sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Humanos evoluíram de uma espécie de tubarão pré-histórico
A mandíbula foi um ganho considerável na evolução das espécies. Muitos anos depois de já haver animais vertebrados, ela ainda não havia sido incorporada no crânio dos seres mais desenvolvidos. Esta vantagem anatômica, surgida por volta de 400 milhões de anos (no chamado período Siluriano), foi adquirida no mar. E um dos “pioneiros da mandíbula”, conforme explicam cientistas irlandeses, parece ter sido um ancestral do ser humano.
Uma informação biológica não muito divulgada é que os primeiros peixes a dominarem os mares do planeta eram tubarões. Ou melhor, os ancestrais dele. A partir deste tubarão rudimentar, outras espécies de peixe foram se emancipando.
Estas espécies primitivas tinham esqueleto feito de cartilagem. Mas uma das primeiras que se desmembrou do tubarão, adquirindo estrutura óssea rígida, seria o ponto inicial da linhagem que acabaria dando origens a nós, Homo Sapiens.
Cientistas da Universidade de Dublin (Irlanda), que estudavam estas ligações evolutivas, imaginavam que este “ponto inicial” já fosse distinto do tubarão. Aparentemente, no entanto, não era tanto assim: há cerca de 290 milhões de anos, viveu nas águas do planeta um peixe chamado Acanthodes bronni (foto abaixo).
Este seria o peixe do qual partiram os animais com esqueletos avançados que viriam no futuro. O nome científico, por si próprio, remete à classe Acanthodii, que já foi completamente extinta há muito tempo.
A partir de um minucioso estudo ósseo, baseado em fragmentos de fósseis conservados em museus, os pesquisadores da Irlanda traçaram uma suposição de árvore genealógica do nosso ancestral marinho, e descobriram uma série de semelhanças com o tubarão. Em suma: somos mais aparentados com os tubarões do que imaginávamos há até pouco tempo.[LiveScience / Daily Mail]
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http://hypescience.com/humanos-evoluiram-de-uma-especie-de-tubarao-pre-historico/
Arqueólogos acham indícios de divisão de classes na Idade da Pedra
Objetos raros e importados sinalizam divisão de classes sociais já no período neolítico
A escavação arqueológica no sítio de Ein Zippori, no norte de Israel, revelou a existência de uma comunidade pré-histórica do período neolítico, onde já havia uma elite que possuía "objetos de luxo" importados de países distantes. Os trabalhos, realizados pelo Departamento de Antiguidades de Israel, começaram há um ano, mas só agora as descobertas foram reveladas à imprensa.
No local, estava planejada a construção de uma estrada. No entanto, como essa região é conhecida pela abundância de antiguidades, costuma-se fazer a chamada "escavação de salvamento" - uma operação preliminar para garantir que os trabalhos não destruam itens importantes que podem estar enterrados na área.
Os diretores da escavação, os arqueólogos Ianir Milevski e Nimrod Getzov, se surpreenderam ao descobrir uma grande comunidade pré-histórica, com restos de casas cujas fundações foram feitas de pedra e paredes erguidas com tijolos de barro.
De acordo com Milevski, costuma-se pensar que nesse período da história humana as sociedades fossem "mais igualitárias". "No entanto, as escavações revelaram indícios de que há 7 mil anos já havia uma pequena camada da sociedade que possuía objetos raros que a maioria da população não tinha", disse Milevski à BBC Brasil.
Objetos "de luxo" importados
Na escavação, foram encontrados milhares de objetos de pedra, sílex e cerâmica, mas o que chamou a atenção dos pesquisadores foram objetos raros e feitos de materiais que não existiam nessa região. Entre eles, estão lâminas feitas de rocha obsidiana, cuja fonte mais próxima se encontra na Turquia e placas de pedra com desenhos próprios da cultura da Mesopotâmia (onde hoje se encontra o Iraque) e da Síria.
"Entre os objetos mais importantes que descobrimos, está uma placa de pedra com a imagem de duas avestruzes talhadas. É um trabalho simples, mas muito elegante e que nos remete à cultura da Mesopotâmia daquele período", disse Milevsky.
Também foram descobertas pequenas bacias de pedra feitas "com uma delicadeza impressionante" e, em uma delas, estavam cerca de 200 contas de colar - pretas, brancas e vermelhas.
O arqueólogo explicou que, como a comunidade era de um período anterior à descoberta do metal, a fabricação de objetos "tão delicados" era especialmente complexa e só uma elite poderia possuir objetos de tão difícil fabricação.
"Para fazer o buraco nas contas do colar era necessária uma furadeira de poucos milímetros. Trata-se de uma técnica muito sofisticada para o período que estamos pesquisando", acrescentou Milevski.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6186501-EI238,00-Arqueologos+acham+indicios+de+divisao+de+classes+na+Idade+da+Pedra.html
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Liga Árabe propõe na ONU a criminalização da blasfêmia
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, pediu nesta quarta-feira perante o Conselho de Segurança da ONU a criação de um marco legal internacional e vinculativo que criminalize a blasfêmia por causa do vídeo que denigre a figura de Maomé.
Al Arabi se pronunciou assim em uma sessão do Conselho de Segurança convocada pela Alemanha para tratar a situação no Oriente Médio, na qual ressaltou que a violência contra as legações americanas por causa do vídeo "não é justificável de nenhuma maneira".
"Mas queremos transmitir um aviso. Avisamos que ofender religiões, fés e símbolos é um assunto que ameaça a paz e a segurança internacional", comentou.
O titular da Liga Árabe considerou que se a comunidade internacional "criminalizou o dano à integridade física, também deve criminalizar o dano à integridade psicológica e espiritual".
O presidente do Egito, Mohammed Mursi, se pronunciou em termos similares em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, no qual pediu "firmeza" perante as "obscenidades" do vídeo.
Essas posturas contrastam com a expressada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em seu discurso de terça-feira, quando defendeu o conceito de liberdade de expressão contido na Constituição de seu país, "inclusive quando se trata de opiniões com as quais estamos profundamente em desacordo".
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, esteve hoje no encontro do Conselho de Segurança, mas não respondeu diretamente à proposta de Al Arabi e se limitou a agradecer a condenação expressada pela Liga Árabe ao assassinato de seu embaixador na Líbia, Chris Stevens, em um ataque provocado pelo vídeo.
Ao término da sessão, o Conselho de Segurança adotou uma declaração presidencial que qualifica de "injustificáveis" os ataques e pede "respeito a todas as religiões".
A sessão foi convocada pela Alemanha a fim de impulsionar uma maior cooperação entre a ONU e a Liga Árabe, um ponto apoiado na declaração presidencial.
O ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, propôs estabelecer um escritório da ONU no Cairo para melhorar a coordenação com a Liga Árabe, que poderia servir de base ao novo enviado para a Síria de ambos organismos, Lakhdar Brahimi.
Os conferentes se centraram, além disso, na situação na Síria e na estagnação do processo de paz entre israelenses e palestinos, um problema que Al Arabi atribuiu à falta de implementação das sucessivas resoluções do Conselho de Segurança e a um enfoque centrado em "conduzir o conflito em vez de solucioná-lo".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu que "a janela para uma solução de dois Estados se estreita perigosamente", enquanto o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, considerou um "erro" que o Quarteto para o Oriente Médio cancelasse seus planos para se reunir à margem da Assembleia Geral.
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http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6182876-EI308,00-Liga+Arabe+propoe+na+ONU+a+criminalizacao+da+blasfemia.html
domingo, 23 de setembro de 2012
Irã restringe acesso de mulheres a universidades e gera debate
A decisão de restringir a participação feminina em diversos cursos em universidades do Irã, no momento em que se inicia o novo ano acadêmico, vem provocando uma ampla discussão sobre os direitos das mulheres à educação no país - e o impacto de longo prazo que essas restrições podem ter. Mais de 30 universidades adotaram novas regras excluindo as mulheres de quase 80 diferentes cursos acadêmicos.
As restrições englobam uma desconcertante variedade de cursos, de engenharia, física nuclear e ciência da computação a literatura inglesa, arqueologia e negócios. Nenhuma razão oficial foi dada para a decisão, mas ativistas como a advogada e Nobel da Paz Shirin Ebadi alegam que é parte de uma política deliberada das autoridades iranianas para excluir as mulheres da educação. "O governo iraniano está usando várias iniciativas (...) para restringir o acesso das mulheres à educação, impedi-las de serem ativas na sociedade e mandá-las de volta para casa", disse Ebadi à BBC.
Histórico
O ministro da Educação Superior, Kamran Daneshjoo, disse que, apesar das mudanças, 90% dos cursos universitários ainda estão abertos tanto para homens quanto para mulheres e ressaltou ainda o forte histórico do Irã de oferecer educação superior a jovens. O Irã foi um dos primeiros países do Oriente Médio a permitir que mulheres estudassem em universidades e, desde a Revolução Islâmica, em 1979, fez grandes esforços para incentivar mais mulheres a se matricularem em cursos superiores.
A lacuna entre os números de estudantes homens e mulheres foi gradualmente reduzida. Em 2001, o número de mulheres superou o de homens pela primeira vez, e hoje elas são mais de 60% do total de estudantes universitários no país.
A cada ano, mais mulheres do que homens estão se matriculando em universidades no Irã, motivadas, dizem alguns, pela oportunidade de ter uma vida mais independente, ter uma carreira e escapar da pressão de seus pais para que fiquem em casa e se casem. As mulheres estão bem representadas em uma variada gama de profissões e há muitas mulheres engenheiras, cientistas e médicas.
Mas muitos no Irã temem que as novas restrições possam prejudicar essas conquistas. "Eu queria estudar arquitetura e engenharia civil", diz Leila, uma jovem do sul do Irã. "Mas o acesso para mulheres foi cortado em 50%, e há a possibilidade de que eu não consiga entrar na universidade neste ano".
Protestos
No período logo após a revolução Islâmica, as universidades eram um dos poucos lugares e que jovens homens e mulheres podiam se misturar com relativa liberdade. Ao longo dos anos, isso foi mudando gradualmente, com as universidades introduzindo medidas mais rígidas, como entradas, auditórios e até cantinas separadas para homens e mulheres.
Desde os protestos que se seguiram à eleição presidencial de 2009 - na qual o presidente Mahmoud Ahmadinejad foi reeleito -, este processo foi acelerado, uma vez que políticos conservadores fortaleceram seu controle sobre o país. As mulheres desempenharam um papel fundamental naqueles protestos - desde as esposas dos dois principais candidatos de oposição, que apesar de manterem uma postura tradicional e usarem o véu, expressaram suas opiniões de maneira surpreendente, até as manifestantes glamourosas, vestidas de verde, que tomaram as ruas de Teerã e de outras cidades.
Alguns iranianos dizem que foi a visão de tantas jovens mulheres iranianas à frente dos protestos de 2009 que irritou os líderes conservadores do país e os levou a agir. Em um discurso após os protestos de 2009, o líder supremo do país, Aiatolá Ali Khamenei, pediu a "islamização" das universidades e criticou disciplinas como sociologia, que, segundo ele, eram muito influenciadas pelo Ocidente e não tinham espaço no currículo islâmico iraniano. Desde então, houve muitas mudanças nas universidades, com corte de cursos e substituição de funcionários acadêmicos antigos por conservadores leais ao regime.
Continuação
Muitos veem as novas restrições à estudantes do sexo feminino como uma continuação desse processo. Em agosto deste ano, o Aiatolá Khamenei fez outro discurso amplamente debatido, no qual pediu aos iranianos que retornassem aos valores tradicionais e tivessem mais filhos.
Foi uma afronta para muitos em um país que foi pioneiro em planejamento familiar e ganhou elogios ao redor do mundo por sua ênfase na importância de oferecer às famílias acesso a métodos contraceptivos. Desde o discurso, houve relatos de cortes em programas de planejamento familiar e em educação sexual nas universidades.
Ainda não está claro exatamento quantas mulheres foram afetadas pelas novas regras de ingresso nas universidades. Mas no momento em que o novo ano acadêmico se inicia, algumas tiveram de repensar completamente seus planos profissionais.
"Desde os 16 anos eu sabia que queria ser engenheira mecânica, e eu trabalhei duro para isso", diz Noushin, da cidade de Isfahan. "Mas apesar de ter obtido notas altas no exame para ingressar na Universidade Nacional, eu acabei conseguindo apenas uma vaga no curso de Arte e Design". Nos próximos meses, ativistas estarão observando atentamente os efeitos dessa nova política e tentarão medir seus efeitos de longo prazo.
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http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6173624-EI308,00-Ira+restringe+acesso+de+mulheres+a+universidades+e+gera+debate.html
Paquistão nega recompensa por morte de autor de filme anti-Islã
Um porta-voz do primeiro-ministro do Paquistão condenou as declarações do ministro de Ferrovias, Ghulam Ahmed Bilour, que ofereceu US$ 100 mil a quem assassine o autor do vídeo que denigre a figura de Maomé. Em entrevista à BBC, Shafqat Khalil assinalou que o governo do Paquistão "se desvincula absolutamente" das declarações de Bilour.
Fontes do partido ao qual pertence o ministro, o Partido Nacional Awami (ANP), que faz parte do governo de coalizão no Paquistão, assinalaram também à rede britânica que as manifestações de Bilour o foram a título pessoal e que não respondem a uma política de partido, embora tenham acrescentado que não tomariam medidas contra ele. Em entrevista coletiva realizada na cidade noroeste de Peshawar, o ministro afirmou neste sábado que está consciente que pedir o assassinato representa um crime, mas sentenciou que está pronto para cometê-lo, segundo os jornais Dawn e Express Tribune.
"Se existe alguma causa interposta contra mim em uma corte internacional ou nacional, pedirei ao povo que me entregue", declarou Bilour, que justificou sua medida ao afirmar que é o único modo de amedrontar os blasfemos. O ministro de Ferrovias solicitou o apoio dos talibãs e da rede terrorista Al-Qaeda e pediu "aos ricos que ponham à disposição da causa todo seu dinheiro, para que assim o assassino possa ser banhado em ouro e dólares".
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Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA
Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens.
Os protestos se disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Sexta, 14 de setembro, registrou o ápice da tensão, quando eventos foram registrados em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel) , Amã (Jordânia) e Sanaa (Iêmen). No Cairo, as manifestações têm sido quase diárias. No dia 17, Afeganistão e Indonésia também tiveram protestos.
O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims, filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.
A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas. No dia 15 de setembro, a Al-Qaeda emitiu um comunicado no qual afirmava que a ação em Benghazi foi uma vingança pela morte do número 2 da rede terrorista no Iêmen em um ataque do Exército.
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http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6173694-EI8143,00-Paquistao+nega+recompensa+por+morte+de+autor+de+filme+antiIsla.html
Vejam vídeo
Papiro que cita mulher de Jesus é falsificação moderna, diz estudioso
Um estudioso do Novo Testamento diz ter encontrado evidências de que o chamado "Evangelho da Mulher de Jesus" é uma falsificação moderna. O professor Francis Watson, da Universidade de Durham, diz que o fragmento de papiro que causou polêmica ao surgir no início desta semana, por se referir à suposta mulher de Jesus, é uma colcha de retalhos, e que todos os fragmentos de frases encontrados foram copiados, com algumas alterações, de edições impressas do Evangelho de Tomé. As informações são do Guardian.
A descoberta já acendeu um debate feroz entre os acadêmicos, mas o professor acredita que sua nova pesquisa possa ser conclusiva. "Eu creio que é mais ou menos indiscutível que eu demonstrei como a coisa foi composta", argumentou. "Eu ficaria muito surpreso se não fosse uma falsificação moderna, ainda que seja possível que tenha sido composta desta forma no século 4", acrescenta.
O artigo publicado online por Watson afirma que a obra foi montada por alguém que não era um falante ativo da linguagem copta - usada pelos cristãos egípcios durante o império romano -, o que é um jeito educado de dizer que se trata de um trabalho moderno. Ele não critica diretamente a professora Karen King, de Harvard, que apresentou o fragmento em uma conferência em Roma. Watson diz que ela fez um ótimo trabalho em apresentar as evidências e imagens do fragmento. Ele crê que o papiro em si pode datar do século 4, mas as palavras, diz ele, mostram claramente a influência dos livros impressos modernos. Karen afirmou acreditar que o papiro foi criado entre os séculos 2 e 4, mas a data do objeto ainda não foi analisada quimicamente.
Há uma quebra de linha no meio de uma palavra que parece ter sido retirada diretamente de edições modernas do Evangelho de Tomé, um texto genuinamente gnóstico ou cristão. De acordo com o professor, é comum que palavras estejam quebradas no meio em escritas antigas, como a copta, que eram escritas sem hífens. No entanto, é incomum que a ruptura apareça na mesma obra em dois manuscritos diferentes.
A professora Karen ainda não se manifestou sobre o assunto.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6172217-EI8147,00-Papiro+que+cita+mulher+de+Jesus+e+falsificacao+moderna+diz+estudioso.html
Colonização de Marte será movida pelo turismo, diz astrofísico
Não é com alegria que o astrofísico Neil deGrasse Tyson prevê que o turismo se tornará no futuro o maior responsável pelas missões tripuladas para o espaço. O diretor do Planetário Hayden, no Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque, constitui-se de um dos mais premiados cientistas americanos, um dos maiores entusiastas da ciência como motor de desenvolvimento econômico e social e um dos grandes críticos do corte de verbas da agência espacial americana, a Nasa.
Tyson prevê: "Robôs vão continuar a explorar os planetas, luas e asteroides, mas as pessoas não vão participar, a menos que as culturas reconheçam o valor da exploração do espaço, como uma espécie de mola propulsora de inovação que serve à saúde de uma economia", acredita. "Provavelmente haverá colônias na Lua e em Marte, mas que serão conduzidas pelo turismo, e não por pesquisa".
Difundir a importância da exploração espacial e da ciência em geral é uma de suas missões. Em cada programa de televisão que aparece, o Tyson faz questão de tirar dúvidas e suscitar a curiosidade dos espectadores a respeito de asteroides, viagens espaciais e partículas químicas. Utilizando-se de redes sociais, como Reddit, e uma linguagem acessível e bem-humorada em suas explicações sobre o universo, ele busca popularizar a ciência: "Quando a aprendizagem deixa de ser divertida, ela torna-se dolorosa, e a gente para de aprender".
Referência quando se trata de astronomia, Tyson possui dez livros publicados sobre o assunto. O último foi lançado em fevereiro deste ano e é dedicado à exploração do espaço: Space Chronicles: Facing the Ultimate Frontier. Ele também colaborou com a Nasa em projetos sobre o futuro da exploração espacial e recebeu a maior condecoração dada a um civil, a Distinguished Public Service Medal.
No momento, Tyson está trabalhando em uma refilmagem da série de TV Cosmos, realizada pelo astrônomo Carl Sagan na década de 1980. A série, com 13 episódios, deve ir ao ar pela FOX em 2013. Tyson é tido por muitos como o substituto de Sagan. "Uma honra ser considerado na mesma frase", enfatiza o cientista. Confira a seguir a entrevista completa, concedida com exclusividade ao Terra:
Terra - Você é um grande fã do Isaac Newton. Para uma pessoa que não sabe a importância de Newton, que só ouviu falar na escola - o cara da maçã -, o que você falaria? Como explicar sua importância?
Neil deGrasse Tyson - Newton permitiu que a civilização fizesse a transição de ver a natureza como um lugar místico, além da compreensão da mente humana, para um lugar conhecido, em que podemos usar as leis da física para prever o comportamento da própria natureza. A revolução industrial não teria sido possível sem esta transição.
Terra - No que se refere à exploração do Sistema Solar, como você acha que ela estará daqui a 50, 100 e 200 anos?
Tyson - Quase não há investimento na propulsão do futuro: unidades de antimatéria, propulsão iônica, etc. Portanto não há razão para pensar que o Sistema Solar ficará menor. Robôs vão continuar a explorar os planetas, luas e asteróides, mas as pessoas não vão participar, a menos que as culturas reconheçam o valor da exploração do espaço, como uma espécie de mola propulsora de inovação que serve à saúde de uma economia. Provavelmente haverá colônias na Lua e em Marte, mas que serão conduzidas pelo turismo e não por pesquisa. O mesmo vale para visitas a asteroides, que serão movidas por interesses de mineração, e não de exploração.
Terra - As verbas da Nasa estão cada vez mais ameaçadas. A cada ano, elas caem mais. Diminuir essa verba é uma decisão adequada?
Tyson - As pessoas (os americanos) não reconhecem o valor total da Nasa para a economia. Trata-se da criação de uma nação inovadora, que tem o desejo incessante de sonhar com um amanhã que somente a ciência e a tecnologia podem trazer. E é aí que estão as sementes da economia do século 21.
Terra - É muito comum se deparar com pessoas que acham que o investimento em ciência básica é inútil. Elas acreditam que mandar uma sonda para Marte é um desperdício de dinheiro. Qual é a importância da ciência básica? Por que se busca uma partícula elementar ou se manda uma sonda para analisar a geologia de Marte?
Tyson - Cada máquina com um interruptor on-off em um hospital, trazido para o serviço de diagnosticar a condição do corpo humano, sem precisar cortar para abrí-lo, é baseado em um princípio da física, descoberto por um físico que não tinha interesse em medicina. Isso inclui todo o departamento de radiologia: máquinas de raios X, tomografias, tomografia computadorizada, ressonância magnética, eletrocardiogramas e eletroencefalogramas.
Enquanto isso, na década de 1930, Albert Einstein escreveu uma equação que permitiu que o laser fosse inventado. E podemos ter certeza de que ele não estava pensando em códigos de barras e cirurgia a laser na época. Então, negar o financiamento da ciência básica é arriscar seu futuro como participante no cenário mundial de tecnologia e inovações.
Terra - Muitos cientistas se declaram religiosos, mas muitos outros dizem que a religião atrapalha e freia a ciência. Por outro lado, muitos religiosos apoiam a ciência, enquanto outros criticam as pesquisas porque vão contra suas crenças. Ciência e religião podem coexistir pacificamente?
Tyson - É um fato empírico de que a ciência e a religião podem coexistir, porque ela coexiste em muitos cientistas e pessoas treinadas em ciência. Contudo é bastante revelador perceber que os percentuais de cientistas que são religiosos variam conforme o campo de estudo. Os menores são biólogos, físicos e astrofísicos, e os mais elevados são matemáticos e engenheiros. Assim, as profissões que estão mais próximas das operações da natureza são menos representadas entre cientistas religiosos.
Mais importante, os cientistas religiosos que são bem-sucedidos não usam a bíblia como referência para suas ideias sobre a natureza. Então, não se pode colocar junto os cientistas religiosos de sucesso com os fundamentalistas religiosos, que afirmam que Deus criou o universo em seis dias e que o mundo não tem mais do que 6 mil anos de idade. Eles não são a mesma comunidade de pessoas. Se você afirma que o seu texto religioso revelado é também uma cartilha sobre as operações da natureza, então você vive uma vida de conflito com a ciência.
Terra - O que você acha do trabalho do ex-mágico James Randi e do cientista Michael Shermer? Ambos defendem o ceticismo. Você se considera um cético também?
Tyson - Qualquer cientista também é um cético - que é como a ciência progride. Uma pessoa que não é cética está pronta para ser explorada por pessoas que têm algo a vender.
Terra - O governo brasileiro tem um grande programa de investimento em educação científica, chamado "Ciência Sem Fronteiras". A ideia é enviar estudantes brasileiros às universidades líderes no mundo e melhorar a qualidade da pesquisa e da educação no País. Você acha que esta é a solução?
Tyson - Uma ideia interessante. Ela certamente não pode machucar. Mas eu sempre abracei soluções heterodoxas para esse desafio. Você não pode fazer as pessoas se interessarem por ciência. Elas precisam se sentir compelidas a partir de dentro. Concordo com uma cultura aeroespacial ativa porque estimula a inovação em todos, mesmo quando você não está diretamente no campo aeroespacial. Isso porque os avanços na indústria aeroespacial tendem a ser mais púbicos do que avanços em outros campos. O Brasil tem a terceira maior indústria aeroespacial do mundo. E, na última vez que verifiquei, foi o inventor de um avião que podia funcionar com álcool.
A Embraer também domina os mercados de companhias aéreas regionais nos EUA. Esses tipos de inovações têm o poder de inspirar em um nível que não requerem programas para que as pessoas fiquem interessadas em campos STEM (na sigla, em inglês), que compreendem Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Terra - Muitos criticam o programa, por exemplo, por excluir as ciências humanas e por ter sido feito muito rápido, sem um planejamento detalhado. O que você acha disso?
Tyson - Isso depende do porquê estão fazendo isso. Nada constrói "novas" economias como as inovações em ciência e tecnologia. Isso é conhecido desde a revolução industrial.
Se você está fazendo isso para estimular uma cultura mais "arredondada", então as artes precisam aterrissar bem ao lado das ciências. Enquanto a arte raramente leva a novas economias (com excessão onde a ciência tem permitido às artes expressar-se de uma nova forma), as artes podem impulsionar o turismo e enriquecer a vida de uma nação civilizada de todas as formas intangíveis, que contribuem para o porquê de alguém querer viver em um país e não em outro, e por que algumas pessoas, quando se mudam para lá, quererem ficar.
Terra - E você acha que este programa pode ajudar o Brasil a ganhar o Prêmio Nobel de Física, algum dia? Quais são as chances do Brasil?
Tyson - Minha escola (Escola Superior de Ciência do Bronx, em Nova York) conta sete prêmios Nobel entre seus graduados. Tudo em física. Este é um motivo de orgulho entre nós. E ele traça para uma cultura de pessoas que querem fazer ciência - que são obrigados a fazer ciência, porque eles veem quase diariamente o que a ciência pode fazer para a saúde, a riqueza e a segurança de uma nação.
Os avanços da era Apollo alteraram a mentalidade dos americanos. E este grupo de laureados estava entre eles. Eles se formaram no colegial, entre 1947 e 1966. Os EUA quebraram a barreira do som em 1947. O programa Apollo foi anunciado em 1962. Nós pousamos na lua em 1969. A nossa presença no espaço era uma força da natureza em si.
Terra - Como você vê sua popularidade crescente em redes sociais como Reddit? A internet tem força para popularizar a ciência?
Tyson - Sim. Mas a internet também tem o poder de popularizar a não ciência tão bem quanto o absurdo. Então, eu estou feliz em ser um participante, mas os desafios permanecem para aqueles que se preocupam com a alfabetização científica.
Terra - Em suas entrevistas, você sempre fala sobre ciência com bom humor, explicando os assuntos de forma divertida e fazendo piadas. Você acha que essa é uma forma de manter as pessoas mais interessadas? Elas entendem melhor a ciência dessa forma?
Tyson - Quem aí não gosta de rir? Quando a aprendizagem deixa de ser divertida, ela torna-se dolorosa e a gente para de aprender. E, além disso, acontece que eu acho o universo hilário.
Terra - Qual a influência de Carl Sagan em sua vida e no seu trabalho?
Tyson - Eu conheci ele enquanto estava no ensino médio. E nos encontramos várias vezes depois disso. Ele nunca foi meu mentor, como alguns têm presumido. Mas o meu primeiro encontro com ele foi eterno. Ele passou um tempo comigo - um aluno que ele nunca havia conhecido - simplesmente porque ele tinha ficado sabendo do meu interesse em astrofísica. Daquele momento em diante, eu passei a encontrar tempo para alunos que eu nunca havia visto antes, da mesma forma como Carl deu seu tempo para mim.
Terra - Muitas pessoas dizem que você é o substituto dele, o novo Carl Sagan, o novo porta-voz dos astrônomos. O que você acha disso?
Tyson - Uma honra ser considerado na mesma frase. Temos uma forte sobreposição em nossas declarações de missão pessoais, embora ele fosse muito mais vigilante no combate à pseudociência.
Terra - Com a morte de Armstrong, muitos relembraram seu grande feito, de ter sido o primeiro homem a pisar na lua, em 1969. Qual foi de fato a importância da chegada do homem à Lua?
Tyson - A morte de Armstrong é especialmente importante não porque ele pousou na Lua e deu os primeiros passos, mas porque, três anos depois, nós paramos de ir, e toda a era está recuando rapidamente para o passado, sem nada para mostrar desde então. Isso torna a morte de Neil Armstrong uma tragédia a lamentar mais do que uma vida para comemorar.
Terra - Há quem diga que a China será o próximo país a conquistar a Lua. Você acredita nisso? E que importância esse feito teria hoje?
Tyson - A China provavelmente vai realizar esta façanha. Eu não me preocupo com quem "deve" fazê-lo. Eles têm sido coerentes com as suas promessas e suas realizações no espaço. Então, eu não tenho nenhuma razão para duvidar de seus planos para os "taikonautas" visitarem a Lua em um futuro próximo.
Terra - Como estamos nos preparando para o dia 13 de abril de 2036? Quais seriam as consequências previsíveis do impacto do asteroide Apophis na Terra? (O asteroide tem 1 chance em 250 mil de atingir a Terra. Como lembra Tyson em outra entrevista, muita gente aposta na loteria com probabilidade de acerto bem menor.)
Tyson - Se Apophis atingir a Terra, ele provavelmente vai bater no Oceano Pacífico e causar um trilhão de dólares em danos materiais ao longo da costa oeste da América do Norte. Mas ninguém tem que morrer. Nós vamos saber com antecedência onde e quando ele vai bater.
Mas eu gostaria de desviar o asteróide, se ele vier ao nosso encontro, em vez de fugir dele. E a única maneira de desviá-lo é garantir que você tenha cientistas e engenheiros em seu meio, porque são eles que vão, naturalmente, pensar desta forma.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6171286-EI301,00-Colonizacao+de+Marte+sera+movida+pelo+turismo+diz+astrofisico.html
sábado, 22 de setembro de 2012
Existe alguma evidência de que Jesus era casado?
Tela de Alexander Andrejewitsch Iwanow - A Aparição de Cristo para Maria Madalena - representa cena da Bíblia que gerou muita discussão na Igreja
MATHEUS PESSEL
Uma pesquisadora da Universidade de Harvard (EUA) divulgou em um congresso na Itália nesta semana a descoberta de um fragmento de um papiro copta - possivelmente feito em algum momento entre os séculos 2 e 4 - e que reaqueceu uma antiga discussão: o texto cita uma suposta mulher de Jesus. Segundo o professor André Chevitarese - do Instituto de História da UFRJ e da Unicamp -, não há evidência sobre a vida conjugal de Jesus, nem mesmo a Bíblia faz qualquer menção. A discussão sobre o tema, afirma o historiador, veio a aparecer somente no século 2 e reflete, nos dias de hoje, tabus erguidos pela Igreja. "Nesse texto que Karen King trouxe não tem história, tem teologia, não tem história."
"A Bíblia cristã não deixa transparecer absolutamente nada sobre Jesus ser celibatário ou não, mas, com certeza, nós podemos falar que no movimento mais originário, com Jesus ainda vivo, no seu entorno gravitaram homens e mulheres que tiveram a primazia, a possibilidade, em termos igualitários, de dormir com Jesus, acordar com Jesus, tomar um café da manhã, almoçar e jantar com Jesus. Portando, Jesus, no seu tempo histórico, constituiu uma comunidade não apenas de homens, mas de homens e mulheres. Então, o argumento teológico de que Jesus só fez 12 apóstolos é bullshit, isso é falso. Jesus constituiu em torno de si homens e mulheres em uma não hierarquia, uma não hierarquização."
Chevitarese, autor de diversos livros sobre Jesus do ponto de vista da história e sobre os cristãos na Antiguidade, explica que as comunidades da época em que se discutia a relação conjugal desse personagem - séculos 2 e 3 - já não tinham mais contato com a história dele, mas a usavam para defender determinados ideais ou pontos de vista.
"Jesus já ficou para trás há pelo menos 250 ou 300 anos. Então essas comunidades, muito embora se refiram ao que Jesus disse, o que Jesus (segundo elas) disse diz muito mais sobre as dúvidas, as questões que cada uma dessas comunidades cristãs experimenta no seu próprio tempo, do que propriamente uma situação do Jesus histórico lá do século 1", afirma. "Se estabelece ou se usa a figura central ou a referência central do cristianismo para externar preocupações que uma liderança ou uma parte da liderança ou a própria comunidade quer dizer sobre certo objeto. Não temos que conectar isso com Jesus, mas com experiências de comunidade."
Nesse momento histórico, comunidades de cristãos discutiam se o mais adequado era a vida celibatária ou o casamento. "As comunidades estão discutindo 'devo ser um eunuco?', como diz Mateus, 'viver como um eunuco?'. Na tradição de um cristianismo católico, um eunuco se refere a ser celibatário. Portanto, Jesus é celibatário (...) ou devo trabalhar com o modelo de um Jesus que constitui uma família?"
O historiador compara esse período com, por exemplo, um religioso que esteja em uma cruzada contra o casamento de pessoas do mesmo sexo. Ele pode fazer, afirma o professor, uma leitura própria dos textos da Bíblia para apoiar o seu ponto de vista, digamos, condenando o casamento homossexual, mas permitindo a separação e novo casamento de heterossexuais. "Essas atualizações teológicas são muito mais o 'meu espelho' do que história."
Chevitarese diz ainda que temos encarar as comunidades religiosas como sendo plurais, com cada uma com suas ideias e problemas, mas todas buscando um mesmo modelo a seguir. "Toda e qualquer experiência religiosa (...) é sempre uma experiência humana que busca viabilizar um contato com esse 'mundo cósmico', por isso são sempre plurais e multifacetadas, ou seja, há cristianismos, há judaísmos, há islamismos. (...) Eu não acho que o modelo que aparece aí de um Jesus se referindo a alguém, que a gente não sabe (quem é), mas como 'minha mulher', que isso seja uma discussão que estava em todas as comunidades cristãs, isso é uma questão específica de uma comunidade que introduziu o texto. Eu vejo experiências cristãs, eu não vejo cristianismo. Essa é uma leitura teórica minha."
Karen King, pesquisadora que apresentou o fragmento, acredita que o papiro foi criado entre os séculos 2 e 4 - ainda não foi analisada quimicamente a data do objeto - e que pertença a um texto maior, escrito em grego e que seria um evangelho desconhecido.
Mudanças hoje
O historiador afirma que esse pequeno papiro milenar está diretamente ligado a uma discussão bem atual - a do papel da mulher na Igreja. "A igreja católica hoje (se fosse comprovado que Jesus não foi celibatário) continuaria achando legitimação e base para sustentar a tese de que seus sacerdotes e suas irmãs consagradas, as freiras, devem ser celibatários? E as teólogas feministas que reivindicam para si um espaço maior de atuação no campo das igrejas que elas atuam, podem ser consagradas como sacerdotisas e estarem no púlpito pregando? Esse é um ponto nevrálgico da questão. É isso que movimenta a discussão de um documento como esse que Karen King, uma pesquisadora seríssima, traz à tona."
"No fundo, essas discussões eu acho que pouco têm a ver com Jesus, mas Jesus é central porque ele fala a cerca de 3 bilhões de indivíduos hoje. Mas se Jesus era casado ou não, nada tem a ver com século 1, século 2 ou século 3, porque já passou, mas tem a ver com o século 21. Se Jesus era casado, eu tenho que repensar as estruturas que as igrejas católica, ortodoxa grega, as protestantes históricas me oferecem."
Maria Madalena
"Se nós tivéssemos que projetar uma suspeita sobre que Maria é essa, eu apostaria 100% das minhas fichas em Maria Madalena. Maria Madalena é uma pedra no sapato, é um incômodo para a ortodoxia. Por que é um incômodo para a ortodoxia? Por que ela seria a verdadeira mulher de Jesus? Não, porque Maria Madalena, no Evangelho de João (penúltimo capítulo), é a única testemunha ocular a informar que Jesus não está morto, está vivo, que seu corpo não foi roubado, mas que seu corpo foi ressuscitado e que, de fato, nele se cumpre todas as promessas que foram feitas pelos profetas, por Deus, etc. Então, ela, desde o início, goza de uma primazia que gera um incômodo no século 2, no século 3 no processo de negociação entre em uma ortodoxia e o Império Romano. E essa ortodoxia impondo uma leitura falocrática".
O pesquisador afirma que esse debate se encerra somente no século 6, quando é adotada a figura de Maria Madalena como uma prostituta arrependida. "Antes disso, ela tem esse espectro extremamente vasto, que vai desde uma apóstola, passando por mulher, até uma prostituta. Mas, é com o papa Gregório é que ela vai ganhar esse contorno dentro da ortodoxia de que ele é obrigado a reconhecer que ela tem uma proeminência, mas (afirma que) um dia foi prostituta. É uma leitura maldosa, que nada tem a ver com Maria Madalena", diz o historiador.
Conforme Chevitarese, a Igreja foi desfazer essa imagem apenas no século 19 (quando passou a ser considerada santa), mas a ideia já estava cristalizada. Até o cinema ajudou a difundir a visão de que Maria Madalena era prostituta - o professor cita o filme O Rei dos Reis, de 1927, de Cecil B. DeMille.
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http://noticias.terra.com.br/educacao/vocesabia/noticias/0,,OI6168745-EI8399,00-Existe+alguma+evidencia+de+que+Jesus+era+casado.html
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Estudo acha indícios de diversificação humana há 100 mil anos
Um estudo divulgado nesta quinta-feira e que será publicado amanhã na Science afirma que o povo Khoisan (ou Khoe e San), no sul da África, é descendente do primeiro grande evento de diversificação genética em toda a história humana - que ocorreu há 100 mil anos, antes da primeira migração do homem moderno para fora do continente africano.
Cientistas de diversas universidades analisaram o DNA de 220 indivíduos de diferentes regiões do sul da África. "A maior divergência (genética) entre todas as pessoas vivas ocorreu cerca de 100 mil anos atrás, bem antes dos humanos modernos migrarem para fora da África e é cerca de duas vezes mais antiga que as divergências dos pigmeus na África Central, dos caçadores-coletores do leste do continente e de outros grupos africanos", diz a líder do estudo, Carina Schlebusch, da Universidade Uppsala, na Suécia.
Segundo Mattias Jakobsson, também da Uppsala, essas profundas divergências nas populações africanas têm grande importância para se entender a história da humanidade. As estruturas e padrões de variações sugerem uma população complexa na história dos povos do continente. "A população humana tem se estruturado por um longo período (...) e é possível que os humanos modernos tenham surgido de um grupo não homogêneo", diz o pesquisador.
O estudo ainda indicou diversificações genéticas dentro dos Khoisan e indica também o primeiro momento em que a pastorícia se espalhou pelo sul da África. Já se acreditava, através de indícios arqueológicos e etnográficos, que essa prática chegou à região através da cultura Khoe, mas não se sabia se ela tinha impacto genético na população.
Segundo o estudo, Os Nama, um grupo de pastores Khoe, apresenta grande similaridade aos San do sul. "Contudo, nós encontramos um pequeno, mas distintivo componente genético que é compartilhado com os africanos do leste, o que pode ser resultado de uma ancestralidade em comum associada com as comunidades pastoris do leste do continente", diz Carina. Ou seja, os primeiros pastores da região podem ter se originado de um grupo de San do sul e adotado a prática a partir de um grupo do leste africano.
A pesquisa ainda detalhou evidências de adaptações locais em grupos distintos de Khoe e San. Por exemplo, foram achados indícios de seleção genética envolvendo funções musculares, respostas imunológicas e proteção à luz ultravioleta (do sol). Estas características podem estar ligadas a adaptações necessárias para os desafios do ambiente aos quais os ancestrais dessas etnias eram expostos e que agora podem ser vistos nos genes de seus descendentes. Os cientistas ainda buscaram sinais de adaptações no genoma antes da separação dos Khoisan dos demais humanos.
"Embora todos os humanos carreguem variantes similares nestes genes, a antiga divergência entre os Khoe-San e os outros grupos humanos nos permitem focar em genes que evoluíram rapidamente em ancestrais de todos que vivem no planeta hoje", diz Pontus Skoglund, da Uppsala. Os cientistas afirmam que os genes envolvendo o desenvolvimento esquelético podem ter sido cruciais para determinar as características anatômicas dos humanos modernos.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6168714-EI8147,00-Estudo+acha+indicios+de+diversificacao+humana+ha+mil+anos.html
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Grã-Bretanha discute bebês com material genético de 3 pessoas
A Grã-Bretanha autorizou uma consulta pública para decidir se autoriza ou não a aplicação de uma técnica para prevenir certas doenças, o que levaria alguns bebês a nascerem com material genético de três pessoas. A manipulação visa a eliminar o risco de doenças mitocondriais graves herdadas da mãe pela substituição, por meio de fertilização in vitro, de uma parte do DNA mitocondrial materno por um DNA saudável proveniente de uma terceira pessoa, uma doadora.
Acredita-se que a técnica seja capaz de evitar, por exemplo, certas distrofias pouco comuns, como a síndrome de MELAS. "Qualquer criança nascida após uma substituição da mitocôndria compartilhará DNA com três pessoas, embora se trate apenas de uma quantidade diminuta da doadora", informou a Autoridade de Fecundação e Embriologia (HFEA). No entanto, "o DNA mitocondrial da doadora será transmitido às gerações futuras".
"Entramos em um terreno desconhecido, fazendo o balanço entre o desejo de ajudar as famílias a ter filhos saudáveis e o possível impacto nas próprias crianças e na sociedade", declarou a presidente da HFEA, Lisa Jardine.
Os resultados desta consulta terão que ser levados em conta pelo governo para decidir se legalizar ou não esta técnica que só é usada nos laboratórios de pesquisa. Se for legalizada, a Grã-Bretanha será o primeiro país a fazê-lo, segundo o jornal Daily Telegraph.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6161264-EI8147,00-GraBretanha+discute+bebes+com+material+genetico+de+pessoas.html
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Após gravidez de esposa, cientista cria ultrassom popular
Aparelho portátil pode ser conectado ao computador e custa cerca de R$130
Um engenheiro da Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha, desenvolveu uma máquina de ultrassom de baixo custo inspirado pela gravidez de sua esposa. O pequeno aparelho, que tem o tamanho de um mouse, pode ser conectado via USB a qualquer computador ou laptop para mostrar imagens do feto na barriga da mãe.
Com um custo de fabricação de 30 a 40 libras (entre R$ 98 e R$ 130), o ultrassom portátil é muito mais barato do que as máquinas tradicionais, que chegam a custar entre 20 mil e 100 mil libras. Mas para o engenheiro eletrônico Jeff Neasham, tudo começou com a primeira gravidez de sua esposa.
"Eu estava sentando com minha mulher vendo nosso bebê na tela e percebemos o quão privilegiados éramos, por ter acesso a esse tipo de cuidado", diz ele. "Foi minha mulher que sugeriu que eu podia aplicar meu conhecimento de pesquisas com sonar para fazer com que isso fosse mais acessível", conta.
Neasham e seu parceiro na pesquisa, Dave Graham, "trataram o assunto como um desafio de engenharia interessante" e usaram as tecnologias mais baratas possíveis para produzir uma "imagem útil".
"Custo baixo foi a chave. O objetivo era criar um aparelho que pudesse ser produzido a um custo semelhante ao dos aparelhos Doppler manuais (que monitoram os batimentos cardíacos do feto), usados pela maioria das parteiras", afirmou o engenheiro. "Não é fácil se você considerar que um ultrassom de 20 mil libras é geralmente considerado de baixo custo".
Ele disse que sua máquina pode mostrar se o bebê está mal posicionado no útero, mas que as imagens ainda não são claras o suficiente para mostrar o sexo. "Ainda não estamos no estágio de poder chegar à qualidade de imagem de um scanner de ponta, mas estamos chegando cada vez mais perto", afirmou.
A Universidade de Newcastle anunciou que está procurando colaborações com empresas e indústrias para começar a comercializar o aparelho.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6159584-EI238,00-Apos+gravidez+de+esposa+cientista+cria+ultrassom+popular.html
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
'Europa e EUA fazem acomodações, não soluções', diz FHC sobre drogas
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que as políticas implementadas pelos Estados Unidos e por países da Europa em relação às drogas são acomodações, e não soluções. Ele também crítica os resultados alcançados no combate ao narcotráfico durante o regime mexicano de Felipe Calderón. "É uma guerra".
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Em entrevista exclusiva ao Terra, FHC falou sobre as políticas que o Brasil deve implementar para a questão e reconheceu resultados positivos alcançados pelo Estado do Rio de Janeiro na pacificação das favelas da capital fluminense. No entanto, o ex-presidente alertou que, juntamente com a ocupação, é preciso 'ação social continuada' para sufocar o consumo das drogas.
No dia 3 de setembro, Fernando Henrique recebeu uma equipe do Terra para uma entrevista exclusiva em sua residência na zona sul de São Paulo. Um apartamento amplo, mas sóbrio, tal qual a figura de seu ilustre proprietário. Durante uma hora, o ex-presidente falou sobre sua participação no The Elders, o mensalão, a presidência de Dilma Roussef, a descriminalização das drogas e como lida com a idade, entre outros temas.
Confira trecho da conversa do Terra com o ex-presidente, em que ele fala sobre a possibilidade do Brasil descriminalizar o uso de drogas:
Terra - Uma causa que o senhor tem se envolvido muito nos últimos tempos é a questão das drogas. O senhor acha que a sociedade está pronta para discutir a descriminalização? Qual o modelo que poderia ser aplicado no Brasil?
Fernando Henrique Cardoso - A questão da descriminalização está sendo proposta, inclusive por um deputado do PT, que propôs que houvesse a descriminalização do usuário. Que o usuário de drogas não vá para a cadeia é quase consensual no Brasil hoje em dia. Qual é o problema? A polícia, muitas vezes, como não pode prender o usuário, diz que ele é traficante. Aí é corrupção, é coisa desse tipo. Mas há a compreensão no Brasil de que o usuário não pode ir para a cadeia, ainda mais agora depois do Uruguai, onde o presidente foi mais longe e propôs a legalização.
Eu disse que cada país tem sua solução, é verdade. Veja o que está acontecendo no Rio de Janeiro, o que faz a polícia pacificadora, e compare com o México. No México há uma guerra. A polícia pacificadora no Rio anuncia que vai entrar na favela. Para que? Para o sujeito ir embora. Ela não está entrando para dar tiro. Ela está desarmando o que pode, tirando as armas. Ela está liberando a população da favela do controle dos donos do tráfico, que estão indo embora, mas ela não está matando como arma diária - no México mata, o tempo todo. Ela não está sufocando o uso da droga lá. Ela está tirando de lá o traficante.
Para sufocar o uso da droga, precisa de outras coisas. Precisa de ação social continuada, precisa da presença do Estado, e campanhas para mostrar que a droga é ruim, porque é, que faz mal a saúde, porque faz, e regular e combater. Está dando resultado? Bom, até agora sim, no sentido de liberação de áreas e do desarmamento. Tem problemas? Tem. Porque a continuidade dessa ação pela presença do Estado para dar saúde, assistência médica e combate à droga, ainda não se viu se vai dar resultado, mas está avançado.
Eu acho que é momento de discutir, de dizer que uma questão dessa natureza não é só do governo, não é só da polícia. Cada pessoa deve se responsabilizar. As famílias, os empresários, as escolas devem discutir, abrir a questão, mostrar qual é o mal que faz. E, se você não puder eliminar, o que é quase impossível, regula. Como se fez com o cigarro. O cigarro não foi proibido, foi regulado e crescentemente regulado, porque faz a mal à saúde, então você tem que avançar nisso. Toda a droga faz mal à saúde. Faz mal o álcool, faz mal a cocaína, mas também faz mal a maconha, em graus diferentes. Você tem que insistir, discutir...quebrar o tabu.
Terra - O senhor acha que o caminho para o Brasil é regular a venda de maconha?
FHC - Eu acho que sim. Acho que você tem que descriminalizar e regular.
Terra - E o senhor acha que a sociedade brasileira está pronta para isso?
FHC - Não sei te dizer, por causa do tamanho do problema aqui. É muito amplo. No Uruguai, o Mujica (José, presidente) tomou a decisão de estatizar a produção e a oferta da droga. Você regula, mas quem faz a produção? Quem distribui? Não é tão simples, então vamos devagar.
Terra - O senhor acha que o exemplo do Uruguai pode ser uma porta de entrada para a discussão no Brasil?
FHC - Eu não sei. O Uruguai é um país pequeno. Aqui no Brasil é muito mais complicado. Monopólio de Estado de produção de maconha, eu acho que estamos muito longe disso. Se aceitar a descriminalização e a regulação, você tem que dizer: 'bom, então quem é que cultiva?'. Na Europa o que eles estão fazendo? Pode cultivar até 20 pés de maconha em casa. Nos EUA, o que estão fazendo? Lá é pior, estão produzindo muita maconha e o que estão dizendo é o seguinte: 'só para uso médico'. Isso é um disfarce. Na verdade, o médico dá a receita para o sujeito usar. Enfim, são acomodações, não soluções. Eu não sei se no Brasil estamos nem sequer a ponto de fazer acomodações, mas precisa-se discutir o assunto.
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http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6135020-EI294,00-Europa+e+EUA+fazem+acomodacoes+nao+solucoes+diz+FHC+sobre+drogas.html
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domingo, 9 de setembro de 2012
Avanço religioso em Israel põe em xeque diálogo no Oriente
De acordo com o vice-ministro da Educação de Israel, Menahem Eliezer Mozes, 52% das crianças nos jardins de infância do país estão registradas em instituições pertencentes a correntes religiosas radicais ¿ ultraortodoxas ou nacionalistas-religiosas. Os números citados por Mozes se referem à população judaica de Israel e não incluem a minoria de cidadãos árabes israelenses que constituem 20% da população.
"Neste ano letivo, nos jardins de infância seremos 52% e eles serão apenas 48%", disse o vice-ministro, que pertence ao partido ultraortodoxo Yahadut Hatorah (Judaismo da Torá, em tradução livre).
Quando diz "eles", Mozes se refere aos seculares em Israel, que eram o setor majoritário e hegemônico na época da fundação do Estado, em 1948, e segundo as estatísticas passarão a ser minoria dentro de 15 a 20 anos.
O Terra conversou com diversos analistas sobre as possiveis consequências desse processo, tanto para a sociedade israelense como para as perspectivas de paz entre Israel e o Mundo Árabe.
Abismo
Para o sociólogo Zvi Barel, "se não houver uma mudança radical, tudo indica que estamos indo para um abismo".
"Os seculares e liberais em Israel se transformarão em minoria e Israel se tornará uma sociedade mais fundamentalista e menos tolerante", disse Barel. "A opinião pública se tornará mais nacionalista e radical, e isso obviamente dificultará mais ainda a possibilidade de uma convivência pacifica com nossos vizinhos no Oriente Médio".
Barel disse que está muito pessimista quanto ao futuro da sociedade israelense. "Não sei em que país meus netos irão viver", afirmou. "Vale lembrar que, dentro de poucos anos, religiosos radicais serão maioria tanto entre os eleitores como no próprio Exército".
Em Israel a grande maioria da população judaica religiosa adota as linhas mais radicais do judaismo, incluindo as correntes ultraortodoxas e a nacionalista-religiosa. Já no exterior, correntes mais moderadas da religião judaica são majoritárias.
O rabino Uri Regev pertence à corrente reformista do judaísmo, que tem um grande número de seguidores nas diásporas judaicas, inclusive nos Estados Unidos e no Brasil. Regev é diretor da ONG Hiddush, que defende a liberdade de religião e a igualdade, e se opõe à coerção religiosa exercida por religiosos radicais em Israel.
"As últimas pesquisas, feitas pelo Instituto Israelense de Democracia, apontam atitudes muito preocupantes dos jovens ultraortodoxos e nacionalistas-religiosos", disse o rabino Regev.
Segundo o instituto, se tivessem que escolher entre os preceitos religiosos e os valores da democracia, 85.4% dos jovens religiosos israelenses afirmaram que optariam pelos preceitos da religião.
Para Regev, comparando com outras democracias ocidentais, hoje em dia Israel "já se encontra em uma posição bastante desfavorável" nas questões relacionadas à liberdade de religião, direitos humanos e igualdade das mulheres.
"As pesquisas infelizmente apontam uma correlação preocupante entre o pertencimento ao setor ultraortodoxo ou nacionalista-religioso e valores anti-democráticos e contrários a uma coexistência pacifica com os árabes". Regev menciona pesquisas que indicam que a maioria dos jovens religiosos sente "ódio" por árabes e se opõe à participação dos cidadãos árabes israelenses na eleições.
"Hoje em dia a sociedade israelense já apresenta sinais de fundamentalismo religioso e, se a proporção do setor religioso radical na população geral aumentar, esses sinais vão se fortalecer".
Esperança
No entanto, o rabino Regev ainda vê uma possibilidade de que o público israelense "acorde, antes que seja tarde demais". "Podemos observar que nos últimos anos muita gente, tanto em Israel como nas diásporas judaicas, começou a perceber que a própria alma do país se encontra em risco".
Para ele, a segregação crescente das mulheres em Israel, imposta pelos ultraortodoxos, causou um choque no país e no mundo. "Organizações judaicas no mundo, que sempre apoiaram Israel, ficaram estupefatas ao ouvir sobre a segregação das mulheres".
Em locais de grande concentração de ultraortodoxos a segregação das mulheres tem se tornado cada vez mais comum. Hoje em dia há dezenas de linhas de ônibus nos quais as mulheres sentam na parte traseira e os homens na parte dianteira dos veículos.
Em bairros ultraortodoxos nas cidades de Jerusalem e Beit Shemesh, mulheres chegam a ser obrigadas a andar em calçadas separadas e em instituições públicas há filas separadas para homens e mulheres. Já a corrente reformista do judaismo, à qual o rabino Regev pertence, não só se opõe à segregação das mulheres em locais públicos como também aceita mulheres como rabinas.
"Se Israel se tornar um Estado fundamentalista a maioria dos judeus do mundo vai deixar de apoiá-lo", afirmou Regev. "Estamos travando uma batalha pela alma do nosso país, ainda tenho esperanças de que haja uma reviravolta e que os valores da democracia prevaleçam", concluiu.
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http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6136567-EI308,00-Avanco+religioso+em+Israel+poe+em+xeque+dialogo+no+Oriente.html
Descobertas moléculas de açúcar essenciais à vida a 400 anos-luz da Terra
Lisboa, 29 ago (Lusa) - Astrónomos descobriram moléculas de açúcar no gás que circunda uma estrela binária jovem, com massa semelhante ao Sol, a 400 anos-luz da Terra, concluindo que componentes necessários à vida existiam no Sistema Solar durante a formação dos planetas.
A descoberta, hoje anunciada em comunicado pelo Observatório Europeu do Sul (OES), foi feita a partir de um radiotelescópio com antenas de alta precisão, localizado em Llano de Chajnantor, a Norte do Chile, a cinco mil metros de altitude.
O projeto de observações - "Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array" (ALMA) - resulta de uma parceria entre a Europa, a América do Norte e o Leste Asiático, em cooperação com o Chile.
Na Europa, o ALMA é financiado pelo OES, do qual Portugal é um dos países-membros.
Uma equipa internacional de astrónomos, liderada pelo dinamarquês Jes Jørgensen, do Instituto Niels Bohr, na Dinamarca, detetou moléculas de glicoaldeído no gás que rodeia uma estrela binária (duas estrelas a orbitarem um centro de massas comum) recém-formada, com massa semelhante ao Sol, chamada IRAS 16293-2422, a cerca de 400 anos-luz de distância, relativamente próxima da Terra.
Há quatro anos, uma outra equipa, do Instituto de Radioastronomia Milimétrica, detetou, com o auxílio de um radiotelescópio com seis antenas de 15 metros de diâmetro, nos Alpes franceses, a mesma molécula, mas a cerca de 26 mil anos-luz da Terra, numa região de formação de estrelas em massa fora do centro da Galáxia.
O glicoaldeído é uma forma simples de açúcar que se distingue da sacarose, molécula maior que existe na comida e na bebida. O açúcar é composto por moléculas que contêm carbono, hidrogénio e oxigénio.
Pela primeira vez, o glicoaldeído foi encontrado "tão perto de uma estrela do tipo solar, a distâncias comparáveis à distância de Urano ao Sol, no Sistema Solar", assinala o Observatório Europeu do Sul, acrescentando que "a descoberta mostra que alguns dos componentes químicos necessários à vida existiam neste sistema na altura da formação planetária".
O astrónomo Jes Jørgensen, autor principal do artigo científico a publicar na revista Astrophysical Journal Letters, descreve que "no disco de gás e poeira que circunda a estrela recém-formada" foi observada "uma forma de açúcar simples não muito diferente do açúcar" que se põe no café e que constitui "um dos ingredientes na formação do ARN, que, tal como o ADN, ao qual está ligado, é um dos blocos constituintes da vida".
O ADN (ácido desoxirribonucleico) é composto por moléculas que contêm instruções genéticas que coordenam o funcionamento dos seres vivos e contribuem para a construção das proteínas e do ARN (ácido ribonucleico), responsável pela síntese de proteínas da célula, mas com moléculas de dimensões muito inferiores às formadas pelo ADN.
Segundo o Observatório Europeu do Sul, "as medições precisas feitas em laboratório dos comprimentos de onda característicos das ondas rádio emitidas pelo glicoaldeído foram indispensáveis na identificação feita pela equipa da molécula no Espaço".
Além do glicoaldeído, a estrela binária IRAS 16293-2422 é também conhecida por ter uma quantidade de outras moléculas orgânicas complexas, como etilenoglicol, metanoato de metila e etanol, realça o OES.
Para a astrónoma Cécile Favre, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, que também participou na investigação, o extraordinário nas observações ALMA é que "as moléculas de açúcar estão a cair em direção a uma das estrelas do Sistema" Solar.
"As moléculas de açúcar não só se encontram no local certo para encontrarem o seu caminho até um planeta, estão também a deslocar-se na direção correta", defende.
A questão agora, de acordo com o astrónomo Jes Jørgensen, é saber "qual a complexidade que estas moléculas podem atingir antes de serem incorporadas em novos planetas".
As nuvens de gás e poeira, que formam sistemas planetários e desintegram-se para dar origem a novas estrelas, são extremamente frias (normalmente estão a cerca de dez graus acima).
O Observatório Europeu do Sul explica que muitos gases solidificam sob a forma de gelo sobre as partículas de poeira, onde depois se juntam para formar moléculas mais complexas.
"Quando uma estrela se forma no meio de uma nuvem de gás e poeira em rotação, aquece as regiões internas da nuvem para cerca de uma temperatura ambiente, evaporando as moléculas quimicamente complexas e formando gases que emitem uma radiação característica em ondas rádio", esclarece o OES, adiantando que são estas ondas que "podem ser mapeadas com a ajuda de potentes radiotelescópios como o ALMA".
A construção do ALMA ficará completa no próximo ano, quando 66 antenas de alta precisão estiverem totalmente operacionais.
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http://noticias.pt.msn.com/tecnologia/descobertas-mol%C3%A9culas-de-a%C3%A7%C3%BAcar-essenciais-%C3%A0-vida-a-400-anos-luz-da-terra-3
Austrália quer legalizar maconha e ecstasy para controlar consumo
O último estudo sobre drogas ilegais feito na Austrália e divulgado neste domingo propõe ao governo do país legalizar a maconha e o ecstasy para controlar o aumento de entorpecentes no país. O professor Bob Douglas, co-autor do relatório de 54 páginas, disse que ficou claro que a proibição das drogas não funciona e que é preciso adotar outros enfoques, como a legalização e o controle governamental do consumo, segundo a rádio ABC.
O especialista acrescentou que "o relatório deixa patente que a polícia australiana, apesar de desempenhar um bom trabalho, não conseguiu ter um impacto sério no tráfico e consumo de drogas". As estatísticas da Polícia em operações contra narcotraficantes no país durante o exercício fiscal julho 2011-junho 2012 revela que a apreensão de drogas aumentou 164% e de produtos químicos para elaborar narcóticos subiu 263%.
Os dados evidenciam um aumento do tráfico de entorpecentes na Austrália e que a cocaína e as anfetaminas superaram em preferência a heroína e a maconha. Uma das propostas do documento é que o governo controle a venda de maconha e ecstasy, que se ofereça apenas aos cidadãos maiores de 16 anos e acompanhada de programas de assessoria e tratamento.
O professor Douglas assinalou que projetos similares foram adotados na Europa com bons resultados, e opinou que a Austrália necessita ter um debate sério sobre este assunto. "As pessoas que adotaram posições duras contra as drogas obtiveram juros políticos, mas já há muitos políticos na Austrália que reconhecem que esta postura deve mudar", disse Douglas.
Cerca de 200 mil pessoas, de uma população de 22,3 milhões, fumam maconha na Austrália. Austrália e Nova Zelândia são as nações com a maior taxa de consumo de maconha e anfetamina no mundo, segundo um estudo publicado na revista médica The Lancet.
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http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6140695-EI17616,00-Australia+quer+legalizar+maconha+e+ecstasy+para+combater+consumo.html
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Indonésia: mãe orangotango vê filhotes pela 1ª vez após cirurgia
A fêmea faz parte do Programa de Conservação de Orangotangos. A catarata já a havia deixado completamente cega
Uma orangotango fêmea da Indonésia conseguiu ver seus filhotes gêmeos pela primeira vez, após uma cirurgia para corrigir a catarata em seus dois olhos. Acredita-se que a operação, que durou 40 minutos e foi realizada por um especialista em olhos humanos, tenha sido uma das primeiras do tipo a acontecer no país.
A orangotango Gober faz parte do Programa de Conservação de Orangotangos de Sumatra (SOCP, na sigla em inglês) desde 2008, quando foi capturada para sua própria segurança. A catarata, causada pela idade avançada, já a havia deixado completamente cega.
Especialistas estimam que ela tenha mais de 40 anos. "Se não a tivéssemos capturado ela teria sido morta por fazendeiros, porque estava atacando as plantações deles para sobreviver", disse a veterinária Yenny Saraswati, da SOCP.
Oportunidade
Em 2011, Gober deu à luz os gêmeos Ganteng e Ginting. O pai dos bebês, o orangotango Leuser, também cego foi levado para o centro de conservação em 2006, após ser sido encontrado ferido. Ele havia recebido 62 tiros de caçadores com espingardas de ar e permanece com dois dos projéteis alojados em seu olho esquerdo e um no direito.
"Normalmente não encorajamos o cruzamento dos orangotangos do próprio centro de conservação, mas, no caso de Gober, achamos que isso melhoraria sua qualidade de vida", explica Saraswati. Já que ambos são cegos, nenhum dos orangotangos conseguiu ver seus filhos, que já têm 18 meses de vida. Mesmo assim, os especialistas da organização dizem que Gober é uma mãe exemplar.
No início de 2012, um grupo de conservação alemão se ofereceu para custear a operação nos olhos da mãe orangotango. "É maravilhoso termos conseguido fazer isso para Gober. Tivemos que esperar até que os gêmeos fossem grandes o suficiente para se separarem rapidamente da mãe, mas agora que tudo deu certo, isso mudará a vida deles", disse o médico Arie Umboh, especialista em olho humano que realizou a operação.
"Não encontramos nenhuma evidência de dano permanente na retina em nenhum dos olhos, então estou esperançoso que Gober recuperará a maior parte da sua visão."
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6131286-EI8145,00-Indonesia+mae+orangotango+ve+filhotes+pela+vez+apos+cirurgia.html
Obra de artista será enviada ao espaço para ser achada no futuro
Trevor Paglen criou uma série de imagens que será enviada ao espaço
Nos anos de 1940, quatro jovens encontraram em uma caverna (a gruta de Lascaux) pinturas do período Paleolítico. As obras se mantêm enigmáticas até os dias de hoje, com alguns historiadores sugerindo que foram criadas em algum lugar profundo para serem encontradas no futuro. E se fizéssemos isso nos dias de hoje, como seria? Onde esconderíamos os desenhos?
De acordo com a revista New Scientist, o artista e astrônomo Trevor Paglen se perguntou a mesma coisa e decidiu agir para encontrar uma resposta. Fascinado pela ideia de que a cerca de 36 mil km acima da Terra existe um anel de satélites de comunicação que podem ficar em órbita pela eternidade, ele criou sua próprias "pinturas da gruta de Lascaux" e gravou-as em um satélite de comunicação, formato que será lançado no espaço e poderá sobreviver por bilhões de anos.
Chamada de "The Last Pictures" (As Últimas Fotos, em tradução literal), a série de 100 imagens que mostram as contradições e paradoxos da natureza humana levou anos para ser concluída. "Estamos fazendo pinturas de cavernas para o futuro e espero que mandando essa série para a amplidão do tempo nos permita ver com uma certa distância e também para onde estamos indo", afirmou Paglen.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6128366-EI301,00-Obra+de+artista+sera+enviada+ao+espaco+para+ser+achada+no+futuro.html
terça-feira, 4 de setembro de 2012
domingo, 2 de setembro de 2012
Un Chien Andalou - Um Cão Andaluz (1928)- Luis Buñuel e Salvador Dalí
Un chien andalou (Um cão andaluz) é um filme surrealista lançado em 1928 na França e dirigido/escrito por Luis Buñuel e Salvador Dalí. É considerado o maior representante do cinema experimental surrealista, embora existam outros filmes do gênero. Foi realizado em 1928, época ainda do ápice das vanguardas européias, o filme nasceu de uma colaboração de Luis Buñuel com o pintor Salvador Dalí.
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Un Chien Andalou (French pronunciation: [œ̃ ʃjɛ̃ ɑ̃dalu], An Andalusian Dog) is a 1929 silent surrealist short film by the Spanish director Luis Buñuel and artist Salvador Dalí.[1] It was Buñuel's first film and was initially released in 1929 to a limited showing in Paris, but became popular and ran for eight months.
The film has no plot in the conventional sense of the word. The chronology of the film is disjointed, jumping from the initial "once upon a time" to "eight years later" without the events or characters changing very much. It uses dream logic in narrative flow that can be described in terms of then-popular Freudian free association, presenting a series of tenuously related scenes.
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sábado, 1 de setembro de 2012
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