terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Igreja Universal terá de devolver mais de R$ 74 mil em doações de fiel
A Justiça determinou que a Igreja Universal do Reino de Deus devolva a uma ex-fiel mais de R$ 74 mil, em valores de 2004 a serem corrigidos. A decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A fiel trabalhava como contadora e, em 2003, recebeu uma quantia significativa em pagamento de um trabalho. Um pastor da Universal a teria então pressionado para que fizesse um sacrifício "em favor de Deus". A insistência do pastor incluía ligações e visitas à sua residência.
A vítima alegou que estava em processo de separação judicial, atordoada e frágil. Diante da pressão, teria feito a doação de mais de R$ 74 mil, em duas parcelas. Depois disso, o pastor teria sumido da igreja, sem dar satisfações. A Universal afirmava não saber do ocorrido nem ter como ajudá-la. Em 2010, a contadora ingressou com ação para declarar nula a doação.
Ela alegou que, após a doação, passou a sofrer de depressão, perdeu o emprego e ficou em crescente miséria. Testemunhas apontaram que a mulher chegou a passar fome por falta de dinheiro.
Para a Universal, atos de doação como esse estão apoiados na liturgia da igreja, baseada em tradição bíblica, que prevê oferendas a Deus, em inúmeras passagens. A defesa destacou a história da viúva pobre, em que a Bíblia afirmaria ser muito mais significativo o ato de fé de quem faz uma doação tirando do próprio sustento.
Assim, a doação da contadora não poderia ser desvinculada do contexto religioso. A Universal apontou ainda a impossibilidade de interferência estatal na liberdade de crença, sustentando que o Estado não poderia criar embaraços ao culto religioso. Além disso, alegou que a fiel teria capacidade de reflexão e discernimento suficiente para avaliar as vantagens de frequentar a igreja e fazer doações.
Subsistência
O TJ-DF considerou que as doações comprometeram o sustento da mulher e violavam o artigo 548 do Código Civil, que afirma ser nula a doação de todos os bens sem reserva de parte ou de renda suficiente para a subsistência do doador. Apontou ainda que o negócio jurídico nulo não pode ser confirmado nem convalesce com o decurso do tempo. Por isso, não se fala em decadência no caso.
A decisão também afastou a análise do caso sob o ponto de vista do vício de consentimento, já que se discutia a questão da doação universal de bens. Além disso, o TJ entendeu que, sendo profissional autônoma, ela não poderia contar com remuneração regular, e o valor doado constituiria reserva capaz de ser consumida ao longo de anos na sua manutenção.
http://noticias.terra.com.br/brasil/igreja-universal-tera-de-devolver-mais-de-r-74-mil-em-doacoes-de-fiel,5ea795b481003410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
domingo, 15 de dezembro de 2013
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Nasa cria robô para resgates que pode ser o primeiro 'humanoide' em Marte
A agência espacial americana - Nasa - anunciou um robô humanoide de 1,87 metro que pode um dia ser usado para resgatar pessoas de prédios em chamas e é até cogitado para ser o primeiro a caminhar sobre solo marciano. O "R5" Valkyrie foi construído sob os mesmos conceitos do Robonaut, o astronauta robô, androide experimental que tem sido testado na Estação Espacial Internacional. A novidade é destinada a trabalhar dentro dos níveis de gravidade da Terra. As informações são da Fast Company.
O robô foi desenvolvido para poder andar com segurança sobre terrenos instáveis - o que o tornaria perfeito para cenários de destruição. O Valkyrie é coberto por materiais leves, e assim deve ser mais agradável ao toque de humanos do que uma máquina comum. Ele também conta com câmeras que podem ajudar seus operadores a estudar os arredores e encontrar sobreviventes de tragédias. O robô pode funcionar com a energia elétrica que recebe a partir de uma mochila recarregável.
A Nasa estima ainda que a primeira pegada em Marte pode vir de um robô como esse.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/nasa-cria-robo-para-resgates-que-pode-ser-o-primeiro-humanoide-em-marte,f2c7f174b86e2410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Cientistas preveem que em um bilhão de anos não haverá água na Terra
Dentro de aproximadamente um bilhão de anos toda a água da Terra terá evaporado, segundo um estudo francês divulgado nesta quarta-feira, que adia em várias centenas de milhões de anos as estimativas realizadas em previsões anteriores.
Esse fenômeno, segundo a pesquisa que amanhã será publicada na revista "Nature", se deve aos efeitos do aumento da radiação solar, que não tem nenhum vínculo com o aquecimento global.
Da mesma forma que a maior parte das estrelas, segundo essas conclusões, a luminosidade do Sol aumenta muito lentamente e de forma natural ao longo de sua existência, o que provoca uma alta das temperaturas terrestres.
O Centro Nacional para a Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês) e os outros três institutos envolvidos destacam que a quantidade de vapor de água na atmosfera aumenta com a temperatura dos oceanos, e explicam que o vapor de água é um gás de efeito estufa que participa do aquecimento da superfície terrestre.
Esses cientistas preveem que esse aumento acabe provocando a "ebulição dos oceanos" e o desaparecimento de água em seu estado líquido.
Outra consequência dessa hipótese é a desestabilização do efeito estufa, que não permitiria seguir conservando na Terra uma temperatura média "clemente" de 15 graus centígrados.
Até o momento, não era possível avaliar esse momento com confiabilidade, segundo os especialistas, porque esse fenômeno tinha sido estudado com modelos astrofísicos muito simplificados, que analisavam a Terra como um ente uniforme e que não levavam em conta elementos "essenciais" como as estações ou as nuvens.
O novo modelo, tridimensional, assegura ser capaz de prever a evolução do meio ambiente terrestre sob o efeito de um aumento muito forte da radiação solar.
Segundo esse último estudo, o ponto de inflexão se produzirá quando a radiação solar média alcançar 375 watts por metro quadrado, frente aos 341 watts atuais, algo que se espera para dentro de um bilhão de anos.
A diferença para as previsões anteriores é que este modelo outorga um papel determinante à circulação atmosférica, que, ao mesmo tempo em que transporta o calor do Equador até as latitudes médias, "seca" essas regiões quentes e reduz o efeito estufa nessas partes onde é mais suscetível de acelerar-se.
"O aumento da radiação solar parece intensificar esta circulação, secando primeiro as regiões subtropicais e estabilizando o clima durante várias centenas de milhões de anos, antes de alcançar o ponto de não retorno", acrescentam os pesquisadores.
Este fenômeno poderia explicar porque Vênus, mais próximo do Sol, se transformou em "um forno", e facilitaria igualmente a compreensão do clima dos exoplanetas, segundo os especialistas, que detalham que um planeta não necessita ser "exatamente" como a Terra para possuir oceanos.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/cientistas-preveem-que-em-um-bilhao-de-anos-nao-havera-agua-na-terra,ef8c401d0bfd2410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
Justiça nega direito de chimpanzés serem reconhecidos como pessoas
Três cortes de justiça de Nova York negaram o pedido da Nonhuman Rights Project de reconhecer quatro símios como "pessoas legais", com direitos fundamentais. A ação, que visava à libertação em santuários onde os chimpanzés poderiam viver o resto de seus dias em liberdade, explicou o grupo. Diante da decisão, a organização informou que vai apelar.
As ações deveriam beneficiar Tommy, um chimpanzé mantido em cativeiro em uma jaula no estacionamento de um trailer na vizinha Gloversville, Kiko, um chimpanzé de 26 anos que é surdo e vive em uma residência privada em Niagara Falls e Hércules e Leo, de propriedade de um centro de pesquisas e usados em experimentos de locomoção em Long Island.
Em um comunicado a organização destacou que os processos tinham o objetivo de garantir aos chimpanzés o direito de liberdade física. "Lá os animais podem viver seus dias em um ambiente o mais próximo possível da selva na América do Norte", acrescentaram.
"Nossas petições legais e memorandos, juntamente com os depoimentos juramentados dos mais respeitados cientistas do mundo, expõem um caso claro de porque estes seres vivos cognitivamente complexos e autônomos possuem o direito legal básico a não ser aprisionados", destacou um comunicado. As ações incluem depoimentos de cientistas que dizem que os chimpanzés têm capacidades cognitivas complexas, tais como a consciência do passado e a capacidade de fazer escolhas e exibir emoções, tais como a empatia.
O Nonhuman Rights Project trabalha para mudar o status da lei comum de pelo menos alguns animais para "pessoas", que passariam a ter direitos fundamentais, como integridade física e liberdade física.
Com informações da BBC e Daily Mail
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/animais/justica-nega-direito-de-chimpanzes-serem-reconhecidos-como-pessoas,5f590c44c3cd2410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
domingo, 8 de dezembro de 2013
Morte de Mandela causa tristeza na Palestina e constrangimento em Israel
Os palestinos choram a morte de Nelson Mandela, que apoiou veementemente sua luta contra a ocupação israelense. Já em Israel a repercussão da morte do líder sul africano inclui autocrítica pela longa história de colaboração do país com o regime do apartheid.
Logo depois da morte de Mandela o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, determinou a colocação das bandeiras a meio mastro e decretou um dia de luto nacional. "O mundo e os palestinos perderam um grande líder, que sempre apoiou a causa palestina", declarou Abbas.
O líder do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Haniya, também lamentou a morte de Mandela e afirmou que ele "inspirou os palestinos a lutarem por liberdade, união e democracia".
Homenagens
Neste domingo serão realizadas missas em cidades palestinas na Cisjordânia, em homenagem a Mandela. A missa principal deverá ocorrer na Basílica da Natividade, em Belém, com a presença de líderes palestinos e do embaixador da África do Sul.
Na última sexta-feira, manifestantes palestinos, que saíram às ruas de aldeias na Cisjordânia para protestar contra a construção do muro israelense, portavam fotos de Nelson Mandela.
Marwan Barghouti, considerado o mais importante prisioneiro palestino detido por Israel, escreveu uma mensagem para Mandela, de sua cela na prisão de Hadarim, onde se encontra desde 2002.
"De dentro da minha cela na prisão eu lhe digo que nossa liberdade parece possível depois que você conquistou a sua. O apartheid não venceu na África do Sul e não vencerá na Palestina", afirmou Barghouti, líder do partido Fatah e visto como um possível sucessor do presidente Abbas.
Em sua mensagem, Barghouti lembrou a declaração de Mandela de que a liberdade dos sul-africanos "não será completa sem a liberdade dos palestinos".
Constrangimento
A longa história de colaboração de Israel com a África do Sul durante o apartheid torna a repercussão da morte de Mandela no país bem mais complexa.
O primeiro ministro Binyamin Netanyahu declarou que Mandela era "uma das figuras exemplares de nossos tempos, o pai de seu povo, um visionário que lutou pela liberdade e se opôs à violência".
Segundo o presidente Shimon Peres, "o mundo perdeu um líder de enorme grandeza, que mudou o rumo da História".
No entanto, vários analistas mencionam que durante o período em que Mandela lutava contra o apartheid, Israel vendia armas para o governo sul-africano e manteve essa aliança militar por vários anos, apesar do boicote generalizado da comunidade internacional.
"Os dois lideres (Netanyahu e Peres) obviamente não mencionaram o fato histórico de que Israel manteve uma aliança vergonhosa com o regime racista quando este era considerado pária pela comunidade internacional", afirma o jornalista Arik Bender, no diário Maariv.
O governo israelense aderiu às sanções internacionais contra a África do Sul em 1987, 10 anos após o embargo decretado pela comunidade internacional ao regime do apartheid.
Segundo o analista Hemi Shalev, em artigo no jornal Haaretz, "nós (israelenses) admiramos a luta corajosa de Mandela contra o apartheid e seu papel crucial na transição pacifica e democrática para o poder da maioria negra, mas sentimos um certo constrangimento por nosso apoio histórico a seus inimigos e também por sermos vistos como seus sucessores".
http://noticias.terra.com.br/mundo/africa/nelson-mandela/morte-de-mandela-causa-tristeza-na-palestina-e-constrangimento-em-israel,b69e6800398c2410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
sábado, 7 de dezembro de 2013
No espaço, fogo queima em forma de bolha e chamas podem ficar invisívei
Uma das grandes preocupações de astronautas é prevenir e combater incêndios. E o trabalho de bombeiro é diferente do que ocorre na Terra, já que, em microgravidade, as chamas se comportam de uma maneira diferente - e imprevisível.
Conforme os gases quentes sobem, eles criam correntes de ar que levam mais oxigênio e "levantam" a chama, o que causa a sua forma de lágrima. Contudo, na microgravidade o conceito de "em cima" e "embaixo" não existe - ou seja, os gases quentes se expandem para todos os lados. O resultado é uma chama com forma de bolha.
Na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), a ventilação "substituiu" o movimento natural do ar e, em conjunto com a baixa gravidade, faz com que, em caso de incêndio, as chamas se espalhem para todos os lados.
"A combustão em microgravidade é um problema muito difícil, e há muitos engenheiros e cientistas que trabalham para entendê-la melhor", diz Gary A. Ruff, engenheiro aeroespacial do Centro de Pesquisa Glenn, em Ohio, Estados Unidos.
Todos os materiais que vão para o espaço passam antes por um teste em uma câmara. Contudo, alguns itens são muito importantes e, mesmo sendo inflamáveis, são enviados para fora do planeta.
Outro desafio é detectar um incêndio. Como no espaço a fumaça não "sobe", os detectores são posicionados nas saídas de ventilação, para onde a fumaça deve seguir.
Fogo no espaço
A ISS nunca experimentou um incêndio. Contudo, em 1997, um gerador de oxigênio da estação russa Mir pegou fogo. Testes feitos na época mostraram que as chamas acabaram quando o oxigênio chegou ao fim. O fogo não causou maiores danos aos astronautas e a estação "sobreviveu" até 2001. Contudo, o incêndio serviu de experiência para os homens do espaço.
Na ISS, no caso de fogo, os próprios astronautas trabalham como bombeiros e seguem três passos. Primeiro: desligar o sistema de ventilação para diminuir a velocidade com que as chamas se propagam. Dois: desligar a energia da unidade afetada. Terceiro: apagar as chamas com extintores.
Estudo
A ISS contem um minilaboratório para estudar como o fogo se comporta no espaço - chamado de Experimento de Extinção de Chamas (Flex, na sigla em inglês). Desde 2009, já foram feitos centenas de experimentos.
Em um dos experimentos, os astronautas queimaram gotas de combustível que flutuavam dentro do Flex. O resultado não era esperado pelos cientistas.
A chama desapareceu na frente dos astronautas, mas os instrumentos mostravam que o fogo não parou. Esse fenômeno é chamado de "chama fria": a temperatura do fogo pode cair o suficiente, sem que este seja extinto, para que a chama fique invisível aos olhos humanos.
O resultado, afirmam os cientistas, tem implicações na Terra. A indústria automobilística já está de olho no Flex e em suas chamas frias para desenvolver motores mais eficientes e menos poluentes para os carros.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/viagem-espacial/no-espaco-fogo-queima-em-forma-de-bolha-e-chamas-podem-ficar-invisiveis,0c75f79d854c2410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Jesus exorcista: documentário quer mostrar os 'anos perdidos' de Cristo
Os criadores da minissérie “The Bible” (A Bíblia), fenômeno de audiência nos Estados Unidos que está sendo exibida no Brasil pela Record, planejam uma nova produção com o intuito de mostrar os "anos perdidos" da vida de Jesus. O projeto está sendo feito por profissionais envolvidos em filmes de terror como O Albergue e O Último Exorcismo, e tem o objetivo de lançar luz sobre a juventude de Cristo, entre os 13 e os 30 anos - período que o Novo Testamento pouco explora. As informações são do site Daily Mail.
Existe alguma evidência de que Jesus era casado?
No Evangelho, Jesus reaparece em cena já como um adulto quase 17 anos depois de peregrinar a Jerusalém com seus pais, Maria e José, quando tinha 12 anos. Ele é então batizado no Rio Jordão por João Batista e começa a angariar seus futuros discípulos, que o seguem até a cidade considerada sagrada para os cristãos (além dos judeus e muçulmanos). Na chamada Terra Santa, o ministério de Cristo termina em crucificação e na subsequente ressurreição.
A ideia dos produtores Eli Roth e Eric Newman com o escritor Scott Kosar (de O Maquinista, com o ator Christian Bale) é representar a juventude de Jesus, anos que a Bíblia pouco descreve. Eles planejam explorar a ideia controversa de que o filho de Deus pode ter começado seu ministério como um exorcista, expulsando espíritos malignos de pessoas que estariam possuídas por demônios.
Apesar de o Evangelho descrever extensivamente a habilidade de Jesus para curar os enfermos e até reanimar os mortos, não há qualquer evidência concreta, tanto teológica quanto histórica, sugerindo que Cristo promoveu rituais de exorcismo. Ainda em fase inicial de produção, não há uma data prevista para o início da exibição da série.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/jesus-exorcista-documentario-quer-mostrar-os-anos-perdidos-de-cristo,834ed315262c2410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Morre Nelson Mandela, ex-presidente e líder histórico da África do Sul
O ex-presidente e líder histórico da luta contra a segregação racial da África do Sul, Nelson Mandela, morreu nesta quinta-feira, 5 de dezembro de 2013. A notícia foi passada à nação e ao mundo pelo presidente sul-africano, Jacob Zuma.
"A nação perdeu seu maior filho", disse Zuma.
Mandela tinha 95 anos e há muito lutava contra doenças decorrentes do período em que permaneceu preso por conta de sua luta contra o Apartheid, regime segregacionista que imperou durante décadas no seu país.
Mais informações a seguir.
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http://noticias.terra.com.br/mundo/africa/nelson-mandela/nelson-mandela-ex-presidente-da-africa-do-sul-morre-aos-95-anos,c03d61438b4c2410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html
Professor, me diz uma coisa. Qual a sua opinião, se o mundo tivesse mais ateus? Ernesto von Rückert
Professor, me diz uma coisa. Qual a sua opinião, se o mundo tivesse mais ateus? Maikxxx Seria muito melhor. De modo geral, os ateus são mais solícitos, magnânimos, tolerantes, diligentes, generosos, prestativos. Claro que há exceções. Mas os ateus, sabendo que não há Deus nenhum para cuidar do mundo, tomam a si essa responsabilidade e agem para que o mundo fique mais aprazível para todos. Não têm prevenção contra crentes (novamente, com exceções) e costumam ser mais respeitosos com opiniões divergentes das suas. Os religiosos é que são mais ciosos, cada qual da sua religião, e costumam ter preconceitos contra os que seguem outras religiões, chegando, até, a hostilizá-los belicamente. As coisas boas que as religiões fazem podem perfeitamente serem feitas sem elas e sem todos os seus inconvenientes. O principal deles, sem dúvida, é, simplesmente, serem um engodo.
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http://ask.fm/wolfedler/answer/104829637149#_=
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Estudo analisa mais velho DNA mitocondrial de um humano antigo
Cientistas divulgaram nesta quarta-feira o sequenciamento do DNA mitocondrial (aquele de origem apenas materna) de um hominídeo de cerca de 400 mil anos - o mais antigo já feito. O material genético pertencia a uma espécie de homem antigo que tem traços similares aos neandertais. Os cientistas esperavam que a análise indicasse que as duas espécies tinham um ancestral em comum. Contudo, o estudo, divulgado na revista especializada Nature, teve um resultado inesperado.
Segundo os cientistas, o hominídeo descoberto na Espanha, muitas vezes classificado como Homo heidelbergensis (uma classificação considerada muito "ampla" pelos pesquisadores), deve ter tido o mesmo ancestral que o homem-de-Denisova, um hominídeo que viveu na Sibéria e que é pouco conhecido pela ciência. A amostra de DNA, contudo, foi encontrada na Espanha, na caverna Sima de los Huesos.
O material genético costuma se deteriorar com o tempo. Apenas ossos preservados no permafrost costumam ter DNA inteiro o suficiente para ser analisado. Os cientistas, contudo, aproveitaram as condições da caverna - principalmente de umidade e temperatura constante - e modernas técnicas de sequenciamento para analisar o material.
"Foram necessários quase dois gramas de osso para gerar a sequência do DNA mitocondrial, mesmo havendo centenas de cópias por célula. Apesar de a preservação por longos períodos talvez ter sido favorecida pelas condições únicas de Sima de los Huesos, os resultados mostram que as técnicas de sequenciamento de DNA têm se tornado sensíveis o suficiente para garantir a investigação de DNA que sobreviveu em locais onde hominídeos do Pleistoceno Médio foram encontrados", diz o artigo, assinado por cientistas da Alemanha, China e Espanha.
Os hominídeos da caverna espanhola e o homem-de-Denisova teriam, portanto, um ancestral em comum. Este teria um ancestral em comum com os neandertais e estes, por sua vez, teriam um ancestral em comum com o humano moderno (Homo sapiens).
Segundo Matthias Meyer, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva (Alemanha), não temos muita ideia de como muitos desses humanos primitivos se pareciam. O homem-de-Denisova, em especial, é o mais misterioso, já que dele temos apenas mandíbulas, dentes e o DNA - que foi sequenciado recentemente.
"Os dentes eram enormes em comparação com os dentes do neandertal e do homem moderno. A única coisa que quase podemos dizer é que eles deveriam ser muito grandes, pelo menos tinham grandes bocas", diz Meyer ao podcast da Nature, também divulgado nesta quarta-feira. "Então, esses outros humanos eram bem diferentes do humano moderno, mas eles não eram parecidos com chimpanzés. Eles eram muito mais parecidos com humanos (modernos) do que com chimpanzés."
O próximo passo é analisar o DNA nuclear dos hominídeos da caverna espanhola, o que pode dar mais detalhes da relação deles com o homem-de-Denisova, com os neandertais e com o humano moderno. A tarefa, contudo, é considerada um desafio pelo grupo.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/estudo-analisa-mais-velho-dna-mitocondrial-de-um-humano-antigo,11b7814f1beb2410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
Maconha regulada tira a "tensão" sobre a droga, diz prefeitura de Amsterdã
Não é raro sentir uma brisa de maconha em algumas ruas e parques de Amsterdã. Também não é difícil encontrar um coffee shop aberto de dia ou de noite onde o cliente até pode tomar café, além de comer um bolinho de maconha (spacecake) ou fumar a cannabis. Mas também é verdade que a maioria dos moradores parece aliviar mais o estresse do dia a dia pedalando pelas ruas de Amsterdã e remando por seus canais do que fumando um baseado.
Uma pesquisa realizada em 2010 pelo instituto Peil demonstrou que 57% dos holandeses nunca usou drogas leves; 25% experimentou apenas uma vez; e 7% usa "às vezes". "A maioria das pessoas nos coffee shops são visitantes estrangeiros ou, quando são daqui, são jovens entre 18 e 22 anos”, afirma Machteld Ligtvoet, gerente de relações públicas da prefeitura de Amsterdã. “Na Holanda, o fato de ser regulado, tira a tensão e o mistério”, afirma.
Corredores participam da maratona de Amsterdã Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra
Corredores participam da maratona de Amsterdã
Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra
Amsterdã recebe cerca de 12 milhões de turistas por ano. No ranking de nacionalidades, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, França e Espanha ocupam o topo da lista. Mas o número de brasileiros tem aumentado nos últimos anos. Segundo os dados da prefeitura, os turistas chegam à capital holandesa atraídos pelo seu conjunto.
“A atmosfera da cidade é tranquila, oferece muita cultura e lindos canais. E Amsterdã não é um museu a céu aberto, mas uma cidade viva”, afirma Machteld. Uma cidade também ligada ao esporte: além de uma maratona internacional que contou com a presença de 500 corredores brasileiros neste mês de outubro, Amsterdã realizou pela segunda vez, em setembro, uma maratona aquática - centenas de nadadores profissionais e amadores percorreram os canais para arrecadar fundos para pesquisas de saúde.
Holandeses e estrangeiros participam de maratona aquática nos centenários canais da capital Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra
Holandeses e estrangeiros participam de maratona aquática nos centenários canais da capital
Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra
Turismo da maconha
Uma pesquisa realizada pela prefeitura indica que 35% dos turistas em Amsterdã costumam aproveitar a estadia para visitar um coffe shop. Em 2011, o governo holandês tentou estabelecer uma lei que permitiria apenas holandeses ou residentes registrados com um passe tivessem acesso aos coffee shops. Depois de muita polêmica em todo país, o gabinete de ministros que assumiu o governo em 2012 estabeleceu que fica a cargo dos governos locais a decisão de vender cannabis para turistas.
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Senado uruguaio vota regulamentação da maconha em 10 de dezembro
Comissão do Senado uruguaio aprova legalizar produção e venda de maconha
O objetivo inicial era tentar evitar que traficantes comprassem cannabis na Holanda e vendessem a erva a outros países, inclusive da União Europeia. Por outro lado, os donos dos coffeshops consideraram a medida discriminatória contra os residentes europeus no país e um perigo para o negócio, cujo 90% da renda provém dos turistas estrangeiros.
O prefeito de Amsterdã, Eberhard van der Laan, optou por continuar a permitir a venda aos visitantes. Para ele, os turistas que “varreriam” a cidade buscando um baseado causariam muita confusão. “Poderia levar a mais assaltos, brigas por drogas falsificadas e nenhum controle sobre a qualidade das drogas no mercado - tudo pelo que trabalhamos para avançar seria perdido”, disse no ano passado aos jornais locais.
Passear no distrito da luz vermelha (red light district) é um clássico de Amsterdã Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra
Passear no distrito da luz vermelha (red light district) é um clássico de Amsterdã
Foto: Viviane Vaz / Especial para Terra
Machteld confirma que atualmente não existe intenção de “fechar coffeshops, nem bordeis”, nem tampouco incentivá-los. “Nós percebemos que junto com design, arte e moda, eles fazem parte de Amsterdã”. Ela também revela que existe um plano de longo prazo para continuar a revitalização e aumentar a segurança do distrito vermelho (o famoso "red light district") - um dos bairros de maior concentração de coffeshops, sexshops, bordeis, restaurantes e bares. É também onde se encontra o edifício mais antigo da cidade: a igreja antiga ou “Oude Kerk”, do século XIII, e local onde o pintor Rembrandt se casou.
Busca pelo equilíbrio
A lei na Holanda não legaliza o consumo da maconha, mas descriminaliza o consumo individual em pequenas quantidades (máximo 5 gramas por dia). Machteld não descarta que o modelo holandês sirva de inspiração para o Uruguai, primeiro país a legalizar a maconha. “O mundo está falando sobre drogas leves e de como são perigosas, e compartilho este sentimento. Mas o álcool também pode provocar grandes conflitos nas ruas. É uma regra que se aplica a tudo: não devemos abusar de nada, devemos buscar o equilibrio”, ensina.
O mundo está falando sobre drogas leves e de como são perigosas, e compartilho este sentimento. Mas o álcool também pode provocar grandes conflitos nas ruas. É uma regra que se aplica a tudo: não devemos abusar de nada, devemos buscar o equilibrio
Machteld Ligtvoet, gerente de relações públicas da prefeitura de Amsterdã
Para o governo holandês, o modelo de coffee shops evita que consumidores de drogas leves adquiram as substâncias em ambientes criminosos. “Aqui em Amsterdã os coffeshops têm uma lista de preços, pagam impostos, é seguro, é limpo, e você sabe que não há crime. Os clientes recebem um aviso sobre o que estão comprando e são aconselhados a não misturar com álcool, por exemplo. E não há drogas pesadas, porque são ilegais aqui como em qualquer outro lugar”, explica Machteld.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Trimbos demonstrou que os holandeses são os usuários mais moderados de cannabis, quando comparados a outros países da UE. O pesquisador Franz Trautmann, realizador do estudo, concluiu que o uso de cannabis pelos holandeses é baixo em todas as faixas etárias e os usuários mais “intensos” costumam consumir 310 gramas por ano. O Reino Unido aparece no topo da lista com 374 gramas. “Em outras palavras, nossa política de fazer vista grossa não leva a um uso maior. Os jovens experimentam, mas muitos param”, afirma Trautman
Busca de um modelo realista contra as drogas direciona sistema na Holanda
A atual legislação na Holanda diferencia as drogas pesadas (heroína, cocaína, ecstasy, por exemplo) das leves (como haxixe, maconha e sedativos). A maconha não é legalizada, mas o sistema descriminalizou o usuário e regularizou a venda de pequenas quantidades nos coffee shops, em condições restritas.
“Isso não significa que a maconha seja considerada uma droga inofensiva. Certamente, ela não é, mas uma abordagem penal em relação a esse consumo é contraproducente”, explicou Marcel de Kort quando participou de um seminário internacional em Brasília em 2004.
Na época, ele era chefe-Adjunto da Unidade de Políticas de Drogas do Ministério da Saúde da Holanda e também defendeu que os holandeses têm alto senso de responsabilidade pelo bem coletivo e acreditam firmemente na liberdade individual e na separação entre questões de cunho moral, religioso e o Estado. “Nossa política é liberal, mas não é uma baderna”, destacou.
Kort publicou um estudo histórico no qual considera que um dos aspectos mais marcantes da política de drogas holandesa na década de 1970 foi a descriminalização do uso de maconha em pequena escala, período em que surgem os primeiros coffe shops. “Este é um notável desenvolvimento, tendo em conta o fato de que apenas dez anos antes havia repressão de usuários, e traficantes da droga eram uma alta prioridade no sistema de justiça criminal”, afirma o autor da "Uma breve história das drogas nos Países Baixos".
O holandês sempre teve as suas dúvidas sobre a abordagem internacional de proibição”, avaliou Kort em entrevista à rádio RNW. “Já na década de 1920 chamavam a abordagem dos EUA de 'idealismo destrutivo'”.
“O sistema de coffee shops parece ser bem-sucedido na hora de separar o mercado das drogas pesadas e leves”, concluem as pesquisadoras Karin Monshouwer e Margriet van Laar, do Instituto Trimbos, e Wilma Vollebergh, da Universidade de Utrecht, em um trabalho conjunto publicado em 2011. O nível de consumo de drogas leves da população adulta fica abaixo da média europeia, mas ainda é relativamente alto entre adolescentes. Por outro lado, quando o assunto é droga pesada, tanto adultos, quanto adolescentes holandeses apresentaram consumo bastante baixo.
As pesquisadoras também observaram que, nos últimos anos, questões relacionadas ao envolvimento do crime organizado e do público com o turismo da droga levaram ao aumento de diversas medidas restritivas pelas autoridades locais e colocaram em marcha o debate sobre a reforma da política das drogas na Holanda.
“Vários municípios localizados na fronteira holandesa estão enfrentando problemas significativos devido ao aumento do número de turistas de drogas provenientes da Alemanha, da Bélgica e da França”, dizem. Em 2008, os prefeitos de Roosendaal e Bergen op Zoom fecharam oito coffe shops devido ao incômodo causado por cerca de 25 mil turistas por semana em busca de maconha. Já o prefeito de Mastricht, enfrentando o mesmo problema, decidiu deslocar cinco coffee shops do centro da cidade para a periferia.
Uma enquete realizada em agosto deste ano pelo instituto Peil, liderado pelo pesquisador Maurice de Hond, questionou se os holandeses deveriam adotar uma lei parecida com a do Uruguai, que legaliza a maconha através de um controle estatal da droga e que deve ser aprovada em breve.
Do total, 54% responderam que sim, 38% se mostraram contra e 9% ficaram indecisos. No ano passado, um ano antes da proposta uruguaia, os holandeses pareciam mais divididos sobre a legalização da maconha. Quando questionados pelo mesmo instituto se deveriam “liberar totalmente as drogas leves”, 45% concordaram e 49% rejeitaram a ideia, enquanto 6% não souberam responder. No entanto, quando questionados se as drogas leves deveriam ser “totalmente proibidas”, a defesa de maior liberdade foi mais forte: 64% recusou a proposta e 30% se mostrou favorável.
Um pouco de história
Em 1961, diversos países, entre eles o Brasil e os Países Baixos, chegaram a um compromisso para controlar a cannabis, com a assinatura da Convenção Única sobre Drogas Narcóticas das Nações Unidas. Na trabalho “Marihuana”, publicado em 1949 pela Revista de Direito Penal, o pesquisador holandês M. D. Van Wolferen relata que quase não havia consumo de maconha na Holanda até a Segunda Guerra Mundial.
A cannabis era usada somente por artistas, músicos de jazz e escritores, que ocasionalmente a consumiam como haxixe ou o cigarro de maconha (baseado). “Após a Segunda Guerra Mundial, o comércio de cigarros de maconha aumentou. No entanto, a polícia não pôde fazer nada sobre isso, já que a posse e venda da droga ainda não era ilegal”, detalha Wolferen.
Em 1953, a posse de maconha se tornou ilegal na Holanda pela Lei do Ópio e, em 1955, ocorreram as primeiras prisões ocorreram entre traficantes e usuários da erva. “Naquele ano, três soldados americanos foram presos pela posse de 60 cigarros de maconha, uma quantidade considerável para aquela época. Um pintor foi condenado a três meses de prisão por causa da posse de dois cigarros”, relata Van Wolferen na mesma obra.
http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/busca-de-um-modelo-realista-contra-as-drogas-direciona-sistema-na-holanda,b7403b040cdb2410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
ONG pede que Justiça reconheça chimpanzé como pessoa jurídica
Uma entidade americana de defesa dos direitos dos animais pediu a um tribunal de Nova York que reconheça um chimpazé como "pessoa jurídica", no que é considerado o primeiro pleito do tipo.
Na visão do Nonhuman Rights Project, se a Justiça conceder ao primata, de nome Tommy, o reconhecimento de pessoa jurídica, ela poderá reivindicar, em nome deste, a defesa de direitos humanos básicos.
O grupo está planejando homologar o mesmo pedido para três outros chimpanzés de Nova York nesta semana.
Por trás do pleito, está a tentativa de libertar os macacos do cativeiro.
Eles devem ser levados a um santuário que integra a Aliança de Santuário de Primatas Americanos, argumenta o grupo.
'Repleta de brinquedos'
O grupo formalizou a petição em nome de Tommy na última segunda-feira.
"Estamos reivindicando que os chimpanzés sejam autônomos - ou seja, serem capazes de escolher como viver suas próprias vidas", disse o fundador do grupo, Steven Wise, à agência de notícias Associated Press.
O grupo incluiu nas ações judiciais evidências geradas a partir de pesquisas científicas.
"Uma vez que provamos que os chimpanzés são autônomos, isso deve ser suficiente para eles ganharem personalidade jurídica e, pelo menos, terem seus interesses fundamentais protegidos pelos direitos humanos", disse Wise.
Segundo o grupo, Tommy "está sendo mantido em cativeiro em um galpão em um estacionamento para trailers usados" em Gloversville, na área central do Estado americano de Nova York.
Patrick Lavery, proprietário do local onde Tommy vive, contradiz a versão do grupo. Ele diz que a jaula do chimpanzé é espaçosa e "repleta de brinquedos".
Lavery alega que resgatou Tommy de sua casa anterior, onde ele era maltratado, mas não tivera sucesso em enviá-lo a um santuário, porque não havia vaga disponível.
"Se [o grupo de direitos humanos] visse onde esse chimpanzé viveu durante os primeiros 30 anos de sua vida, eles iriam pular de alegria sobre o local onde ele está agora", afirmou Lavery ao New York Times.
A ação invoca o princípio jurídico do habeas corpus, o direito de contestar a detenção ilegal.
O grupo afirma que busca alterar o status jurídico de espécies consideradas autônomas, e poderia, eventualmente, homologar pedidos semelhantes em nome de gorilas, orangotangos, baleias, golfinhos e elefantes.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/ong-pede-que-justica-reconheca-chimpanze-como-pessoa-juridica,3d7b334b659b2410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html
domingo, 1 de setembro de 2013
quarta-feira, 12 de junho de 2013
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Scientists Discover Oldest Primate Skeleton
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June 5, 2013 — An international team of paleontologists that includes Northern Illinois University anthropologist Dan Gebo is announcing the discovery of a nearly complete, articulated skeleton of a new tiny, tree-dwelling primate dating back 55 million years.
The Eocene Epoch fossil was recovered from Hubei Province in central China.
"This is the oldest primate skeleton of this quality and completeness ever discovered and one of the most primitive primate fossils ever documented," Gebo said. "The origin of primates sets the first milestone for all primate lineages, including that of humanity.
"Although scientists have found primate teeth, jaws, occasionally skulls or a few limb bones from this time period, none of this evidence is as complete as this new skeleton from China," Gebo added. "With completeness comes more information and better evidence for the adaptive and evolutionary themes concerning primate evolution. It takes guessing out of the game."
The research team, led by Xijun Ni of the Institute of Vertebrate Paleontology and Paleoanthropology (IVPP) at the Chinese Academy of Sciences in Beijing, describes the fossil in the June 6 edition of the science journal, Nature.
Other authors on the article include Marian Dagosto of the Feinberg School of Medicine at Northwestern University in Chicago; K. Christopher Beard of the Carnegie Museum of Natural History in Pittsburgh; Paul Tafforeau of the European Synchrotron Radiation Facility in Grenoble, France; and Jin Meng and John Flynn of the American Museum of Natural History in New York.
Ni said that while doing fieldwork years ago in Hubei Province, he first came across the fossil, which had been found by a local farmer and was later donated to the IVPP. The fossil was encased within a rock and discovered after the rock was split open, yielding fossils and impressions of the primate on each side of the two halves.
It was discovered in a quarry that had once been a lake and is known for producing ancient fish and bird fossils from the Eocene Epoch. The quarry is near Jingzhou City, south of the Yangtze River, and about 270 kilometers southwest of Wuhan City, the province capital.
"This region would have been a large series of lakes, surrounded by lush tropical forests during the early Eocene," Ni said. "Our analysis shows this new primate was very small and would have weighed less than an ounce. It had slender limbs and a long tail, would have been an excellent arboreal leaper, active during the daytime, and mainly fed on insects."
The fossil has been named, Archicebus achilles.
The genus, Archi, is Greek for the beginning, and the prefix is attached to cebus, which translates to "long-tailed monkey," after the long tail of the fossil skeleton. Thus, Archicebus is roughly translated as the first long-tailed monkey. The species name, Achilles, is an allusion to its interesting heel anatomy and to the mythological Greek warrior, for whom the Achilles tendon (connecting the heel bone to the calf muscle) is named.
"Archicebus marks the first time that we have a reasonably complete picture of a primate close to the divergence between tarsiers and anthropoids," Ni said. "It represents a big step forward in our efforts to chart the course of the earliest phases of primate and human evolution."
Archicebus has an unusual blend of anatomical features that has never been viewed in this combination before, making it challenging for the scientists to interpret. Their study of the fossil included a three-dimensional, high-resolution reconstruction, aided by high-tech scanning of the sample at the European Synchrotron Radiation Facility.
"Archicebus differs radically from any other primate, living or fossil, known to science," Beard said. "It looks like an odd hybrid with the feet of a small monkey, the arms, legs and teeth of a very primitive primate, and a primitive skull bearing surprisingly small eyes. It will force us to rewrite how the anthropoid lineage evolved."
The most unusual aspect of Archicebus is its foot anatomy, Gebo added.
"There's an odd combination of foot features," he said. "We see typical robust grasping big toes, long toes and nailed digits of primitive arboreal primates, but we also have rather monkey-looking heel bones and monkey-like long metatarsals, often viewed as advanced features that you would not normally find in a primitive early Eocene fossil primate.
"We have interpreted this new combination of features as evidence that this fossil is quite primitive and its unique anatomical combination is a link between the tarsier and monkey-ape branches of dry-nosed primates," he said. "This new view suggests that the advanced foot features of anthropoids (monkeys and apes) are in fact primitive for the entire lineage of dry-nosed primates."
Gebo said primitive primate fossils have been discovered on several continents, including North America, but he believes Archicebus and other ancient fossils point to Asia as the continent where primates originated.
"In the past, many scientists believed that Africa was the continent of origin for all primates, but it appears over the last decade that Asia is the more likely continent of origin, and this new skeleton supports that view," Gebo said.
http://www.sciencedaily.com/releases/2013/06/130605133554.htm
terça-feira, 4 de junho de 2013
"La moral humana viene de los simios"
Ni Jesús ni Rousseau ni Hobbes. Más bien la mona chita, o Darwin, para los más letrados, tendrían que ver con la moral.
La moral humana tiene un pasado evolutivo ligado al comportamiento social, no religioso ni filosófico. Así lo plantea el primatólogo y profesor Frans de Waal en su último libro "El bonobo y el ateo".
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"Muchos de los patrones que consideramos 'morales' vienen de la evolución de las especies", le explica De Waal a BBC Mundo.
Basado en 40 años de observación de primates, De Waal asegura que lo que los seres humanos denominamos como "moral" está mucho más cerca del comportamiento social de los simios que a una imposición divina o una decisión filosófica.
Para el científico, la moral no pasa por una decisión que se toma o que se impone desde arriba -filosofía, religión o incluso autoridad- sino que es innata al comportamiento social humano. No sólo eso: no es exclusiva, sino que viene como parte del "paquete social" que también puede encontrarse en otros animales como nuestros parientes primates.
Según el autor, los dos pilares de la moral: reciprocidad y justicia, por un lado y empatía y compasión por el otro, están presentes en el comportamiento social de los simios, el cual es ampliamente retratado en el libro.
Ética primate
El bonobo y el ateo salió a la venta hace menos de un mes y ya causó polémica.
Lo anterior está relacionado con los dos grados de moralidad que De Waal distingue en el comportamiento de estos animales. La primera, denominada moral "uno a uno", tiene que ver con cómo un individuo espera ser tratado.
Los estudios de De Waal, así como los de otros investigadores, han comprobado que chimpancés y bonobos respetan el concepto de propiedad y tratan a sus pares según la escala de jerarquía.
Sin embargo, muchas otras especies parecieran regirse por un sistema parecido. Entonces, ¿cuándo un comportamiento social se vuelve moral?
La clave es que estos primates esperan que se les respeten sus "derechos" y ser tratados según su grado jerárquico. Como animales sociales, muestran gratitud e incluso pueden tomar venganza, dependiendo del comportamiento de otros hacia ellos.
El segundo grado de moralidad se denomina "preocupación social" y tiene relación con un concepto más abstracto, que involucra el sentido de armonía de la comunidad o grupo como un todo. Aunque bastante rudimentario, los simios sí muestran ciertas formas de reconocimiento de este grado de moralidad al compartir su comida, tranquilizar a sus vecinos o incluso "intervenir" en peleas de terceros para evitar disturbios en la comunidad.
En una charla TED dictada por De Waal previo al lanzamiento del libro, el autor explicó que una de las cosas que más le llamó la atención de los primates que estudió fue su afán por reconciliarse luego de una pelea. "El principio es que tienes relaciones valiosas que resultan dañadas por el conflicto, por lo que tienes que hacer algo al respecto", explicó en esa ocasión.
Frans de Waal lleva 40 años investigando a los primates.
Todo, siempre en miras a la aceptación -y cooperación- social.
Los humanos, tal como nuestros parientes simios, evolucionamos en pequeños grupos donde la cooperación se volvió fundamental. Tal como ellos, también, ser sensible a las necesidades, intenciones y ánimos de nuestros pares se volvió una necesidad vital. Y eso, según de Waal, no tiene nada que ver con una decisión o un mandato superior, sino con la básica supervivencia.
"Los seres humanos tenemos todo tipo de intereses egoístas y conflictos individuales que necesitamos resolver para lograr una sociedad cooperativa. Por eso es que tenemos moral, y las abejas u hormigas no", señaló De Waal en una entrevista.
Sin embargo, tampoco es que la moral provenga de una especie de Leviatán hobbesco.
"El concepto de 'el hombre es un lobo para el hombre' es bastante injusto. Tanto para los lobos, que son animales bastante cooperativos, como para la humanidad que también es bastante más cooperativa y empática que lo que suele decirse", aseguró el científico en su charla TED.
Polémica religiosa
Ni dios ni la filosofía entonces habría influido en el desarrollo del comportamiento moral.
Sin embargo las teorías de De Waal, basadas en sus descubrimientos, no caen muy bien entre filósofos, antropólogos e incluso economistas, según el mismo De Waal ha contado.
"Ellos decidieron en su mente que la justicia es un concepto muy complejo y que los animales no pueden tenerlo. Hubo un filósofo incluso que nos escribió quejándose de que era imposible que los monos tuvieran un sentido de equidad, ya que la equidad era un concepto inventado durante la Revolución Francesa", relató el científico en su charla TED.
Y hoy se ha visto envuelto en otra polémica. Esta vez con religiosos. O no religiosos, para ser exactos.
"La religión no es irrelevante, pero no es la base de la moralidad", le dice De Waal a BBC Mundo.
Originario de los Países Bajos, De Waal le cuenta a BBC Mundo que el libro es también una reacción a una sociedad como la estadounidense, donde la mayoría de las personas asocian directamente la moral con la religión.
Los bonobos y los chimpancés se reconcilian después de pelear con un par que consideran valioso.
En su libro, el científico dedicó un capítulo completo al ateísmo. "Estoy por un rol reducido de la religión, con menos foco en Dios todopoderoso y más foco en la potencialidad humana", escribe. Pero eso parece no ser suficiente para los ateos.
Prominentes representantes del ateísmo como PZ Myers y AC Grayling han criticado duramente el libro, molestos no sólo porque De Waal es un científico que no "demoniza" la religión, sino que además critica al ateísmo, advirtiendo sobre los peligros de convertirlo en un dogma tan fuerte como la propia religión.
"Creo que deberían calmarse un poco", le dice De Waal a BBC Mundo, poniendo paños fríos a la discusión.
"Si dios existe es una pregunta interesante, pero no es la pregunta de mi libro y tampoco es una pregunta que un científico va a poder contestar", concluye.
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http://www.bbc.co.uk/mundo/noticias/2013/05/130523_ciencia_moral_viene_de_los_simios_ch.shtml
domingo, 26 de maio de 2013
Menino de 14 anos é considerado mais inteligente que Einstein
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O que você fazia aos 14 anos? Brigava com a sua mãe cada vez que ela pedia para que você estudasse um pouco mais e dava sempre um jeitinho de cabular aquela aula de Matemática? Bem, esse não é o caso do jovem norte-americano Jacob Barnett, um adolescente de 14 anos que aos dois foi diagnosticado com autismo e atualmente é considerado um gênio.
Jacob é tido como mais inteligente do que Einstein, já está completando um mestrado em Física Quântica e, segundo a mãe, em entrevista concedida à BBC, nunca deixou de fazer coisas extraordinárias, ainda que os médicos tenham dito que ele mal conseguiria ler, escrever e fazer tarefas simples como amarrar o cadarço de seus sapatos.
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Os médicos estavam certos em partes, pois o garoto teve mesmo muitas dificuldades em seu desenvolvimento e demorou a falar. Aos quatro anos, ele já fazia terapia e participava de programas especiais de aprendizagem. A mãe do menino, Kristine Barnett, conta que Jacob fazia coisas absurdas para a sua idade, como desenhar mapas no chão da sala e falar quatro idiomas desde cedo.
Segundo Kristine, foi durante uma visita a um planetário, quando Jacob tinha apenas quatro anos, que ela percebeu que seu filho tinha mesmo uma inteligência fora do comum. Nessa ocasião, o menino respondeu às perguntas que um professor havia feito à plateia a respeito de tamanhos de planetas e luas do Sistema Solar.
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O fato é que hoje Jacob é mesmo um gênio. Recentemente, ele teve alguns de seus trabalhos em Astrofísica avaliados por um professor da Universidade de Princeton, nos EUA. Desde então ele é considerado um forte candidato ao Prêmio Nobel da Física.
Suas teorias a respeito de Astrofísica começaram a ser desenvolvidas pelo supergênio quando ele tinha nove anos e essa história já virou narrativa em um livro chamado “The Spark” – algo como “A Faísca”, em uma tradução livre – escrito pela própria mãe do menino.
Aos 11 anos, Jacob ingressou na universidade e pôde se dedicar aos estudos mais aprofundados em Física Quântica, área na qual em breve, aos 14 anos, receberá o título de Mestre. Espertinho, não?
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http://www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/36686-menino-de-14-anos-e-considerado-mais-inteligente-que-einstein.htm
quinta-feira, 23 de maio de 2013
segunda-feira, 20 de maio de 2013
sexta-feira, 17 de maio de 2013
quinta-feira, 16 de maio de 2013
quarta-feira, 15 de maio de 2013
domingo, 12 de maio de 2013
Papa Francisco quer 'garantir proteção jurídica ao embrião'
O papa Francisco fez neste domingo uma manifestação contrária à legalização do aborto. Ele pediu que a vida seja respeitada desde o momento da concepção através da garantia de proteção jurídica ao embrião.
O pontífice se manifestou assim durante a reza do Regina Coeli, que substitui o Ângelus durante o Tempo Pascal, no qual cumprimentou os participantes da "Marcha Pela Vida", que aconteceu hoje em Roma.
"A este propósito, me agrada lembrar a coleta de assinaturas em muitas paróquias italianas para apoiar a iniciativa europeia 'Um de nós', para garantir proteção jurídica ao embrião, tutelando cada ser humano desde o primeiro instante da sua existência", disse.
Francisco afirmou também que, em defesa da vida humana, será realizada nos dias 15 e 16 de junho no Vaticano a Jornada do Evangelium Vitae.
http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/papa-francisco-quer-garantir-protecao-juridica-ao-embriao,68a10c65c2f8e310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
Cientistas apresentam projeto de 'manto da invisibilidade' térmico
Pesquisadores da França e da Alemanha criaram e testaram um novo tipo de "manto da invisibilidade", capaz de tornar objetos invisíveis ao calor. Já há mantos semelhantes para tornar objetos invisíveis à luz e a ondas sonoras, mas este é o primeiro a trabalhar com temperatura.
O protótipo conta com uma área de 5 cm de largura em seu centro, que é impermeável ao calor que flutua ao seu redor. O manto foi criado a partir de um composto de cobre e de silicone conhecido como PDMS.
A tecnologia pode vir a ser utilizada em experimentos eletrônicos de gerenciamento térmico. O manto atua canalizando o fluxo térmico em volta da região central, com anéis alternados de cobre e de silicone.
Alta condutividade
"Se você acompanhar o anel, você pode seguir essas áreas de alta condutividade (de calor). Mas, se você se dirige para o meio, você vai ser repetidamente bloqueado por uma camada de baixa condutividade", explicou o principal autor do estudo, Robert Schittny, do Instituto Karlsruhe de Tecnologia, na Alemanha. "É mais fácil para o calor se locomover ao redor deste objeto do que pelo seu centro", diz Schittny, em entrevista à BBC.
Mas o esforço não consiste apenas em insular a região central do calor, mas fazer "parecer" com que a região simplesmente não esteja ali. "Você quer que o fluxo de calor dê a impressão de que não há quaisquer problemas no meio e que, basicamente, se você quer conduzir o calor em direção ao centro, ele precisa fazer um desvio, precisa realizar um caminho maior para dar a volta", acrescenta o cientista.
"Cada anel é construído de um jeito que visa especificamente compensar pelo desvio que o calor precisa fazer", comenta. Schittny afirma que a pesquisa expõe possibilidades promissoras para dispositivos em que o calor precisa ser movimentado, como sistemas eletrônicos ou sistemas de aquecimento ou de resfriamento de energia.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/,38fe0c65c2f8e310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html?fb_ref=FBRecommPluginTerra
quinta-feira, 2 de maio de 2013
quarta-feira, 1 de maio de 2013
domingo, 28 de abril de 2013
Núcleo da Terra tem temperatura da superfície do Sol, diz estudo
Novas medições sugerem que o centro da Terra é muito mais quente do que se pensava anteriormente e que teria uma temperatura de 6.000ºC, semelhante à da superfície do Sol. O núcleo sólido de ferro é cristalino e está rodeado pelo núcleo externo, líquido e em movimento.
Mas a temperatura na qual esse cristal pode ser formado vinha sendo objeto de um longo debate. Um novo experimento usou raios X para analisar pequenas amostras de ferro sob uma extraordinária pressão com o objetivo de examinar como esse material cristalino se forma e se funde. Os resultados foram publicados na revista especializada Science.
A análise das ondas sísmicas geradas após os terremotos em todo o mundo pode proporcionar muita informação sobre a grossura e a densidade das camadas da Terra, mas não podem indicar sua temperatura. Isso deve ser calculado em um laboratório ou a partir de modelos informatizados que simulam o interior da Terra.
Medida crucial
As medições feitas no início dos anos 1990 das "curvas de fundição" - a partir das quais a temperatura do núcleo terrestre pode ser deduzida - sugeriam uma temperatura de cerca de 5.000ºC.
"Esse era só o início desse tipo de medição, então eles fizeram uma primeira estimativa para determinar a temperatura dentro da Terra", afirmou Agnes Dewaele, da agência de pesquisas francesa CEA, coautora do novo estudo. "Outros pesquisadores fizeram outras medições e cálculos por computador e não se chegou a nenhum acordo. Não é bom para nosso campo de trabalho não conseguirmos concordar uns com os outros", disse ela à BBC.
Determinar a temperatura do núcleo terrestre é crucial para uma série de disciplinas que estudam regiões do interior do planeta que nunca serão acessadas diretamente - guiando nossos entendimento sobre questões como terremotos ou o campo magnético da Terra.
"Temos que dar respostas aos geofísicos, aos sismólogos, aos pesquisadores de geodinâmica. Eles precisam de certos dados para alimentar os modelos informatizados", explica Dewaele.
Todos de acordo
Sua equipe de pesquisadores acaba de reconsiderar esses mais de 20 anos de medições utilizando as instalações do European Synchrotron Radiation Facility, na França, laboratório mantido em conjunto por 19 países e que possui uma das mais intensas fontes de raios X do mundo. Para replicar a enorme pressão no limite do núcleo terrestre - mais de um milhão de vezes a pressão ao nível do mar - eles usaram um dispositivo que mantém uma minúscula amostra de ferro entre duas pontas de diamantes sintéticos.
Após submeter as amostras a altas pressões e altas temperaturas usando um laser, os cientistas usaram feixes de raios X para promover uma difração, ou seja, para rebater todos os raios X sobre o núcleo dos átomos de ferro e ver como mudava o padrão à medida em que o ferro mudava de sólido para líquido. Esses padrões de difração oferecem informações sobre os estados do ferro parcialmente fundido, que é o que os pesquisadores agora acreditam que os primeiros pesquisadores mediram nas experiências originais.
Eles sugerem agora uma temperatura de cerca de 6.000ºC, com uma margem de erro de 500ºC para mais ou para menos - aproximadamente a mesma temperatura estimada para a superfície do Sol. Mas o mais importante, segundo observa Dewaele, é que "agora todo mundo concorda" com as estimativas.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/nucleo-da-terra-tem-temperatura-da-superficie-do-sol-diz-estudo,b6ca7a7af4d4e310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Novas descobertas no canal do Panamá mudam história da América
O istmo centro-americano se fechou há 10 milhões de anos e não há 3,5 milhões como se pensava até agora, revelam achados nas obras de ampliação do canal do Panamá, uma descoberta que revolucionará os livros de História, anunciaram fontes especializadas nesta sexta-feira.
"A maior parte da paisagem no Panamá se formou há 10 milhões de anos. Antes, acreditava-se que a paisagem tinha se formado há 3,5 milhões de anos", afirmou durante entrevista coletiva Carlos Jaramillo, cientista colombiano do Instituto Instituto Smithsonian de Pesquisas Tropicais (STRI, na sigla em inglês).
Segundo os resultados das pesquisas feitas pelo STRI, as Américas do Norte e do Sul se uniram há 10 milhões de anos, quando emergiu o istmo centro-americano e acabou com os 400 quilômetros de oceano que separavam a região da Colômbia.
Até agora, os cientistas acreditavam que esta união continental teria provocado a glaciação do Ártico devido à mudança das correntes marinhas. Mas, com as novas descobertas, a união do istmo centro-americano e a formação do Ártico teriam sido separados por milhões de anos.
"Antes se pensava que a termoalina (circulação de água salgada nos oceanos) e o Ártico estavam muito ligados, mas agora vemos que a termoalina começou muito antes e que não é uma condição necessária para pôr gelo no Ártico", acrescentou Jaramillo.
Os especialistas chegaram a estas conclusões após analisar os diferentes fósseis encontrados nas escavações que fizeram por mais de cinco anos, aproveitando as obras de ampliação do canal do Panamá. As novas descobertas foram submetidas ainda a testes científicos especializados.
Fósseis encontrados
Segundo os especialistas, a formação do Panamá condicionou o clima na época e produziu uma grande migração de animais, que podiam se deslocar pelo continente através da América Central.
Os cientistas encontraram fósseis de camelos e cavalos em miniatura, de um rinoceronte, de um urso-cão gigante, além de espécies de cobras, jacarés e macacos que viveram no local há milhões de anos. Também foram registrados os primeiros crânios de crocodilos e morcegos da América Central, além da jiboia mais antiga fora da América do Sul.
"Estes trabalhos são cruciais" porque os cientistas "não sabem quase nada da paleontologia e da biodiversidade pretérita nesta região", devido em parte à dificuldade de se fazer escavações, afirmou à AFP Bruce MacFadden, professor de Paleontologia no Museu de História Natural da Universidade da Flórida (Estados Unidos).
Segundo o STRI, nas escavações, onde foram coletadas mais de 6.000 amostras, foram encontradas 10 espécies até agora desconhecidas. "É uma revolução. Encontramos coisas muito primitivas aqui no Panamá. Cada fóssil que encontramos é como o avô dos (animais) que existem", concluiu Jaramillo.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/novas-descobertas-no-canal-do-panama-mudam-historia-da-america,46c38a2ee314e310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
Einstein estava certo: testes levam teoria da relatividade a novos limites
Um par estelar bizarro - constituído pela estrela de nêutrons de maior massa conhecida e uma estrela anã branca - permitiu a astrônomos testar a teoria da gravitação de Einstein de maneiras que não tinham sido possíveis até hoje. Até agora, as novas observações desse estranho sistema binário estão exatamente de acordo com as previsões da relatividade geral, mas são inconsistentes com algumas teorias alternativas. Os resultados do estudo serão publicados na revista Science.
Com o auxílio do Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), uma equipe internacional descobriu um objeto duplo exótico, constituído por uma estrela de nêutrons, pequena mas excepcionalmente pesada, que gira em torno de seu próprio eixo 25 vezes por segundo, e por uma estrela anã branca que a orbita a cada duas horas e meia. A estrela de nêutrons é um pulsar que emite ondas de rádio, que podem ser observadas a partir da Terra com rádio telescópios. Esse par incomum constitui um laboratório único para testar os limites das teorias físicas.
O pulsar chamado PSR J0348+0432 é o que resta da explosão de uma supernova. É duas vezes mais pesado que o Sol , mas tem um diâmetro de apenas 20 quilômetros. A gravidade em sua superfície é mais de 300 bilhões de vezes mais intensa que a sentida na Terra, e em seu centro cada pedaço do tamanho de um cubo de açúcar tem mais de um bilhão de toneladas de matéria comprimidas. A sua companheira anã branca é apenas um pouco menos exótica: trata-se de um resto brilhante de uma estrela muito mais leve, que perdeu a sua atmosfera e que lentamente vai se apagando.
Teorias de gravidade
A teoria da relatividade geral de Einstein, que explica a gravidade como uma consequência da curvatura do espaço-tempo criada pela presença de matéria e energia, tem resistido a todos os testes desde o primeiro momento da sua publicação, há quase um século. Mas ela não pode ser a explicação derradeira e deverá, em última instância, perder a sua validade.
Como o pulsar é extremamente pequeno, o tamanho relativo dos dois objetos não está desenhado à escala
Foto: ESO/L. Calçada / Divulgação
Os físicos construíram outras teorias de gravidade que levam a previsões diferentes das da relatividade geral. Para algumas destas alternativas, as diferenças são percebidas apenas para campos gravitacionais extremamente fortes, os quais não podem ser encontrados no Sistema Solar. Em termos de gravidade, o PSR J0348+0432 é de fato um objeto extremo, mesmo quando comparado com outros pulsares que foram usados em testes de alta precisão da relatividade geral de Einstein.
Em campos gravitacionais tão fortes, pequenos aumentos na massa podem levar a grandes variações no espaço-tempo em torno destes objetos. Até agora, os astrônomos não tinham ideia do que podia acontecer na presença de uma estrela de nêutrons de massa tão elevada como a PSR J0348+0432. Este objeto oferece a oportunidade única de levar estes testes a território desconhecido.
Este é apenas o começo dos estudos detalhados sobre este objeto único, e os astrônomos irão utilizá-lo para testar a relatividade geral com cada vez mais precisão, à medida que o tempo passa.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/einstein-estava-certo-testes-levam-teoria-da-relatividade-a-novos-limites,209495941d73e310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
Uruguay 'da a luz' a los primeros corderos fluorescentes genéticamente modificados
Científicos uruguayos han anunciado el nacimiento de los primeros corderos genéticamente modificados en América Latina. Los animales tienen la particularidad de ser fluorescentes bajo luz ultravioleta.
"La transgénesis en esta especie no estaba disponible en Latinoamérica y este logro posiciona a Uruguay en el más alto nivel científico internacional", señala la Fundación Instituto de Reproducción Animal Uruguay (IRAUy) y el Instituto Pasteur, autores del experimento, a través de un comunicado.
Los nueve corderos transgénicos uruguayos nacieron en octubre de 2012 en el IRAUy, donde crecen sin problemas junto con sus congéneres no transgénicos, dijo a AFP Alejo Menchaca, presidente del instituto. Bajo la luz ultravioleta los animales presentan una tonalidad verde fluorescentes, lo que se debe al gen que les incorporaron, una proteína de la medusa Aequorea victoria y, básicamente, permite saber de inmediato si el animal es transgénico o convencional.
http://actualidad.rt.com/ciencias/view/92812-uruguay-corderos-fluorescentes-genetica
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Richard Dawkins lidera lista com os maiores intelectuais do mundo
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RIO - O biólogo evolucionista Richard Dawkins desbancou ganhadores do Prêmio Nobel e foi considerado o maior intelectual do mundo pelos leitores da revista Prospect. Atrás dele vêm o político afegão Ashraf Ghani, o psicólogo Steven Pinker, o ex-ministro iraquiano Ali Allawi e o economista Paul Krugman. O ranking foi publicado após mais de 10 mil votos de mais de 100 países.
Ateu, Dawkins é autor dos livros "Deus, um delírio" e "O gene egoísta", que introduziu o termo "meme", em uma referência à menor unidade do pensamento. Hoje, o conceito é frequentemente usado para definir conteúdos que se espalham pela internet na forma de textos, imagens e vídeos. O biólogo, inclusive, é popular na web: ele tem quase 700 mil seguidores no Twitter, onde costuma falar muito de religião.
Em relação à primeira lista, de 2005, uma novidade entre os mais votados foi o físico inglês Peter Higgs, que contribuiu para o desenvolvimento da teoria do Bósson de Higgs, a chamada "partícula de Deus" descoberta no ano passado que dá massa a outras partículas elementares. O cientista é um dos mais cotados para o Nobel este ano.
Chama a atenção a ausência de mulheres entre os dez primeiros colocados. A mais bem classificada, no 15º lugar, é a escritora e ativista da Índia Arundhati Roy, uma crítica proeminente das injustiças no país.
O ranking foi baseado em 65 nomes escolhidos por especialistas. O critério para fazer parte da seleção era ter exercido "influência nos últimos 12 meses" e uma importância "para as grandes questões do ano" - o que pode explicar a ausência de pensadores renomados, como Noam Chomsky e Stephen Hawking, por exemplo.
Confira a lista completa
http://oglobo.globo.com/cultura/richard-dawkins-lidera-lista-com-os-maiores-intelectuais-do-mundo-8210728
domingo, 21 de abril de 2013
sábado, 13 de abril de 2013
Dawkins fala à Playboy sobre seu combate ao dogmatismo
Richard Dawkins [foto], o santo patrono dos descrentes, causou furor no início do ano durante um debate com o Arcebispo da Cantuária, que apontou que seu oponente era alguém normalmente descrito como o ateu mais famoso do mundo. “Não por mim”, respondeu Dawkins antes de prover sua costumeira explicação – um ser supremo é possível apesar de bastante improvável –, o que levou um jornal londrino a proclamar que o cético mais notório do planeta estava se rendendo. Longe disso. Dawkins, com 71 anos de idade, continua sendo um irreprimível e afiado crítico do dogmatismo religioso. Como qualquer cientista que desafia a Bíblia e sua versão poética da criação, ele passa boa parte do tempo defendendo a teoria darwiniana de que toda vida, incluindo a humana, evoluiu através dos anos a partir da seleção natural, algo muito diferente do que simplesmente ser moldado a uma dezena de milhares de anos atrás por uma mão inteligente, apesar de invisível.
Dawkins, que se aposentou na Universidade Oxford em 2008, após 13 anos como professor de compreensão pública da ciência (significando que ele dava aulas e escrevia livros), caiu nas graças do público em 1976, quando tinha 35 anos, com a publicação de “O Gene Egoísta”. O livro, que vendeu mais de um milhão de cópias, persuade o leitor de que a evolução acontece em nível genético; indivíduos morrem, mas os genes mais adequados sobrevivem. Desde então, Dawkins escreveu mais 10 best-sellers, incluindo os recentes “A Magia da Realidade: Como Nós Sabemos O que É Verdadeiro”. Após o onze de Setembro ele se tornou ainda mais sincero acerca de seu ceticismo, culminando em “Deus, um Delírio”, que dá sustentação para seus contínuos debates com religiosos. Publicado em 2006, o livro se tornou o mais popular de Dawkins, disponível em 31 línguas com 2 milhões de cópias vendidas. No mesmo ano ele fundou a Richard Dawkins Foundation for Reason and Science “para apoiar a educação científica, pensamento crítico e a compreensão evidenciada de um mundo natural, buscando superar o fundamentalismo religioso, a superstição, a intolerância e o sofrimento”. Seus livros o fizeram um congressista bastante popular e um campeão do pensamento crítico. Em março, ele palestrou para 20.000 pessoas no Reason Rally na Praça Nacional em Washington, D.C; na semana seguinte ele esteve no Forte Bragg, na Carolina do Norte, encorajando o primeiro encontro de soldados ateístas e agnósticos jamais permitido antes numa base militar americana.
Dawkins vive em Oxford com sua terceira esposa, Lalla Ward, conhecida pelo papel de Romana em Doctor Who. Mas ele raramente fica em casa por muito tempo, e o editor colaborador Chip Rowe teve de viajar por três cidades para completar esta conversa. Ele afirma: “Dawkins é um orador cuidadoso, de pavio curto diante bobagens (que nos cercam, especialmente entre os jornalistas ocasionais ou crentes), mas ele muda de postura e seus olhos brilham quando lhe pergunto sobre princípios evolutivos. Nos encontramos pela primeira vez em Las Vegas numa convenção para céticos. Conversamos novamente quando ele visitou Nova Iorque para uma palestra na Cooper Union e em Washington, quando ele palestrou na universidade de Howard; conversou com o diretor de sua fundação; agradeceu aos voluntários; e visitou a impressionante exibição da origem humana no Museu Nacional de História Natural. Durante o passeio com o curador da exibição, Dawkins parecia incomodado toda vez que era compelido a conversar, encarando furtivamente um glóbulo ocular fossilizado em cada direção, incluindo os dispostos numa parede de caveiras progressivamente modernas. Em certo ponto, duas moças se aproximaram. “Esse é o Richard Dawkins!”, comentou uma delas para a amiga, arregalando os olhos. Imagino que tenha sido algo como se encontrar com o Bono no Rock and Roll Hall of Fame.
"Se existisse um deus, eu perguntaria:
'Senhor, por que você foi para
tão longe para se esconder?'"
Playboy: O que significa esse A em seu colar?
Dawkins: Significa “ateísta”.
Como uma letra escarlate?
A função não é refletir isso. É parte de uma das campanhas da minha fundação. Isto significa que as pessoas devem demonstrar no que acreditam e dar bons motivos para tal. É um pouco análogo aos gays saindo do armário.
Sendo que ateístas podem se casar uns com os outros.
Sim, verdade.
Há alguma palavra que descreva melhor o descrente do que ateu? Darwin preferia o termo agnóstico. Alguns sugerem humanista, naturalista, descrente...
Darwin escolheu agnóstico por razões táticas. Ele disse que o homem comum não estava preparado para o ateísmo. Há uma bela história que a comediante Julia Sweeney conta sobre sua própria jornada de devota ao catolicismo para o ateísmo. Quando ela finalmente decidiu que era ateia, mencionaram tal fato num jornal. Sua mãe lhe passou um telefonema histérico e disse algo como “Eu não me importo se você não acreditar em Deus, mas ateia?” (Risos) O termo “iluminado” foi sugerido por um casal da Califórnia. Eu acho que é um ótimo termo, apesar de a maioria dos meus amigos ateus acharem que o isso sugere que religiosos não sejam tão brilhantes. Eu digo pra eles: “E qual o problema nisso?” (Risos)
Você se descreve como um agnóstico “fada do dente”. O que isso significa?
Um amigo meu prefere usar esse termo do que dizer ser ateu, querendo demonstrar que não se pode comprovar a não-existência de Deus, apesar de ele ser algo como a “fada do dente”.
Então você não nega completamente a possibilidade de um ser supremo. Críticos veem isso como uma brecha.
Você pode pensar o mesmo se achar que há, também, uma brecha para comprovar a existência da fada do dente.
Parece-me um argumento de Bertrand Russell, que disse que enquanto podia afirmar que um bule orbitava pelo sol, entre a Terra e Marte, ele jamais esperaria que alguém acreditasse nele só por não poderem provar tal fato.
É a mesma ideia. É um pouco injusto dizer que é como a fada do dente. Eu acho que a ideia de um deus em particular, como Zeus ou Jeová, é tão improvável quanto a da fada, mas a probabilidade da existência de alguma inteligência criativa não é tão ridícula.
Então você não partilha da filosofia de Pascal. Ele era um filósofo do século 17 que dizia ser mais interessante acreditar em Deus, pois se não acreditar e estiver errado...
O preço da falha é bem alto. Mas e se você escolhesse o deus errado para louvar? E se você chegasse lá e em vez de Jeová encontrasse Baal? (Risos) E mesmo se escolhesse o deus certo, por que ele tem essa obsessão por adoração? E mais, qualquer deus minimamente decente perceberá qualquer traço de fingimento. As chances de existir algo assim são baixas, mas não importa, pois as recompensas são bem altas. Ao crer, você também pode estar desperdiçando sua vida. Você vai para a igreja todo domingo, paga promessa, se veste mal. Você tem uma vida horrorosa, e quando morre fica por isso aí.
Suponhamos que um deus exista e que você tenha a chance de lhe fazer uma pergunta. Qual seria?
Eu perguntaria: “Senhor, por que você foi para tão longe para se esconder?”.
Você tem amigos fervorosamente religiosos?
Não. Não que eu os evite; é que os círculos em que me encaixo são compostos por gente educada, inteligente, e não há pessoas religiosas entre tais grupos que eu conheça. Tenho amizade com alguns bispos e vicários que acreditam em algo e gostam de música e vidraçarias.
Albert Einstein e Stephen Hawking referenciam Deus em seus escritos. Eles usam tal palavra no sentido de um criador inteligente?
Certamente que não. Eles usam a palavra deus num sentido poético, metafórico. Einstein particularmente amava usar a palavra para conciliar a ideia de mistério, o que acho que cientistas decentes fazem. Mas hoje em dia nós aprendemos que é melhor usar outras palavras para não haver mal-entendidos, como foi no caso de Einstein. E o pobre coitado foi bem claro. “Eu não acredito em um deus pessoal”, repetiu ele várias e várias vezes. De algum modo, ele causou a própria confusão. Hawking a usa de um modo similar em “Uma Breve História do Tempo”. Na famosa última frase de seu trabalho ele diz que se entendêssemos o universo, “então saberíamos como funciona a mente de Deus”. Mais uma vez, ele está usando o deus Einsteniano, não no sentido religioso. Então, em “O Grande Projeto”, quando Hawking diz que o universo poderia ter se originado do nada, ele não está dando as costas para Deus; suas crenças ainda são as mesmas.
Você se diverte bastante desconstruindo a ideia de um criador inteligente. Você afirma que Deus fez o leopardo rápido suficiente para pegar uma gazela e a gazela rápida o suficiente para fugir do leopardo...
Sim. Deus é sádico?
...além do péssimo projeto de nos fazer comer e respirar através do mesmo mecanismo, tornando fácil engasgar e morrer.
Ou o nervo laríngeo, que passa por uma artéria no peito e então retorna à laringe.
Não é muito eficiente.
Nem numa girafa o seria.
Você afirma que cristãos veneram um “Deus criado”. Alguns respondem que Deus não foi criado; ele é eterno.
Poderíamos dizer o mesmo sobre o universo. Poderíamos dizer que os elefantes suportam o mundo em suas costas. E sempre houve elefantes. Respondo isso.
Os ataques do Onze de Setembro pareceram fazer você ainda mais militante no que tange seu ateísmo, como se a sua paciência houvesse finalmente estourado.
Teve um pouco disso. Muitas pessoas no mundo sentiram que deviam se erguer contra a ameaça e fazerem parte da luta. Qualquer sugestão de anti-americanismo em minha mente desapareceu. Ich bin ein Amerikaner (Nota do Tradutor: “Eu sou um americano”, em alemão). Então, George W. Bush destruiu isso. Foi um momento anti-islâmico e também antirreligioso para mim, pois eu estava nauseado quando a resposta de “Allahu Akbar” foi “Deus é conosco” ou qualquer outro ditado cristão – soou como se os líderes católicos americanos se unissem para apoiar a força que foi a origem da crise.
Você culpa o conceito de vida após a morte pelo Onze de Setembro?.
Sim. Normalmente, quando um avião é sequestrado, assume-se que os sequestradores querem tirar umas férias. O jogo muda se os sequestradores esperam que tais férias cheguem após a morte, pois é assim que conseguirão o melhor do paraíso.
Você fala da parte das 72 virgens em que o Corão afirma que esperam os mártires.
Sim. Jovens feios demais para conseguir uma mulher no mundo real buscam as que estão no paraíso. Mas o que quero dizer é que essas pessoas realmente acreditam no que elas dizem acreditar, algo que nem sempre acontece com o cristão. Nenhum cristão se anima ante a morte.
O que vai acontecer quando você morrer?
Bem, devo ser enterrado ou cremado.
Engraçadinho. Mas sem a parte da vida após a morte, como você se conforta na hora do desespero?
Com amor e compaixão humanos. Mas quando reflito mais, em momentos em que me concentro – conforto não é bem a palavra certa, mas eu consigo forças quando reflito no privilégio que é estar vivo e no privilégio que é ter um cérebro capaz de entender, limitadamente, o motivo da minha existência, a beleza deste mundo e a beleza do processo evolutivo. A magnificência do universo e a sensação de fragilidade que o espaço e este tempo profundamente geológico dão nos atordoa, mas de um jeito estranhamente reconfortante. É bom saber que você é parte de um cenário tão grande.
Você se preocupa com uma futura tentativa dos seus oponentes de falsificarem uma conversão à beira da morte, como os criacionistas tentaram com Darwin?
Algo um pouco mais preocupante é o efeito Antony Flew. Flew foi um filósofo ateu britânico que se converteu quando idoso. Ele ficou gagá. Daí é inevitável.
Então, se você se converter é por ter enlouquecido?
Sim. Depois que meu amigo Cristopher Hitchens foi diagnosticado com câncer, perguntaram-lhe se haveria uma conversão. Ele disse que se houvesse não lhe seria verdadeiro. O que é bastante assustador é quando religiosos costumam explorar isso, como fizeram no caso de Flew, que numa idade avançada foi persuadido a colocar seu nome num livro dizendo que se convertera a alguma forma de crença. Ele não apenas não escreveu no livro como também não o leu. (Risos).
Sua convocação para o militantismo ateu é um dos motivos pelo qual você aparece como um personagem em South Park. Os criadores do desenho, Trey Parker e Matt Stone, foram acusados de serem ateus, então pensaram quem seria o maior militante ateu possível.
É o único episódio de South Park que já vi. Houve a tentativa de fazer algo satirizando a ideia de um futuro utópico, onde diferentes seitas ateístas lutam umas com as outras. Mas as minhas funções durante o episódio eram ridículas na maior parte do tempo, como a sodomização de um travesti careca...
Transexual, na verdade.
Transexual, que seja. Isso não é sátira por que não tem nada a ver com aquilo que sou. E a parte escatológica, onde tinha alguém atirando cocô, que acertava minha nuca – isso nem foi engraçado. Eu não entendo por que eles não puderam ir direto pra parte da luta entre grupos de ateus, algo que possui um pouco de verdadeiro. Isso me lembra um pouco a Frente Popular da Judeia e a Frente dos Povos da Judeia, no “A Vida de Brian” do Monty Python.
O presidente Obama mencionou os “descrentes” no seu discurso inaugural, causando espanto. Mas quando você pensa em crenças religiosas, um dos maiores grupos nos Estados Unidos é o de ateístas e agnósticos. Por que vocês são ignorados durante discussões políticas?
Eis uma boa afirmação. Claro, ela depende de como você faz as divisões. Cristãos são, de longe, o maior grupo. Se você dividir os cristãos em suas denominações, agnósticos e ateístas são o terceiro maior grupo, atrás dos católicos e batistas. Isso é interessante ao analisarmos pelo lado da falta de influência dos descrentes. Se contarmos o número de judeus, certamente observadores, obteremos um grupo ainda menor que o dos descrentes. Ainda assim, judeus possuem tremenda influência. Não crítico isso – palmas para eles. Mas poderíamos fazer o mesmo.
Você não espera paz entre Israel e a Palestina.
Não há muita esperança quando os protagonistas mais influentes fundamentam sua hostilidade em livros de dois mil anos de idade dos quais eles acreditam que lhes dá direito a terras.
O que você pensa de Jesus?
As evidências de sua existência são surpreendentemente precárias. Os primeiros livros do Novo Testamento foram as Epístolas, e não os Evangelhos. É quase como se São Paulo e os outros que escreveram as Epístolas não estivessem interessados na existência de Jesus. Mesmo se ele for ficcional, quem escreveu sua história estava muito à frente do tempo em relação à filosofia moral.
Você leu a Bíblia?
Eu não li tudo, mas meu conhecimento bíblico é bem maior do que o da maioria dos fundamentalistas cristãos.
Qual seu versículo predileto?
Meu livro favorito é o do Eclesiastes. É uma bela poesia enquanto escrita no Inglês do século 17, e me disseram que fica melhor ainda em hebreu. “Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade!”. A Canção das Canções é formidável, e é ainda mais engraçado em hebreu, algo como uma música para bêbados.
Você comentou que se Jesus existiu e caminhou para a morte como a Bíblia descreve, então tivemos um ato ‘puramente insano’, como descrito por você.
Não há evidência de que o próprio Jesus tenha sido puramente insano, mas a doutrina inventada posterior à morte dele por nossos pecados certamente o é. É puramente perturbador pensar que o criador do universo – capaz de inventar as leis da física e o processo evolutivo –, este possuidor de intelecto sobrenatural, não conseguiu pensar em um meio melhor de perdoar nossos pecados do que se torturar até a morte. E que terrível lição dizer que nós nascemos no pecado por causa do pecado original de Adão, um homem que até a Igreja Católica afirma não existir.
Escutamos constantemente que a América é uma nação católica e que seus pais fundadores foram todos cristãos.
Eles eram teístas. Não acreditavam em um deus particular, ou um que interferia em problemas humanos. E eles estavam cientes de que não queriam os Estados Unidos como uma nação cristã.
"Hitler não era ateu, ele era
católico romano. Mas eu não
ligo para o que ele era"
Mas você deve escutar bastante que se ateus possuíssem o controle acabariam sendo como Hitler e Stálin.
Hitler não era ateu, ele era católico romano. Mas eu não ligo para o que ele era. Não há conexão lógica entre ateísmo e o acontecimento de coisas ruins, nem de coisas boas, aliás. O ateísmo é apenas uma crença filosófica sobre a falta de uma inteligência criativa no mundo. Qualquer um que pense que você precisa de uma religião para ser bom está sendo bom por um motivo errado. Eu prefiro ser bom por razões morais. A moralidade surgiu antes da religião, e a moral muda independentemente da religiosidade. Até pessoas que confiam na Bíblia usam critérios morais não-bíblicos. Se seus critérios são escriturais, então você não tem motivo para escolher o versículo que diz para virar a outra face e não o que diz para apedrejar pessoas até a morte. Então você encontra sua moral sem a necessidade da Bíblia.
Você diz que a ciência está perdendo a guerra contra a religião.
Eu disse que estávamos perdendo? Eu devia estar num péssimo dia.
Surpreendia-lhe que a ciência ainda estava sendo desafiada.
Eu fico surpreso, mas eu não sei se estamos perdendo a batalha. Se você observar atentamente, houve evolução através dos séculos. Pessoas religiosas gostam de dizer que Isaac Newton era religioso. Oras, mas é claro que era – ele viveu antes de Darwin. É difícil ser ateu antes de Darwin.
Você teria sido o cara incapaz de acreditar em Zeus.
Eu me questionaria sobre os detalhes de Zeus atirando relâmpagos, mas eu provavelmente acreditaria em um ser sobrenatural. Quando se olha ao redor neste mundo vivo e se vê a complexidade de uma célula e a elegância de uma árvore – “Creio que jamais verei/ Um poema tão amável quanto uma árvore/ Poemas são feitos por tolos como eu/ mas para criar a árvore, somente Deus” – eu ficaria comovido por isso. Darwin mudou tudo. Ele cedeu uma simples, explicável, útil história sobre como você pode entender não só a complexidade da árvore como também a do ser humano através da funcionalidade física bastante especial que é o processo de evolução por seleção natural. Ah, se Newton vivesse o suficiente para ver isso.
O biólogo evolucionário Stephen Jay Gould via ciência como...
Non-overlapping magisteria (Magistérios não-interferentes), ou NOMA.
...completamente separáveis.
Isso é política pura. Gould estava tentando vencer batalhas no debate entre criação-evolução dizendo às pessoas religiosas “Você não deve se preocupar. A evolução é amigável aos religiosos”. E o único modo que pôde pensar em tranquilizar os religiosos foi dizer que as duas áreas se ocupam de temas diferentes. Mas ele generosamente cedeu os domínios da moral e das questões fundamentais à religião, o que é a última coisa que você deve fazer. Hoje, a ciência não – talvez nunca possa – responder a todas as questões sobre a existência e as origens das leis fundamentais da natureza. Mas o quê faz você pensar que a religião pode? Se a ciência não pode lhe responder, nada poderá.
Alguns cientistas dizem que você deveria parar de falar sobre o ateísmo porque isso atribula as águas no debate sobre a evolução.
Se você está tentando vencer a batalha tática nas escolas americanas, então é melhor mentir e dizer que a evolução é amiga da religião. Não desejo condenar pessoas que mentem por motivos táticos, mas eu não quero fazer isso. Para mim, isso é só mais uma briguinha dentro da grande guerra contra a irracionalidade.
Você diz que se a ciência e a religião são realmente inconciliáveis, então os católicos deveriam parar de acreditar em milagres.
Certamente. O milagre é uma péssima intervenção no jogo da ciência. A resposta dada por alguém ajoelhado e rezando sobre o motivo de acreditarem em deus sempre envolverá milagres, incluindo o da criação. Se você não permite isso à religião, então você acabou de destruir o motivo para todos serem religiosos.
Você se sente desencorajado pelos contínuos ataques contra a razão?
Não. Eu acesso muito a internet e leio o que os jovens andam escrevendo. Vejo um vertiginoso crescimento do bom-senso, da racionalidade, da irreverência. A América está dividida em duas metades. Há os idiotas descerebrados de Sarah Palin de um lado e um grande número de pessoas intelectuais, educadas e inteligentes do outro. Eu acho difícil acreditar que espécimes da Idade da Pedra acabarão vencendo no final. Uma horrível quantidade de gente que se diz religiosa simplesmente não conhece alternativas. Analisando suas crenças, descobre-se que são praticamente as mesmas –todos temos uma sensação de admiração e respeito perante a grandiosidade do universo.
Você é dos que pensam que a evolução da crença religiosa é um “produto acidental”.
Quando algo é disseminado entre uma espécie, você imagina que isso tenha algum valor para a sobrevivência. Não há valor de sobrevivência na religião em si – apesar de talvez haver – mas há o tipo de valor que se refere a predisposições psicológicas como obediência e autoridade. Esses valores são fortemente essenciais para crianças. Visto que elas são frágeis e não conhecem o mundo, confiam na sabedoria paterna. Mas não possuem meios de distinguir sabedoria boa para a sobrevivência da sabedoria puramente estúpida.
Seus pais lhe criaram na Igreja Anglicana.
Eu não desejaria o mal a meus pais ao dizer que me criaram religiosamente. Fui enviado às melhores escolas, e a maioria delas, na época, eram anglicanas. Eu tinha orações diárias e leituras da Bíblia. Uma me aceitou aos treze anos.
Quando você teve seu primeiro contato com a Origem das Espécies?
Dois anos depois.
E fez sua cabeça.
Sim. Uma ideia simplicíssima que explica as complexidades da cauda do pavão, do saltitar do antílope, da aceleração da pantera, do voar do beija-flor, do pensar do humano. São maquinários extremamente complicados, e ainda assim entendemos o porquê deles existirem.
Seus pais eram naturalistas que, como você diz, podiam identificar qualquer tipo de planta na Grã-Bretanha.
Meu pai lia sobre botânica em Oxford. Eu li sobre zoologia lá. Eu não era naturalista como ele, mas amava caminhar pelas florestas com alguém que as conhecia.
Ele te influenciou de alguma forma?
Curiosidade, curiosidade científica.
E a sua mãe?
Ela não tinha formação em ciências, mas tinha um conhecimento muito bom sobre plantas também. Era uma das coisas que os dois adoravam juntos, eu acho. Ela me educou, e aprendi muito com ela.
Você nasceu em Nairóbi. Por que seus pais estavam lá?
Por causa dos conhecimentos que possuíam sobre botânica, meu pai se juntou ao departamento agrário do Serviço Colonial Civil e foi enviado ao Leste da África, na região onde ficava a Niassalândia e hoje é Malawi. Então, ele foi convocado para a Artilharia Africana do Rei, um regimento britânico localizado em Nairóbi. Daí, se moveu ao norte do Quênia e minha mãe o seguiu. Ela acabou passando por algumas dificuldades. Visto que ela não estava legalmente no Quênia, teve alguns problemas para sair de lá. (Risos).
O que lembra daquele tempo?
Lembro muito da Niassalândia. Lembro dos aromas e paisagens e cores. Era uma existência privilegiada, cheia de servos. Era como se houvéssemos voltado cem anos no tempo: vivíamos numa estranha sociedade patriarcal.
Ao completar oito anos, você se mudou com os pais para a Inglaterra.
Meu pai herdou os bens dos Dawkins. Bens que estiveram na família desde 1723, nas mãos de um primo muito distante – tão distante que nunca ouvíramos falar dele. Esse primo desejava que uma fazenda sua continuasse nas mãos de um Dawkins, mas não havia filhos homens. Foi brilhante da parte dele escolher o meu pai por ele ter formação em agricultura, embora tropical, além de possuir o tipo de conhecimento empresarial capaz de transformar a herança em uma fazenda para trabalho.
O que ele cultivava?
Ele tinha gado Jersey, que, como sabemos, dá muito creme. Ele fornecia creme para todos os hotéis locais e colégios de Oxford. Também criava porcos. A área, hoje, não é tão grande. Um Dawkins excêntrico do século 19 vendeu grande parte das terras para pagar por processos, então parte das heranças da família desapareceu.
Você escreveu seu primeiro livro durante um apagão décadas depois de se mudar para a Inglaterra.
Em 1972 havia grande agitação industrial na Grã-Bretanha, e por dias inteiros não tínhamos energia. Eu não podia continuar minha pesquisa, então eu decidi começar a escrever “O Gene Egoísta”.
"Existe uma resposta educada
a quem pergunta por que
você não vai à igreja?"
Você é um grande fã da ficção científica. O que te atrai nela?
Eu prefiro o tipo de ficção científica que toma algum aspecto da ciência e o modifica. Conheço um romance adorável de Daniel Galouye chamado “O Universo Escuro”, que é sobre um grupo de pessoas que vivem em total escuridão e não conhecem a luz. Então a luz se torna um mito. Eles usam frases como “Luz toda poderosa” e fazem cerimônias quando sentem uma lâmpada sagrada. Galouye mudou apenas uma coisa – ele retirou a luz – e procurou por todas as consequências disso.
Algo oposto à criação de um mundo de fantasia.
Princesas cavalgando unicórnios não é ficção científica.
O assessor da Playboy recebeu esta questão de um leitor: “Sinto-me inconformado quando uma pessoa que acabo de conhecer me pergunta se vou a igreja, pois não vou. Existe algum modo educado para responder?”.
Eu diria, “Não, eu não vou à igreja. Você vai? Se sim, por quê?”.
Isto é o que você disse numa carta a sua filha quando ela tinha dez anos.
O que eu fiz, e sugeriria aos outros pais que imitassem, foi encorajar ela a pensar por si mesma. Para ilustrar melhor, eu falei isso na ocasião em que tive de falar sobre o Papai Noel: “Bem, vamos calcular quantas chaminés existem”. Quer dizer, seria divertido descobrir que ele teria de viajar mais rápido que a velocidade da luz para atender a todos.
E se a criança começar a chorar?
Oh, isso seria uma vergonha.
Ter um filho mudou suas visão de mundo de algum modo?
Creio que não, apesar de meu interesse pelas origens evolutivas de certos sentimentos subjetivos. Eu me tornei nitidamente mais nervoso acerca de coisas como alturas.
Você enxerga perigo em todo lugar.
Exatamente.
Você aconselhou a ela questionar “Quais as evidências?” no caso de alguém lhe apresentar qualquer argumento. Ela era popular entre os professores?
Não sei muito sobre ela, mas eu escutei histórias de terror sobre crianças que perguntavam coisas demais a professores de religião.
Todos os ateus que conhecemos na convenção de céticos em Las Vegas pareciam ter uma história sobre terem sido expulsos da catequese.
Sim, e isso é muito engraçado. O que um professor de catequese deveria dizer é “Vamos olhar as evidências”. Em vez disso, deixam as coisas de lado. E o motivo pelo qual eles não convencem é a falta de evidência.
Eles não convencem você também. Você pede que religiosos mudem a própria visão de mundo.
Eu quero que as pessoas mudem o modo que veem o mundo a ponto de exigirem evidências para acreditarem em algo. Não é bom acreditar em algo só por “todos acreditarem desde sempre”. Se você nascesse no Afeganistão ou na Índia, você acreditaria em qualquer outra coisa. Outro motivo gritante é que há diferença entre sentir que algo é verdadeiro e o pastor dizer que é verdadeiro.
Ken Miller, autor de “Encontrando o Deus de Darwin”, já criticou você dizendo que ateus e agnósticos são mais evangélicos do que pessoas religiosas. É isso que você sente dentro do ateísmo?
Você pode se apaixonar sobre a necessidade de se buscar evidências e ficar passionalmente irritado com pessoas que não o fazem. Isso não é algo evangélico; isso é raiva.
Apesar disso, você gosta do livro de Miller.
O livro pode ser a melhor refutação do criacionismo, apesar de fugir do tema quando tenta justificar o catolicismo. Um dos motivos pelos quais eu recomendo o livro não é por ele ser simplesmente bom, mas por ter sido escrito por um cristão. Infelizmente escrito por um católico, e muitas pessoas que citamos acham que católicos são piores que ateus. (Risos).
Em 2010, numa convenção em Londres, você protestou contra a visita do Papa Bento XVI ao país.
Esperávamos que 2.000 pessoas aparecessem, e 15.000 vieram.
Você pensa, assim como Cristopher Hitchens pensou, que o Papa deveria ser preso?
Hitchens me escreveu sugerindo que deveríamos tentar prendê-lo, mas desistimos da ideia de aparecer do nada e literalmente algemar um cidadão ou coisa parecida. Em vez disso, pedimos a um conhecido advogado de direitos humanos, Geoffrey Robertson, para falar sobre o caso jurídico contra o Papa por ele encobrir casos de pedofilia. Ele também analisou a imunidade do Papa contra processos por ele ser líder de um Estado, deixando em aberta a questão da noção do Vaticano como um legítimo Estado soberano. Também respondi ao Papa por sua truculência desnecessária durante seu pouso em Edimburgo. A primeira coisa que ele disse foi culpar o ateísmo por ter criado Hitler. Apesar de não culpar o Papa por ele ter sido um membro da Juventude Hitlerista, como foi o caso, eu me senti bastante injuriado. Se fosse ele, eu deixaria de mencionar Hitler.
Você se impressionou com algumas das placas vistas na convenção.
Duas das minhas favoritas foram “Mantenha seu rosário longe do meu ovário” e “tire as mãos dos meus ovos, Bento”. (Risos).
O papa pediu perdão pelos abusos sexuais praticados contra crianças na Igreja Católica. Isso é o suficiente?
Oh, grande coisa! Ele não entregou nenhum registro relevante à polícia. Ele pediu perdão relutantemente após ser pressionado a fazê-lo.
Você discursou em Dublin e disse, na ocasião, que o abuso sexual é menos danoso para uma criança do que o dano psicológico de torná-la católica. Quais foram as reações?
Fui ovacionado. Quero deixar claro de que não falava sobre qualquer espécie de violência sexual que descobrimos ser mais constantes que imaginávamos. Eu falava de carícias leves, o que por si só já é bastante ruim, mas fazer uma criança acreditar nas chamas do inferno é ainda pior.
"Não descendemos dos chimpanzés,
bonobos ou gorilas. Eles evoluíram
no mesmo ritmo que nós"
Vamos falar sobre evolução, que muitas pessoas não compreendem direito, alegando, por exemplo, que acreditamos descender dos macacos.
Nós somos primatas. Nós descendemos dos mesmos animais extintos que seriam classificados como primatas. Nós não descendemos dos modernos chimpanzés, bonobos ou gorilas. Eles evoluíram no mesmo ritmo que nós.
Então, o que nos faz humanos?
Somos uma espécie única de primata. Temos uma língua. Outros animais têm sistemas de comunicação que não chegam nem perto do nosso. Eles não têm a habilidade de comunicar condições complicadas, suposições e ações que não sejam no presente. Tudo isso é uma manifestação única de nosso cérebro símio desenvolvido, cujas evidências sugerem ter surgido após um número de mutações bastante limitado.
Peter Singer, que ajudou a fundar o GAP, sugere que os primatas merecem direitos básicos. Concorda?
Por que só os primatas? Por que não os porcos?
Mas os primatas são nossos primos.
E daí? Todos somos primos. E se as lulas, que são primos muito mais distantes, evoluíssem numa espécie inteligente equivalente à nossa?
Sim, mas eles não evoluíram.
Você pode basear sua moral através do parentesco se quiser, mas por que deveria? Eu prefiro pensar como Jeremy Bentham e basear minha moral na questão “Eles podem sofrer?”. Singer é um grande entusiasta da palavra especismo. Nós temos um ancestral comum nos chimpanzés que viveram a 6 milhões de anos atrás. Se você imaginar segurando a mão de sua mãe, que segura a mão de sua avó, que segura a mão de sua bisavó e assim por diante até o ancestral comum, a linha se estenderia por milhares de quilômetros. Com a outra mão, o ancestral comum segura a mão de sua filha dela, que segura a mão da sua mãe e assim por diante até chegar aos chimpanzés modernos. Se pensarmos no passado, todas as relações mãe-filha incluiriam membros da mesma espécie.
Então não houve primeiro humano.
Jamais. Mas suponha que uma espécie intermediária não houvesse se extinguido. Suponha que seus remanescentes tenham sido encontrados numa floresta africana. Para negar os direitos dos chimpanzés, você teria que criar cortes ao estilo Apartheid para decidir se tal indivíduo contaria como ser humano ou não. Afinal, isso é um contínuo. De uma maneira pratica, as raças intermediárias não sobreviveram, então é possível dar aos humanos direitos básicos e nada aos chimpanzés. Creio que este seja um argumento válido.
Você é contra o aborto?
Pessoas que alegam lutar contra o aborto em prol da vida na verdade lutam em prol da vida humana. Um embrião de quatro células ou um de sessenta e quatro, ou até um muito maior que isso não possui sistema nervoso. Você deve ter menos pena em matar uma criatura dessas do que matar uma minhoca, pois a minhoca tem um sistema nervoso e pode sofrer. Então ser contra o aborto de embriões humanos extremamente jovens é ridículo. Ser contra a morte de embriões mais velhos já não é tanto assim. Não há motivo para pensar que a capacidade deles de sofrer é maior do que a capacidade de sofrimento de um porco adulto ou de uma vaca.
O que veio primeiro – o cérebro desenvolvido ou o bipedismo?
O bipedismo veio primeiro.
E como sabemos disso?
Fósseis. Os fósseis o deixam bem claro. Três milhões de anos atrás, o Australopithecus afarensis era bípede, mas seus cérebros eram menores do que o de um chimpanzé. O melhor exemplo que temos é Lucy (um esqueleto parcialmente completo encontrado em 1974 na Etiópia). De algum modo, ela era um chimpanzé capaz de andar nas duas pernas.
Você gosta da Lucy?
Sim. (Sorrisos).
Você disse que a humanidade criará um livro genético dos mortos até 2050. Como isso seria útil?
Nosso corpo contém genes que sobreviveram através das gerações, então poderíamos, teoricamente, ler a história evolutiva de uma criatura qualquer. “Ah, sim, esse animal viveu no mar. E este é o tempo em que viveu nos desertos. Esse porquinho aqui mostra que deve ter vivido nas montanhas. E esse mostra que costumava escavar.”.
E isso poderia nos ajudar a ressuscitar um dinossauro? Você sugeriu cruzar um pássaro e um crocodilo, colocando o resultado disso dentro de um ovo de avestruz.
Seria algo mais sofisticado do que uma cruza. Teria de ser uma fusão.
Poderíamos recriar Lucy?
Nós já conhecemos o genoma humano e o genoma símio, então poderíamos tirar uma conclusão sofisticada sobre como o genoma do ancestral comum tenha sido. A partir disso poderíamos conseguir criar um animal próximo ao que seria o ancestral comum. Daí, você pode tirar a diferença entre o animal ancestral recriado e o humano moderno conseguindo, dessa forma, Lucy.
Você acusa os criacionistas de jogarem sujo.
Certamente o fazem.
É por esse motivo que você e outros biólogos evolucionistas não debatem com eles?
Em partes. O debate também dá a eles uma respeitabilidade desmerecida. Um colega meu gosta de responder a eles: “Isso engrandeceria muito seu currículo, mas não o meu”.
Qual argumento preferido dos criacionistas contra você?
Bobagens ignorantes. Eles dizem coisas como “Bem, se nós descendemos dos macacos, então por que ainda existem macacos?”. Não é tão difícil assim.
Falam muito que a evolução é “apenas uma teoria”. Estou certo?
A palavra “teoria” pode ter sentido de “hipótese”. Mas a palavra também é usada em um sentido mais sério, como “corpo de conhecimento”. É melhor usar a palavra “fato”. A evolução é um fato, no mesmo sentido que a terra gira em torno do Sol.
Há discordâncias quanto ao princípio básico da evolução.
A seleção natural é o princípio básico, mas há discordância sobre o que era a pressão seletiva. Por exemplo, sabemos que o cérebro humano cresceu. Foi por causa dos indivíduos mais perspicazes, melhores em achar comida ou evitar predadores? Ou foi por eles terem sido mais sexualmente atraentes? É possível que um cérebro maior seja semelhante à cauda do pavão. Darwin propôs uma segunda versão da seleção natural, chamada seleção sexual. Se a pavoa escolhe o pavão pelo brilho de suas penas, então esqueça a sobrevivência. Os com as maiores caudas sobrevivem menos, pois a cauda é um fardo. Ainda assim, se eles são mais atraentes para as fêmeas, então os genes que criam as grandes caudas podem morrer na próxima geração. É possível que o cérebro humano tenha crescido pela seleção sexual. A inteligência é sexy. Talvez os machos mais inteligentes tivessem o dom da lábia. Talvez conversassem muito bem, ótimos em lembrarem de sagas e mitos tribais, ou passos de dança.
Ou talvez ela gostasse de carne de antílope.
Algo nesse sentido. Se a pavoa escolhe o macho com a cauda maior, é por ela saber que ele não sobreviveria com uma cauda daquelas sem que algo lhe acontecesse. É a forma deles de mostrarem como são resistentes a intempéries. Há uma seleção dupla – fêmeas diagnosticam eximiamente, e os machos são ótimos de serem diagnosticados, mesmo que realmente doentes.
Qual o papel do acaso na evolução?
Mutação, a matéria-prima da seleção natural, é randômica no sentido de que não é sistematicamente direcionada à melhora. Mas a seleção natural é altamente não-randômica, pois é o sistema de escolhas de melhorias encontradas na gama de variações que a mutação apresenta. Quando um cometa atingiu a terra, todos os dinossauros se extinguiram com exceção dos pássaros. Alguns poucos mamíferos sobreviveram, e nós descendemos deles, talvez daqueles que estivessem em hibernação.
Você descreve a vida como uma “bomba reprodutiva”.
Se observarmos o universo, há mundos mortos atrás de mundos mortos. A física evolui e a química também, mas nada a mais acontece. Repentinamente, em um lugar qualquer, ocorre uma explosão nascida da reprodução. Por algum motivo, as leis da química fazem nascer uma molécula que se auto-reproduz. Talvez neste planeta esta seja a única vez que isso tenha acontecido. Mas o nascer de uma molécula através de algum acidente químico que se auto-reproduz traz consequências enormes.
Os criacionistas tentam te colocar numa saia justa, ao exemplo de uma equipe de filmes Australiana que lhe perguntou se “você poderia dar um exemplo de mutação genética ou um processo evolutivo que explique o aumento de informação no genoma?” e então, pelo seu silêncio, apontaram que você tinha ficado sem resposta.
A maneira pela qual acontecem esses aumentos é a duplicação genética. Você tem extensões de genoma que poderiam ser úteis, e aí uma cadeia é copiada e colada em algum outro lugar, onde está livre para evoluir num caminho diferente.
Por que você não respondeu?
Eu pensei, “vou ignorar esse pessoal?”. Esse é o tipo de pergunta que um criacionista faria, mas eles não tinham se apresentado como tal. O que eles fizeram foi associar a pergunta e a minha pausa para responder a uma suposta tentativa de evasão de minha parte. Foi uma atitude de mediocridade gritante.
A maioria das objeções contra a teoria da evolução se refere à complexidade. As pessoas não conseguem entender como um olho pode ter evoluído.
Não importa a complexidade do olho, isso não é tão complicado quanto um deus.
Criacionistas adoram citar que faltam fósseis de outras eras, como dos que precedem o período da explosão Cambriana, algo entre 530 milhões de anos atrás, quando houve um crescimento exponencial de formas de vida complexas. Poderia explicar?
Claro que há faltas; a fossilização é um evento raro. Mas se não possuíssemos um único fóssil, as evidências da evolução estariam absolutamente asseguradas pela anatomia comparativa, pela bioquímica comparativa e pela distribuição geográfica. Essas faltas de antes da explosão Cambriana são interessantes, pois elas são enormes. Mas, se refletirmos, há grandes grupos de animais não fossilizados. Por exemplo, hoje vimos no museu de história natural uma criatura quase microscópica chamada tardigrada. Eles não se fossilizam por serem macios. Presume-se que antes do período Cambriano, a maioria das criaturas tenham sido pequenas e macias.
E como sabemos que essas criaturas existiram se seus fósseis não existem?
Não é bem essa a pergunta, certo? Seus descendentes existiram no período Cambriano então, a não ser que realmente pensemos que eles foram criados em tal período, eles realmente existiram. Você pode dizer que isso não é evidência, eu digo que poderíamos dizer o mesmo de qualquer criatura macia que não possui fósseis. Como não sabemos que sua criação não ocorreu em 1800? Não faz sentido.
E que tal essa, outra favorita dos criacionistas: Se animais modernos como os macacos evoluíram de sapos, então por que não foram encontrados fósseis de uma criatura como um “macapo”?
O problema é pensar que animais modernos descenderam de outros animais modernos. Se levássemos isso a sério, então não deveria haver apenas fósseis de “macapos”, mas também de “crocopatos” e “polvacas”. Por qual razão acham que dá para pegar qualquer par de animais e procurar suas combinações? Imagine-se olhando para o topo de um galho de uma árvore. Os ancestrais estão enterrados no meio, no tronco da árvore. Não há “macapos” por que o ancestral comum do macaco e do sapo seria algum tipo de peixe ou salamandra totalmente diferente de um sapo ou de um macaco.
Criacionistas também adoram dizer que se uma das partes da cadeia evolutiva for removida e nada acontecer, então não há como haver evolução.
Uma boa analogia pode ser encontrada num arco, onde você vê pedras, pedras, pedras e elas acabam se encontrando no meio, erguidas, formando a estrutura. Tire uma das pedras e o arco cai. Você pode pensar que é difícil construir um arco até ter tudo corretamente no lugar, mas você não pensa no uso dos andaimes, retirados desde a finalização da construção. Isto responde tudo. Também podemos dizer que você não precisa de todas as partes do olho para ver. Você pode ter um olho cheio de imperfeições, mas ainda capaz de identificar luz e sombra. E isto ainda é útil se você puder distinguir as sombras de um predador. Logo, não é verdade quando dizem que meio olho é inútil. Meio olho é metade de um olho inteiro, e isso é melhor do que nada.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/08/Entrevista-de-richard-dawkins-a-playboy.html#ixzz2QLKtulUg
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