho um filho. Então elas ficam quietas, e eu fico quieto.”
.
http://fatosnoespelho.blogspot.com/2010/09/familias-afegas-vestem-filhas-como.html
Assinar:
Postagens (Atom)