quarta-feira, 31 de agosto de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Brasileiros recriam neurônio esquizofrênico em laboratório
Usando uma técnica que "convence" células de pessoas adultas a voltar ao estado embrionário, pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) conseguiram recriar, em laboratório, os neurônios de um paciente com esquizofrenia.
Em trabalho que será publicado na revista científica "Cell Transplation", a equipe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias descreve como obteve células da pele do paciente, procedimento já padronizado para esse tipo de estudo.
As amostras de pele são usadas para produzir as chamadas células iPS (sigla inglesa para "células-tronco pluripotentes induzidas").
"Pluripotente" é como os cientistas chamam as células capazes de dar origem a qualquer tecido do organismo, com a exceção da placenta. São "induzidas" porque, por meio da ativação de um conjunto específico de genes, elas são forçadas a retornar ao estado embrionário, aquele que origina células de pele, de músculo e neurônios.
A promessa desse procedimento é que, no futuro, as células iPS sejam transformadas no tecido desejado e criem órgãos para transplante sob medida, sem risco de rejeição, já que possuem o mesmo DNA do paciente.
Por enquanto, porém, sua aplicação mais imediata é criar modelos precisos de uma doença. No caso, espera-se que os neurônios criados a partir das iPS repliquem as condições celulares da doença e ajudem os cientistas a entendê-la e tratá-la.
No novo estudo, por exemplo, o grupo da UFRJ verificou que os neurônios "esquizofrênicos" consomem mais oxigênio e também produzem níveis aumentados de radicais livres, que podem causar danos fatais às células. Os cientistas chegaram até a "tratar" esse problema.
O trabalho foi coordenado por Stevens Kastrup Rehen e tem como primeiras autoras suas colegas Bruna Paulsen e Renata de Moraes Maciel. Os dados serão apresentados nesta terça-feira, durante o Simpósio Indo-Brasileiro de Ciências Biomédicas, no Rio de Janeiro.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/967222-brasileiros-recriam-neuronio-esquizofrenico-em-laboratorio.shtml
Em trabalho que será publicado na revista científica "Cell Transplation", a equipe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias descreve como obteve células da pele do paciente, procedimento já padronizado para esse tipo de estudo.
As amostras de pele são usadas para produzir as chamadas células iPS (sigla inglesa para "células-tronco pluripotentes induzidas").
"Pluripotente" é como os cientistas chamam as células capazes de dar origem a qualquer tecido do organismo, com a exceção da placenta. São "induzidas" porque, por meio da ativação de um conjunto específico de genes, elas são forçadas a retornar ao estado embrionário, aquele que origina células de pele, de músculo e neurônios.
A promessa desse procedimento é que, no futuro, as células iPS sejam transformadas no tecido desejado e criem órgãos para transplante sob medida, sem risco de rejeição, já que possuem o mesmo DNA do paciente.
Por enquanto, porém, sua aplicação mais imediata é criar modelos precisos de uma doença. No caso, espera-se que os neurônios criados a partir das iPS repliquem as condições celulares da doença e ajudem os cientistas a entendê-la e tratá-la.
No novo estudo, por exemplo, o grupo da UFRJ verificou que os neurônios "esquizofrênicos" consomem mais oxigênio e também produzem níveis aumentados de radicais livres, que podem causar danos fatais às células. Os cientistas chegaram até a "tratar" esse problema.
O trabalho foi coordenado por Stevens Kastrup Rehen e tem como primeiras autoras suas colegas Bruna Paulsen e Renata de Moraes Maciel. Os dados serão apresentados nesta terça-feira, durante o Simpósio Indo-Brasileiro de Ciências Biomédicas, no Rio de Janeiro.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/967222-brasileiros-recriam-neuronio-esquizofrenico-em-laboratorio.shtml
Cientistas criam neurônios artificiais para estudar esquizofrenia
Células de pele convertidas em neurônios mostram alterações biológicas ligadas à doença que pode ter afetado o matador de Realengo.
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São Paulo — Pesquisadores norte-americanos deram um passo importante para identificar as causas biológicas da esquizofrenia, conjunto de transtornos mentais graves que atingem cerca de 60 milhões de pessoas no mundo – por volta de 1,8 milhão no Brasil – e se caracterizam por distanciamento emocional da realidade, pensamento desordenado, crenças falsas (delírios) e ilusões (alucinações) visuais ou auditivas. Alguns desses sinais são semelhantes aos apresentados pelo jovem Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que, no início de abril, matou 12 crianças numa escola no bairro do Realengo, no Rio de Janeiro, antes de se suicidar. A equipe coordenada pelo neurocientista Fred Gage, do Instituto Salk de Estudos Biológicos, na Califórnia, conseguiu transformar células da pele de pessoas com esquizofrenia em células mais imaturas e versáteis. Chamadas de células-tronco de pluripotência induzida (iPS, na sigla em inglês), essas células foram, depois, convertidas em neurônios, uma das variedades de células do tecido cerebral. O estudo foi publicado nesta quinta-feira na revista Nature.
Essa mudança forçada de função gerou o que os pesquisadores acreditam ser cópias fiéis, ao menos do ponto de vista genético, das células do cérebro de quem tem esquizofrenia, que, por óbvios motivos éticos, antes só podiam ser analisadas depois da morte.
Neurônios de laboratório
Como são geneticamente idênticos às células cerebrais de quem desenvolveu esquizofrenia, esses neurônios fabricados em laboratório são importantes para compreender a enfermidade, que tem importante componente genético, porque permite aos pesquisadores desprezar a influência de fatores ambientais, como o uso de medicamentos ou o contexto social em que as pessoas vivem. “Não se sabe quanto o ambiente contribui para a doença. Mas, ao fazer esses neurônios crescerem em laboratório, podemos eliminar o ambiente da equação e começar a focar nos problemas biológicos”, disse Kristen Brennand, pesquisadora do grupo de Gage e primeira autora do artigo. Segundo Gage, é a primeira vez que se consegue criar, a partir de células de seres humanos vivos, um modelo experimental de uma doença mental complexa. “Esse modelo não apenas nos dá a oportunidade de olhar para neurônios vivos de pacientes com esquizofrenia e de pessoas saudáveis, como também deve permitir entender melhor os mecanismos da doença e avaliar medicamentos que podem revertê-la”, disse o cientista que há alguns anos demonstrou que o cérebro adulto continua a produzir neurônios.
Células esquizofrênicas
Depois de converter em laboratório células da pele em neurônios, Brennand realizou testes para verificar se eles se comportavam de fato como os neurônios originais e eram capazes de transmitir informação de uma célula a outra. As células cerebrais obtidas a partir de células da pele (fibroblastos) funcionavam, sim, como neurônios. “Em vários sentidos, os neurônios ‘esquizofrênicos’ são indistintos dos saudáveis”, disse. Mas há diferenças.
A pesquisadora notou que os novos neurônios de quem tinha esquizofrenia apresentavam menos ramificações do que os das pessoas saudáveis. Essas ramificações são importantes porque permitem a comunicação de uma célula cerebral com outra – e geralmente são encontradas em menor número em estudos feitos com modelo animal da doença e em análises de neurônios extraídos após a morte de pacientes com esquizofrenia. Nos neurônios dos esquizofrênicos, a atividade genética diferiu daquela observada nas pessoas sem a doença. Os autores do estudo viram que o nível de ativação de 596 genes era desigual nos dois grupos: 271 genes eram mais ativos nas pessoas com esquizofrenia – e 325 menos expressos – do que nas pessoas sem o problema.
Em um estágio seguinte, Brennand deixou os fibroblastos convertidos em neurônios em cinco soluções diferentes, cada uma contendo um dos cinco medicamentos mais usados para tratar esquizofrenia – os antipsicóticos clozapina, loxapina, olanzapina, risperidona e tioridazina. Dos cinco, apenas a loxapina foi capaz de reverter o efeito da ativação anormal dos genes e permitir o crescimento de mais ramificações nos neurônios. Esses resultados, porém, não indicam que os outros quatro compostos não sejam eficientes.
“A otimização da concentração e do tempo de administração pode aumentar os efeitos das outras medicações antipsicóticas”, escreveram os pesquisadores. “Esses medicamentos estão fazendo mais do que achávamos que fossem capazes de fazer. Pela primeira vez temos um modelo que permite estudar como os antipsicóticos agem em neurônios vivos e geneticamente idênticos aos de paciente”, disse a pesquisadora. Isso é importante porque torna possível comparar os sinais da evolução clínica da doença com os efeitos farmacológicos. “Por muito tempo as doenças mentais foram vistas como um problema social ou ambiental, e as pessoas achavam que os pacientes poderiam superá-las caso se esforçassem. Estamos mostrando que algumas disfunções biológicas reais nos neurônios são independentes do ambiente”, disse Gage.
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http://portaleter.blogspot.com/2011/04/cientistas-criam-neuronios-artificiais.html
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São Paulo — Pesquisadores norte-americanos deram um passo importante para identificar as causas biológicas da esquizofrenia, conjunto de transtornos mentais graves que atingem cerca de 60 milhões de pessoas no mundo – por volta de 1,8 milhão no Brasil – e se caracterizam por distanciamento emocional da realidade, pensamento desordenado, crenças falsas (delírios) e ilusões (alucinações) visuais ou auditivas. Alguns desses sinais são semelhantes aos apresentados pelo jovem Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que, no início de abril, matou 12 crianças numa escola no bairro do Realengo, no Rio de Janeiro, antes de se suicidar. A equipe coordenada pelo neurocientista Fred Gage, do Instituto Salk de Estudos Biológicos, na Califórnia, conseguiu transformar células da pele de pessoas com esquizofrenia em células mais imaturas e versáteis. Chamadas de células-tronco de pluripotência induzida (iPS, na sigla em inglês), essas células foram, depois, convertidas em neurônios, uma das variedades de células do tecido cerebral. O estudo foi publicado nesta quinta-feira na revista Nature.
Essa mudança forçada de função gerou o que os pesquisadores acreditam ser cópias fiéis, ao menos do ponto de vista genético, das células do cérebro de quem tem esquizofrenia, que, por óbvios motivos éticos, antes só podiam ser analisadas depois da morte.
Neurônios de laboratório
Como são geneticamente idênticos às células cerebrais de quem desenvolveu esquizofrenia, esses neurônios fabricados em laboratório são importantes para compreender a enfermidade, que tem importante componente genético, porque permite aos pesquisadores desprezar a influência de fatores ambientais, como o uso de medicamentos ou o contexto social em que as pessoas vivem. “Não se sabe quanto o ambiente contribui para a doença. Mas, ao fazer esses neurônios crescerem em laboratório, podemos eliminar o ambiente da equação e começar a focar nos problemas biológicos”, disse Kristen Brennand, pesquisadora do grupo de Gage e primeira autora do artigo. Segundo Gage, é a primeira vez que se consegue criar, a partir de células de seres humanos vivos, um modelo experimental de uma doença mental complexa. “Esse modelo não apenas nos dá a oportunidade de olhar para neurônios vivos de pacientes com esquizofrenia e de pessoas saudáveis, como também deve permitir entender melhor os mecanismos da doença e avaliar medicamentos que podem revertê-la”, disse o cientista que há alguns anos demonstrou que o cérebro adulto continua a produzir neurônios.
Células esquizofrênicas
Depois de converter em laboratório células da pele em neurônios, Brennand realizou testes para verificar se eles se comportavam de fato como os neurônios originais e eram capazes de transmitir informação de uma célula a outra. As células cerebrais obtidas a partir de células da pele (fibroblastos) funcionavam, sim, como neurônios. “Em vários sentidos, os neurônios ‘esquizofrênicos’ são indistintos dos saudáveis”, disse. Mas há diferenças.
A pesquisadora notou que os novos neurônios de quem tinha esquizofrenia apresentavam menos ramificações do que os das pessoas saudáveis. Essas ramificações são importantes porque permitem a comunicação de uma célula cerebral com outra – e geralmente são encontradas em menor número em estudos feitos com modelo animal da doença e em análises de neurônios extraídos após a morte de pacientes com esquizofrenia. Nos neurônios dos esquizofrênicos, a atividade genética diferiu daquela observada nas pessoas sem a doença. Os autores do estudo viram que o nível de ativação de 596 genes era desigual nos dois grupos: 271 genes eram mais ativos nas pessoas com esquizofrenia – e 325 menos expressos – do que nas pessoas sem o problema.
Em um estágio seguinte, Brennand deixou os fibroblastos convertidos em neurônios em cinco soluções diferentes, cada uma contendo um dos cinco medicamentos mais usados para tratar esquizofrenia – os antipsicóticos clozapina, loxapina, olanzapina, risperidona e tioridazina. Dos cinco, apenas a loxapina foi capaz de reverter o efeito da ativação anormal dos genes e permitir o crescimento de mais ramificações nos neurônios. Esses resultados, porém, não indicam que os outros quatro compostos não sejam eficientes.
“A otimização da concentração e do tempo de administração pode aumentar os efeitos das outras medicações antipsicóticas”, escreveram os pesquisadores. “Esses medicamentos estão fazendo mais do que achávamos que fossem capazes de fazer. Pela primeira vez temos um modelo que permite estudar como os antipsicóticos agem em neurônios vivos e geneticamente idênticos aos de paciente”, disse a pesquisadora. Isso é importante porque torna possível comparar os sinais da evolução clínica da doença com os efeitos farmacológicos. “Por muito tempo as doenças mentais foram vistas como um problema social ou ambiental, e as pessoas achavam que os pacientes poderiam superá-las caso se esforçassem. Estamos mostrando que algumas disfunções biológicas reais nos neurônios são independentes do ambiente”, disse Gage.
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http://portaleter.blogspot.com/2011/04/cientistas-criam-neuronios-artificiais.html
“Pensamento positivo não cura câncer”
Nos últimos 30 anos, a psiquiatra Jimmie Holland dedicou-se a ajudar pacientes, familiares e médicos a lidar com os aspectos psicológicos que surgem junto com o diagnóstico de câncer. Foi pioneira em estudos sobre psico-oncologia e é autora do livro The Human Side of Cancer
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Jimmie Holland, médica do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, Nova York
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Em 1977, quando começou a trabalhar no Memorial Sloan-Kettering, o maior centro de oncologia de Nova York, a psiquiatra Jimmie Holland era uma figura estranha ao corpo médico especializado. “As pessoas costumavam perguntar por que um hospital de câncer precisava de um psiquiatra. Alguns chegavam a comentar: 'não tem ninguém louco aqui’”, conta Jimmie. Desde então muita coisa mudou. Os mais renomados hospitais de oncologia no mundo não só sabem da importância de associar a psiquiatria e a psicologia ao tratamento da doença, como incorporaram profissionais da área em suas equipes. Jimmie, por sua vez, fundou a Sociedade Internacional de Psico-Oncologia e escreveu o livro The Human Side of Cancer (O Lado Humano do Câncer, sem edição no Brasil, Quill), tornado-se uma das maiores referências internacionais no assunto.
Em estudos e experiência acumulados nessas três décadas, Jimmie comprovou que o estado emocional do paciente de câncer é fundamental para o sucesso do tratamento. "Perguntar à pessoa sobre o seu nível de angústia é tão importante quanto perguntar sobre seu nível de dor", avalia. “Se uma pessoa está depressiva, ela pode desistir do tratamento ou não buscar as melhores formas de enfrentar a doença.”
A psiquiatra afirma, no entanto, que associar a cura da doença - ou o aumento das chances de cura - ao otimismo é um mito, uma bobagem. "Otimismo não cura câncer", avisa. "Mas a depressão atrapalha e precisa ser encarada como parte do tratamento geral." De acordo com estudos, um terço dos pacientes com câncer pode apresentar quadro de depressão – e esse número é maior em pessoas com tumores considerados graves. No hospital Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, Jimmie Holland concedeu a seguinte entrevista a VEJA:
A senhora foi pioneira no tratamento psiquiátrico de pacientes com câncer. Por que se interessou por essa área? Sempre me interessei em ver como as pessoas lidavam com as doenças. Casei-me com um oncologista e percebi que se eu quisesse estudar reações a doenças eu teria de ter o câncer como foco. O câncer é uma doença que independe de idade, sexo, cultura ou classe social.
Mas como era fazer isso 30 anos atrás? Naquele tempo, os médicos não informavam seus pacientes sobre o diagnóstico de câncer. Pensava-se que era melhor não dizer nada porque as chances de sobrevivência eram poucas. Familiares também evitavam falar sobre a doença. A palavra câncer era um estigma. Não era fácil falar sobre a doença.
Quando isso mudou? Nos Estados Unidos, em meados da década de 70, nós começamos a falar de diagnóstico. As pessoas começaram a questionar sobre qual era o seu diagnóstico e quais eram as opções de tratamento. Os pacientes passaram a exigir mais diálogo com os médicos e não apenas receber instruções sobre o que deveria ser feito. Antes, os médicos agiam assim: “Eu sei o que você tem, mas não vamos dizer a você que isso é câncer”. Quando isso passou, eu diria que o câncer saiu do armário. Começamos a ter filmes em que o câncer aparecia em personagens, as pessoas começaram a escrever livros sobre a experiência de ficar doente e – finalmente - começamos a ver pessoas sendo curadas de câncer. Com tudo isso, passamos a ter menos medo dessa doença. E estávamos vendo a mesma coisa acontecer no resto do mundo.
Como os outros médicos reagiram a sua chegada ao hospital? Em 1977, as pessoas costumavam a dizer: “Por que precisamos de um psiquiatra em um hospital de câncer? Ninguém está louco aqui”. Meu trabalho no início foi mostrar que a importância de um acompanhamento psiquiátrico/psicológico não tinha nada a ver com loucura nesse caso. Quando uma pessoa descobre-se vítima de uma doença séria como o câncer, ela precisa se sentir segura, apoiada, e nesse quadro às vezes ela até precisa tratar a depressão, a ansiedade. Assim, ela terá mais forças par enfrentar a doença. Com o tempo, eles passaram a perceber que havia um papel importante a ser desempenhado por essa disciplina no tratamento de câncer. Além disso, a psiquiatria/psicologia também pode ajudar nos cuidados paliativos no fim da vida, quando um paciente já não tiver chances. Existem várias formas em que essas especialidades podem ser utilizadas.
O que deverá ser feito em seguida? O próximo passo para integrar ainda mais as duas áreas, é fazer com que todos os pacientes sejam questionados sobre seus níveis de angústia. Quando perguntamos ao paciente qual o seu nível de dor, de zero a dez, é uma forma rápida de saber sobre a dor. Por isso, tivemos a ideia de perguntar qual o nível de angústia, na mesma escala de zero a dez - transformando isso em uma referência que chamamos de termômetro da angústia. A partir de estudos, descobrimos que, se o paciente responder o número quatro ou maior que isso é necessário estudar a possibilidade de encaminhá-lo a um atendimento específico.
É possível dizer que todo paciente com câncer tem depressão? Não. Não acho que todos tenham depressão. Apenas penso que todos deveriam ser questionados se estão ou não depressivos. Sabemos que provavelmente um terço dos pacientes tem uma angústia significativa em algum momento do tratamento de câncer. Mas se pegarmos pessoas com tumores mais letais, como pulmão, cérebro e pâncreas, sabemos que aproximadamente metade deles tem depressão e ansiedade. Então, todos os pacientes precisam ser avaliados. Da mesma forma que eles são questionados sobre a dor, também precisam ser avaliados para a angústia. Vale ressaltar que nós escolhemos utilizar a palavra ‘angústia’ porque ela não é estigmatizada, como a palavra depressão.
Em casos em que o tratamento psiquiátrico não é oferecido ao paciente com câncer, quando os pacientes precisam procurar por ajuda? Basicamente, quando o paciente não consegue levantar da cama, se recusa a fazer os tratamentos capazes de salvar sua vida, não sente prazer em nada e não tem nenhuma esperança de cura. Todos esses são sintomas de pessoas que precisam ser avaliadas. Em alguns casos, as pessoas se tornam tão ansiosas que não dormem à noite, têm problemas de concentração e não conseguem tirar os pensamentos sobre a doença da cabeça. Esses sinais mostram que uma pessoa precisa de ajuda.
Qual a importância da família durante o tratamento? A família é muito importante. Chamamos os familiares de pacientes secundários. O câncer afeta toda a família. Por isso, todos têm que ser considerados. Ao atender um paciente, estamos sempre preocupados com a família.
A depressão desaparece depois da cura? As pessoas que sobrevivem geralmente têm muito medo sobre a recorrência da doença. Elas ficam com medo de o tumor voltar e podem ficar depressivas por isso. Sabemos que cerca de 20% dos sobreviventes podem ter problemas psicológicos contínuos após o câncer.
O que a senhora diria para quem acredita que pensamento positivo ajuda na cura do câncer? É preciso esclarecer que pensamentos positivos não fazem com que você viva por mais tempo. Da mesma forma que pensamentos negativos também não fazem com que você viva menos. As pessoas gostam de acreditar que, se forem positivas, viverão mais. Pensar positivo é melhor para o seu tratamento e também é melhor para a sua família. Mas isso não afeta diretamente o curso da doença.
A senhora acredita que a forma com que o paciente lida com o câncer pode influenciar no sucesso do tratamento? Sem dúvida, mas apenas no sentido de que é preciso a ação do paciente diante dos melhores tratamento para a doença. Ou seja, se uma pessoa está depressiva, ela pode desistir do tratamento ou evitar as melhores formas de enfrentar a doença. Mas não há um tipo de personalidade e nenhum outro tipo de ação feita pela mente que afete o sistema imunológico a ponto de curar o câncer. É bom que isso fique claro. Não há nenhuma influência da mente ou do humor no processo de cura.
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http://veja.abril.com.br/noticia/saude/pensamento-positivo-nao-cura-cancer
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Jimmie Holland, médica do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, Nova York
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Em 1977, quando começou a trabalhar no Memorial Sloan-Kettering, o maior centro de oncologia de Nova York, a psiquiatra Jimmie Holland era uma figura estranha ao corpo médico especializado. “As pessoas costumavam perguntar por que um hospital de câncer precisava de um psiquiatra. Alguns chegavam a comentar: 'não tem ninguém louco aqui’”, conta Jimmie. Desde então muita coisa mudou. Os mais renomados hospitais de oncologia no mundo não só sabem da importância de associar a psiquiatria e a psicologia ao tratamento da doença, como incorporaram profissionais da área em suas equipes. Jimmie, por sua vez, fundou a Sociedade Internacional de Psico-Oncologia e escreveu o livro The Human Side of Cancer (O Lado Humano do Câncer, sem edição no Brasil, Quill), tornado-se uma das maiores referências internacionais no assunto.
Em estudos e experiência acumulados nessas três décadas, Jimmie comprovou que o estado emocional do paciente de câncer é fundamental para o sucesso do tratamento. "Perguntar à pessoa sobre o seu nível de angústia é tão importante quanto perguntar sobre seu nível de dor", avalia. “Se uma pessoa está depressiva, ela pode desistir do tratamento ou não buscar as melhores formas de enfrentar a doença.”
A psiquiatra afirma, no entanto, que associar a cura da doença - ou o aumento das chances de cura - ao otimismo é um mito, uma bobagem. "Otimismo não cura câncer", avisa. "Mas a depressão atrapalha e precisa ser encarada como parte do tratamento geral." De acordo com estudos, um terço dos pacientes com câncer pode apresentar quadro de depressão – e esse número é maior em pessoas com tumores considerados graves. No hospital Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, Jimmie Holland concedeu a seguinte entrevista a VEJA:
A senhora foi pioneira no tratamento psiquiátrico de pacientes com câncer. Por que se interessou por essa área? Sempre me interessei em ver como as pessoas lidavam com as doenças. Casei-me com um oncologista e percebi que se eu quisesse estudar reações a doenças eu teria de ter o câncer como foco. O câncer é uma doença que independe de idade, sexo, cultura ou classe social.
Mas como era fazer isso 30 anos atrás? Naquele tempo, os médicos não informavam seus pacientes sobre o diagnóstico de câncer. Pensava-se que era melhor não dizer nada porque as chances de sobrevivência eram poucas. Familiares também evitavam falar sobre a doença. A palavra câncer era um estigma. Não era fácil falar sobre a doença.
Quando isso mudou? Nos Estados Unidos, em meados da década de 70, nós começamos a falar de diagnóstico. As pessoas começaram a questionar sobre qual era o seu diagnóstico e quais eram as opções de tratamento. Os pacientes passaram a exigir mais diálogo com os médicos e não apenas receber instruções sobre o que deveria ser feito. Antes, os médicos agiam assim: “Eu sei o que você tem, mas não vamos dizer a você que isso é câncer”. Quando isso passou, eu diria que o câncer saiu do armário. Começamos a ter filmes em que o câncer aparecia em personagens, as pessoas começaram a escrever livros sobre a experiência de ficar doente e – finalmente - começamos a ver pessoas sendo curadas de câncer. Com tudo isso, passamos a ter menos medo dessa doença. E estávamos vendo a mesma coisa acontecer no resto do mundo.
Como os outros médicos reagiram a sua chegada ao hospital? Em 1977, as pessoas costumavam a dizer: “Por que precisamos de um psiquiatra em um hospital de câncer? Ninguém está louco aqui”. Meu trabalho no início foi mostrar que a importância de um acompanhamento psiquiátrico/psicológico não tinha nada a ver com loucura nesse caso. Quando uma pessoa descobre-se vítima de uma doença séria como o câncer, ela precisa se sentir segura, apoiada, e nesse quadro às vezes ela até precisa tratar a depressão, a ansiedade. Assim, ela terá mais forças par enfrentar a doença. Com o tempo, eles passaram a perceber que havia um papel importante a ser desempenhado por essa disciplina no tratamento de câncer. Além disso, a psiquiatria/psicologia também pode ajudar nos cuidados paliativos no fim da vida, quando um paciente já não tiver chances. Existem várias formas em que essas especialidades podem ser utilizadas.
O que deverá ser feito em seguida? O próximo passo para integrar ainda mais as duas áreas, é fazer com que todos os pacientes sejam questionados sobre seus níveis de angústia. Quando perguntamos ao paciente qual o seu nível de dor, de zero a dez, é uma forma rápida de saber sobre a dor. Por isso, tivemos a ideia de perguntar qual o nível de angústia, na mesma escala de zero a dez - transformando isso em uma referência que chamamos de termômetro da angústia. A partir de estudos, descobrimos que, se o paciente responder o número quatro ou maior que isso é necessário estudar a possibilidade de encaminhá-lo a um atendimento específico.
É possível dizer que todo paciente com câncer tem depressão? Não. Não acho que todos tenham depressão. Apenas penso que todos deveriam ser questionados se estão ou não depressivos. Sabemos que provavelmente um terço dos pacientes tem uma angústia significativa em algum momento do tratamento de câncer. Mas se pegarmos pessoas com tumores mais letais, como pulmão, cérebro e pâncreas, sabemos que aproximadamente metade deles tem depressão e ansiedade. Então, todos os pacientes precisam ser avaliados. Da mesma forma que eles são questionados sobre a dor, também precisam ser avaliados para a angústia. Vale ressaltar que nós escolhemos utilizar a palavra ‘angústia’ porque ela não é estigmatizada, como a palavra depressão.
Em casos em que o tratamento psiquiátrico não é oferecido ao paciente com câncer, quando os pacientes precisam procurar por ajuda? Basicamente, quando o paciente não consegue levantar da cama, se recusa a fazer os tratamentos capazes de salvar sua vida, não sente prazer em nada e não tem nenhuma esperança de cura. Todos esses são sintomas de pessoas que precisam ser avaliadas. Em alguns casos, as pessoas se tornam tão ansiosas que não dormem à noite, têm problemas de concentração e não conseguem tirar os pensamentos sobre a doença da cabeça. Esses sinais mostram que uma pessoa precisa de ajuda.
Qual a importância da família durante o tratamento? A família é muito importante. Chamamos os familiares de pacientes secundários. O câncer afeta toda a família. Por isso, todos têm que ser considerados. Ao atender um paciente, estamos sempre preocupados com a família.
A depressão desaparece depois da cura? As pessoas que sobrevivem geralmente têm muito medo sobre a recorrência da doença. Elas ficam com medo de o tumor voltar e podem ficar depressivas por isso. Sabemos que cerca de 20% dos sobreviventes podem ter problemas psicológicos contínuos após o câncer.
O que a senhora diria para quem acredita que pensamento positivo ajuda na cura do câncer? É preciso esclarecer que pensamentos positivos não fazem com que você viva por mais tempo. Da mesma forma que pensamentos negativos também não fazem com que você viva menos. As pessoas gostam de acreditar que, se forem positivas, viverão mais. Pensar positivo é melhor para o seu tratamento e também é melhor para a sua família. Mas isso não afeta diretamente o curso da doença.
A senhora acredita que a forma com que o paciente lida com o câncer pode influenciar no sucesso do tratamento? Sem dúvida, mas apenas no sentido de que é preciso a ação do paciente diante dos melhores tratamento para a doença. Ou seja, se uma pessoa está depressiva, ela pode desistir do tratamento ou evitar as melhores formas de enfrentar a doença. Mas não há um tipo de personalidade e nenhum outro tipo de ação feita pela mente que afete o sistema imunológico a ponto de curar o câncer. É bom que isso fique claro. Não há nenhuma influência da mente ou do humor no processo de cura.
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http://veja.abril.com.br/noticia/saude/pensamento-positivo-nao-cura-cancer
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Sobre radicalismo ateu
Dawkins diz no livro "Deus um delírio" que a gente deve respeitar as pessoas mas não as suas crenças e eu gostei muito disso. Sei que é difícil separar essas duas coisas pois estão interligadas e acho que nós ateus temos que aprender ainda a fazer isso. Minha mãe e minha avó eram católicas, minha mulher também é católica, a maioria da família de meu pai é crente, e a maioria de meus amigos também acreditam em deus, meu pai era ateu e meus irmãos acredito que sejam todos ateus. Apesar de discordar de meus parentes ou amigos teístas eu nunca tive problemas com eles quanto a isso. O importante é o amor que a gente sente pelas pessoas, independente de suas crenças ou descrenças, isso é apenas um detalhe. Um ateu se achar melhor do que um teísta só por ser ateu é ridículo e pobre. Eu nunca tive vergonha de ser ateu e nunca me senti discriminado por isso, acho que de todas as minorias a menos descriminada são os ateus. Imagina ser negro, gay, drogado, a discriminação que sofremos é muito suave e acho que os ateus exageram muito quando se referem a isso. Eu odeio crentes fanáticos que querem fazer você acreditar em deus mas amo meus parentes e amigos que acreditam em deus e acho que ser um ateu fundamentalista ou radical é tão pobre quanto qualquer cristão fanático. Sei que estamos numa auto-afirmação enquanto ateus para nos valorizarmos e nos conscientizarmos de nosso ateísmo mas acho que não podemos cair para o radicalismo ateísta, que nada tem a ver com a militância ateísta. Eu mesmo me considero um militante ateísta no mundo virtual mas não me considero um ateu radical, tirando meu pai e irmãos as pessoas mais importantes da minha vida acreditam ou acreditavam em deus. Vamos sair do armário mas sem cair em radicalismos de criar Estados ateus virtuais ou coisas do tipo, vivemos num País com múltiplas crenças e religiões e acho que é dentro dele que temos que viver a nossa realidade. Mais tolerância de ambas as partes acho que deve ser o caminho a ser seguido.
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Cheguei agora da chácara e li os posts desse tópico. Acho que realmente eu buscava uma reflexão sobre o sair do armário e não misturar isso com radicalismo ateu. Dawkins não é um cara radical e se vocês assistiram o vídeo dele em que ele lança a campanha "OUT" fica bem claro que ele busca é uma conscientização dos ateus para que mais ateus se assumam enquanto tal e reduzam o grau de preconceito que tem sociedade em geral contra nós, a exemplo do que faz o movimento gay. Acho que radicalismo, fanatismo, intolerância, fundamentalismo cabe tudo no mesmo saco e acho que não é o que eu quero para mim. E foi nesse sentido que criei as minhas comunidades no orkut de ateísmo em vídeos e esse grupo aqui do facebook, para conscientizar os ateus a assumirem o seu ateísmo, a pegarem instrumental teórico e se auto-ajudarem para vencer o preconceito contra nós. Estou satisfeito com esse grupo, tanto que estou ficando viciado aqui e dando pouca atenção as minhas comunidades do orkut. Acho o facebook mais dinâmico, adoro esses debates, vejo que tem uma gurizada nova com pouco embasamento teórico e pouca leitura mas vejo que isso é o que se passa em geral com a juventude, hoje se lê pouco, se assiste muito vídeo e se passa muito tempo em bate papo na net. Na minha adolescência eu lia muito porque não tinha outras opções, mas hoje acho difícil botar essa gurizada a ler, acho que ler está ficando ultrapassado e velho, daqui a uns anos livros impressos serão coisa de museu, infelizmente.
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São posts que fiz e coloquei no meu grupo Ateus ... saiam do armário do facebook: http://www.facebook.com/groups/ateuligente/
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Cheguei agora da chácara e li os posts desse tópico. Acho que realmente eu buscava uma reflexão sobre o sair do armário e não misturar isso com radicalismo ateu. Dawkins não é um cara radical e se vocês assistiram o vídeo dele em que ele lança a campanha "OUT" fica bem claro que ele busca é uma conscientização dos ateus para que mais ateus se assumam enquanto tal e reduzam o grau de preconceito que tem sociedade em geral contra nós, a exemplo do que faz o movimento gay. Acho que radicalismo, fanatismo, intolerância, fundamentalismo cabe tudo no mesmo saco e acho que não é o que eu quero para mim. E foi nesse sentido que criei as minhas comunidades no orkut de ateísmo em vídeos e esse grupo aqui do facebook, para conscientizar os ateus a assumirem o seu ateísmo, a pegarem instrumental teórico e se auto-ajudarem para vencer o preconceito contra nós. Estou satisfeito com esse grupo, tanto que estou ficando viciado aqui e dando pouca atenção as minhas comunidades do orkut. Acho o facebook mais dinâmico, adoro esses debates, vejo que tem uma gurizada nova com pouco embasamento teórico e pouca leitura mas vejo que isso é o que se passa em geral com a juventude, hoje se lê pouco, se assiste muito vídeo e se passa muito tempo em bate papo na net. Na minha adolescência eu lia muito porque não tinha outras opções, mas hoje acho difícil botar essa gurizada a ler, acho que ler está ficando ultrapassado e velho, daqui a uns anos livros impressos serão coisa de museu, infelizmente.
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São posts que fiz e coloquei no meu grupo Ateus ... saiam do armário do facebook: http://www.facebook.com/groups/ateuligente/
sábado, 27 de agosto de 2011
Teorias de Conspiração são Naturais
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artigo de Douglas T. Kenrick, publicado em Psychology Today
tradução cortesia de André Rabelo
Que tipo de pessoa teria tão pouca confiança em seus companheiros para acreditar que o presidente dos E.U.A e a CIA conspiraram para forjar a morte de Osama Bin Laden, ou que a imprensa é rigidamente controlada por um grupo poderoso de extremistas ricos? Se você examinar a literatura em psicologia sobre a crença em teorias da conspiração, ou leu comentários políticos sobre o tópico, vai ouvir falar muito sobre paranóia, alienação e anomia. Você vai aprender que pessoas que acreditam em uma teoria da conspiração bizarra também são propensas a acreditar em outras (está tudo conectado com os illuminati e os assassinatos dos Kennedy, afinal de contas). Você descobrirá que crenças em conspirações têm sido relacionadas com ser pobre, ser membro de uma minoria oprimida, ter a sensação generalizada de que a vida é controlada por fatores externos e outras circunstâncias lamentáveis.
Mas existe outra perspectiva que decorre do pensamento sobre a história evolutiva de nossa espécie: o cérebro humano foi moldado para teorias da conspiração. Nesta perspectiva, somos todos teóricos da conspiração – você, eu e sua tia Ginger de Iowa.
Vamos desconsiderar os detalhes da teoria de conspiração excêntrica du jour, e considerar isso: Algumas alegadas conspirações se mostraram posteriormente bem reais – a Al Qaeda, a CIA, a KGB e a Máfia envolveram pessoas reais se juntando para planejar ações reais e nefastas. Só porque você é paranóico não significa que eles não estejam atrás de você. Teóricos evolucionistas como Robert Trivers e Bill von Hippel observaram: um aspecto ruim da comunicação é que ela abre as portas para o engano (Isso é uma deliciosa minhoca ou uma armadilha de pescador para peixes? O pássaro está realmente machucado ou fingindo?). Seres humanos são comunicadores especialmente talentosos e ótimos enganadores também. Pesquisadores que estudam a psicologia da mentira descobriram não apenas que a pessoa comum mente sobre alguma coisa todos os dias, mas também que não nos saímos muito melhor que o mero acaso ao distinguir uma afirmação verdadeira de uma mentira deliberada.
Nossos ancestrais tinham que se preocupar com conspirações de membros de seu próprio grupo, bem como conspirações de membros de outros grupos (que tinham ainda menos o que perder e mais a ganhar ao prejudicá-los). Psicólogos evolucionistas como Pascal Boyer e Ara Norenzayan têm notado que o cérebro humano possui mecanismos poderosos para buscar causas complexas e escondidas. A popularidade de Sherlock Holmes, James Bond e Harry Potter se deve em grande parte aos talentos de seus autores para exercitar estes mecanismos causais em seus leitores.
E como os psicólogos evolucionistas Randy Nesse e Martie Haselton têm argumentado, a mente é moldada como um detector de fumaça, pronta para acionar o alerta vermelho a qualquer possível sinal de ameaça no ambiente (ao invés de esperar até que a evidência seja tão esmagadora que seja muito tarde para apagar o fogo). Uma vez que tenhamos aceitado uma crença, possuímos uma série de mecanismos cognitivos projetados para nos enviesar contra a rejeição desta crença. Um dos meus estudos favoritos dessa natureza foi realizado pelos psicólogos de Stanford Charlie Lord, Lee Ross e Mark Lepper.
Eles apresentaram aos seus brilhantes alunos um cuidadoso balanço de evidências científicas a favor e contra os benefícios da pena de morte. Depois de ouvir as evidências balanceadas, os estudantes que favoreceram inicialmente a pena de morte estavam ainda mais convencidos de que estavam certos, enquanto os que eram contra se tornaram ainda mais convencidos na direção oposta. O que aconteceu foi que os estudantes se lembraram seletivamente das fraquezas no argumento do outro lado e dos pontos fortes das evidências favorecendo o seu próprio lado. Parece familiar? (e lembre-se, estes eram estudantes de Stanford, não membros de um grupo extremista entrincheirado ao redor de Two Dot, Montana).
E quanto à pesquisa que mostra que os indivíduos pertencentes a grupos oprimidos são mais propensos a crenças conspiratórias do que aqueles de nós lendo o New York Times em algum subúrbio de classe média-alta? Esses dados assinalam para outro aspecto da nossa psicologia evoluída – nossos cérebros amplificam o volume dos nossos sistemas de perigo quando estamos sob ameaça. Pesquisas de nossos laboratórios têm demonstrado que pessoas que estejam tenham despertado seu sentido de auto-proteção (depois de assistir um filme assustador) estão mais propensas a projetar raiva nas faces de homens desconhecidos de outros grupos, e as pesquisas de Mark Schaller e seus colaboradores demonstraram que estar em um quarto escuro amplifica tipos específicos de estereótipos (aqueles envolvendo a periculosidade de americanos árabes ou africanos). Na mesmo medida em que a vida envolve ameaças e perigos diários, é provável que estejamos atentos a sinais de perigo à espreita.
Ao afirmar que o cérebro humano é moldado para estar alerta a conspirações e que sempre houveram conspirações reais pelo mundo afora, estaria eu querendo dizer que não há nada que possamos fazer para evitar acreditar na próxima história que escutarmos sobre a conspiração envolvendo Obama, a AMA e a Igreja Católica Romana? Não. Charlie Lord e seus colaboradores demonstraram que estudantes de Stanford poderiam ser um pouco mais objetivos se perguntassem primeiro para si mesmos a simples questão: "Como eu me sentiria se essa mesma evidência corroborasse a conclusão exatamente oposta?".
O sociólogo de Rutgers Ted Goertzel tem estudado crenças em teorias conspiratórias por duas décadas, e ele tem alguns conselhos adicionais para aqueles que desejam "distinguir entre os excêntricos engraçados, os honestamente equivocados, os litigantes avarentos e os céticos sérios, questionando um consenso prematuro". Primeiro, procure pela "cascata lógica" – um raciocínio que exige que crentes incluam mais e mais pessoas na conspiração sempre que alguém relate evidências contra suas afirmações (arrá, eles fazem parte dela também!). Segundo, seja cético quanto a afirmações que exigem quantidades irreais de poder e controle por parte dos conspiradores.
Goertzel dá o exemplo da suposta conspiração para forjar o pouso na Lua, que teria demandado cumplicidade completa de milhares de cientistas e técnicos trabalhando no projeto, assim como toda a mídia cobrindo os eventos e até mesmo os cientistas em outros países (incluindo a Rússia) que acompanharam os eventos.
Mas é claro, é possível que a CIA tenha financiado este artigo e eu esteja dizendo tudo isso para despistá-lo.
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Douglas T. Kenrick é o autor de Sex, Murder, and the Meaning of Life: A psychologist investigates how evolution, cognition, and complexity are revolutionizing our view of human nature. O livro foi recentemente escolhido como uma seleção mensal pela Scientific American Book Club. Ele afirma não ter qualquer conexões com a illuminati.
Referências
Abalakina-Paap, M., Stephan, W. G., Craig,T., & Gregory, W. L. (1999). Beliefs inconspiracies. Political Psychology, 20,637–647.
Atran , S. , & Norenzayan , A. ( 2004 ). Religion’s evolutionary landscape: Counterintuition, commitment, compassion, communion . Behavioral and Brain Sciences, 27 , 713 –770.
Boyer, P. (2003). Religious thought and behavior as by-products of brain function. Trends in Cognitive Science, 7, 119-124.
Nesse, R. M. (2005). Evolutionary psychology and mental health. In D. Buss (Ed.), Handbook of evolutionary psychology (pp. 903–930). Hoboken, NJ: Wiley.
Haselton, M. G., & Nettle D. (2006). The paranoid optimist: An integrative evolutionary model of cognitive biases. Personality and social psychology Review, 10, 47–66.
Lord, C. G., Lepper, M. R., & Preston, E. (1984). Considering the opposite: A corrective strategy for social judgment. Journal of Personality and Social Psychology, 47, 1231–1243.
Lord, C. G., Ross, L., & Lepper, M. R. (1979). Biased assimilation and attitude polarization. Journal of Personality and Social Psychology, 37, 2098–2109.
Schaller, M., Park, J. H., & Mueller, A. (2003). Fear of the dark: Interactive effects of beliefs about danger and ambient darkness on ethnic stereotypes. Personality & Social Psychology Bulletin, 29, 637–649.
Goertzel, T. (2010). Conspiracy theories in science. EMBO reports, 11, 493-499.
von Hippel, W. & Trivers, R. (2011). The evolution and psychology of self- deception. Behavioral and Brain Sciences, 34, 1-16.
Responda ao Quiz da Teoria da Conspiração de Obama
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http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/6282/teorias-de-conspirao-so-naturais
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Inteligência Animal - Golfinhos que 'pescam' com conchas surpreendem cientistas
Um método de pesca com conchas pode estar se espalhando entre a população de golfinhos da Austrália
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Pesquisadores acreditam que um método de pesca com conchas pode estar se espalhando entre a população de golfinhos de Shark Bay, no Oeste da Austrália. Os cientistas fotografaram golfinhos-nariz-de-garrafa do Indo-Pacífico (Tursiops aduncus) pegando conchas com o bico e as sacudindo no ar fazendo com que a água saísse de dentro delas, assim como os peixes que estavam escondidos ali.
O pesquisador Simon Allen, da Universidade de Murdoch, diz que o comportamento - raramente visto anteriormente - parece estar se tornando mais frequente na região. E enquanto outras técnicas de pesca usadas por golfinhos são geralmente ensinadas verticalmente, de mãe para filhos, o uso de conchas pode estar sendo passado entre golfinhos do mesmo grupo.
"Se realmente estamos testemunhando a difusão horizontal deste comportamento, eu assumiria que isso acontece quando um golfinho observa atentamente um companheiro golfinho pescando com conchas e aí imita o comportamento", diz Allen. "Há uma fascinante possibilidade de que esse comportamento possa se espalhar diante de nossos olhos, ao longo de algumas pesquisas de campo, e de que possamos registrar essa difusão."
Comportamento raro
Os golfinhos de Shark Bay só haviam sido vistos levando conchas nos bicos cerca de cinco vezes durante 25 anos de pesquisas na região, mas ninguém havia conseguido explicar o comportamento. Entre 2007 e 2009, pesquisadores da Universidade de Murdoch e da Universidade de Zurique observaram que os golfinhos estavam tentando pegar peixes escondidos dentro das conchas.
Durante os quatro meses de pesquisa de campo, em 2011, em Shark Bay, os cientistas conseguiram registrar o comportamento em pelo menos seis diferentes oportunidades. Agora, eles querem descobrir exatamente como os golfinhos usam as conchas. "Ainda não sabemos se os golfinhos simplesmente seguem os peixes até que eles procurem refúgio em uma grande concha ou se os golfinhos chegam a mexer nas conchas anteriormente, talvez as virando com a abertura para cima com o objetivo de torná-las mais 'atraentes' para os peixes como um lugar de esconderijo", diz Allen.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5313665-EI8145,00-Golfinhos+que+pescam+com+conchas+surpreendem+cientistas.html
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Pesquisadores acreditam que um método de pesca com conchas pode estar se espalhando entre a população de golfinhos de Shark Bay, no Oeste da Austrália. Os cientistas fotografaram golfinhos-nariz-de-garrafa do Indo-Pacífico (Tursiops aduncus) pegando conchas com o bico e as sacudindo no ar fazendo com que a água saísse de dentro delas, assim como os peixes que estavam escondidos ali.
O pesquisador Simon Allen, da Universidade de Murdoch, diz que o comportamento - raramente visto anteriormente - parece estar se tornando mais frequente na região. E enquanto outras técnicas de pesca usadas por golfinhos são geralmente ensinadas verticalmente, de mãe para filhos, o uso de conchas pode estar sendo passado entre golfinhos do mesmo grupo.
"Se realmente estamos testemunhando a difusão horizontal deste comportamento, eu assumiria que isso acontece quando um golfinho observa atentamente um companheiro golfinho pescando com conchas e aí imita o comportamento", diz Allen. "Há uma fascinante possibilidade de que esse comportamento possa se espalhar diante de nossos olhos, ao longo de algumas pesquisas de campo, e de que possamos registrar essa difusão."
Comportamento raro
Os golfinhos de Shark Bay só haviam sido vistos levando conchas nos bicos cerca de cinco vezes durante 25 anos de pesquisas na região, mas ninguém havia conseguido explicar o comportamento. Entre 2007 e 2009, pesquisadores da Universidade de Murdoch e da Universidade de Zurique observaram que os golfinhos estavam tentando pegar peixes escondidos dentro das conchas.
Durante os quatro meses de pesquisa de campo, em 2011, em Shark Bay, os cientistas conseguiram registrar o comportamento em pelo menos seis diferentes oportunidades. Agora, eles querem descobrir exatamente como os golfinhos usam as conchas. "Ainda não sabemos se os golfinhos simplesmente seguem os peixes até que eles procurem refúgio em uma grande concha ou se os golfinhos chegam a mexer nas conchas anteriormente, talvez as virando com a abertura para cima com o objetivo de torná-las mais 'atraentes' para os peixes como um lugar de esconderijo", diz Allen.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5313665-EI8145,00-Golfinhos+que+pescam+com+conchas+surpreendem+cientistas.html
China possui fóssil do mais antigo mamífero com placenta
Ilustração do esqueleto e da morfologia do "Juramaia sinensis", que viveu no planeta há 160 milhões de anos
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Onças, tamanduás, baleias, peixes-bois e seres humanos acabam de ganhar uma raiz na sua árvore genealógica, um animal que é o mais primitivo de todos os mamíferos cujos fetos são nutridos por uma placenta.
O novo fóssil é o Juramaia sinensis, descoberto na China. Como "mãe" de todos os mamíferos placentários, ele está na origem da grande maioria dos parentes modernos do homem, com exceção de marsupiais (como cangurus) e monotremados (bichos como o ornitorrinco).
"Jura" vem de Jurássico, "maia" significa mãe e "sinensis" é "chinês" em latim. O achado foi publicado na edição desta semana da revista "Nature".
Duas análises morfológicas independentes determinaram que se trata do fóssil mais antigo de mamífero placentário já encontrado.
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A datação determinou que ele viveu há 160 milhões de anos, no terço final do período Jurássico --uns cem milhões de anos antes da grande extinção dos dinossauros.
A idade é 35 milhões de anos mais antiga do que o Eomaia, anterior recordista (em velhice) desse grupo. A diferença é mais de dez vezes maior do que toda a existência do nosso gênero, o Homo.
Como esse novo fóssil é sem dúvida um placentário, segundo sua dentição típica, a descoberta joga a separação entre nós com placenta e os marsupiais para antes dos 160 milhões de anos.
"Essa descoberta é importante por diminuir o hiato temporal que existia entre a datação geológica do fóssil e a genética para essa separação entre marsupiais e placentários", diz Lilian Paglarelli Bergqvist, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeriro). Agora as estimativas ficaram de acordo.
Como hoje marsupiais e mamíferos correspondem a 99,9% dos mamíferos do planeta, esse novo teto para a separação é critica para calibrar suas taxas de evolução.
DE DENTES E DEDOS
Medindo 7 cm e pesando de 15 g a 17 g, o Juramaia sinensis apresenta uma posição de fossilização rara.
"Ele está bem preservado numa placa plana de xisto, com os dentes bem expostos", disse à Folha o primeiro autor do estudo, Zhe-Xi Luo, do Museu Carnegie de História Natural, em Pittsburgh (EUA) "Isso facilitou a identificação. Foi uma surpresa boa."
A dentição indica alimentação baseada em insetos, e as patas mostram hábitos arbóreos, com capacidade para escalar troncos de árvores.
Dado que os fósseis anteriores à separação entre os ancestrais dos cangurus e os nossos indicam hábitos mais terrestres, essa nova forma de dedos marca uma diversificação de estilo de vida importante, que possibilitou ao nosso ancestral placentário explorar um novo nicho.
"O Eomaia, que era o recordista anterior do placentário mais antigo, também foi um 'alpinista'. Juntos, eles reforçam a interpretação de que os primeiros grupos de placentários do Jurássico se beneficiaram das adaptações para escalar", aponta Luo.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/965223-china-possui-fossil-do-mais-antigo-mamifero-com-placenta.shtml
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Onças, tamanduás, baleias, peixes-bois e seres humanos acabam de ganhar uma raiz na sua árvore genealógica, um animal que é o mais primitivo de todos os mamíferos cujos fetos são nutridos por uma placenta.
O novo fóssil é o Juramaia sinensis, descoberto na China. Como "mãe" de todos os mamíferos placentários, ele está na origem da grande maioria dos parentes modernos do homem, com exceção de marsupiais (como cangurus) e monotremados (bichos como o ornitorrinco).
"Jura" vem de Jurássico, "maia" significa mãe e "sinensis" é "chinês" em latim. O achado foi publicado na edição desta semana da revista "Nature".
Duas análises morfológicas independentes determinaram que se trata do fóssil mais antigo de mamífero placentário já encontrado.
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A datação determinou que ele viveu há 160 milhões de anos, no terço final do período Jurássico --uns cem milhões de anos antes da grande extinção dos dinossauros.
A idade é 35 milhões de anos mais antiga do que o Eomaia, anterior recordista (em velhice) desse grupo. A diferença é mais de dez vezes maior do que toda a existência do nosso gênero, o Homo.
Como esse novo fóssil é sem dúvida um placentário, segundo sua dentição típica, a descoberta joga a separação entre nós com placenta e os marsupiais para antes dos 160 milhões de anos.
"Essa descoberta é importante por diminuir o hiato temporal que existia entre a datação geológica do fóssil e a genética para essa separação entre marsupiais e placentários", diz Lilian Paglarelli Bergqvist, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeriro). Agora as estimativas ficaram de acordo.
Como hoje marsupiais e mamíferos correspondem a 99,9% dos mamíferos do planeta, esse novo teto para a separação é critica para calibrar suas taxas de evolução.
DE DENTES E DEDOS
Medindo 7 cm e pesando de 15 g a 17 g, o Juramaia sinensis apresenta uma posição de fossilização rara.
"Ele está bem preservado numa placa plana de xisto, com os dentes bem expostos", disse à Folha o primeiro autor do estudo, Zhe-Xi Luo, do Museu Carnegie de História Natural, em Pittsburgh (EUA) "Isso facilitou a identificação. Foi uma surpresa boa."
A dentição indica alimentação baseada em insetos, e as patas mostram hábitos arbóreos, com capacidade para escalar troncos de árvores.
Dado que os fósseis anteriores à separação entre os ancestrais dos cangurus e os nossos indicam hábitos mais terrestres, essa nova forma de dedos marca uma diversificação de estilo de vida importante, que possibilitou ao nosso ancestral placentário explorar um novo nicho.
"O Eomaia, que era o recordista anterior do placentário mais antigo, também foi um 'alpinista'. Juntos, eles reforçam a interpretação de que os primeiros grupos de placentários do Jurássico se beneficiaram das adaptações para escalar", aponta Luo.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/965223-china-possui-fossil-do-mais-antigo-mamifero-com-placenta.shtml
Astrônomos registram buraco negro dilacerando estrela
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Um buraco negro, descrito como um "monstro cósmico" à espreita no centro de uma galáxia, foi flagrado no momento em que dilacerava uma estrela, anunciaram astrônomos em um artigo publicado na edição desta quarta-feira da revista científica Nature. Em 25 de março, o telescópio orbital Swift, da Nasa, captou uma emissão de raios-X do espaço sideral, expelido claramente por uma fonte imensamente poderosa.
Uma observação mais próxima revelou um buraco negro supermassivo com massa 1 milhão de vezes superior àquela do sol. O lampejo de raios-X foi um "jato relativístico" ou um jato de matéria de alta energia que jorrou da estrela à medida em que era atraída pelo empuxo gravitacional do buraco negro e foi arrastada na direção de suas entranhas.
O jato, chamado Swift J164449.3+573451, moveu-se a 99,5% da velocidade da luz. Os buracos negros supermassivos são comumente encontrados no centro de galáxias. O buraco negro recém-descoberto tem cerca de metade do tamanho de seus similares em nossa galáxia, a Via Láctea. Mesmo assim, são relativamente jovens perante alguns espécimes supermassivos, cuja massa foi medida em mais de um bilhão de sóis.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5311172-EI301,00-Astronomos+registram+buraco+negro+dilacerando+estrela.html
Estudo: sexo com homens das cavernas garantiu aos humanos salto imunológico
As relações sexuais com humanos arcaicos, como os neandertais, geraram filhos herdeiros de genes-chave que ajudaram os humanos modernos a combater males e doenças, indica um estudo publicado na edição desta quinta-feira da revista Science. "O acasalamento interracial não foi apenas um evento ocorrido ao acaso, legou algo útil à reserva genética dos humanos modernos", disse Peter Parham, da Universidade de Stanford, principal autor do estudo.
Dotados de conhecimento sobre o genoma dos neandertais e dos hominídeos de Denisova, dos quais um dente e o osso de um dedo foram descobertos em uma caverna da Rússia, no ano passado, cientistas vasculharam os dados em busca de pistas sobre quais genes se combinaram. Os cientistas já sabiam que cerca de 4% do DNA do neandertal e até 6% do DNA do hominídeo de Denisova estão presentes em alguns humanos.
O resultado desse estudo possibilitou uma pesquisa mais aproximada dos chamados genes classe I HLA, que ajudam o sistema imunológico a se adaptar de forma a repelir novos patógenos que poderiam causar várias infecções, viroses e doenças.
A investigação
Os cientistas rastrearam a origem de um tipo deste grupo de genes, o HLA-B*73, aos hominídeos de Denisova, que provavelmente copularam com humanos que chegaram ao oeste da Ásia ao saírem da África. A variação é rara em populações africanas modernas, mas é comum nas pessoas do oeste da Ásia. "Achamos que isto teve muito a ver com o ambiente patogênico em diferentes partes do mundo", explicou Laurent Abi-Rached, cientista francês e principal autor do estudo.
"Quando os humanos modernos deixaram a África, eles ingressaram em um novo ambiente. Isto deu a eles uma vantagem. Foi uma forma rápida de adquirir defesas", acrescentou, em declarações à AFP.
Segundo o estudo, estes genes HLA remotos se multiplicaram entre as populações modernas e hoje são detectados em mais da metade dos euroasiáticos. "Se tudo se tratou de namoro, estamos falando de uma quantidade tremenda de genes", disse Milford Wolpoff, paleoantropólogo da Universidade de Michigan, que não participou do estudo, mas disse sustentar as descobertas. "Isto se chama evolução multirregional. Estamos falando disso há 30 anos", afirmou à AFP.
"Muitos dos genes que encontramos estão fazendo algo útil. A única resposta para isto é seleção natural", completou Wolpoff.
Evolução
Os neandertais desapareceram a cerca de 30 mil anos atrás. Eles e os hominídeos de Denisova partilharam um ancestral comum com os humanos modernos há cerca de 400 mil anos.
Os humanos modernos ofuscaram estes primos remotos quando nossos contemporâneos começaram a se espalhar pela Ásia e pela Europa, procedentes da África, há cerca de 65 mil anos. Algum acasalamento deve ter acontecido, tendo em vista as evidências que permanecem em nosso DNA, mas mesmo as últimas descobertas lançaram pouca luz sobre a natureza destes relacionamentos: se foram violentos ou consensuais, curtos ou longos.
"Mesmo que tenha provavelmente havido cruzamentos, não necessariamente foram muito frequentes", disse Abi-Rached. "Mas eles tiveram um papel importante na formação da imunidade humana moderna", acrescentou.
Abi-Rached disse esperar que futuras pesquisas revelem mais sobre o papel que os genes imunológicos podem ter desempenhado, ao dar proteção àqueles que sobreviveram, e também sobre sua relação com as doenças autoimunes que afetam os humanos hoje.
O trabalho de estudar o legado deixado por ancestrais remotos nos nossos corpos pode levar a novas opções de tratamento para doenças modernas, o que tem animado os cientistas quanto ao potencial deste campo emergente. "A maior parte do dinheiro investido em genética se relaciona com doenças", disse Wolpoff. "A paleoantropologia é como a política. Vai-se onde está o dinheiro", brincou.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5312906-EI8147,00-Estudo+sexo+com+homens+das+cavernas+garantiu+aos+humanos+salto+imunologico.html
Dotados de conhecimento sobre o genoma dos neandertais e dos hominídeos de Denisova, dos quais um dente e o osso de um dedo foram descobertos em uma caverna da Rússia, no ano passado, cientistas vasculharam os dados em busca de pistas sobre quais genes se combinaram. Os cientistas já sabiam que cerca de 4% do DNA do neandertal e até 6% do DNA do hominídeo de Denisova estão presentes em alguns humanos.
O resultado desse estudo possibilitou uma pesquisa mais aproximada dos chamados genes classe I HLA, que ajudam o sistema imunológico a se adaptar de forma a repelir novos patógenos que poderiam causar várias infecções, viroses e doenças.
A investigação
Os cientistas rastrearam a origem de um tipo deste grupo de genes, o HLA-B*73, aos hominídeos de Denisova, que provavelmente copularam com humanos que chegaram ao oeste da Ásia ao saírem da África. A variação é rara em populações africanas modernas, mas é comum nas pessoas do oeste da Ásia. "Achamos que isto teve muito a ver com o ambiente patogênico em diferentes partes do mundo", explicou Laurent Abi-Rached, cientista francês e principal autor do estudo.
"Quando os humanos modernos deixaram a África, eles ingressaram em um novo ambiente. Isto deu a eles uma vantagem. Foi uma forma rápida de adquirir defesas", acrescentou, em declarações à AFP.
Segundo o estudo, estes genes HLA remotos se multiplicaram entre as populações modernas e hoje são detectados em mais da metade dos euroasiáticos. "Se tudo se tratou de namoro, estamos falando de uma quantidade tremenda de genes", disse Milford Wolpoff, paleoantropólogo da Universidade de Michigan, que não participou do estudo, mas disse sustentar as descobertas. "Isto se chama evolução multirregional. Estamos falando disso há 30 anos", afirmou à AFP.
"Muitos dos genes que encontramos estão fazendo algo útil. A única resposta para isto é seleção natural", completou Wolpoff.
Evolução
Os neandertais desapareceram a cerca de 30 mil anos atrás. Eles e os hominídeos de Denisova partilharam um ancestral comum com os humanos modernos há cerca de 400 mil anos.
Os humanos modernos ofuscaram estes primos remotos quando nossos contemporâneos começaram a se espalhar pela Ásia e pela Europa, procedentes da África, há cerca de 65 mil anos. Algum acasalamento deve ter acontecido, tendo em vista as evidências que permanecem em nosso DNA, mas mesmo as últimas descobertas lançaram pouca luz sobre a natureza destes relacionamentos: se foram violentos ou consensuais, curtos ou longos.
"Mesmo que tenha provavelmente havido cruzamentos, não necessariamente foram muito frequentes", disse Abi-Rached. "Mas eles tiveram um papel importante na formação da imunidade humana moderna", acrescentou.
Abi-Rached disse esperar que futuras pesquisas revelem mais sobre o papel que os genes imunológicos podem ter desempenhado, ao dar proteção àqueles que sobreviveram, e também sobre sua relação com as doenças autoimunes que afetam os humanos hoje.
O trabalho de estudar o legado deixado por ancestrais remotos nos nossos corpos pode levar a novas opções de tratamento para doenças modernas, o que tem animado os cientistas quanto ao potencial deste campo emergente. "A maior parte do dinheiro investido em genética se relaciona com doenças", disse Wolpoff. "A paleoantropologia é como a política. Vai-se onde está o dinheiro", brincou.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5312906-EI8147,00-Estudo+sexo+com+homens+das+cavernas+garantiu+aos+humanos+salto+imunologico.html
Pesquisadores analisam pela 1ª vez pó de superfície de asteroide
Os pesquisadores analisaram pela primeira vez na história o pó da superfície de um asteroide que possibilitou compará-lo com o material recolhido na Lua e os meteoritos caídos na Terra para continuar com o estudo das origens do Sistema Solar. A revista Science publica esta semana um especial com dados preliminares de seis trabalhos que estão em andamento sobre a análise do material recolhido e utilizado outra vez na Terra em 2010 pela sonda japonesa Hayabusa.
A nave não tripulada, cujo nome em japonês significa "falcão peregrino", foi lançada em 2003 rumo ao asteroide Itokawa, descoberto por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) em 1998. Este corpo celeste recebeu este nome em homenagem a Hideo Itokawa, o pioneiro da pesquisa espacial japonesa.
Em 2005, aterrissou na superfície de Itokawa, classificado como asteroide de tipo S por sua composição siliciosa, para tirar mostras. Hayabusa retornou a Terra em 2010 e desde então equipes de pesquisadores de todo o mundo passaram a analisar seu conteúdo, cujos primeiros resultados estão sendo divulgados desde a relação com os meteoritos caídos na terra e os diferentes elementos até os que estiveram no espaço.
Primeiros resultados do estudo
Os asteroides são considerados os "restos" que ficaram após a formação do Sistema Solar, por isso os cientistas destacam que seu estudo é fundamental para entender nossas origens, já que abrigam o material mais antigo viável para extrair dados.
O professor Misuru Ebihara, da Universidade Metropolitana de Tóquio e pesquisadores da Austrália e dos Estados Unidos decomporam pequenos grãos para analisar sua composição mineral. Os primeiros resultados de Ebihara indicaram que essas partículas conservaram um "recorde" de elementos primitivos da era adiantada do Sistema Solar, que agora serão comparados com dezenas de milhares de meteoritos que caíram na Terra.
Segundo os estudiosos, a superfície do asteroide foi desgastada pelo impacto com outros corpos celestes, enquanto a Lua esteve mais exposta aos ventos solares e à erosão do próprio espaço. Quanto ao tempo que ficou exposto no espaço, o professor Keisuke Nagao, da Universidade de Ibaraki, e sua equipe estimam que ele exista há quase oito milhões de anos.
Além disso, estabeleceram um vínculo direto entre os isótopos de oxigênio encontrados nos condritos dos meteoritos descobertos na Terra, a maioria, procedentes do tipo S, como este.
Um asteroide pode ser o próximo destino do homem no espaço. A Nasa (agência espacial americana) anunciou seu interesse em voltar a retomar a prospecção espacial além da órbita terrestre baixa, que também incluiria uma viagem a Marte para o ano 2030.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5312982-EI301,00-Pesquisadores+analisam+pela+vez+po+de+superficie+de+asteroide.html
A nave não tripulada, cujo nome em japonês significa "falcão peregrino", foi lançada em 2003 rumo ao asteroide Itokawa, descoberto por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) em 1998. Este corpo celeste recebeu este nome em homenagem a Hideo Itokawa, o pioneiro da pesquisa espacial japonesa.
Em 2005, aterrissou na superfície de Itokawa, classificado como asteroide de tipo S por sua composição siliciosa, para tirar mostras. Hayabusa retornou a Terra em 2010 e desde então equipes de pesquisadores de todo o mundo passaram a analisar seu conteúdo, cujos primeiros resultados estão sendo divulgados desde a relação com os meteoritos caídos na terra e os diferentes elementos até os que estiveram no espaço.
Primeiros resultados do estudo
Os asteroides são considerados os "restos" que ficaram após a formação do Sistema Solar, por isso os cientistas destacam que seu estudo é fundamental para entender nossas origens, já que abrigam o material mais antigo viável para extrair dados.
O professor Misuru Ebihara, da Universidade Metropolitana de Tóquio e pesquisadores da Austrália e dos Estados Unidos decomporam pequenos grãos para analisar sua composição mineral. Os primeiros resultados de Ebihara indicaram que essas partículas conservaram um "recorde" de elementos primitivos da era adiantada do Sistema Solar, que agora serão comparados com dezenas de milhares de meteoritos que caíram na Terra.
Segundo os estudiosos, a superfície do asteroide foi desgastada pelo impacto com outros corpos celestes, enquanto a Lua esteve mais exposta aos ventos solares e à erosão do próprio espaço. Quanto ao tempo que ficou exposto no espaço, o professor Keisuke Nagao, da Universidade de Ibaraki, e sua equipe estimam que ele exista há quase oito milhões de anos.
Além disso, estabeleceram um vínculo direto entre os isótopos de oxigênio encontrados nos condritos dos meteoritos descobertos na Terra, a maioria, procedentes do tipo S, como este.
Um asteroide pode ser o próximo destino do homem no espaço. A Nasa (agência espacial americana) anunciou seu interesse em voltar a retomar a prospecção espacial além da órbita terrestre baixa, que também incluiria uma viagem a Marte para o ano 2030.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5312982-EI301,00-Pesquisadores+analisam+pela+vez+po+de+superficie+de+asteroide.html
Nos EUA, mensagem de igreja é entendida como sendo de ateus
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Uma igreja evangélica de Mansfield, no Estado de Ohio (EUA), resolveu revidar aos anúncios promovidos em alguns Estados por entidades ateias pregando a inexistência de divindades. Assim, em um outdoor próximo ao centro da cidade, a Igreja de Cristo estampou um "Deus não existe" e emendou em letras menores a recomendação de que “não acredite em tudo que você ouve”.
E aconteceu o inesperado, pelo menos para a patrocinadora do outdoor: muitas pessoas não notam a logomarca da McElroy Road Church of Christ e acham que se trata de uma mensagem ateísta, algo como “Deus não existe, [por isso] não acredite em tudo que você ouve”.
A associação de ateus de Mansfield também ficou surpresa com os telefonemas parabenizando-a pelo seu primeiro outdoor. Em seu site, em um comunicado irônico, esclareceu que concorda com a mensagem, mas o anúncio não é dela, e agradeceu a Igreja de Cristo por ter tomado a iniciativa.
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http://www.paulopes.com.br/2011/08/nos-eua-mensagem-de-igreja-e-entendida.html
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Estudo sugere descoberta de um planeta feito de diamante
No centro, em azul, está o pulsar; o ponto amarelo à direita, dentro da órbita, é o planeta que os cientistas acreditam ser feito de diamante. (Crédito: Science)
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Astro gira ao redor de uma estrela com apenas 20 km de diâmetro.
Descoberta foi descrita na edição desta semana da revista 'Science'.
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Um planeta possivelmente feito de diamante foi descoberto por uma equipe internacional de astrônomos, segundo mostra um estudo publicado na edição desta semana da revista "Science". O planeta está próximo a um pulsar, uma estrela com muita massa e com apenas 20 quilômetros de diâmetro - valor comparável ao tamanho de uma cidade
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A descoberta foi feita por um grupo de cientistas liderados por Matthew Bailes, da Universidade Swinburne de Tecnologia, localizada em Melbourne, na Austrália.
O pulsar - que se chama PSR J1719-1438 - consegue girar 10 mil vezes em torno do seu eixo por minuto e possui 1,4 vez a massa do Sol. A chance de "piões de luz própria" como esse terem uma companheira é de 70%.
Conforme o pulsar gira, ele emite um feixe de ondas de rádio que podem ser detectadas por radiotelescópios. Ao analisar o padrão das ondas de rádio vindas de PSR J1719-1438, os cientistas suspeitaram da presença de um planeta no local.
As mudanças provocadas nos pulsos de rádio pela presença do planeta também informaram ao astrônomos sobre a composição do astro. Eles sabem, por exemplo, que a companheira do pulsar não pode ser feita de hidrogênio ou hélio.
Por outro lado, o planeta pode ser composto por carbono e oxigênio. A equipe tem confiança de que a densidade do astro indica que o planeta seria formado por um material em forma de cristais, assim como um diamante.
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Os astrônomos acreditam que o planeta de diamante seja, na verdade, o que restou de uma estrela com muita massa no passado, que teve boa parte de sua matéria "sugada" pelo pulsar.
Segundo o grupo, o astro de diamante deve ter menos de 60 mil quilômetros de diâmetro - valor 5 vezes maior que o da Terra. Mas a sua massa é maior que a Júpiter.
Ele completa uma volta ao redor do pulsar em apenas 2 horas e 10 minutos. A distância entre a estrela e o planeta também é pequena: 600 mil quilômetros, valor menor que o raio do Sol. A dupla pertence à Via Láctea e se encontra na direção da constelação da Serpente, distante 4 mil anos-luz da Terra.
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http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/08/astronomos-descobrem-planeta-feito-de-diamante-diz-estudo.html
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Astro gira ao redor de uma estrela com apenas 20 km de diâmetro.
Descoberta foi descrita na edição desta semana da revista 'Science'.
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Um planeta possivelmente feito de diamante foi descoberto por uma equipe internacional de astrônomos, segundo mostra um estudo publicado na edição desta semana da revista "Science". O planeta está próximo a um pulsar, uma estrela com muita massa e com apenas 20 quilômetros de diâmetro - valor comparável ao tamanho de uma cidade
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A descoberta foi feita por um grupo de cientistas liderados por Matthew Bailes, da Universidade Swinburne de Tecnologia, localizada em Melbourne, na Austrália.
O pulsar - que se chama PSR J1719-1438 - consegue girar 10 mil vezes em torno do seu eixo por minuto e possui 1,4 vez a massa do Sol. A chance de "piões de luz própria" como esse terem uma companheira é de 70%.
Conforme o pulsar gira, ele emite um feixe de ondas de rádio que podem ser detectadas por radiotelescópios. Ao analisar o padrão das ondas de rádio vindas de PSR J1719-1438, os cientistas suspeitaram da presença de um planeta no local.
As mudanças provocadas nos pulsos de rádio pela presença do planeta também informaram ao astrônomos sobre a composição do astro. Eles sabem, por exemplo, que a companheira do pulsar não pode ser feita de hidrogênio ou hélio.
Por outro lado, o planeta pode ser composto por carbono e oxigênio. A equipe tem confiança de que a densidade do astro indica que o planeta seria formado por um material em forma de cristais, assim como um diamante.
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Os astrônomos acreditam que o planeta de diamante seja, na verdade, o que restou de uma estrela com muita massa no passado, que teve boa parte de sua matéria "sugada" pelo pulsar.
Segundo o grupo, o astro de diamante deve ter menos de 60 mil quilômetros de diâmetro - valor 5 vezes maior que o da Terra. Mas a sua massa é maior que a Júpiter.
Ele completa uma volta ao redor do pulsar em apenas 2 horas e 10 minutos. A distância entre a estrela e o planeta também é pequena: 600 mil quilômetros, valor menor que o raio do Sol. A dupla pertence à Via Láctea e se encontra na direção da constelação da Serpente, distante 4 mil anos-luz da Terra.
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http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/08/astronomos-descobrem-planeta-feito-de-diamante-diz-estudo.html
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Ato de cozinhar foi inventado há 1,9 milhão de anos, diz estudo
O primeiro ancestral dos humanos modernos a dominar a habilidade de cozinhar provavelmente foi o Homo erectus, que evoluiu cerca de 1,9 milhão de anos atrás, segundo um estudo americano. A habilidade de cozinhar e processar alimentos permitiu ao Homo erectus, aos neandertais e ao Homo sapiens darem enormes saltos evolutivos que os diferenciou dos chimpanzés e de outros primatas, afirmaram cientistas da Universidade de Harvard.
Com base em análises de DNA, do tamanho do molar e da massa corporal entre primatas não humanos, humanos modernos e 14 hominídeos extintos, as descobertas, publicadas na edição de segunda-feira da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences sustentam estudos anteriores que sugerem que o Homo erectus devia dominar a arte de cozinhar. Preparar comida com ferramentas e fogo significava que mais calorias poderiam ser consumidas e menos tempo seria gasto na colheita e na alimentação.
O tamanho dos molares diminuiu e a massa corporal aumentou
Entre os primatas, animais com tamanhos corporais mais robustos desenvolvem molares maiores e levam mais tempo comendo. Grandes símios com tamanho similar ao dos humanos gastam cerca de 48% do dia consumindo calorias.
"O Homo erectus e o Homo neanderthalensis gastavam 6,1% e 7%, respectivamente de seu dia ativo comendo", destacou o estudo de Harvard, segundo o qual os humanos modernos gastam 4,7% de seu dia com alimentação.
"O tempo de alimentação humana e o tamanho do molar são realmente excepcionais em comparação com outros primatas e sua singularidade começou por volta do início do Pleistoceno", acrescentou o estudo, em alusão à era iniciada cerca de 2,5 milhões de anos atrás e que terminou há 11,7 mil anos.
A prática de cozinhar pode ter começado, na verdade, com outras espécies que também habitaram a África e antecederam o Homo erectus, incluindo o Homo habilis e o Homo rudolfensis. Em todo caso, as ferramentas e os comportamentos necessários para sustentar uma cultura culinária "relacionada com a alimentação e agora necessária para a sobrevivência de longo prazo dos humanos modernos evoluiu na época do Homo erectus e antes de nossa linhagem deixar a África", concluíram os cientistas
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5309579-EI8147,00-Ato+de+cozinhar+foi+inventado+ha+milhao+de+anos+diz+estudo.html
Com base em análises de DNA, do tamanho do molar e da massa corporal entre primatas não humanos, humanos modernos e 14 hominídeos extintos, as descobertas, publicadas na edição de segunda-feira da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences sustentam estudos anteriores que sugerem que o Homo erectus devia dominar a arte de cozinhar. Preparar comida com ferramentas e fogo significava que mais calorias poderiam ser consumidas e menos tempo seria gasto na colheita e na alimentação.
O tamanho dos molares diminuiu e a massa corporal aumentou
Entre os primatas, animais com tamanhos corporais mais robustos desenvolvem molares maiores e levam mais tempo comendo. Grandes símios com tamanho similar ao dos humanos gastam cerca de 48% do dia consumindo calorias.
"O Homo erectus e o Homo neanderthalensis gastavam 6,1% e 7%, respectivamente de seu dia ativo comendo", destacou o estudo de Harvard, segundo o qual os humanos modernos gastam 4,7% de seu dia com alimentação.
"O tempo de alimentação humana e o tamanho do molar são realmente excepcionais em comparação com outros primatas e sua singularidade começou por volta do início do Pleistoceno", acrescentou o estudo, em alusão à era iniciada cerca de 2,5 milhões de anos atrás e que terminou há 11,7 mil anos.
A prática de cozinhar pode ter começado, na verdade, com outras espécies que também habitaram a África e antecederam o Homo erectus, incluindo o Homo habilis e o Homo rudolfensis. Em todo caso, as ferramentas e os comportamentos necessários para sustentar uma cultura culinária "relacionada com a alimentação e agora necessária para a sobrevivência de longo prazo dos humanos modernos evoluiu na época do Homo erectus e antes de nossa linhagem deixar a África", concluíram os cientistas
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5309579-EI8147,00-Ato+de+cozinhar+foi+inventado+ha+milhao+de+anos+diz+estudo.html
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Bonobo vence chimpanzé em inteligência e surpreende cientistas
Uma fêmea de bonobo, paciente e perseverante, arrebatou de um grupo de chimpanzés machos o título de "primata mais inteligente do mundo" (depois do homem), em um concurso organizado por zoológicos belgas cujo resultado que surpreendeu os primatologistas.
Inspirado em um programa muito popular na TV belga, intitulado "O homem mais inteligente do mundo", o jogo que pôs em campos opostos bonobos do zoológico de Planckendael, em Malines, e os chimpanzés do zoo de Anvers, no noroeste da Bélgica, foi celebrado no começo de agosto com a vitória do primeiro grupo.
As seis provas consistiam em apresentar aos primatas das duas espécies os mesmos quebra-cabeças e labirintos a fim de que se valessem de uma manipulação engenhosa ou a ajuda de ferramentas rudimentares como galhos com folhas com o intuito de pegar laranjas ou nozes.
No começo, a iniciativa "era, acima de tudo, lúdica", explicou Jeroen Stevens, primatologista da Sociedade Real de Zoologia de Anvers (KMDA), que administra os dois zoológicos. A intenção era sensibilizar o público e financiar um projeto alternativo à caça de primatas em Camarões, onde a "carne de caça" costuma ser considerada uma iguaria.
Mas o resultado do concurso surpreendeu os cientistas. Jeroen Stevens esperava, na verdade, uma vitória dos chimpanzés, conhecidos por recorrer com frequência a galhos a fim de se alimentar com formigas ou cupins, ou de pedras para abrir nozes. Os bonobos também são capazes de usar ferramentas, mas sabidamente são menos hábeis e isto nunca havia sido observado na natureza, acrescentou.
Além disso, os chimpanzés foram acostumados por seus cuidadores aos labirintos, enquanto que os bonobos ficaram inicialmente assustados com os novos jogos.
Luta pelo poder
Jeroen Stevens não havia previsto os problemas políticos dos chimpanzés de Anvers, onde dois jovens machos começaram este verão a contestar o macho dominante que reinou no grupo por 10 anos. No contexto destas disputas de poder, os jogos propostos despertaram um interesse apenas limitado.
Entre os bonobos, uma sociedade mais pacífica e matriarcal, na qual o sexo serve para regular conflitos, foi uma jovem fêmea, Djanoa, que conseguiu, sozinha, completar quatro das seis provas. O primatologista resistiu, contudo, a concluir que os bonobos - cujo comportamento e as regras sociais ainda são pouco conhecidos - sejam mais inteligentes do que os chimpanzés.
Com a vitória de Djanoa, "a pesquisa só está começando" porque ela levanta novas questões, destacou Stevens. Djanoa venceu porque é a mais perseverante entre seus congêneres? Ou simplesmente porque ela é a única a realmente apreciar nozes? Ela foi bem sucedida em monopolizar os jogos, interditando o acesso dos demais, mesmo sem ser a fêmea dominante do grupo?
Em meio a questões como estas, os pesquisadores do zoo querem encontrar respostas, variando os alimentos colocados no jogo, oferecendo muitos simultaneamente ou ainda confrontando os animais individualmente com labirintos e quebra-cabeças.
Com apenas um acerto em seis registrado por um chimpanzé macho, o jogo também permitiu confirmar que tanto entre os bonobos quanto entre os chimpanzés - duas espécies que possuem 98% de genes em comum com os humanos - "as fêmeas são as mais dotadas para utilizar ferramentas", destacou o primatologista.
Mas é perigoso comparar espécies ou generalizar a uma espécie inteira conclusões sobre comprotamentos individuais, preveniu Jeroen Stevens. "Tanto quanto fazer paralelos entre o homem e o animal", completou.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5308139-EI8145,00-Bonobo+vence+chimpanze+em+inteligencia+e+surpreende+cientistas.html
Inspirado em um programa muito popular na TV belga, intitulado "O homem mais inteligente do mundo", o jogo que pôs em campos opostos bonobos do zoológico de Planckendael, em Malines, e os chimpanzés do zoo de Anvers, no noroeste da Bélgica, foi celebrado no começo de agosto com a vitória do primeiro grupo.
As seis provas consistiam em apresentar aos primatas das duas espécies os mesmos quebra-cabeças e labirintos a fim de que se valessem de uma manipulação engenhosa ou a ajuda de ferramentas rudimentares como galhos com folhas com o intuito de pegar laranjas ou nozes.
No começo, a iniciativa "era, acima de tudo, lúdica", explicou Jeroen Stevens, primatologista da Sociedade Real de Zoologia de Anvers (KMDA), que administra os dois zoológicos. A intenção era sensibilizar o público e financiar um projeto alternativo à caça de primatas em Camarões, onde a "carne de caça" costuma ser considerada uma iguaria.
Mas o resultado do concurso surpreendeu os cientistas. Jeroen Stevens esperava, na verdade, uma vitória dos chimpanzés, conhecidos por recorrer com frequência a galhos a fim de se alimentar com formigas ou cupins, ou de pedras para abrir nozes. Os bonobos também são capazes de usar ferramentas, mas sabidamente são menos hábeis e isto nunca havia sido observado na natureza, acrescentou.
Além disso, os chimpanzés foram acostumados por seus cuidadores aos labirintos, enquanto que os bonobos ficaram inicialmente assustados com os novos jogos.
Luta pelo poder
Jeroen Stevens não havia previsto os problemas políticos dos chimpanzés de Anvers, onde dois jovens machos começaram este verão a contestar o macho dominante que reinou no grupo por 10 anos. No contexto destas disputas de poder, os jogos propostos despertaram um interesse apenas limitado.
Entre os bonobos, uma sociedade mais pacífica e matriarcal, na qual o sexo serve para regular conflitos, foi uma jovem fêmea, Djanoa, que conseguiu, sozinha, completar quatro das seis provas. O primatologista resistiu, contudo, a concluir que os bonobos - cujo comportamento e as regras sociais ainda são pouco conhecidos - sejam mais inteligentes do que os chimpanzés.
Com a vitória de Djanoa, "a pesquisa só está começando" porque ela levanta novas questões, destacou Stevens. Djanoa venceu porque é a mais perseverante entre seus congêneres? Ou simplesmente porque ela é a única a realmente apreciar nozes? Ela foi bem sucedida em monopolizar os jogos, interditando o acesso dos demais, mesmo sem ser a fêmea dominante do grupo?
Em meio a questões como estas, os pesquisadores do zoo querem encontrar respostas, variando os alimentos colocados no jogo, oferecendo muitos simultaneamente ou ainda confrontando os animais individualmente com labirintos e quebra-cabeças.
Com apenas um acerto em seis registrado por um chimpanzé macho, o jogo também permitiu confirmar que tanto entre os bonobos quanto entre os chimpanzés - duas espécies que possuem 98% de genes em comum com os humanos - "as fêmeas são as mais dotadas para utilizar ferramentas", destacou o primatologista.
Mas é perigoso comparar espécies ou generalizar a uma espécie inteira conclusões sobre comprotamentos individuais, preveniu Jeroen Stevens. "Tanto quanto fazer paralelos entre o homem e o animal", completou.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5308139-EI8145,00-Bonobo+vence+chimpanze+em+inteligencia+e+surpreende+cientistas.html
Engenheiro colombiano cria marcapasso menor que grão de arroz
O engenheiro eletrônico colombiano Jorge Reynolds, criador do primeiro marcapasso, há 53 anos, anunciou neste final de semana o lançamento de um dispositivo que mede um terço de um grão de arroz e que não precisa de bateria. O anúncio da criação ocorreu durante o o 4º Salão de Inventores e Alta Tecnologia em Medellín, na Colômbia, segundo informações divulgadas neste domingo pela rádio Caracol.
Reynolds, 75 anos, foi o inventor do primeiro marcapasso artificial externo com eletrodos internos em 1958, que pesava quase 50 kg e funcionava com uma bateria de automóvel. O engenheiro destacou que sua nova invenção poderá ser acompanhada por cardiologistas "de qualquer parte do mundo" pelo computador e pela internet, e aproveitará a própria energia do coração - quando o órgão se contrai - para funcionar.
O novo nanomarcapasso, segundo seu criador, pode ser implantado facilmente em uma cirurgia ambulatorial. Reynolds disse que este dispositivo foi um trabalho de 11 anos do grupo de pesquisa Acompanhamento do Coração Via Satélite, que ele faz parte, e que conta com o apoio do Instituto de Tecnologia de Taiwan, de universidades dos Estados Unidos e de alguns países europeus.
Além disso, ele assinalou que em breve vai iniciar testes com animais e calculou que em cinco anos o dispositivo poderá ser implantado em pessoas. O engenheiro destacou também que outra vantagem do aparelho será seu custo, pois será vendido por cerca de US$ 1 mil, valor muito inferior aos US$ 12 mil que custam em média os aparelhos atuais, muito maiores que o novo e que exigem bateria.
Reynolds estudou as frequências do coração de atletas, paraquedistas e de diferentes animais - entre eles, fez várias pesquisas acústicas nas baleias jubarte (Megaptera novaeangliae) em águas do Oceano Pacífico colombiano.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5306791-EI298,00-Engenheiro+colombiano+cria+marcapasso+menor+que+grao+de+arroz.html
Reynolds, 75 anos, foi o inventor do primeiro marcapasso artificial externo com eletrodos internos em 1958, que pesava quase 50 kg e funcionava com uma bateria de automóvel. O engenheiro destacou que sua nova invenção poderá ser acompanhada por cardiologistas "de qualquer parte do mundo" pelo computador e pela internet, e aproveitará a própria energia do coração - quando o órgão se contrai - para funcionar.
O novo nanomarcapasso, segundo seu criador, pode ser implantado facilmente em uma cirurgia ambulatorial. Reynolds disse que este dispositivo foi um trabalho de 11 anos do grupo de pesquisa Acompanhamento do Coração Via Satélite, que ele faz parte, e que conta com o apoio do Instituto de Tecnologia de Taiwan, de universidades dos Estados Unidos e de alguns países europeus.
Além disso, ele assinalou que em breve vai iniciar testes com animais e calculou que em cinco anos o dispositivo poderá ser implantado em pessoas. O engenheiro destacou também que outra vantagem do aparelho será seu custo, pois será vendido por cerca de US$ 1 mil, valor muito inferior aos US$ 12 mil que custam em média os aparelhos atuais, muito maiores que o novo e que exigem bateria.
Reynolds estudou as frequências do coração de atletas, paraquedistas e de diferentes animais - entre eles, fez várias pesquisas acústicas nas baleias jubarte (Megaptera novaeangliae) em águas do Oceano Pacífico colombiano.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5306791-EI298,00-Engenheiro+colombiano+cria+marcapasso+menor+que+grao+de+arroz.html
domingo, 21 de agosto de 2011
O novo retrato da fé no Brasil
Pesquisas indicam o aumento da migração religiosa entre os brasileiros, o surgimento dos evangélicos não praticantes e o crescimento dos adeptos ao islã
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Acaba de nascer no País uma nova categoria religiosa, a dos evangélicos não praticantes. São os fiéis que creem, mas não pertencem a nenhuma denominação. O surgimento dela já era aguardado, uma vez que os católicos, ainda maioria, perdem espaço a cada ano para o conglomerado formado por protestantes históricos, pentecostais e neopentecostais. Sendo assim, é cada vez maior o número de brasileiros que nascem em berço evangélico – e, como muitos católicos, não praticam sua fé. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram, na semana passada, que evangélicos de origem que não mantêm vínculos com a crença saltaram, em seis anos, de insignificantes 0,7% para 2,9%. Em números absolutos, são quatro milhões de brasileiros a mais nessa condição. Essa é uma das constatações que estatísticos e pesquisadores estão produzindo recentemente, às quais ISTOÉ teve acesso, formando um novo panorama religioso no País.
Isso só é possível porque o universo espiritual está tomado por gente que constrói a sua fé sem seguir a cartilha de uma denominação. Se outrora o padre ou o pastor produziam sentido à vida das pessoas de muitas comunidades, atualmente celebridades, empresários e esportistas, só para citar três exemplos, dividem esse espaço com essas lideranças. Assim, muitas vezes, os fiéis interpretam a sua trajetória e o mundo que os cerca de uma maneira pessoal, sem se valer da orientação religiosa. Esse fenômeno, conhecido como secularização, revelou o enfraquecimento da transmissão das tradições, implicou a proliferação de igrejas e fez nascer a migração religiosa, uma prática presente até mesmo entre os que se dizem sem religião (ateus, agnósticos e os que creem em algo, mas não participam de nenhum grupo religioso). É muito provável, portanto, que os evangélicos pesquisados pelo IBGE que se disseram desvinculados da sua instituição estejam, como muitos brasileiros, experimentando outras crenças.
É cada vez maior a circulação de um fiel por diferentes denominações – ao mesmo tempo que decresce a lealdade a uma única instituição religiosa. Em 2006, um levantamento feito pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) e organizado pela especialista em sociologia da religião Sílvia Fernandes, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), verificou que cerca de um quarto dos 2.870 entrevistados já havia trocado de crença. Outro estudo, do ano passado, produzido pela professora Sandra Duarte de Souza, de ciências sociais e religião da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), para seu trabalho de pós-doutorado na Universidade de Campinas (Unicamp), revelou que 53% das pessoas (o universo pesquisado foi de 433 evangélicos) já haviam participado de outros grupos religiosos.
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“Os indivíduos estão numa fase de experimentação do religioso, seja ele institucionalizado ou não, e, nesse sentido, o desafio das igrejas estabelecidas é maior porque a pessoa pode escolher uma religião hoje e outra amanhã”, afirma Sílvia, da UFRRJ. “Os vínculos são mais frouxos, o que exige das instituições maior oferta de sentido para o fiel aderir a elas e permanecer. É tempo de mobilidade religiosa e pouca permanência.” Transitar por diferentes crenças é algo que já ocorre há algum tempo. A intensificação dessa prática, porém, tem produzido novos retratos. Denominadores comuns do mapa da circulação da fé pregam que católicos se tornam evangélicos ou espíritas, assim como pentecostais e neopentecostais recebem fiéis de religiões afro-brasileiras e do protestantismo histórico. Estudos recentes revelam também que o caminho contrário a essas peregrinações já é uma realidade.
Em sua dissertação de mestrado sobre as motivações de gênero para o trânsito de pentecostais para igrejas metodistas, defendida na Umesp, a psicóloga Patrícia Cristina da Silva Souza Alves verificou, depois de entrevistar 193 protestantes históricos, que 16,5% eram oriundos de igrejas pentecostais. Essa proporção era de 0,6% (27 vezes menor) em 1998, como consta no artigo “Trânsito religioso no Brasil”, produzido pelos pesquisadores Paula Montero e Ronaldo de Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Para Patrícia, o momento econômico do Brasil, que registra baixos índices de desemprego e ascensão socioeconômica da população, reduz a necessidade da bênção material, um dos principais chamarizes de uma parcela do pentecostalismo. “Por outro lado, desperta o olhar para valores inerentes ao cristianismo, como a ética e a moral cristã, bastante difundidas entre os protestantes históricos”, afirma.
Em busca desses valores, o serralheiro paraibano Marcos Aurélio Barbosa, 37 anos, passou a frequentar a Igreja Metodista há um ano e meio. Segundo ele, nela o culto é ofertado a Deus e não aos fiéis, como acontecia na pentecostal Assembleia de Deus, a instituição da qual Barbosa foi devoto por 16 anos, sendo sete como presbítero. O serralheiro cumpria à risca os rígidos usos e costumes impostos pela denominação. “Eu não vestia bermuda nem dormia sem camisa, não tinha tevê em casa, não bebia vinho, não ia ao cinema nem à praia porque era pecado”, conta. Com o tempo, o paraibano passou a questionar essas proibições e acabou migrando. “Na Metodista encontrei um Deus que perdoa, não um justiceiro.”
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A teóloga Lídia Maria de Lima irá defender até o final do ano uma dissertação de mestrado sobre o trânsito de evangélicos para religiões afro-brasileiras. A pesquisadora já entrevistou 60 umbandistas e candomblecistas e verificou que 35% deles eram evangélicos antes de entrar para os cultos afros. Preterir as denominações cristãs por religiões de origem africana é outro tipo de migração até então pouco comum. Não é, porém, uma movimentação tão traumática, uma vez que o currículo religioso dos ex-evangélicos convertidos à umbanda ou ao candomblé revela, quase sempre, passagens por grupos de matriz africana em algum momento de suas vidas. Pai de santo há dois anos, o contador Silvio Garcia, 52 anos, tem a ficha religiosa marcada por cinco denominações distintas – e a umbanda é uma delas. Foi aos 14 anos, frequentando reuniões na casa de uma vizinha, que Garcia, batizado na Igreja Católica, aprendeu as magias da umbanda. Nessa época, também era assíduo frequentador de centros espíritas. Aos 30, ele passou a cursar uma faculdade de teologia cristã e, com o diploma a tiracolo, tornou-se presbítero de uma igreja protestante. Um ano depois, migrou para uma pentecostal, onde pastoreou fiéis por seis anos. “Mas essas igrejas comercializam a figura de Cristo e eu não me sentia feliz com a minha fé”, diz.
A teóloga Lídia sugere que os sistemas simbólicos das religiões evangélica e afro-brasileira têm favorecido a circulação de fiéis da primeira para a segunda. “Há uma singularidade de ritos, como o fenômeno do transe. Um dos entrevistados me disse que muito do que presenciava na Igreja Universal (do Reino de Deus) ele encontrou na umbanda”, diz. Em suas pesquisas, fiéis do sexo feminino foram as que mais cometeram infidelidade religiosa (67%). Os motivos que levam homens e mulheres a migrar de religião (leia quadro à pág. 60) foram investigados pela professora Sandra, da Umesp. Em outubro, suas conclusões serão publicadas em “Filosofia do Gênero em Face da Teologia: Espelho do Passado e do Presente em Perspectiva do Amanhã” (Editora Champanhat).
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Uma diferença básica entre os sexos é que as mulheres mudam de religião em busca de graça para quem está a sua volta (a cura para filhos e maridos doentes ou a recuperação do casamento, por exemplo). Já os homens são motivados por problemas de fundo individual. Assim ocorreu com o empresário paulista Roberto Higuti, 45 anos, que se tornou evangélico para afastar o consumo e o tráfico de drogas de sua vida. Católico na infância, budista e adepto da Igreja Messiânica e da Seicho-No-Ie na adolescência, Higuti saiu de casa aos 15 anos e se tornou um fiel seguidor do mundo do crime. Sua relação com as drogas foi pontuada por internação em hospital psiquiátrico, prisão e duas tentativas de suicídio. Certo dia, cansado da falta de perspectivas, viu uma marca de cruz na parede, ajoelhou-se e disse: “Jesus, se tu existes mesmo, me tira dessa vida maldita.” Há cinco anos, o empresário é pastor da neopentecostal Igreja Bola de Neve, onde ministra dois cultos por semana. “Quero, agora, ganhar almas para o Senhor”, diz.
Antes de se fixar na Bola de Neve, Higuti experimentou outras quatro denominações evangélicas. Mobilidades intraevangélicas como as dele ocorrem com aproximadamente 40% dos adeptos de igrejas pentecostais e neopentecostais, segundo a especialista em sociologia da religião Sílvia, da UFRRJ. Os neopentecostais, porém, possuem uma particularidade. Seus fiéis trocam de igreja como quem descarta uma roupa velha: porque ela não serve mais. São a homogeneização da oferta religiosa e a maior visibilidade de algumas denominações que produzem esse efeito. “Esse grupo, antigamente, era o tal receptor universal de fiéis, para onde iam todas as religiões. Hoje, a singularidade dele é o fato de receber membros de outras neopentecostais”, diz Sandra, da Umesp. “Quanto mais acirrada a concorrência, maior a migração.” A exposição na mídia, fundamentalmente na tevê, é a principal estratégia dos neopentecostais para roubar adeptos da concorrente direta. E cada vez mais as pessoas estabelecem uma relação utilitária com a religião. De acordo com a pesquisadora Sandra, se não há o retorno (material, na maioria das vezes), o fiel procura outra prestadora de serviço religioso. Estima-se, por exemplo, que 70% dos atuais adeptos da Igreja Mundial – uma dissidente da Universal – tenham migrado para lá vindos da denominação de Edir Macedo. “Entre os neopentecostais não se busca mais um líder religioso, mas um mago que resolva tudo num estalar de dedos”, diz Sandra. “Essa magia faz sucesso, mas tem vida curta, uma vez que o fiel se afasta, caso não encontre logo o que quer.”
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Cansada de pular de uma crença para outra, a artesã paulista Lucina Alves, 57 anos, não sente mais necessidade de pertencer a uma igreja. Há oito anos, ela diz ser do grupo dos sem-religião. No entanto, recorre a ritos de fé, principalmente católicos, espíritas e da Seicho-No-Ie, sempre que sente vontade de zelar pelo bem-estar de alguém. “Há um mês, fui até uma benzedeira ligada ao espiritismo para ajudar meu filho que passava por problemas conjugais”, diz. Dados do artigo “Trânsito religioso no Brasil” revelaram que 30,7% das pessoas que se encontram na categoria dos sem-religião frequentam algum serviço religioso anualmente e 20,3% fazem o mesmo mais de uma vez por mês. “Já participei de reuniões evangélicas de orações em casa de familiares”, conta Lucina.
A artesã não cultua santos, crê em Deus, Jesus Cristo e acende vela para anjos. No campo das ciências da religião, manifestações espirituais como as dela são recentes e vêm sendo tema de novos estudos. A migração de brasileiros para o islã é outro fenômeno que cresce no País. O número de convertidos na comunidade muçulmana do Rio de Janeiro, por exemplo, saltou de 15% em 1997 para 85% em 2009. Ex-umbandista que hoje atende por Ahmad Abdul-Haqq, o policial militar paulista Mario Alves da Silva Filho tem um inventário religioso de dar inveja. Batizado no catolicismo, aos 9 anos estreou na umbanda em uma gira de caboclo e baianos. Um ano depois, juntando moedas que ganhava dos pais, comprou seu primeiro livro, sobre bruxaria. Aos 14, passou a frequentar a Federação Espírita paulista, onde fez cursos para trabalhar com incorporações e psicografia. Aos 17 anos, trabalhou em ordens esotéricas ao mesmo tempo que dava expediente na umbanda. O policial, mestrando em sociologia da religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), decidiu se converter ao islã quando fazia um retiro de padres jesuítas. Em uma noite, sonhou com um árabe que o indicava o islã como resposta para suas dúvidas. Aos 29 anos, ele entrou em uma mesquita e disse que queria ser muçulmano. Saiu dela batizado e, desde então, faz cinco orações e repete frases do “Alcorão” diariamente. “Descobri que sou uma criatura de Deus e voltarei ao seio do Criador.”
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Faz dez anos que o número de convertidos ao islã no País aumentou. E não são os atentados às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, que marcam esse novo fluxo, mas a novela “O Clone”, da Globo. Foi ela que “introduziu no imaginário cultural brasileiro imagens bastante positivas dos muçulmanos como pessoas alegres e devotadas à família”, como defende Paulo Hilu da Rocha Pinto em “Islã: Religião e Civilização – Uma Abordagem Antropológica” (Editora Santuário), de 2010. “De lá para cá, a conversão de brasileiros cresceu 25%. Em Salvador, 70% da comunidade é de convertidos”, diz a antropóloga Francirosy Ferreira, pesquisadora de comunidades muçulmanas da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto.
Assistente financeiro, o paulista Luan Nogueira, 23 anos, tornou-se muçulmano há um ano. Por indicação de um amigo, passou a pesquisar o islã e descobriu que o discurso estigmatizado criado após o 11 de setembro, que relacionava a religião à intolerância e à violência, não era verdadeiro. “Encontrei na mesquita e no “Alcorão” a ética da boa conduta”, diz. “Me sinto mais próximo de Deus no islã.” Para o professor Frank Usarski, do Centro de Estudo de Religiões Alternativas de Origem Oriental, da PUC-SP, o atrativo do islã é o fato de não ter perdido, diferentemente de outras religiões, a competência da interpretação completa da vida. “Ele oferece um guarda-chuva de referências para esferas como economia e ciência”, diz Usarski.
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Segundo o escritor Pinto, que também é professor de antropologia da religião na Universidade Federal Fluminense, o islã permite aos adeptos uma inserção e compreensão sobre questões atuais, como, por exemplo, a Palestina, a Guerra do Iraque e segurança internacional, para as quais outros sistemas religiosos talvez não deem respostas. “Se a adoção do cristianismo em contextos não europeus do século XIX pôde ser definida com uma conversão à modernidade, a entrada de brasileiros no islã pode ser vista como uma conversão à globalização”, escreve ele, em seu livro.
É cada vez mais comum, no País, fiéis rezando com a cartilha da autonomia religiosa. Esse chega para lá na fé institucionalizada tem conferido características mutantes na relação do brasileiro com o sagrado, defende a professora Sandra, de ciências sociais e religião da Umesp. “Deus é constituído de multiplicidade simbólica, é híbrido, pouco ortodoxo, redesenhado a lápis, cujos contornos podem ser apagados e refeitos de acordo com a novidade da próxima experiência.” Agora é o fiel quem quer empunhar a escrita de sua própria fé.
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http://www.istoe.com.br/reportagens/152980_O+NOVO+RETRATO+DA+FE+NO+BRASIL
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Acaba de nascer no País uma nova categoria religiosa, a dos evangélicos não praticantes. São os fiéis que creem, mas não pertencem a nenhuma denominação. O surgimento dela já era aguardado, uma vez que os católicos, ainda maioria, perdem espaço a cada ano para o conglomerado formado por protestantes históricos, pentecostais e neopentecostais. Sendo assim, é cada vez maior o número de brasileiros que nascem em berço evangélico – e, como muitos católicos, não praticam sua fé. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram, na semana passada, que evangélicos de origem que não mantêm vínculos com a crença saltaram, em seis anos, de insignificantes 0,7% para 2,9%. Em números absolutos, são quatro milhões de brasileiros a mais nessa condição. Essa é uma das constatações que estatísticos e pesquisadores estão produzindo recentemente, às quais ISTOÉ teve acesso, formando um novo panorama religioso no País.
Isso só é possível porque o universo espiritual está tomado por gente que constrói a sua fé sem seguir a cartilha de uma denominação. Se outrora o padre ou o pastor produziam sentido à vida das pessoas de muitas comunidades, atualmente celebridades, empresários e esportistas, só para citar três exemplos, dividem esse espaço com essas lideranças. Assim, muitas vezes, os fiéis interpretam a sua trajetória e o mundo que os cerca de uma maneira pessoal, sem se valer da orientação religiosa. Esse fenômeno, conhecido como secularização, revelou o enfraquecimento da transmissão das tradições, implicou a proliferação de igrejas e fez nascer a migração religiosa, uma prática presente até mesmo entre os que se dizem sem religião (ateus, agnósticos e os que creem em algo, mas não participam de nenhum grupo religioso). É muito provável, portanto, que os evangélicos pesquisados pelo IBGE que se disseram desvinculados da sua instituição estejam, como muitos brasileiros, experimentando outras crenças.
É cada vez maior a circulação de um fiel por diferentes denominações – ao mesmo tempo que decresce a lealdade a uma única instituição religiosa. Em 2006, um levantamento feito pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) e organizado pela especialista em sociologia da religião Sílvia Fernandes, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), verificou que cerca de um quarto dos 2.870 entrevistados já havia trocado de crença. Outro estudo, do ano passado, produzido pela professora Sandra Duarte de Souza, de ciências sociais e religião da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), para seu trabalho de pós-doutorado na Universidade de Campinas (Unicamp), revelou que 53% das pessoas (o universo pesquisado foi de 433 evangélicos) já haviam participado de outros grupos religiosos.
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“Os indivíduos estão numa fase de experimentação do religioso, seja ele institucionalizado ou não, e, nesse sentido, o desafio das igrejas estabelecidas é maior porque a pessoa pode escolher uma religião hoje e outra amanhã”, afirma Sílvia, da UFRRJ. “Os vínculos são mais frouxos, o que exige das instituições maior oferta de sentido para o fiel aderir a elas e permanecer. É tempo de mobilidade religiosa e pouca permanência.” Transitar por diferentes crenças é algo que já ocorre há algum tempo. A intensificação dessa prática, porém, tem produzido novos retratos. Denominadores comuns do mapa da circulação da fé pregam que católicos se tornam evangélicos ou espíritas, assim como pentecostais e neopentecostais recebem fiéis de religiões afro-brasileiras e do protestantismo histórico. Estudos recentes revelam também que o caminho contrário a essas peregrinações já é uma realidade.
Em sua dissertação de mestrado sobre as motivações de gênero para o trânsito de pentecostais para igrejas metodistas, defendida na Umesp, a psicóloga Patrícia Cristina da Silva Souza Alves verificou, depois de entrevistar 193 protestantes históricos, que 16,5% eram oriundos de igrejas pentecostais. Essa proporção era de 0,6% (27 vezes menor) em 1998, como consta no artigo “Trânsito religioso no Brasil”, produzido pelos pesquisadores Paula Montero e Ronaldo de Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Para Patrícia, o momento econômico do Brasil, que registra baixos índices de desemprego e ascensão socioeconômica da população, reduz a necessidade da bênção material, um dos principais chamarizes de uma parcela do pentecostalismo. “Por outro lado, desperta o olhar para valores inerentes ao cristianismo, como a ética e a moral cristã, bastante difundidas entre os protestantes históricos”, afirma.
Em busca desses valores, o serralheiro paraibano Marcos Aurélio Barbosa, 37 anos, passou a frequentar a Igreja Metodista há um ano e meio. Segundo ele, nela o culto é ofertado a Deus e não aos fiéis, como acontecia na pentecostal Assembleia de Deus, a instituição da qual Barbosa foi devoto por 16 anos, sendo sete como presbítero. O serralheiro cumpria à risca os rígidos usos e costumes impostos pela denominação. “Eu não vestia bermuda nem dormia sem camisa, não tinha tevê em casa, não bebia vinho, não ia ao cinema nem à praia porque era pecado”, conta. Com o tempo, o paraibano passou a questionar essas proibições e acabou migrando. “Na Metodista encontrei um Deus que perdoa, não um justiceiro.”
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A teóloga Lídia Maria de Lima irá defender até o final do ano uma dissertação de mestrado sobre o trânsito de evangélicos para religiões afro-brasileiras. A pesquisadora já entrevistou 60 umbandistas e candomblecistas e verificou que 35% deles eram evangélicos antes de entrar para os cultos afros. Preterir as denominações cristãs por religiões de origem africana é outro tipo de migração até então pouco comum. Não é, porém, uma movimentação tão traumática, uma vez que o currículo religioso dos ex-evangélicos convertidos à umbanda ou ao candomblé revela, quase sempre, passagens por grupos de matriz africana em algum momento de suas vidas. Pai de santo há dois anos, o contador Silvio Garcia, 52 anos, tem a ficha religiosa marcada por cinco denominações distintas – e a umbanda é uma delas. Foi aos 14 anos, frequentando reuniões na casa de uma vizinha, que Garcia, batizado na Igreja Católica, aprendeu as magias da umbanda. Nessa época, também era assíduo frequentador de centros espíritas. Aos 30, ele passou a cursar uma faculdade de teologia cristã e, com o diploma a tiracolo, tornou-se presbítero de uma igreja protestante. Um ano depois, migrou para uma pentecostal, onde pastoreou fiéis por seis anos. “Mas essas igrejas comercializam a figura de Cristo e eu não me sentia feliz com a minha fé”, diz.
A teóloga Lídia sugere que os sistemas simbólicos das religiões evangélica e afro-brasileira têm favorecido a circulação de fiéis da primeira para a segunda. “Há uma singularidade de ritos, como o fenômeno do transe. Um dos entrevistados me disse que muito do que presenciava na Igreja Universal (do Reino de Deus) ele encontrou na umbanda”, diz. Em suas pesquisas, fiéis do sexo feminino foram as que mais cometeram infidelidade religiosa (67%). Os motivos que levam homens e mulheres a migrar de religião (leia quadro à pág. 60) foram investigados pela professora Sandra, da Umesp. Em outubro, suas conclusões serão publicadas em “Filosofia do Gênero em Face da Teologia: Espelho do Passado e do Presente em Perspectiva do Amanhã” (Editora Champanhat).
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Uma diferença básica entre os sexos é que as mulheres mudam de religião em busca de graça para quem está a sua volta (a cura para filhos e maridos doentes ou a recuperação do casamento, por exemplo). Já os homens são motivados por problemas de fundo individual. Assim ocorreu com o empresário paulista Roberto Higuti, 45 anos, que se tornou evangélico para afastar o consumo e o tráfico de drogas de sua vida. Católico na infância, budista e adepto da Igreja Messiânica e da Seicho-No-Ie na adolescência, Higuti saiu de casa aos 15 anos e se tornou um fiel seguidor do mundo do crime. Sua relação com as drogas foi pontuada por internação em hospital psiquiátrico, prisão e duas tentativas de suicídio. Certo dia, cansado da falta de perspectivas, viu uma marca de cruz na parede, ajoelhou-se e disse: “Jesus, se tu existes mesmo, me tira dessa vida maldita.” Há cinco anos, o empresário é pastor da neopentecostal Igreja Bola de Neve, onde ministra dois cultos por semana. “Quero, agora, ganhar almas para o Senhor”, diz.
Antes de se fixar na Bola de Neve, Higuti experimentou outras quatro denominações evangélicas. Mobilidades intraevangélicas como as dele ocorrem com aproximadamente 40% dos adeptos de igrejas pentecostais e neopentecostais, segundo a especialista em sociologia da religião Sílvia, da UFRRJ. Os neopentecostais, porém, possuem uma particularidade. Seus fiéis trocam de igreja como quem descarta uma roupa velha: porque ela não serve mais. São a homogeneização da oferta religiosa e a maior visibilidade de algumas denominações que produzem esse efeito. “Esse grupo, antigamente, era o tal receptor universal de fiéis, para onde iam todas as religiões. Hoje, a singularidade dele é o fato de receber membros de outras neopentecostais”, diz Sandra, da Umesp. “Quanto mais acirrada a concorrência, maior a migração.” A exposição na mídia, fundamentalmente na tevê, é a principal estratégia dos neopentecostais para roubar adeptos da concorrente direta. E cada vez mais as pessoas estabelecem uma relação utilitária com a religião. De acordo com a pesquisadora Sandra, se não há o retorno (material, na maioria das vezes), o fiel procura outra prestadora de serviço religioso. Estima-se, por exemplo, que 70% dos atuais adeptos da Igreja Mundial – uma dissidente da Universal – tenham migrado para lá vindos da denominação de Edir Macedo. “Entre os neopentecostais não se busca mais um líder religioso, mas um mago que resolva tudo num estalar de dedos”, diz Sandra. “Essa magia faz sucesso, mas tem vida curta, uma vez que o fiel se afasta, caso não encontre logo o que quer.”
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Cansada de pular de uma crença para outra, a artesã paulista Lucina Alves, 57 anos, não sente mais necessidade de pertencer a uma igreja. Há oito anos, ela diz ser do grupo dos sem-religião. No entanto, recorre a ritos de fé, principalmente católicos, espíritas e da Seicho-No-Ie, sempre que sente vontade de zelar pelo bem-estar de alguém. “Há um mês, fui até uma benzedeira ligada ao espiritismo para ajudar meu filho que passava por problemas conjugais”, diz. Dados do artigo “Trânsito religioso no Brasil” revelaram que 30,7% das pessoas que se encontram na categoria dos sem-religião frequentam algum serviço religioso anualmente e 20,3% fazem o mesmo mais de uma vez por mês. “Já participei de reuniões evangélicas de orações em casa de familiares”, conta Lucina.
A artesã não cultua santos, crê em Deus, Jesus Cristo e acende vela para anjos. No campo das ciências da religião, manifestações espirituais como as dela são recentes e vêm sendo tema de novos estudos. A migração de brasileiros para o islã é outro fenômeno que cresce no País. O número de convertidos na comunidade muçulmana do Rio de Janeiro, por exemplo, saltou de 15% em 1997 para 85% em 2009. Ex-umbandista que hoje atende por Ahmad Abdul-Haqq, o policial militar paulista Mario Alves da Silva Filho tem um inventário religioso de dar inveja. Batizado no catolicismo, aos 9 anos estreou na umbanda em uma gira de caboclo e baianos. Um ano depois, juntando moedas que ganhava dos pais, comprou seu primeiro livro, sobre bruxaria. Aos 14, passou a frequentar a Federação Espírita paulista, onde fez cursos para trabalhar com incorporações e psicografia. Aos 17 anos, trabalhou em ordens esotéricas ao mesmo tempo que dava expediente na umbanda. O policial, mestrando em sociologia da religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), decidiu se converter ao islã quando fazia um retiro de padres jesuítas. Em uma noite, sonhou com um árabe que o indicava o islã como resposta para suas dúvidas. Aos 29 anos, ele entrou em uma mesquita e disse que queria ser muçulmano. Saiu dela batizado e, desde então, faz cinco orações e repete frases do “Alcorão” diariamente. “Descobri que sou uma criatura de Deus e voltarei ao seio do Criador.”
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Faz dez anos que o número de convertidos ao islã no País aumentou. E não são os atentados às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, que marcam esse novo fluxo, mas a novela “O Clone”, da Globo. Foi ela que “introduziu no imaginário cultural brasileiro imagens bastante positivas dos muçulmanos como pessoas alegres e devotadas à família”, como defende Paulo Hilu da Rocha Pinto em “Islã: Religião e Civilização – Uma Abordagem Antropológica” (Editora Santuário), de 2010. “De lá para cá, a conversão de brasileiros cresceu 25%. Em Salvador, 70% da comunidade é de convertidos”, diz a antropóloga Francirosy Ferreira, pesquisadora de comunidades muçulmanas da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto.
Assistente financeiro, o paulista Luan Nogueira, 23 anos, tornou-se muçulmano há um ano. Por indicação de um amigo, passou a pesquisar o islã e descobriu que o discurso estigmatizado criado após o 11 de setembro, que relacionava a religião à intolerância e à violência, não era verdadeiro. “Encontrei na mesquita e no “Alcorão” a ética da boa conduta”, diz. “Me sinto mais próximo de Deus no islã.” Para o professor Frank Usarski, do Centro de Estudo de Religiões Alternativas de Origem Oriental, da PUC-SP, o atrativo do islã é o fato de não ter perdido, diferentemente de outras religiões, a competência da interpretação completa da vida. “Ele oferece um guarda-chuva de referências para esferas como economia e ciência”, diz Usarski.
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Segundo o escritor Pinto, que também é professor de antropologia da religião na Universidade Federal Fluminense, o islã permite aos adeptos uma inserção e compreensão sobre questões atuais, como, por exemplo, a Palestina, a Guerra do Iraque e segurança internacional, para as quais outros sistemas religiosos talvez não deem respostas. “Se a adoção do cristianismo em contextos não europeus do século XIX pôde ser definida com uma conversão à modernidade, a entrada de brasileiros no islã pode ser vista como uma conversão à globalização”, escreve ele, em seu livro.
É cada vez mais comum, no País, fiéis rezando com a cartilha da autonomia religiosa. Esse chega para lá na fé institucionalizada tem conferido características mutantes na relação do brasileiro com o sagrado, defende a professora Sandra, de ciências sociais e religião da Umesp. “Deus é constituído de multiplicidade simbólica, é híbrido, pouco ortodoxo, redesenhado a lápis, cujos contornos podem ser apagados e refeitos de acordo com a novidade da próxima experiência.” Agora é o fiel quem quer empunhar a escrita de sua própria fé.
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http://www.istoe.com.br/reportagens/152980_O+NOVO+RETRATO+DA+FE+NO+BRASIL
sábado, 20 de agosto de 2011
Cientistas conseguem estudar explosão solar antes dela ocorrer
Erupções solares emergem do interior do Sol como fortes campos magnéticos e explodem em direção à superfície
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As observações das missões solares Soho e Stereo da Nasa (agência espacial americana) revelaram novos dados que ajudarão na compreensão da influência sobre a Terra e na evolução das tempestades solares, que podem prejudicar satélites e causar erros nas comunicações.
Cientistas da Universidade de Standford (Califórnia) projetaram um novo método para detectar as chamadas "ejeções de massa coronal" (CMEs, da sigla em inglês) causadoras das auroras boreais mas também das interrupções nas comunicações.
Segundo o estudo publicado na revista "Science", essas erupções solares emergem do interior do Sol como fortes campos magnéticos, explodem em direção à superfície e formam uma enorme bolha de plasma magnética, o que provoca uma onda que se expande rumo ao Sistema Solar.
Sua existência está documentada, mas os cientistas continuam pesquisando uma forma de detectá-las antes que se formem e, assim, evitar suas consequências, já que, além das comunicações, estas ejeções são perigosas para os astronautas no espaço e podem provocar blecautes elétricos na Terra, entre outras incidências.
Utilizando as observações com o Observatório Solar e Heliosférico Soho, uma missão conjunta da Nasa e da ESA (Agência Espacial Europeia, na sigla em inglês), o professor Stathis Ilonidis e sua equipe foram capazes de detectar sinais da formação de manchas solares emergentes antes que chegassem à superfície do Sol.
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Os cientistas descobriram que os campos magnéticos que formam manchas solares são gerados pelo menos 65 mil quilômetros abaixo da superfície e calcularam a velocidade na qual emergem, por isso que conseguiram estabelecer uma relação para se adiantar.
O estudo publicado na revista "Science" indica que os campos magnéticos emergem de 0.3 a 0.6 quilômetros por segundo e provocam manchas solares um ou dois dias após ser inicialmente detectados.
Na quinta-feira (18), a Nasa apresentou novas imagens tiradas pelas naves gêmeas Stereo, que foram lançadas em 2006, para melhorar a capacidade de prever as tempestades solares.
Segundo a agência, a nitidez vai proporcionar melhor observação das explosões solares e realizar, como consequência, melhores prognósticos.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/962286-cientistas-conseguem-estudar-explosao-solar-antes-dela-ocorrer.shtml
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As observações das missões solares Soho e Stereo da Nasa (agência espacial americana) revelaram novos dados que ajudarão na compreensão da influência sobre a Terra e na evolução das tempestades solares, que podem prejudicar satélites e causar erros nas comunicações.
Cientistas da Universidade de Standford (Califórnia) projetaram um novo método para detectar as chamadas "ejeções de massa coronal" (CMEs, da sigla em inglês) causadoras das auroras boreais mas também das interrupções nas comunicações.
Segundo o estudo publicado na revista "Science", essas erupções solares emergem do interior do Sol como fortes campos magnéticos, explodem em direção à superfície e formam uma enorme bolha de plasma magnética, o que provoca uma onda que se expande rumo ao Sistema Solar.
Sua existência está documentada, mas os cientistas continuam pesquisando uma forma de detectá-las antes que se formem e, assim, evitar suas consequências, já que, além das comunicações, estas ejeções são perigosas para os astronautas no espaço e podem provocar blecautes elétricos na Terra, entre outras incidências.
Utilizando as observações com o Observatório Solar e Heliosférico Soho, uma missão conjunta da Nasa e da ESA (Agência Espacial Europeia, na sigla em inglês), o professor Stathis Ilonidis e sua equipe foram capazes de detectar sinais da formação de manchas solares emergentes antes que chegassem à superfície do Sol.
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Os cientistas descobriram que os campos magnéticos que formam manchas solares são gerados pelo menos 65 mil quilômetros abaixo da superfície e calcularam a velocidade na qual emergem, por isso que conseguiram estabelecer uma relação para se adiantar.
O estudo publicado na revista "Science" indica que os campos magnéticos emergem de 0.3 a 0.6 quilômetros por segundo e provocam manchas solares um ou dois dias após ser inicialmente detectados.
Na quinta-feira (18), a Nasa apresentou novas imagens tiradas pelas naves gêmeas Stereo, que foram lançadas em 2006, para melhorar a capacidade de prever as tempestades solares.
Segundo a agência, a nitidez vai proporcionar melhor observação das explosões solares e realizar, como consequência, melhores prognósticos.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/962286-cientistas-conseguem-estudar-explosao-solar-antes-dela-ocorrer.shtml
Cientistas criam bactéria sintética contra infecção hospitalar
Biólogos de Cingapura projetaram uma bactéria sintética que detecta e destrói a Pseudomonas aeruginosa, uma das principais causadoras das infecções hospitalares.
Os cientistas, que publicaram seu trabalho nesta terça-feira em "Molecular Systems Biology", esperam que esta tecnologia sirva para desenvolver novos métodos para combater bactérias que são cada vez mais resistentes aos antibióticos.
Apesar de estudos anteriores, os cientistas demonstraram o potencial das bactérias criadas para tratar infecções, e esta é a primeira vez que uma destas bactérias sintéticas consegue detectar e eliminar um patogênico específico em um cultivo de laboratório, disse um dos autores, Matthew Wook Chang, da Universidade Tecnológica Nanyang de Cingapura.
Segundo Chang, o próximo passo será experimentar em animais, antes que se possam realizar testes clínicos com humanos. O tratamento poderia administrar-se em forma de pastilha ou de bebida probiótica.
A P. aeruginosa pode causar infecções respiratórias e gastrintestinais frequentemente letais em pacientes gravemente doentes e com o sistema imunológico fraco, sobretudo em hospitais. A bactéria é cada vez mais resistente aos antibióticos, o que torna mais urgente a necessidade de novos tratamentos, afirma o estudo.
Para combatê-la, os pesquisadores desenvolveram uma variante da Escherichia coli, uma bactéria presente no intestino dos humanos, que combinada com partes da própria P. aeruginosa pode detectá-la e destruí-la.
A vantagem deste sistema em relação aos antibióticos é que permite prevenir as infecções, assinalaram os autores. "Se nossas bactérias projetadas já estão presentes no intestino humano podem destruir os patógenos infecciosos enquanto penetram no intestino, inclusive antes que se produza uma infecção grave", explicaram.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/960534-cientistas-criam-bacteria-sintetica-contra-infeccao-hospitalar.shtml
Os cientistas, que publicaram seu trabalho nesta terça-feira em "Molecular Systems Biology", esperam que esta tecnologia sirva para desenvolver novos métodos para combater bactérias que são cada vez mais resistentes aos antibióticos.
Apesar de estudos anteriores, os cientistas demonstraram o potencial das bactérias criadas para tratar infecções, e esta é a primeira vez que uma destas bactérias sintéticas consegue detectar e eliminar um patogênico específico em um cultivo de laboratório, disse um dos autores, Matthew Wook Chang, da Universidade Tecnológica Nanyang de Cingapura.
Segundo Chang, o próximo passo será experimentar em animais, antes que se possam realizar testes clínicos com humanos. O tratamento poderia administrar-se em forma de pastilha ou de bebida probiótica.
A P. aeruginosa pode causar infecções respiratórias e gastrintestinais frequentemente letais em pacientes gravemente doentes e com o sistema imunológico fraco, sobretudo em hospitais. A bactéria é cada vez mais resistente aos antibióticos, o que torna mais urgente a necessidade de novos tratamentos, afirma o estudo.
Para combatê-la, os pesquisadores desenvolveram uma variante da Escherichia coli, uma bactéria presente no intestino dos humanos, que combinada com partes da própria P. aeruginosa pode detectá-la e destruí-la.
A vantagem deste sistema em relação aos antibióticos é que permite prevenir as infecções, assinalaram os autores. "Se nossas bactérias projetadas já estão presentes no intestino humano podem destruir os patógenos infecciosos enquanto penetram no intestino, inclusive antes que se produza uma infecção grave", explicaram.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/960534-cientistas-criam-bacteria-sintetica-contra-infeccao-hospitalar.shtml
Sexo evoluiu por dar resistência a parasitas, afirma estudo
Experimentos com vermes e bactérias dão mais peso a uma teoria que explica a origem da reprodução sexual. É a primeira vez que se faz um estudo em laboratório da coevolução entre parasita e hospedeiro para testar as vantagens evolutivas do sexo.
Uma população que se reproduz sem sexo, duplicando todos seus genes, cresce no dobro da rapidez de outra que pratique a coisa, pois não são necessários dois indivíduos para procriar como na reprodução sexual. Essa aparente ineficiência do sexo está envolta em mistério.
Os experimentos feitos por Levi Morran e colegas da Universidade de Indiana (EUA). publicados na "Science", mostraram que o sexo permitiu ao verme milimétrico da espécie Caenorhabditis elegans produzir prole geneticamente diversa e mais resistente à bactéria causadora de doenças Serratia marcescens.
"Não sei dizer por que ninguém tentou esse estudo em particular antes do meu grupo. O campo da biologia evolutiva está só agora começando a explorar a coevolução experimental, a prática de permitir que múltiplas espécies evoluam conjuntamente no laboratório, como uma ferramenta de pesquisa", disse Morran à Folha.
O Caenorhabditis elegans pode ser hermafrodita ou macho. Numa população selvagem, entre 20% e 30% são machos. Mas, na presença da bactéria parasita coevoluindo, a frequência de reprodução via sexo passa a ser quase 90%. Os que fazem sexo com outros indivíduos apresentaram mais resistência.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/960730-sexo-evoluiu-por-dar-resistencia-a-parasitas-afirma-estudo.shtml
Uma população que se reproduz sem sexo, duplicando todos seus genes, cresce no dobro da rapidez de outra que pratique a coisa, pois não são necessários dois indivíduos para procriar como na reprodução sexual. Essa aparente ineficiência do sexo está envolta em mistério.
Os experimentos feitos por Levi Morran e colegas da Universidade de Indiana (EUA). publicados na "Science", mostraram que o sexo permitiu ao verme milimétrico da espécie Caenorhabditis elegans produzir prole geneticamente diversa e mais resistente à bactéria causadora de doenças Serratia marcescens.
"Não sei dizer por que ninguém tentou esse estudo em particular antes do meu grupo. O campo da biologia evolutiva está só agora começando a explorar a coevolução experimental, a prática de permitir que múltiplas espécies evoluam conjuntamente no laboratório, como uma ferramenta de pesquisa", disse Morran à Folha.
O Caenorhabditis elegans pode ser hermafrodita ou macho. Numa população selvagem, entre 20% e 30% são machos. Mas, na presença da bactéria parasita coevoluindo, a frequência de reprodução via sexo passa a ser quase 90%. Os que fazem sexo com outros indivíduos apresentaram mais resistência.
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/960730-sexo-evoluiu-por-dar-resistencia-a-parasitas-afirma-estudo.shtml
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Navegar na web durante o trabalho pode melhorar produtividade
Estudo diz que cérebro se recupera melhor ao realizar atividade.
Proibir navegação faz funcionário acessar ainda mais a web.
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Um estudo realizado pela Universidade Nacional de Cingapura afirma que navegar na internet, atualizar o Facebook ou publicar mensagens no Twitter no trabalho pode aumentar a produtividade.
De acordo com os cientistas que realizaram o estudo com 96 pessoas, "navegar na web ajuda o indivíduo a se recuperar". Na prática, o uso da web ou o acesso em redes sociais pode ajudar o trabalhador a se recuperar mentalmente após longos períodos de trabalho.
O estudo afirma que navegar na internet é melhor para a produtividade do que conversar ou mandar mensagens para amigos pelo celular ou por e-mail. Ainda, a universidade aponta que tentar proibir que o funcionário de acessar a web só faz o indivíduo navegar ainda mais
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http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/08/navegar-na-web-durante-o-trabalho-pode-melhorar-produtividade.html
Proibir navegação faz funcionário acessar ainda mais a web.
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Um estudo realizado pela Universidade Nacional de Cingapura afirma que navegar na internet, atualizar o Facebook ou publicar mensagens no Twitter no trabalho pode aumentar a produtividade.
De acordo com os cientistas que realizaram o estudo com 96 pessoas, "navegar na web ajuda o indivíduo a se recuperar". Na prática, o uso da web ou o acesso em redes sociais pode ajudar o trabalhador a se recuperar mentalmente após longos períodos de trabalho.
O estudo afirma que navegar na internet é melhor para a produtividade do que conversar ou mandar mensagens para amigos pelo celular ou por e-mail. Ainda, a universidade aponta que tentar proibir que o funcionário de acessar a web só faz o indivíduo navegar ainda mais
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http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/08/navegar-na-web-durante-o-trabalho-pode-melhorar-produtividade.html
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Nasa fotografa pulsar que parece ter 'cauda'; veja imagem
O pulsar PSR J0357 está localizado a aproximadamente 1.600 anos-luz da Terra e foi descoberto em 2009
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Um pulsar localizado a cerca de 1.600 anos-luz da Terra parece aparentemente ter uma cauda na fotografia tirada pelo telescópio do observatório Chandra, que pertence à Nasa (agência espacial americana).
Conhecido oficialmente como PSR J0357+3205 --ou pela abreviação PSR J0357--, ele aparece na área superior, à direita, na foto.
Os dois objetos luminosos visíveis na extremidade esquerda da cauda, especulam os cientistas, parecem estar fora da nossa galáxia.
O pulsar, que é uma estrela de nêutron, foi descoberto em 2009 por outro telescópio, o Fermi
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/961646-nasa-fotografa-pulsar-que-parece-ter-cauda-veja-imagem.shtml
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Um pulsar localizado a cerca de 1.600 anos-luz da Terra parece aparentemente ter uma cauda na fotografia tirada pelo telescópio do observatório Chandra, que pertence à Nasa (agência espacial americana).
Conhecido oficialmente como PSR J0357+3205 --ou pela abreviação PSR J0357--, ele aparece na área superior, à direita, na foto.
Os dois objetos luminosos visíveis na extremidade esquerda da cauda, especulam os cientistas, parecem estar fora da nossa galáxia.
O pulsar, que é uma estrela de nêutron, foi descoberto em 2009 por outro telescópio, o Fermi
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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/961646-nasa-fotografa-pulsar-que-parece-ter-cauda-veja-imagem.shtml
Cientistas treinam cães para farejar câncer de pulmão
Cães podem farejar o cheiro de um câncer de pulmão muito antes que os sintomas apareçam, dizem pesquisadores alemães. É a primeira vez que cientistas estudam a capacidade dos cães em detectar a doença, mas o estudo indica que os animais podem receber treinamento para alertar sobre a presença do câncer. A pesquisa foi realizada no hospital Schillerhoehe, na Alemanha, segundo informações do jornal britânico Daily Mail.
Geralmente, o câncer de pulmão é descoberto em estágio já avançado, já que os sintomas não aparecem na fase inicial. Por isso, os cães farejadores poderiam ajudar a salvar vidas. Nos testes realizados na Alemanha, os cães identificaram com sucesso 70% dos casos de câncer, mas os cientistas ainda não sabem qual a substância exata que eles detectam.
O estudo incluiu 220 voluntários entre pessoas com câncer e saudáveis e três cachorros. Mesmo o uso de cigarro ou de remédios não afetou a habilidade dos cães farejadores. Cientistas ainda não sabem se a técnica pode ser usada em grande escala, já que o custo de treinar os cães é alto. Mas a pesquisa segue em andamento
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5302254-EI8147,00-Cientistas+treinam+caes+para+farejar+cancer+de+pulmao.html
Geralmente, o câncer de pulmão é descoberto em estágio já avançado, já que os sintomas não aparecem na fase inicial. Por isso, os cães farejadores poderiam ajudar a salvar vidas. Nos testes realizados na Alemanha, os cães identificaram com sucesso 70% dos casos de câncer, mas os cientistas ainda não sabem qual a substância exata que eles detectam.
O estudo incluiu 220 voluntários entre pessoas com câncer e saudáveis e três cachorros. Mesmo o uso de cigarro ou de remédios não afetou a habilidade dos cães farejadores. Cientistas ainda não sabem se a técnica pode ser usada em grande escala, já que o custo de treinar os cães é alto. Mas a pesquisa segue em andamento
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5302254-EI8147,00-Cientistas+treinam+caes+para+farejar+cancer+de+pulmao.html
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
A Lua é milhões de anos mais jovem do que se pensava, diz estudo
Novas análises de uma rocha trazida da Lua em 1972 pela missão Apollo 16 sugere que o satélite natural da Terra é milhões de anos mais jovem do que se pensava anteriormente. Os cientistas ainda afirmaram que possivelmente as teorias sobre como a superfície lunar esfriou nos seus primeiros anos estão totalmente erradas. As informações são da revista especializada Science.
A teoria vigente até agora propõe que, há mais de 4,5 bilhões de ano, um corpo celeste do tamanho de Marte colidiu com a Terra e grandes volume de material derretido foi lançado ao espaço e, ao resfriar-se, se solidificou no que hoje é a Lua. Mas pesquisadores do laboratório nacional Lawrence Livermore, nos Estados Unidos, acreditam que a Lua surgiu muito tempo depois do que se pensava.
Eles utilizaram diferentes técnicas para calcular a idade da rocha lunar, medindo os níveis de metais, minerais e isótopos de samário, e estimaram que o material se resfriou e solidificou há cerca de 4,36 bilhões de anos. É a primeira vez que uma mesma rocha é analisada com diferentes técnicas de cálculo de idade. Por sua estrutura, os cientistas estão bastante seguros que a rocha se formou ao mesmo tempo que o satélite.
As novas descobertas indicam que ou a estimativa da idade da Lua estava errada em milhões de anos, ou a teoria de como ela surgiu é que estava equivocada. No segundo caso, cientistas precisarão criar novas teorias para explicar como a matéria espacial se resfria e se solidifica. A equipe seguirá estudando esta e outras pedras trazidas da Lua.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5301209-EI301,00-A+Lua+e+milhoes+de+anos+mais+jovem+do+que+se+pensava+diz+estudo.html
A teoria vigente até agora propõe que, há mais de 4,5 bilhões de ano, um corpo celeste do tamanho de Marte colidiu com a Terra e grandes volume de material derretido foi lançado ao espaço e, ao resfriar-se, se solidificou no que hoje é a Lua. Mas pesquisadores do laboratório nacional Lawrence Livermore, nos Estados Unidos, acreditam que a Lua surgiu muito tempo depois do que se pensava.
Eles utilizaram diferentes técnicas para calcular a idade da rocha lunar, medindo os níveis de metais, minerais e isótopos de samário, e estimaram que o material se resfriou e solidificou há cerca de 4,36 bilhões de anos. É a primeira vez que uma mesma rocha é analisada com diferentes técnicas de cálculo de idade. Por sua estrutura, os cientistas estão bastante seguros que a rocha se formou ao mesmo tempo que o satélite.
As novas descobertas indicam que ou a estimativa da idade da Lua estava errada em milhões de anos, ou a teoria de como ela surgiu é que estava equivocada. No segundo caso, cientistas precisarão criar novas teorias para explicar como a matéria espacial se resfria e se solidifica. A equipe seguirá estudando esta e outras pedras trazidas da Lua.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5301209-EI301,00-A+Lua+e+milhoes+de+anos+mais+jovem+do+que+se+pensava+diz+estudo.html
Empresa russa quer criar 'hotel espacial' até 2016
A empresa russa Orbital Technologies revelou planos para criar o que chama de 'hotel espacial' para hospedar turistas na órbita da Terra
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A empresa russa Orbital Technologies revelou planos para criar o que chama de "hotel espacial" para hospedar turistas na órbita da Terra. O objetivo é até 2016 construir, lançar e operar a Commercial Space Station (CSS, na sigla em inglês), uma estação para acomodar turistas espaciais.
Estimativas iniciais calculam que o preço de uma estada de cinco dias seria por volta de R$ 260 mil. Até hoje, cerca de 500 pessoas foram mandadas ao espaço. Com exceção de alguns poucos milionários, todos foram astronautas ou cosmonautas treinados.
Camas verticais
A CSS deve orbitar a 330 km de altura e ser acessível por meio de foguetes russos Soyuz. A estação terá espaço para sete convidados em quatro cabines em seus quase 20 metros cúbicos.
Os hóspedes vão poder escolher entre camas verticais ou horizontais, para fazer uso da falta de gravidade. Os chuveiros vão ser totalmente vedados para evitar o vazamento de água.
Eles vão poder apreciar a vista através das amplas janelas. As refeições na CSS devem ser preparadas de acordo com o gosto dos clientes, por chefs famosos.
A Orbital Technologies é uma afiliada da RSC Energia, a principal empresa contratada para operar a Estação Espacial Internacional e a operadora de todas as estações espaciais soviéticas e russas.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5300206-EI301,00-Empresa+russa+quer+criar+hotel+espacial+ate.html
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A empresa russa Orbital Technologies revelou planos para criar o que chama de "hotel espacial" para hospedar turistas na órbita da Terra. O objetivo é até 2016 construir, lançar e operar a Commercial Space Station (CSS, na sigla em inglês), uma estação para acomodar turistas espaciais.
Estimativas iniciais calculam que o preço de uma estada de cinco dias seria por volta de R$ 260 mil. Até hoje, cerca de 500 pessoas foram mandadas ao espaço. Com exceção de alguns poucos milionários, todos foram astronautas ou cosmonautas treinados.
Camas verticais
A CSS deve orbitar a 330 km de altura e ser acessível por meio de foguetes russos Soyuz. A estação terá espaço para sete convidados em quatro cabines em seus quase 20 metros cúbicos.
Os hóspedes vão poder escolher entre camas verticais ou horizontais, para fazer uso da falta de gravidade. Os chuveiros vão ser totalmente vedados para evitar o vazamento de água.
Eles vão poder apreciar a vista através das amplas janelas. As refeições na CSS devem ser preparadas de acordo com o gosto dos clientes, por chefs famosos.
A Orbital Technologies é uma afiliada da RSC Energia, a principal empresa contratada para operar a Estação Espacial Internacional e a operadora de todas as estações espaciais soviéticas e russas.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5300206-EI301,00-Empresa+russa+quer+criar+hotel+espacial+ate.html
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Estudo mostra que as unhas apareceram nos primatas há 55 milhões de anos
Ao contrário do que indicam estudos anteriores, as unhas dos dedos começaram a aparecer em primatas pequenos há 55 milhões de anos atrás, segundo uma pesquisa elaborada por cientistas da Universidade da Flórida e publicado na edição digital do "American Journal of Physical Anthropology".
A universidade, em colaboração com outros centros de pesquisa, analisou os fósseis mais antigos que se tem da existência das unhas. Suas ideias se opõem às teorias de que essa estrutura orgânica anexa à pele começou a se desenvolver quando os primatas foram ganhando tamanho ao longo da evolução.
O material analisado consiste em restos de 25 novos exemplares da espécie "Teilhardina brandti" encontrados nos últimos sete anos, na Bacia de Bighorn (no estado americano de Wyoming), incluindo partes de sua arcada dentária superior e dos ossos dos tornozelos, que indicam vivência nas árvores.
O "Teilhardina brandti" foi um pequeno primata, de mais ou menos 15 centímetros e parecido com o lêmure, embora se calcule que tenha habitado a Terra até meados do Eoceno.
Suas unhas são as menores de que se tem conhecimento, seja em animais vivos ou em fósseis, segundo o responsável pelo trabalho, Ken Rose, professor do Centro de Anatomia Funcional e Evolução da Escola de Medicina da Universidade Jonhs Hopkins.
"As unhas lhes permitiam se agarrar nos galhos e se movimentar pelas árvores com mais agilidade", dizem os cientistas responsáveis pela pesquisa, que indica que a aparição das unhas deu novas habilidades aos animais, como ter uma área dos dedos especialmente sensível ao tato, se coçar ou arranhar alguma coisa.
Coautor do trabalho, o paleontólogo Jonathan Bloch, do Museu de História Natural da Flórida, explica que é possível achar características comuns a todos os primatas que existem hoje em dia, mas, ao contrário dos seres humanos, a maioria deles vivia nas árvores.
"Ao encontrar as partes do esqueleto deste primata primitivo, podemos comprovar que as unhas estavam presentes no ancestral comum do grupo, que inclui lêmures, macacos e seres humanos. Trata-se de uma prova direta, e não de mera especulação", destaca Bloch.
O paleontólogo acrescenta que a descoberta permite entender melhor a relação evolutiva de um dos mais antigos primatas modernos conhecidos, bem como a época e as condições ambientais que permitiram o desenvolvimento das unhas em todos os dedos das extremidades superiores e inferiores - característica exclusiva dos primatas.
Esses animais onívoros viveram há 55,8 milhões de anos, em um momento de aquecimento da Terra que durou cerca de 200 mil anos, e, ao contrário de primatas anteriores, não tinham garras, mas unhas, nem olhos em posição frontal, além de um cérebro maior.
A partir disso, os mamíferos diminuíram seu tamanho. Começaram então a aparecer no registro fóssil os ungulados com pata, como os cervos e os cavalos modernos.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5300131-EI238,00-Estudo+mostra+que+as+unhas+apareceram+nos+primatas+ha+milhoes+de+anos.html
A universidade, em colaboração com outros centros de pesquisa, analisou os fósseis mais antigos que se tem da existência das unhas. Suas ideias se opõem às teorias de que essa estrutura orgânica anexa à pele começou a se desenvolver quando os primatas foram ganhando tamanho ao longo da evolução.
O material analisado consiste em restos de 25 novos exemplares da espécie "Teilhardina brandti" encontrados nos últimos sete anos, na Bacia de Bighorn (no estado americano de Wyoming), incluindo partes de sua arcada dentária superior e dos ossos dos tornozelos, que indicam vivência nas árvores.
O "Teilhardina brandti" foi um pequeno primata, de mais ou menos 15 centímetros e parecido com o lêmure, embora se calcule que tenha habitado a Terra até meados do Eoceno.
Suas unhas são as menores de que se tem conhecimento, seja em animais vivos ou em fósseis, segundo o responsável pelo trabalho, Ken Rose, professor do Centro de Anatomia Funcional e Evolução da Escola de Medicina da Universidade Jonhs Hopkins.
"As unhas lhes permitiam se agarrar nos galhos e se movimentar pelas árvores com mais agilidade", dizem os cientistas responsáveis pela pesquisa, que indica que a aparição das unhas deu novas habilidades aos animais, como ter uma área dos dedos especialmente sensível ao tato, se coçar ou arranhar alguma coisa.
Coautor do trabalho, o paleontólogo Jonathan Bloch, do Museu de História Natural da Flórida, explica que é possível achar características comuns a todos os primatas que existem hoje em dia, mas, ao contrário dos seres humanos, a maioria deles vivia nas árvores.
"Ao encontrar as partes do esqueleto deste primata primitivo, podemos comprovar que as unhas estavam presentes no ancestral comum do grupo, que inclui lêmures, macacos e seres humanos. Trata-se de uma prova direta, e não de mera especulação", destaca Bloch.
O paleontólogo acrescenta que a descoberta permite entender melhor a relação evolutiva de um dos mais antigos primatas modernos conhecidos, bem como a época e as condições ambientais que permitiram o desenvolvimento das unhas em todos os dedos das extremidades superiores e inferiores - característica exclusiva dos primatas.
Esses animais onívoros viveram há 55,8 milhões de anos, em um momento de aquecimento da Terra que durou cerca de 200 mil anos, e, ao contrário de primatas anteriores, não tinham garras, mas unhas, nem olhos em posição frontal, além de um cérebro maior.
A partir disso, os mamíferos diminuíram seu tamanho. Começaram então a aparecer no registro fóssil os ungulados com pata, como os cervos e os cavalos modernos.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5300131-EI238,00-Estudo+mostra+que+as+unhas+apareceram+nos+primatas+ha+milhoes+de+anos.html
Cientistas criam bactéria E. coli sintética que combate infecções
Biólogos de Cingapura projetaram uma bactéria sintética que detecta e destrói a Pseudomona aeruginosa, uma dos principais causadoras das infecções hospitalares. Os cientistas, que publicaram seu trabalho nesta terça-feira em Molecular Systems Biology, esperam que esta tecnologia sirva para desenvolver novos métodos para combater bactérias que são cada vez mais resistentes aos antibióticos.
Apesar de estudos anteriores, os cientistas demonstraram o potencial das bactérias criadas para tratar infecções, e esta é a primeira vez que uma destas bactérias sintéticas consegue detectar e eliminar um patogênico específico em um cultivo de laboratório, disse um dos autores, Matthew Wook Chang, da Universidade Tecnológica Nanyang de Cingapura. Segundo Chang, o próximo passo será experimentar em animais, antes que se possam realizar testes clínicos com humanos. O tratamento poderia administrar-se em forma de pastilha ou de bebida probiótica.
A P. aeruginosa pode causar infecções respiratórias e gastrintestinais frequentemente letais em pacientes gravemente doentes e com o sistema imunológico fraco, sobretudo em hospitais. A bactéria é cada vez mais resistente aos antibióticos, o que torna mais urgente a necessidade de novos tratamentos, afirma o estudo. Para combatê-la, os pesquisadores desenvolveram uma variante da Escherichia coli, uma bactéria presente no intestino dos humanos, que combinada com partes da própria P. aeruginosa pode detectar e destruí-la.
A vantagem deste sistema em relação aos antibióticos é que permite prevenir as infecções, assinalaram os autores à Agência Efe. "Se nossas bactérias projetadas já estão presentes no intestino humano podem destruir os patógenos infecciosos enquanto que penetram no intestino, inclusive antes que se produza uma infecção grave", explicaram
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5299491-EI8147,00-Cientistas+criam+bacteria+E+coli+sintetica+que+combate+infeccoes.html
Apesar de estudos anteriores, os cientistas demonstraram o potencial das bactérias criadas para tratar infecções, e esta é a primeira vez que uma destas bactérias sintéticas consegue detectar e eliminar um patogênico específico em um cultivo de laboratório, disse um dos autores, Matthew Wook Chang, da Universidade Tecnológica Nanyang de Cingapura. Segundo Chang, o próximo passo será experimentar em animais, antes que se possam realizar testes clínicos com humanos. O tratamento poderia administrar-se em forma de pastilha ou de bebida probiótica.
A P. aeruginosa pode causar infecções respiratórias e gastrintestinais frequentemente letais em pacientes gravemente doentes e com o sistema imunológico fraco, sobretudo em hospitais. A bactéria é cada vez mais resistente aos antibióticos, o que torna mais urgente a necessidade de novos tratamentos, afirma o estudo. Para combatê-la, os pesquisadores desenvolveram uma variante da Escherichia coli, uma bactéria presente no intestino dos humanos, que combinada com partes da própria P. aeruginosa pode detectar e destruí-la.
A vantagem deste sistema em relação aos antibióticos é que permite prevenir as infecções, assinalaram os autores à Agência Efe. "Se nossas bactérias projetadas já estão presentes no intestino humano podem destruir os patógenos infecciosos enquanto que penetram no intestino, inclusive antes que se produza uma infecção grave", explicaram
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5299491-EI8147,00-Cientistas+criam+bacteria+E+coli+sintetica+que+combate+infeccoes.html
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Pesquisa ajudará a compreender evolução da matéria após Big Bang
O detector experimental de neutrinos Daya Bay captura flashes de luz fraca que indicam interações de antineutrinos. A coleta dos primeiros dados mostra uma precisão ainda não alcançada por outros experimentos
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Algumas das perguntas mais intrigantes em foco da física básica são sobre neutrinos. Quanto pesam os diferentes tipos de neutrinos e qual é o mais pesado? As respostas estão na forma como os três tipos de neutrinos - elétron, múon e tau - oscilam ou misturam-se no espaço. Para saber mais sobre os neutrinos, o detector experimental Daya Bay foi criado.
"Os resultados (oferecidos pelo equipamento) serão uma contribuição importante para a compreensão do papel dos neutrinos na evolução dos tipos básicos da matéria nos primeiros momentos após o Big Bang", explica Kam-Biu Luk, um professor de física da Universidade da Califórnia, em Berkeley, envolvido no projeto.
De acordo com o professor, os primeiros dados coletados deste detector mostram uma precisão maior que as medidas de outros experimentos em andamento.
O Daya Bay deu início a obtenção de dados para estabelecer um parâmetro que é fundamental na física de partículas, mas até agora não foi medido com precisão. Para medir a amplitude de oscilação dos neutrinos e chegar a este parâmetro serão necessários de dois a três anos de coleta de dados, com todos os seus oito detectores.
China e Estados Unidos lideram a colaboração internacional do Daya Bay, que inclui participação da Rússia, República Tcheca, Hong Kong e Taiwan. O experimento tem contribuições intelectuais de mais de 40 instituições de países do mundo todo.
O experimento
Os neutrinos serão coletados por oito grandes detectores enterrados na parte subterrânea das montanhas adjacentes aos seis reatores nucleares de um grupo nuclear no sul da China, próximo a Hong Kong. Os reatores nucleares produzem enormes quantidades de antineutrinos, que são identificados por seus flashes.
Mas afinal, o que são neutrinos?
Os neutrinos são partículas muito difíceis de serem detectadas por terem carga neutra, uma massa extremamente pequena e pouca interação com a matéria. Sua existência foi comprovada há cerca de 60 anos e, desde então, já se descobriu que existem três tipos de neutrinos, além de suas respectivas antipartículas.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5298371-EI8147,00-Pesquisa+ajudara+a+compreender+evolucao+da+materia+apos+Big+Bang.html
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Algumas das perguntas mais intrigantes em foco da física básica são sobre neutrinos. Quanto pesam os diferentes tipos de neutrinos e qual é o mais pesado? As respostas estão na forma como os três tipos de neutrinos - elétron, múon e tau - oscilam ou misturam-se no espaço. Para saber mais sobre os neutrinos, o detector experimental Daya Bay foi criado.
"Os resultados (oferecidos pelo equipamento) serão uma contribuição importante para a compreensão do papel dos neutrinos na evolução dos tipos básicos da matéria nos primeiros momentos após o Big Bang", explica Kam-Biu Luk, um professor de física da Universidade da Califórnia, em Berkeley, envolvido no projeto.
De acordo com o professor, os primeiros dados coletados deste detector mostram uma precisão maior que as medidas de outros experimentos em andamento.
O Daya Bay deu início a obtenção de dados para estabelecer um parâmetro que é fundamental na física de partículas, mas até agora não foi medido com precisão. Para medir a amplitude de oscilação dos neutrinos e chegar a este parâmetro serão necessários de dois a três anos de coleta de dados, com todos os seus oito detectores.
China e Estados Unidos lideram a colaboração internacional do Daya Bay, que inclui participação da Rússia, República Tcheca, Hong Kong e Taiwan. O experimento tem contribuições intelectuais de mais de 40 instituições de países do mundo todo.
O experimento
Os neutrinos serão coletados por oito grandes detectores enterrados na parte subterrânea das montanhas adjacentes aos seis reatores nucleares de um grupo nuclear no sul da China, próximo a Hong Kong. Os reatores nucleares produzem enormes quantidades de antineutrinos, que são identificados por seus flashes.
Mas afinal, o que são neutrinos?
Os neutrinos são partículas muito difíceis de serem detectadas por terem carga neutra, uma massa extremamente pequena e pouca interação com a matéria. Sua existência foi comprovada há cerca de 60 anos e, desde então, já se descobriu que existem três tipos de neutrinos, além de suas respectivas antipartículas.
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