terça-feira, 31 de julho de 2012
Essa pode ser considerada a boa notícia do ano, ou melhor da década, quem sabe do século!
Já fazem mais de dez anos que venho afirmando isso. Viajei e morei no lindo e rico país do México justamente para conviver e trabalhar diariamente com os golfinhos. Lá constatei pessoalmente muitas das coisas que falam sobre eles, reconhecendo em primeira mão que os golfinhos são gente como a gente.
Porém ao voltar do México, ainda cursando a faculdade de psicologia aqui no Brasil, procurei aliar o meu curso com o estudo dos golfinhos e qual não foi a minha surpresa ao perceber que a maioria dos professores e até a diretora do curso se mostraram não só céticos quanto as minhas experiências, como também irônicos (o que certamente não é uma postura científica!) não me apoiando de maneira alguma. E quanto a professora de neuroanatomia na época que deveria estar melhor informada quanto a isso, ela chegou a debochar de mim. Lembro que ela se considerava muito inteligente…mas infelizmente não foi inteligente a ponto de buscar pesquisar sobre o assunto antes de desistimular um aluno em suas idéias.
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Mas a paixão e o amor que desenvolvi pelos golfinhos foi o que me deu forças para colocar de lado aquele curso a fim de me dedicar exclusivamente a mostrar as pessoas que os golfinhos são gente como a gente, que eles pensam, sentem e raciocinam igual ou quem sabe melhor do que nós homo sapiens.
Todo esse trabalho resultou em um livro sobre os golfinhos que será finalmente publicado este ano. Fiquem de olho!
Depois de todo este tempo e esforço, hoje me sinto realizado ao saber que os maiores especialistas em golfinhos, na maior conferência científica do mundo não só falam aquilo que digo há anos, como também já lutam para assegurar direitos aos cetáceos. Principalmente o direito à liberdade e à vida!
Essa notícia e principalmente essa cosncientização que virá nos próximos anos trará uma transformação radical na maneira como a nossa espécie vê e se relaciona com o planeta e com a vida como um todo. Certamente temos muito a aprender com os golfinhos.
Segue notícia abaixo:
Cientistas sugerem que estes seres são tão brilhantes que devem ser tratados como “pessoas não humanas“. Estudos sobre o comportamente dos golfinhos relevaram a similitude de suas comunicações à dos seres humanos, ultrapassando à dos chimpanzés.
Isto foi respaldado por pesquisas anatômicas que mostram que os cérebros dos golfinhos têm muitas características chaves associadas com uma alta inteligência.
Os pesquisadores sustentam que seus estudos demonstram que é moralmente inaceitável manter estes animais inteligentes em parques de atrações, matá-los para comer, ou que estes tenham que morrer por acidentes de pesca. Cerca de 300 mil baleias, golfinhos e botos morrem desta maneira a cada ano.
“Muitos dos cérebros dos golfinhos são maiores que o nosso e o segundo em massa -após o cérebro humano- ao ser correlacionados com o tamanho do corpo”, disse Lori Marinho, uma zoóloga da Universidade de Emory em Atlanta, Georgia, que utilizou imagens por ressonância magnética para traçar o cérebro das espécies de golfinhos e compará-los com o dos primatas. “A neuroanatomia sugere uma continuidade psicológica entre os seres humanos e os golfinhos, o qual tem profundos envolvimentos na ética das interações dos humanos com os golfinhos”, acrescentou.
Os estudos mostram como os golfinhos têm personalidades diferentes, um forte senso de si mesmos e podem pensar no futuro.
Também ficou claro que são animais “culturais”, o que significa que novos tipos de comportamentos podem ser rapidamente aprendidos por um golfinho de outro. Em um estudo, Diana Reiss, professora de psicologia no Hunter College, de Nova York, demonstrou que os golfinhos comuns podem se reconhecer em um espelho e inclusive utilizá-lo para inspecionar as diversas partes de seu corpo, uma habilidade que se cria limitada aos seres humanos e aos grandes símios. Em outro estudo, descobriram que os animais em cativeiro também têm a capacidade de aprender uma linguagem rudimentar baseada em símbolos.
Outras pesquisas mostraram que os golfinhos que vivem em cativeiro podem resolver problemas difíceis, enquanto os golfinhos que vivem em estado silvestre cooperam em formas que implicam estruturas sociais complexas e um alto nível de sofisticação emocional. Em um caso recente, ensinaram a um golfinho resgatado de seu habitat a “caminhar sobre o rabo” enquanto recuperava-se de uma lesão durante três semanas em um parque aquático na Austrália. Após ser liberado, os cientistas surpreenderam-se ao ver outros golfinhos silvestres fazendo o mesmo. Obviamente aprenderam com aquele que foi treinado enquanto estava em cativeiro.
Cientistas na maior conferência científica do mundo afirmam: golfinhos são PESSOAS!
Foto: Jan Ploeg
Essa pode ser considerada a boa notícia do ano, ou melhor da década, quem sabe do século!
Já fazem mais de dez anos que venho afirmando isso. Viajei e morei no lindo e rico país do México justamente para conviver e trabalhar diariamente com os golfinhos. Lá constatei pessoalmente muitas das coisas que falam sobre eles, reconhecendo em primeira mão que os golfinhos são gente como a gente.
Porém ao voltar do México, ainda cursando a faculdade de psicologia aqui no Brasil, procurei aliar o meu curso com o estudo dos golfinhos e qual não foi a minha surpresa ao perceber que a maioria dos professores e até a diretora do curso se mostraram não só céticos quanto as minhas experiências, como também irônicos (o que certamente não é uma postura científica!) não me apoiando de maneira alguma. E quanto a professora de neuroanatomia na época que deveria estar melhor informada quanto a isso, ela chegou a debochar de mim. Lembro que ela se considerava muito inteligente…mas infelizmente não foi inteligente a ponto de buscar pesquisar sobre o assunto antes de desistimular um aluno em suas idéias.
Foto: Luiz Felipe Zanette
Mas a paixão e o amor que desenvolvi pelos golfinhos foi o que me deu forças para colocar de lado aquele curso a fim de me dedicar exclusivamente a mostrar as pessoas que os golfinhos são gente como a gente, que eles pensam, sentem e raciocinam igual ou quem sabe melhor do que nós homo sapiens.
Todo esse trabalho resultou em um livro sobre os golfinhos que será finalmente publicado este ano. Fiquem de olho!
Depois de todo este tempo e esforço, hoje me sinto realizado ao saber que os maiores especialistas em golfinhos, na maior conferência científica do mundo não só falam aquilo que digo há anos, como também já lutam para assegurar direitos aos cetáceos. Principalmente o direito à liberdade e à vida!
Essa notícia e principalmente essa cosncientização que virá nos próximos anos trará uma transformação radical na maneira como a nossa espécie vê e se relaciona com o planeta e com a vida como um todo. Certamente temos muito a aprender com os golfinhos.
Segue notícia abaixo:
Imagem: Internet
Cientistas sugerem que estes seres são tão brilhantes que devem ser tratados como “pessoas não humanas“. Estudos sobre o comportamente dos golfinhos relevaram a similitude de suas comunicações à dos seres humanos, ultrapassando à dos chimpanzés.
Isto foi respaldado por pesquisas anatômicas que mostram que os cérebros dos golfinhos têm muitas características chaves associadas com uma alta inteligência.
Os pesquisadores sustentam que seus estudos demonstram que é moralmente inaceitável manter estes animais inteligentes em parques de atrações, matá-los para comer, ou que estes tenham que morrer por acidentes de pesca. Cerca de 300 mil baleias, golfinhos e botos morrem desta maneira a cada ano.
Imagem: Internet
- “Muitos dos cérebros dos golfinhos são maiores que o nosso e o segundo em massa -após o cérebro humano- ao ser correlacionados com o tamanho do corpo”, disse Lori Marinho, uma zoóloga da Universidade de Emory em Atlanta, Georgia, que utilizou imagens por ressonância magnética para traçar o cérebro das espécies de golfinhos e compará-los com o dos primatas. “A neuroanatomia sugere uma continuidade psicológica entre os seres humanos e os golfinhos, o qual tem profundos envolvimentos na ética das interações dos humanos com os golfinhos”, acrescentou.
Os estudos mostram como os golfinhos têm personalidades diferentes, um forte senso de si mesmos e podem pensar no futuro.
Também ficou claro que são animais “culturais”, o que significa que novos tipos de comportamentos podem ser rapidamente aprendidos por um golfinho de outro. Em um estudo, Diana Reiss, professora de psicologia no Hunter College, de Nova York, demonstrou que os golfinhos comuns podem se reconhecer em um espelho e inclusive utilizá-lo para inspecionar as diversas partes de seu corpo, uma habilidade que se cria limitada aos seres humanos e aos grandes símios. Em outro estudo, descobriram que os animais em cativeiro também têm a capacidade de aprender uma linguagem rudimentar baseada em símbolos.
Imagem: Internet
Outras pesquisas mostraram que os golfinhos que vivem em cativeiro podem resolver problemas difíceis, enquanto os golfinhos que vivem em estado silvestre cooperam em formas que implicam estruturas sociais complexas e um alto nível de sofisticação emocional. Em um caso recente, ensinaram a um golfinho resgatado de seu habitat a “caminhar sobre o rabo” enquanto recuperava-se de uma lesão durante três semanas em um parque aquático na Austrália. Após ser liberado, os cientistas surpreenderam-se ao ver outros golfinhos silvestres fazendo o mesmo. Obviamente aprenderam com aquele que foi treinado enquanto estava em cativeiro.
Imagem: Michigan State University
Há muitos exemplos similares, como os golfinhos que vivem na Austrália ocidental, os quais aprenderam a cobrir seus focinhos com esponjas para se protegerem na busca de peixes espinhosos que vivem no fundo do oceano. Estas observações, junto com outras que mostram, por exemplo, como os golfinhos cooperam com precisão militar em estratégias para encurralar bancos de peixes que lhes servirão de alimento, estão propondo diversas interrogações a respeito das estruturas do cérebro dos golfinhos.
O tamanho é só um fator. Os pesquisadores descobriram que o tamanho do cérebro varia enormemente -de umas 200 gramas para espécies de cetáceos pequenos, como o golfinho do rio Ganges, a mais de 8 kg para os cachalotes, cujos cérebros são os maiores do planeta. O cérebro humano, ao contrário, varia entre 1 a 1,8 kg, enquanto o cérebro de um chimpanzé pesa ao redor de 350 gramas. Quando se trata de inteligência, no entanto, o tamanho do cérebro é menos importante que seu tamanho em relação ao corpo.
O que Marinho e seus colegas descobriram foi que o córtex cerebral e o neocórtex dos golfinhos são tão grandes que “as relações anatômicas responsáveis pela capacidade cognitiva colocam-nos no mínimo em segundo lugar após o cérebro humano”. Também descobriram que o córtex cerebral dos golfinhos nariz de garrafa, tem as mesmos dobras arrevesadas que estão fortemente vinculadas com a inteligência humana. As dobras aumentam o volume do córtex e a capacidade das células do cérebro para interconectar entre si. “Apesar da evolução ao longo de uma trajetória neuroanatômica diferente dos seres humanos, os cérebros dos cetáceos têm várias características que se correlacionam com a inteligência complexa”, disse Marinho.
Marinho e Reiss, exporão suas conclusões em uma conferência em San Diego, Califórnia, no próximo mês, concluindo que as novas provas sobre a inteligência dos golfinhos torna repugnante os maltratos a este animal. Thomas White, professor de ética da Loyola Marymount University, na Califórnia, quem escreveu uma série de estudos acadêmicos que sugerem que os golfinhos têm direitos, falará na mesma conferência. “A pesquisa científica sugere que os golfinhos são pessoas não humanas que são qualificadas para o status moral de indivíduos”, disse White.
Fonte: Times Online
http://golfinhosmissionarios.wordpress.com/2012/02/25/cientistas-na-maior-conferencia-cientifica-do-mundo-afirmam-golfinhos-sao-pessoas/
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Circuitos neurais são criados em laboratório
CIRCUITOS NEURONAIS EM LABORATÓRIO
por Mustafá Ali Kanso
O sistema nervoso detecta estímulos externos e internos, tanto físicos quanto químicos e desencadeia as respostas musculares e glandulares integrando o organismo com o ambiente.
Ele é formado, basicamente, por células nervosas – os neurônios – que se interconectam de forma específica formando os chamados circuitos neurais.
É através desses circuitos que o organismo é capaz de produzir respostas padronizadas, tais como os reflexos, ou então, produzir comportamentos variáveis e complexos de acordo com a aprendizagem estímulo-resposta através da propriedade denominada plasticidade neuronal.
NEURÔNIO
O neurônio é composto de três partes principais: um corpo celular, os dendritos e um axônio. São justamente os axônios e dendritos os responsáveis pelas ligações de célula a célula na composição dos referidos circuitos neuronais.
Cada neurônio componente dessa rede é uma célula eletricamente excitável que processa e transmite informações ao longo de todo o circuito.
Como os neurônios apresentam dimensões da ordem de milionésimos de milímetro o desafio associado à criação em laboratório de uma rede neural viva é muito grande. Principalmente quando se considera a necessidade do posicionamento de cada célula em locais pré-estabelecidos e a correta orientação do crescimento dos axônios para que as referidas sinapses ocorram.
Mas mesmo assim muitos pesquisadores vêm tentando recriar esse processo chave em laboratório por meio da manipulação de neurônios de ratos.
A PESQUISA
Foi publicado recentemente no Publishing’s Journal of Neural Engineering, o estudo, realizado por pesquisadores do Korea Advanced Institute of Science and Technology (KAIST) preconizando uma técnica eficaz que não apenas propicia o crescimento dos axônios como também orienta esse crescimento culminando na construção de um circuito neuronal completo e funcional.
Coautor do estudo, o professor Yoonkey Nam, afirmou que: “Eventualmente, nós queremos saber da possibilidade de se projetar um modelo de tecido neural que imite biologicamente alguns circuitos neurais do nosso cérebro”.
Neste estudo, foi investigada a formação de neurônios e o crescimento dos axônios utilizando diversos tipos de micropadrões poligonais (matrizes micropoligonais) em substratos de cultura de células e sugeriu um princípio inovador de design para a orientação do crescimento do axônio in vitro.
Dez tipos diferentes de micropolígonos (círculo, triângulo, quadrado, pentágono, hexágono, estrelas e triângulos isósceles) foram impressas, como uma diminuta fôrma no tamanho da célula, em um substrato de cultura utilizando microimpressão de contacto com uma mistura de poli-L-lisina e laminina (uma cadeia peptídica sintética).
A princípio apenas 18 neurônios do hipocampo de ratos foram marcados com fluorescência e cultivados sobre os substratos dos moldes, e a relação entre micropadrões e o crescimento de neurônios foi analisada.
Os pesquisadores descobriram que os moldes em triângulo foram mais eficientes para incentivar o crescimento e a orientação dos axônios. Orientação essa, dada na direção do vértice com ângulo mais agudo, sendo que a geometria dessas diminutas fôrmas atuou como pista de sinalização.
No geral, foi integrada a microtecnologia com a neurobiologia para encontrar uma nova solução de engenharia com o objetivo de criar um modelo de circuito neural reprodutível.
As aplicações são inúmeras.
Desde estudos de como se processa a memória até rastreio de drogas no sistema nervoso central.
No entanto uma aplicação se destaca: é a regeneração de neurônios danificados, com aplicações promissoras na medicina, principalmente no que tange ao tratamento de lesões na medula espinal que confina à cadeira de rodas milhões de pessoas em todo o mundo.
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[Imagem: "Brain" -de Dierk Schaefer ]
[Leia os outros artigos de Mustafá Ali Kanso]
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http://hypescience.com/sao-criados-circuitos-neurais-vivos-em-laboratorio/
domingo, 29 de julho de 2012
Pessoas que acreditam no céu são mais propensas a cometerem crimes
Os índices de criminalidade são mais altos em países onde as pessoas acreditam mais no céu do que no inferno, afirmam pesquisadores.
A descoberta surgiu de um estudo de 26 anos de dados coletados envolvendo 140.000 pessoas em 70 países.
Os resultados sugerem que as pessoas são mais propensas a sentirem que podem ir “mais longe” em seus comportamentos criminosos se não acreditam em vida após a morte.
Os cientistas descobriram também que crimes como homicídios, roubos e estupros foram mais comuns em sociedades onde a pena constitui uma parte importante das crenças religiosas das pessoas.
Isso significa que um país onde as pessoas acreditam que exista um céu e um inferno, por exemplo, é mais propenso a ter uma sociedade que cometa delitos do que uma nação onde as crenças são compartilhadas de modo mais homogêneo.
O estudo, publicado na PLoS ONE, é fruto dos pesquisadores Azim Shariff da Universidade do Oregon e Mijke Rhemtulla da Universidade do Kansas, ambas americanas
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A referência entre céu, inferno e Deus foi feita entre 1981 e 2007. O estudo revela que quem acredita no céu comete mais crimes por acreditar que será perdoado, obtendo a redenção. Já os participantes que acreditam no inferno, cometem menos crimes, por acreditarem que serão castigados.
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O professor Shariff disse: “Isso é uma pista importante sobre os efeitos sobrenaturais de punição e benevolência espiritual”, em declaração ao britânico DailyMail. “A descoberta é consistente com pesquisas que fizemos em laboratório, mas esses resultados possuem maior influência no mundo real”.
Há alguns anos, o professor Shariff publicou um estudo que revelou que universitários eram mais propensos a cometerem infrações e delitos quando acreditavam em um Deus que perdoava tudo do que aqueles que acreditavam em um Deus punitivo.
No ano de 2003, pesquisadores da Universidade de Harvard, descobriram que o desempenho econômico foi melhor em países desenvolvidos, onde as pessoas acreditavam no inferno mais do que no céu.
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http://jornalciencia.com/sociedade/comportamento/1810-pessoas-que-acreditam-no-ceu-sao-mais-propensas-a-cometerem-crimes
Descoberto fóssil intermediário entre cobras e lagartos
Todos nós sabemos que Evolução é mito. Os torpes adeptos da religião de Darwin pregam que há fósseis transicionais, evidenciando a mudança de uma espécie que acaba se tornando outra. Obviamente, isso tudo é mentira, pois se verdade fosse, nós teríamos um mundaréu desse tipo de fóssil, que nem o que pesquisadores da universidade de Yale, sendo uma espécie intermediária entre cobras e lagartos. Mas não contem a ninguém. Shhhhhh
O dr. Nicholas Longrich trabalha no Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade de Yale. Ele e seus colaboradores identificaram a serpente mais primitiva conhecida, ancestral terrestre de espécies de cobras e lagartos. De acordo com Longrish, era um animal pequeno e que se movia como uma cobra, mas não se alimentava como tal. A pesquisa foi publicada na Nature .
A Coniophis, gênero ao qual o fóssil pertence, era contemporânea dos T. rex, e estava saracoteando por lá, com vértebras característica de cobras, as quais lhe permitiam deslizar tranquilamente. Sua mandíbula, entretanto, estava firmemente fixada ao crânio, o que teria limitado a sua capacidade de rapina em animais maiores. Os pesquisadores descobriram que a mandíbula tem uma combinação de características que é tanto como lagarto e cobra.
Os dentes são muito parecidos com os das cobras atuais, grandes, pontiagudos e cilíndricos. Já nas cobras de hoje, as mandíbulas se desencaixam de seu lugar de repouso, permitindo-lhes abrir o maior bocão, de forma a engolir animais maiores. Algumas são até capazes de comer você, e estou falando no sentido alimentar, mesmo.
Abaixo você pode ver uma comparação de uma cobra e um lagarto, com a Coniophis no meio.
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A Coniophis não é a mais antiga serpente. Muito pelo contrário. Estima-se que ela era um remanescente de um outro espécime que estabelecia uma ligação entre cobras e lagartos, e que, portanto, seria o que erroneamente as pessoas chamam de "fóssil vivo".
Mas, é claro, ignore todas essas evidências. Elas não provam nada, pois todos sabemos que as espécies são imutáveis. Provavelmente, a danada morreu no Dilúvio.
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http://ceticismo.net/2012/07/28/descoberto-fossil-intermediario-entre-cobras-e-lagartos/
sábado, 28 de julho de 2012
sexta-feira, 27 de julho de 2012
terça-feira, 24 de julho de 2012
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Físicos chineses calculam a data para o fim do universo
No fim, nem os átomos vão resistir, aponta pesquisa
Como tudo vai acabar? A descoberta de que a expansão do universo está em aceleração (o que garantiu o Nobel de Física de 2011 aos cientistas que descobriram) indica que existe uma energia escura que está impulsionando as galáxias para se afastarem cada vez mais umas das outras. E, ao analisarmos as propriedades dessa energia, vários cenários surgem para como o fim será. Físicos chineses lançaram neste domingo uma análise própria das possibilidades e afirmam que existe até data para isso acontecer: daqui a 16,7 bilhões de anos em um evento já teorizado e chamado de "Big Rip" (que em português geralmente recebe o nome de "Grande Ruptura")
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A pesquisa, das universidades de Ciência e Tecnologia da China, do Noroeste e de Pequim e do Instituto de Física Teórica da Academia Chinesa de Ciências, foi divulgada neste domingo para explicar como e quando o universo pode acabar. Os cientistas focaram principalmente no pior cenário possível, que é o Big Rip.
Os pesquisadores chineses criaram uma nova parametrização - que chamaram de Ma-Zhang - e a combinaram a um método (chamado de Monte Carlo via Cadeias de Markov) para chegar à conclusão de que, com o que sabemos da energia escura e no pior cenário possível, o universo ainda tem 16,7 bilhões de anos.
Seguindo o cenário do Big Rip, a força de repulsão da energia escura irá aos poucos superar as demais forças, como a gravidade. As estrelas e planetas iriam perder a ligação e acabariam por se afastar. Conforme os chineses, as estrelas da Via Láctea iriam se separar cerca de 32,9 milhões de anos antes do Big Rip. Dois meses antes do fim, a Terra perderia sua ligação com o Sol. Faltando cinco dias, a Lua nos deixaria. Somente 28 minutos antes de tudo acabar, o Sol seria destruído. Nos últimos minutos, quando faltarem apenas 16 para a Grande Ruptura, a Terra vai explodir. Por fim, as próprias ligações entre átomos e partículas não vão mais suportar e assim terá acabado o universo. Ainda bem que falta muito tempo.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6008511-EI301,00-Fisicos+chineses+calculam+a+data+para+o+fim+do+universo.html
sábado, 21 de julho de 2012
Há 43 anos, homem chegava à Lua com computador de 2 kb de RAM
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O salto que a humanidade deu há exatos 43 anos ocorreu no tempo previsto pela Nasa. Mas o pequeno passo para o homem, não. Eram 23h56 de 20 de julho de 1969 quando Neil Armstrong empreendeu o derradeiro movimento que o levou do último degrau da escada do módulo para a superfície da Lua. A transmissão das imagens do astronauta saltitando pelo satélite natural não representou apenas a soberania espacial dos Estados Unidos, a concretização da profecia de John F. Kennedy proferida oito anos antes e todos os avanços científicos resultantes do programa Apollo. Os registros daqueles momentos mostraram a todos quão longe o ser humano poderia chegar com computadores inferiores ao celular que você tem no bolso hoje. Armstrong e Buzz Aldrin sabiam disso. E não puderam nem pensar em cumprir a programação, de tão extasiados que estavam por terem pousado em segurança. Em vez de dormirem após a aterrissagem e deixarem a nave apenas às 3h16 do dia 21, eles resolveram iniciar logo a próxima fase da missão..
Assassinado em 1963, o presidente americano John F. Kennedy não pode acompanhar a conquista da Lua. Mas todos sabiam que o impulso inicial daquela viagem partiu dele. Em plena Guerra Fria, os Estados Unidos estavam perdendo em importante batalha para a União Soviética: a corrida espacial. Em 1957, os soviéticos chocaram o resto do mundo ao mandar ao espaço o primeiro satélite artificial, Sputnik 1, e a cadelinha Laika. No dia 12 de abril de 1961, mais um revés para os americanos: o cosmonauta russo Yuri Gagarin se tornou o primeiro homem a orbitar a Terra. Por isso, quando Kennedy anunciou o objetivo de enviar uma missão tripulada à Lua até o fim da década de 1960, poucos acreditaram que o intento se confirmaria - e que os soviéticos não chegariam lá antes.
"A chegada do homem à Lua representou um esforço científico e tecnológico que, na época, ninguém imaginava possível", relata José Monserrat Filho, chefe de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB) e professor de Direito Espacial.
Em uma mensagem especial ao congresso americano no dia 25 de maio de 1961, Kennedy expôs a relação entre os avanços soviéticos e o novo objetivo de seu país. "Se nós queremos vencer a batalha que está acontecendo ao redor do mundo entre a liberdade e a tirania, as dramáticas conquistas no espaço nas últimas semanas devem deixar claro para todos nós, assim como o fez Sputnik em 1957, o impacto dessa aventura nas mentes de homens de todos os lugares que estão decidindo que caminho eles devem seguir", alertou o presidente.
"Eu acredito que esta nação deva se comprometer em atingir o objetivo, antes que esta década termine, de pousar um homem na Lua e trazê-lo de volta a salvo para a Terra. Nenhum projeto espacial será mais impressionante para a humanidade ou mais importante para a exploração do espaço a longo termo; e nenhum será tão difícil e caro para realizar. Não será apenas um homem indo para a Lua - se isto se confirmar, será uma nação inteira. Porque todos nós precisamos trabalhar para colocar ele lá".
Oito anos depois do discurso, Armstrong fincou a bandeira americana na superfície lunar, em uma missão chamada Apollo 11. Esse desfecho só foi possível devido à disputa com os russos, que incrementou o investimento e o empenho dos EUA para alcançar tal feito. "O objetivo principal não era estudar a Lua, e sim mostrar seu poderio tecnológico e político e provar para a União Soviética a sua liderança na corrida espacial", explica Monserrat.
Calculadora científica
O poderio tecnológico dos EUA naquela época não impressionaria um soviético hoje. A chegada do homem à Lua ocorreu com uma tecnologia bastante rudimentar quando cotejada com a atual. É até difícil comparar o computador da Apollo 11, o Apollo Guidance Computer (AGC), com os PCs e Macs que qualquer criança maneja em 2012. Um tablet ou smartphone de última geração, seja dotado de iOS ou de Android, seria tecnologia extraterrestre para aquela época. De acordo com Rui Barbosa, historiador espacial e editor do site Boletim Em Órbita, o processador 8088, concorrente mais próximo, fabricado em 1981, possuía oito vezes mais memória do que o computador utilizado na Apollo.
Lançada de um foguete Saturn V do Kennedy Space Center, na Flórida, a espaçonave Apollo tinha três partes: o módulo de comando, a única parte que voltou à Terra; o módulo de serviço, que continha propulsor, sistema elétrico, oxigênio e água; e o módulo lunar, utilizado para pousar na Lua. Apesar de ser tripulada por três astronautas, a missão foi dividida de forma que Michael Collins permanecesse no módulo de comando, na órbita lunar, enquanto Buzz Aldrin e Neil Armstrong pousassem na Lua com o Módulo Lunar.
Esse módulo também tinha um AGC, a fim de que os astronautas pudessem se orientar e pousar no satélite. Ele pesava 32kg, tinha 2 kb de memória RAM e não ostentava disco rígido, além de oferecer um poder de processamento de 2.048 MHz (o equivalente a uma calculadora científica atual) - um iPhone 4s, por exemplo, pesa 140g e possui 64gb de armazenamento, 512 mb de memória RAM e processamento de 800 MHz dual-core.
Não por acaso, nos momentos que antecederam o pouso o computador começou a emitir sinais de erro e a reiniciar. Isso ocorreu devido a uma sobrecarga de informações computadas pelos astronautas naqueles minutos decisivos.
Assim, com a tecnologia daquela época, o fator humano contava ainda mais. Os astronautas eram submetidos a baterias intensivas de testes e simulações, nas quais se tentavam prever todos os problemas que poderiam ocorrer durante as missões. E eles de fato ocorriam. "Se hoje o treino dos astronautas é um treino intensivo, naqueles dias os astronautas eram verdadeiros super-homens; os melhores escolhidos entre os melhores", acrescenta o historiador espacial Rui Barbosa.
Avanço científico
O retorno à Terra rendeu diversos avanços científicos. Segundo Barbosa, muitas áreas se beneficiaram das tecnologias desenvolvidas para o programa Apollo. "A corrida à Lua levou a avanços tecnológicos ímpares na nossa história recente", afirma.
Um dos exemplos é a eletrônica. "Ela não era tão miniaturizada como hoje em dia. Na verdade, a eletrônica moderna nasceu juntamente com a era espacial", diz Naelton Mendes de Araújo, astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro. Além dela, outros avanços foram possíveis a partir da conquista da Lua. Diversos materiais modernos, como as espumas sintéticas, metais, plásticos, entre outros, foram elaborados para as missões lunares.
Áreas como a aeronáutica e a engenharia foram algumas das que se beneficiaram com os avanços tecnológicos, com novos mecanismos de propulsão de foguetes, controles mecânicos e eletrônicos na ausência de gravidade, além dos estudos sobre fisiologia humana no espaço, reciclagem de fluídos, equipamentos da manutenção física, materiais isoladores, sistemas de filtragem, refeições desidratadas, sensores de medição de gases, computação e software, comunicação a grandes distâncias etc. "A comunicação via satélite foi uma das maiores heranças da era da corrida espacial", completa Araújo.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6005034-EI301,00-Ha+anos+homem+chegava+a+Lua+com+computador+de+kb+de+RAM.html
Cientistas descobrem novo método de ligação atômica
Um grupo de cientistas da Universidade de Oslo, na Noruega, fez uma descoberta que demonstra a existência de um terceiro método no processo de ligação dos átomos. Na escola, o que todos aprendem é a teoria de que átomos podem se ligar de dois modos: cedendo (e recebendo) ou compartilhando elétrons. O estudo, agora, obriga a revisão dos livros didáticos. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A nova forma de ligação atômica só acontece em ambientes submetidos a campos magnéticos extremos, em objetos muito densos, que produzem copiosa intensidade de magnetismo, como as anãs brancas e as estrelas de nêutrons. Simulando em computador o que aconteceria com átomos nas vizinhanças desses objetos, compondo sua atmosfera, a equipe liderada pelo norueguês Trygve Helgaker constatou que eles podem se ligar em moléculas. A ligação, segundo pesquisadores, ocorre quando os átomos estão posicionados perpendicularmente à direção do supercampo magnético.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6006291-EI301,00-Cientistas+descobrem+novo+metodo+de+ligacao+atomica.html
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Após criarem órgãos em laboratório, médicos querem imprimi-los
Cientistas mostram "fôrmas" feitas com impressora 3D. Elas são usadas para cultivar órgãos em laboratório
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Milhares de pessoas morrem todo ano aguardando sua vez na fila do transplante de órgãos. Embora o número de cirurgias no Brasil tenha aumentado - foram 23.397 em 2011, segundo o Ministério da Saúde -, a lista de espera continua crescendo. Uma estrutura mais eficiente de doação pode ajudar a amenizar o problema, mas a solução que alguns cientistas buscam é bem mais radical: a medicina regenerativa. Que tal imprimir um órgão novo quando o antigo falhar?
Um dos mais proeminentes desses cientistas, Anthony Atala, diretor do Instituto Wake Forest de Medicina Regenerativa, prevê assim o futuro: "Haverá uma variedade de tratamentos da medicina regenerativa - cura com terapias celulares, órgãos criados em laboratório para reposição, tratamentos que promovem a regeneração de dentro do próprio corpo - que os médicos serão capazes de aplicar dependendo de cada caso. Se um paciente necessitar de um novo órgão, por exemplo, o cirurgião provavelmente vai pegar uma pequena biópsia e enviá-la para um centro regional, que ficará encarregado de cultivar as células apropriadas para o desenvolvimento de um novo órgão. Esse novo órgão será então enviado para o cirurgião para a substituição. Mas não devemos esperar que esse cenário esteja em um futuro próximo".
Apesar da ressalva de Atala, de que há ainda um caminho longo até o fim da fila de espera por órgãos, suas pesquisas já geraram resultados promissores. Uma das possibilidades da engenharia tecidual é a substituição de órgãos e tecidos doentes ou danificados por meio da bioimpressão de órgãos e tecidos e da biofabricação.
Bexiga de laboratório
O cirurgião e sua equipe foram os primeiros a desenvolver uma bexiga criada em laboratório, implantada em um ser humano em 1999. Aos 10 anos, Luke Masella sofria de espinha bífida, um defeito de nascença que paralisou sua bexiga. Depois de 16 intervenções cirúrgicas, ele seguia com problemas nos rins e já tinha perdido 25% de sua massa corporal. Foi quando seus pais aceitaram uma abordagem diferente.
O processo de produção da bexiga começou com uma biópsia do garoto, da qual se obteve amostras de células. Cultivadas fora do corpo, elas se multiplicaram e foram colocadas em um arcabouço (do inglês,scaffold), biomaterial que serve como suporte, no formato de uma bexiga. "O procedimento se assemelha a fazer um bolo, pois o novo órgão é formado por camadas de células e então é colocado em um dispositivo, uma incubadora, que se parece com um forno, onde é possível criar a estrutura", esclarece Atala. Dois meses depois da biópsia, o novo órgão estava pronto.
Masella foi uma das nove crianças que receberam uma bexiga no primeiro estudo clínico desse tipo. Desde então, cerca de 20 pacientes receberam bexigas constituídas em laboratório. "Eu sei que ele está se dedicando em seu laboratório para criar um monte de coisas malucas. Quando eu tinha 10 anos, não sabia quão incrível aquilo realmente era. Até agora, que eu sou mais velho e consigo entender as coisas maravilhosas que ele tem feito", afirma Masella, hoje com 21 anos, em um reencontro com Atala, promovido pelo TED, em 2011.
Segundo Atala, os órgãos criados em laboratório já estão disponíveis para pequenos grupos de pacientes, através de estudos clínicos. Até agora, pacientes já receberam pele, cartilagem, bexiga, tubos de urina e uma traqueia criados em laboratório por meio da medicina regenerativa. Para o cirurgião, o objetivo é torná-los disponíveis para um grupo maior de pacientes e também ampliar os tipos de órgãos e tecidos disponíveis.
Impressão de órgãos
O diretor do Instituto Wake Forest de Medicina Regenerativa também comanda avanços em outras tecnologias que visam a solucionar o problema da falta de órgãos. Um dos experimentos, ainda em estágio inicial, é uma impressora 3D. Em vez de utilizar tinta, ela imprime com células vivas. A impressora 3D de Atala já foi utilizada para a criação de um rim para transplante, mas o experimento ainda não está pronto para ser testado em seres humanos. No mundo todo, cerca de 90% das pessoas na fila de espera por órgãos precisam de um rim.
Outro projeto em desenvolvimento pelo instituto é uma nova tecnologia que faria a impressão de células ou até de órgãos completos diretamente no paciente. Com um scanner especial, haveria um mapeamento do paciente. Depois, as células necessárias seriam injetadas no local indicado.
A medicina regenerativa no Brasil
Assim como Atala, Mônica e Silvio Duailibi desenvolveram parte de seu conhecimento em engenharia tecidual na Universidade de Harvard, nos laboratórios do professor Joseph Vacanti, uma das maiores autoridades na área de produção de órgãos e partes substitutas humanas. No Brasil, no Laboratório de Engenharia Tecidual e Biofabricação do Centro de Terapia Celular e Molecular (CTCMol) da Unifesp, eles também utilizam a técnica do arcabouço semeado por células-tronco. Suas pesquisas concentram-se basicamente na produção de tecidos mineralizados, ossos, cartilagens e dentes.
Os professores participaram ativamente da Rede Ibero-Americana de Biofabricação: Materiais, Processos e Simulação (Biofab). O programa, criado em 2008, reuniu cientistas de Portugal, Brasil, Espanha, Argentina, Cuba, Venezuela e México para o desenvolvimento da investigação sobre a biofabricação, que visa à produção de substitutivos biológicos para utilização em procedimentos médicos. Além do avanço científico por meio da soma de competências de diferentes nacionalidades, a Biofab resultou também na criação do brasileiro INCT Biofabris, instituto que desenvolve biomateriais, e o europeu Irebid, um programa de intercâmbio de informações entre engenheiros e cientistas para criar novas soluções para o setor de saúde.
Terceira dentição
Em parceria com o Biofabris e o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), o casal de cientistas publicou, no ano passado, pesquisa sobre modelo tridimensional de dente biológico que aproxima a possibilidade de uma terceira dentição humana. As estruturas biodegradáveis, com tamanho e peso iguais aos de um dente de verdade, foram colonizadas por células-tronco. "Avaliamos o processo de colheita de células da polpa dental por imagens médicas e fizemos modelos de dentes reais em material biodegradável, que foram colonizados por células e depois implantados em ratos imunodeprimidos", explica o pesquisador Jorge Vicente Lopes da Silva, chefe da Divisão de Tecnologias Tridimensionais do CTI. Essa linha de pesquisa pode acarretar, daqui a alguns anos, o fim da prótese dentária convencional.
Regenerando esperança
Talvez o futuro desenhado por Atala não esteja tão próximo quanto o desejado. Mas a ideia de que cientistas como ele estão trabalhando para acelerá-lo propicia alguma esperança para o indivíduo cujo nome segue em uma lista de perspectiva tão devastadora. Sensível a esses pacientes, Mônica não tem dúvida sobre o objetivo de seu trabalho: "Eliminar o doador de órgãos e acabar com a fila de transplantes. Nós trabalhamos com a ideia de doador e receptor sendo o mesmo indivíduo". Mas alerta: "A Medicina regenerativa não é uma área visionária. Ela já está sendo muito desenvolvida em países que encaram a inovação como um divisor de águas. O próximo passo no Brasil é sensibilizar os órgãos competentes que o investimento no futuro deve começar agora. Caso contrário, o Brasil perderá o bonde da história".
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5996122-EI8147,00-Apos+criarem+orgaos+em+laboratorio+medicos+querem+imprimilos.html
Cientistas estabelecem agenda de pesquisa para cura da aids
Uma equipe global de cientistas concebeu uma estratégia para encontrar a cura da aids, um esforço inspirado na notável história de um paciente americano chamado Timothy Ray Brown, que conseguiu se curar da doença. O tratamento de Brown, em Berlim, envolveu a destruição do seu sistema imunológico e um transplante de células-tronco de um doador com uma rara mutação genética que impede a contaminação pelo vírus HIV. O procedimento é muito caro e difícil de ser repetido em grande escala.
Mas, nos anos transcorridos desde o bem sucedido tratamento, em 2007, a história de Brown se tornou um mantra para os cientistas que acreditam ter chegado a hora de buscar a cura da doença.
Desde o surgimento da epidemia de aids, há 31 anos, os cientistas fizeram grandes avanços no tratamento da doença. As mortes em decorrência da aids no mundo todo caíram de cerca de 1,8 milhão em 2010 para 1,7 milhão no ano passado, segundo o mais recente relatório do Programa da ONU para a Aids (Unaids).
Coquetéis de drogas poderosas contra o HIV podem manter a infecção sob controle durante anos, mas o vírus é astuto, entrelaçando-se ao DNA de células imunológicas especiais, onde pode permanecer dormente e inacessível aos medicamentos. Isso obriga os pacientes soropositivos a usarem as medicações pelo resto da vida.
Como resultado do melhor acesso ao tratamento, mais pacientes com HIV estão vivendo vidas quase normais, mas o número de pacientes que precisa dos medicamentos também está crescendo, o que eleva os futuros custos dos tratamentos contra a aids.
Michel Sidibé, diretor-executivo da Unaids, disse que o tratamento não pode ser um fim em si. "Se continuarmos acreditando que ele é o fim de jogo, então teremos um desafio de chegar ao ''zero''", disse ele, referindo-se à meta de debelar a epidemia.
"É um primeiro passo", disse Françoise Barre Sinoussi, ganhadora de um Nobel por sua participação na identificação do HIV. Ela é copresidente do Grupo de Trabalho Internacional para a Cura do HIV, que lançou na quinta-feira suas propostas de várias etapas até a cura.
Sinoussi disse que o próximo passo será determinar a relação custo/benefício da estratégia. Esse trabalho vai começar em conjunto com a conferência de 2012 da Sociedade Internacional da Aids, entre os dias 22 e 27 de julho em Washington.
Steven Deeks, da Universidade da Califórnia em San Francisco, e também copresidente do grupo de trabalho, disse que os profissionais da saúde veem uma crescente necessidade de "passar do bloqueio ao vírus para se livrar do vírus".
Em vez de tentar copiar o tratamento feito por Brown, os pesquisadores buscarão uma reação semelhante de uma forma mais barata e fácil de replicar.
Uma das primeiras tarefas, segundo Deeks, será dar continuidade à pesquisa básica em laboratório para entender por que o vírus persiste no organismo e onde ele se esconde.
Os cientistas também precisam entender a função do sistema imunológico em pacientes com HIV, e determinar se a inflamação tem um papel na proteção ao vírus.
Outras equipes precisarão determinar por que alguns pacientes desenvolvem anticorpos ao vírus, permitindo o controle da infecção, e se isso pode ser aplicado na busca por uma cura.
Deeks disse que os médicos precisam de exames melhores para mensurar os níveis do vírus. Os pesquisadores terão de desenvolver drogas que expulsem o vírus dos seus esconderijos no organismo, tornando-o mais vulnerável ao tratamento, e também medicamentos poderosos para tornar o sistema imunológico mais apto a combater infecções.
Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, parte do Instituto Nacional de Saúde, disse que sua agência apoia a iniciativa, mas que é cedo para avaliar seu sucesso.
"Ainda temos muitas descobertas a fazer com relação a uma cura sobre a qual não existe garantias de se e quando irá acontecer. Estamos mais ou menos onde estávamos há uma década com uma vacina", afirmou.
Na época, após repetidos fracassos em testes clínicos, os cientistas tinham poucas perspectivas de desenvolver uma vacina eficaz contra o HIV, sentimento que mudou em 2009, após o relato de um teste relativamente bem sucedido na Tailândia.
"Agora posso dizer que estou confiante de que teremos uma vacina, só não posso lhe dizer quando. Com a cura, ainda estamos em uma fase muito nascente da descoberta", disse Fauci.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6004902-EI8147,00-Cientistas+estabelecem+agenda+de+pesquisa+para+cura+da+aids.html
quarta-feira, 18 de julho de 2012
terça-feira, 17 de julho de 2012
"Não é mais possível dizer que não sabíamos", diz Philip Low
Neurocientista explica por que pesquisadores se uniram para assinar manifesto que admite a existência da consciência em todos os mamíferos, aves e outras criaturas, como o polvo, e como essa descoberta pode impactar a sociedade
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Estruturas do cérebro responsáveis pela produção da consciência são análogas em humanos e outros animais, dizem neurocientistas (Thinkstock)
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O neurocientista canadense Philip Low ganhou destaque no noticiário científico depois de apresentar um projeto em parceria com o físico Stephen Hawking, de 70 anos. Low quer ajudar Hawking, que está completamente paralisado há 40 anos por causa de uma doença degenerativa, a se comunicar com a mente. Os resultados da pesquisa foram revelados no último sábado (7) em uma conferência em Cambridge. Contudo, o principal objetivo do encontro era outro. Nele, neurocientistas de todo o mundo assinaram um manifesto afirmando que todos os mamíferos, aves e outras criaturas, incluindo polvos, têm consciência. Stephen Hawking estava presente no jantar de assinatura do manifesto como convidado de honra.
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Low é pesquisador da Universidade Stanford e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), ambos nos Estados Unidos. Ele e mais 25 pesquisadores entendem que as estruturas cerebrais que produzem a consciência em humanos também existem nos animais. "As áreas do cérebro que nos distinguem de outros animais não são as que produzem a consciência", diz Low, que concedeu a seguinte entrevista ao site de VEJA:
Estudos sobre o comportamento animal já afirmam que vários animais possuem certo grau de consciência. O que a neurociência diz a respeito? Descobrimos que as estruturas que nos distinguem de outros animais, como o córtex cerebral, não são responsáveis pela manifestação da consciência. Resumidamente, se o restante do cérebro é responsável pela consciência e essas estruturas são semelhantes entre seres humanos e outros animais, como mamíferos e pássaros, concluímos que esses animais também possuem consciência.
Quais animais têm consciência? Sabemos que todos os mamíferos, todos os pássaros e muitas outras criaturas, como o polvo, possuem as estruturas nervosas que produzem a consciência. Isso quer dizer que esses animais sofrem. É uma verdade inconveniente: sempre foi fácil afirmar que animais não têm consciência. Agora, temos um grupo de neurocientistas respeitados que estudam o fenômeno da consciência, o comportamento dos animais, a rede neural, a anatomia e a genética do cérebro. Não é mais possível dizer que não sabíamos.
É possível medir a similaridade entre a consciência de mamíferos e pássaros e a dos seres humanos? Isso foi deixado em aberto pelo manifesto. Não temos uma métrica, dada a natureza da nossa abordagem. Sabemos que há tipos diferentes de consciência. Podemos dizer, contudo, que a habilidade de sentir dor e prazer em mamíferos e seres humanos é muito semelhante.
Que tipo de comportamento animal dá suporte à ideia de que eles têm consciência? Quando um cachorro está com medo, sentindo dor, ou feliz em ver seu dono, são ativadas em seu cérebro estruturas semelhantes às que são ativadas em humanos quando demonstramos medo, dor e prazer. Um comportamento muito importante é o autorreconhecimento no espelho. Dentre os animais que conseguem fazer isso, além dos seres humanos, estão os golfinhos, chimpanzés, bonobos, cães e uma espécie de pássaro chamada pica-pica.
Quais benefícios poderiam surgir a partir do entendimento da consciência em animais? Há um pouco de ironia nisso. Gastamos muito dinheiro tentando encontrar vida inteligente fora do planeta enquanto estamos cercados de inteligência consciente aqui no planeta. Se considerarmos que um polvo — que tem 500 milhões de neurônios (os humanos tem 100 bilhões) — consegue produzir consciência, estamos muito mais próximos de produzir uma consciência sintética do que pensávamos. É muito mais fácil produzir um modelo com 500 milhões de neurônios do que 100 bilhões. Ou seja, fazer esses modelos sintéticos poderá ser mais fácil agora.
Qual é a ambição do manifesto? Os neurocientistas se tornaram militantes do movimento sobre o direito dos animais? É uma questão delicada. Nosso papel como cientistas não é dizer o que a sociedade deve fazer, mas tornar público o que enxergamos. A sociedade agora terá uma discussão sobre o que está acontecendo e poderá decidir formular novas leis, realizar mais pesquisas para entender a consciência dos animais ou protegê-los de alguma forma. Nosso papel é reportar os dados.
As conclusões do manifesto tiveram algum impacto sobre o seu comportamento? Acho que vou virar vegetariano. É impossível não se sensibilizar com essa nova percepção sobre os animais, em especial sobre sua experiência do sofrimento. Será difícil, adoro queijo.
O que pode mudar com o impacto dessa descoberta? Os dados são perturbadores, mas muito importantes. No longo prazo, penso que a sociedade dependerá menos dos animais. Será melhor para todos. Deixe-me dar um exemplo. O mundo gasta 20 bilhões de dólares por ano matando 100 milhões de vertebrados em pesquisas médicas. A probabilidade de um remédio advindo desses estudos ser testado em humanos (apenas teste, pode ser que nem funcione) é de 6%. É uma péssima contabilidade. Um primeiro passo é desenvolver abordagens não invasivas. Não acho ser necessário tirar vidas para estudar a vida. Penso que precisamos apelar para nossa própria engenhosidade e desenvolver melhores tecnologias para respeitar a vida dos animais. Temos que colocar a tecnologia em uma posição em que ela serve nossos ideais, em vez de competir com eles.
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http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/nao-e-mais-possivel-dizer-que-nao-sabiamos-diz-philip-low
Novo gênero de peixe tem nome em homenagem a defensor do ateísmo
Gênero 'Dawkinsia' tem nove espécies diferentes.
Pesquisador deu nome de Richard Dawkins, autor de 'Deus, um delírio'.
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Um novo gênero de peixe identificado no Sri Lanka recebeu nome em homenagem a Richard Dawkins, biólogo e famoso divulgador do ateísmo, autor do livro "Deus, um delírio", entre outros.
O gênero Dawkinsia tem nove espécies encontradas apenas no sul da Ásia. Sua principal característica comum são os filamentos que saem da barbatana dorsal dos machos. Esses filamentos servem para atrair as fêmeas, mas têm a desvantagem de chamar a atenção dos predadores também.
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Os peixes já eram conhecidos, mas antes estavam classificados no gênero Puntius, junto com outra centena de animais. Os pesquisadores liderados pelo ictiólogo Rohan Pethiyagoda concluíram que as espécies pertencentes ao novo gênero têm diferenças em relação a seus outros integrantes “muito maiores do que antes se suspeitava”.
Foi por isso que Pethiyagoda e seus colegas resolveram homenagear o britânico Dawkins: “Ele, por meio de seus escritos, nos ajudou a entender que o universo é muito mais admirável que qualquer religião imaginou”, disse.
“Esperamos que [o gênero] Dawkinsia sirva para lembrar da elegância e simplicidade da evolução, a única explicação racional que existe para a inimaginável diversidade da vida na Terra”, acrescentou, em entrevista à agência AFP.
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http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/07/novo-genero-de-peixe-tem-nome-em-homenagem-defensor-do-ateismo.html
Sequenciado genoma do macaco rhesus que é 93 por cento idêntico ao humano
Uma equipa internacional de cientistas descodificou a sequência do genoma do macaco rhesus, um avanço que poderá ajudar a compreender algumas doenças do ser humano, incluindo a sida, já que ambos partilham 93 por cento dos genes. A análise da sequência genética revela que esses primatas compartilham com os chimpanzés e o ser humano 97,5 por cento do DNA, mas têm alguns genes muito diferentes, assinalam os cientistas numa série de artigos publicados hoje na revista Science
Este é o terceiro genoma de um animal primata sequenciado, depois do humano e do chimpanzé, tendo os resultados permitido concluir que entre os três as semelhanças genéticas são de 97,5 por cento, uma percentagem que baixa para 93 por cento se se comparar apenas o macaco com o Homem.
"A sequência do genoma do macaco rhesus, juntamente com os do homem e do chimpanzé, dá-nos outro instrumento para impulsionar o nosso conhecimento da biologia humana", disse Francis Collins, do Instituto Nacional de Investigações do Genoma Humano, um dos organismos que participa na investigação.
A sequência do genoma humano em 2001 proporcionou muitas pistas sobre a evolução do homem, mas na altura os cientistas consideraram que conseguir a de outro primata seria útil para fazer comparações. Em 2005, a sequência do chimpanzé permitiu determinar quais os genes compartilhados por ambas as espécies desde que se separaram em termos evolutivos, há seis milhões de anos.
A análise de ambos os genomas estabeleceu que são 99 por cento semelhantes, o que constituiu um grande avanço científico na medida em que, conforme salientou na altura o especialista em genética Carolino Monteiro, "sendo o modelo animal mais próximo do Homem, tem mais zonas de semelhança que - se demonstrarem doenças comparáveis ao humano - podem ser trabalhadas em laboratório para se compreender as doenças e como curá-las".
Quanto ao macaco rhesus, é um parente mais antigo do homem, tendo a separação evolutiva dos dois ocorrido há cerca de 25 milhões de anos.
Macaco mais longe
Segundo Richard Gibbs, director do Centro de Sequência do Genoma Humano, do Colégio Baylor de Medicina, a descoberta de que o macaco está mais longe na evolução do que o chimpanzé proporciona um bom contraste para a comparação dos três genomas. Segundo os mesmos especialistas, o genoma do macaco ajuda os cientistas a explicar de que forma o homem se diferencia de outros primatas. "Permite-nos aprender o que se juntou ou o que foi eliminado na evolução dos primatas, desde o macaco, passando pelo chimpanzé até ao homem", disse Gibbs.
Ao juntar o genoma do macaco à comparação entre primatas, os cientistas identificaram quase 200 genes que seriam a chave na determinação das diferenças que existem entre as espécies. Estas incluem, por exemplo, os genes envolvidos na formação do cabelo, a reacção imunológica, assim como a fusão do esperma e do óvulo.
Muitos destes genes estão em zonas do genoma dos primatas que sofreram uma duplicação, o que indica que existir uma copia extra de um gene poderá permitir uma evolução mais rápida, e que essa duplicação é a chave na evolução dos primatas, disseram os cientistas. Mas mais do que perceber que o macaco rhesus é um parente afastado na evolução dos primatas, a sua importância é crucial na medicina, devido à sua semelhança genética e fisiológica com os seres humanos.
Um macaco que salvou muitas vidas
Segundo os cientistas, o macaco rhesus não só salvou muitas vidas ao ajudar a determinar o factor Rh no sangue e o desenvolvimento da vacina contra a poliomielite, como também foi a chave na investigação de transtornos neurológicos e de comportamento.
Contudo, este pequeno primata é ainda mais importante na luta contra o vírus da imunodeficiência humana (VIH), que causa a sida, afirmam os cientistas. O macaco tem uma reacção especial até agora não clarificada perante o vírus da imunodeficiência símia (VIS), o que faz dele um modelo único no estudo da sida, acrescentam.
"Uma descrição completa de todos os componentes das suas funções imunológicas permitirá um uso mais ponderado dos macacos rhesus em áreas como a investigação da sida e das vacinas", dizem os autores dos estudos. Este genoma do macaco rhesus também ajudará a aumentar a investigação neurológica, a biologia do comportamento, a fisiologia reprodutiva e os estudos de endocrinologia e cardiovasculares, acrescentam.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=21324&op=all
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Água da Terra veio do Cinturão de Asteroides, indica estudo
O Sistema Solar nasceu em uma nebulosa - e acredita-se que nossa água se formou nessas condições
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MATHEUS PESSEL
Muitos cientistas acreditam que a água que veio parar na Terra foi formada nos confins do Sistema Solar, além de Netuno. Contudo, um estudo divulgado nesta quinta-feira e que será publicado amanhã na Science indica que a substância veio de um região muito mais próxima - o Cinturão de Asteroides (entre Marte e Júpiter) - através de meteoritos e asteroides, o que contradiz algumas das principais teorias sobre a evolução do Sistema Solar.
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Pesquisadores afirmam que nosso planeta era quente demais nos seus primórdios para ter água (temperatura seria tão alta que as moléculas teriam sido "expulsas para o espaço") e, portanto, a substância deve ter vindo de fora. Uma das hipóteses afirma que ela se formou na região transneptuniana (que fica além de Netuno, o último planeta conhecido do sistema) e depois se moveu para mais perto do Sol, junto com cometas, meteoritos e asteroides. Contudo, é possível saber a distância em que as moléculas de água se formaram em relação ao Sol ao analisar os isótopos de hidrogênio presentes. Quanto mais longe da estrela, haverá menos radiação e, portanto, mais deutério (o átomo de hidrogênio "pesado", que tem um próton, um nêutron e um elétron, ao contrário do mais comum, que tem apenas um próton e um elétron).
O novo estudo comparou a presença de deutério no gelo trazido por condritos (um tipo de meteorito) e indicou que ela foi formada muito mais próxima de nós, no Cinturão de Asteroides (esses meteoritos não contêm mais água, mas a substância fica registrada através de um tipo de mineral chamado de silicato hidratado, e é o hidrogênio presente nele que é investigado). Além disso, comparando com os isótopos de cometas, a pesquisa indica que esses corpos se formaram em regiões diferentes dos asteroides e meteoritos e, portanto, não atuaram na origem da água no nosso planeta.
"Dois modelos dinâmicos têm os cometas e os meteoritos condritos se formando na mesma região, e alguns destes objetos devem ter sido injetados na região em que a Terra se formava. Contudo, a composição da água de cometa é inconsistente com nossos dados de meteoritos condritos. O que realmente deixa apenas os asteroides como fonte da água na Terra", diz ao Terra Conel Alexander, do Instituto Carnegie, líder do estudo.
Debate reacendido
Em 2011, a hipótese de que os cometas tiveram pouca importância na origem da água na Terra já estava com pouca força. Mas um estudo divulgado na revista Nature usou o telescópio Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), para descobrir que a composição do cometa Hartley 2 tem uma quantidade de deutérios similar à encontrada no oceano. Foi o primeiro cometa com essa composição, já que outros seis analisados anteriormente tinham uma quantidade de deutério muito diferente dos mares da Terra.
Contudo, o novo estudo também refuta essa possibilidade. Segundo os pesquisadores, o cometa não traz apenas água, mas também outras substâncias (inclusive orgânicas) que contêm hidrogênio. E a quantidade de deutério presente nos cometas ainda fica acima daquela observada no nosso planeta, o que impede que esses corpos sejam considerados como uma importante fonte de água.
"A recente medição do cometa Hartley 2 tem uma composição isotópica de hidrogênio parecida com a da Terra, mas nós argumentamos que todo o cometa, incluindo a matéria orgânica, é provavelmente rica demais em deutério para ser uma fonte da água da Terra", diz Alexander.
Sobram duas possíveis fontes, que devem ter atuado juntas: rochas do Cinturão de Asteroides e gases (hidrogênio e o oxigênio) que existiam na nebulosa na qual o Sistema Solar se formou. O estudo foi conduzido por pesquisadores do Instituto Carnegie (EUA), Universidade da Cidade de Nova York, Museu de História Natural de Londres e da Universidade de Alberta, no Canadá
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5894326-EI301,00-Agua+da+Terra+veio+do+Cinturao+de+Asteroides+indica+estudo.html
sábado, 14 de julho de 2012
Fóssil de peixe ‘europeu’ é encontrado no interior da Bahia
Peixe viveu há 120 milhões de anos, quando continentes se separavam.
Espécie recebeu nome em homenagem ao candomblé.
Fóssil bruto (acima); num molde de látex (centro); e desneho com detalhes anatômicos (abaixo) (Foto: Cesar Amaral)
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Pesquisadores brasileiros encontraram no interior da Bahia fósseis de um tipo de peixe pré-histórico nativo da Europa, que nunca tinha sido encontrado na América do Sul. A espécie inédita foi descrita em um estudo publicado em maio pela revista científica “PLoS One”.
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Esse animal já extinto viveu há cerca de 120 milhões de anos, quando os dinossauros dominavam a Terra e a geografia do planeta era completamente diferente. A Pangeia, continente único que existiu até 200 milhões de anos atrás, já tinha se dividido em norte e sul, e a América e a África estavam em processo de separação.
Nesse tempo, onde hoje fica o sertão da Bahia, havia um lago salgado, uma faixa de mar que entrava para o continente. Foi no município de Tucano, a 270 km de Salvador, que o fóssil desse peixe foi encontrado.
O fóssil já havia sido coletado na década de 1960 e mencionado em trabalhos mais antigo, mas ninguém tinha descrito a nova espécie em uma revista científica ainda – a publicação de um trabalho como esse é necessária para que a existência de uma espécie seja aceita.
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Cesar Amaral, paleontólogo ligado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), analisou o material e logo percebeu que esse peixe era diferente de outros encontrados na região.
“Quando eu o vi, reconheci características dos grupos da Europa”, contou Amaral. A principal diferença identificada em relação aos peixes mais típicos da América do Sul foi no formato de um osso chamado “pré-opérculo”, que fica na cabeça do animal. “É a primeira evidência clara de intercâmbio entre a Espanha e essa região do Brasil”, apontou.
O paleontólogo explicou que quando os continentes se dividiram, surgiu entre eles um mar conhecido como Mar de Tétis – um antecessor do Oceano Atlântico, de certa forma. Por esse mar, várias espécies de animais se espalharam pela Terra.
Isso que possibilitou que a espécie abundante na Europa chegasse também ao que hoje é a Bahia. Há outros registros que dão indícios desse processo, na Argentina, por exemplo. No Nordeste brasileiro, no entanto, a descoberta é inédita.
Candomblé
A espécie recebeu o nome científico de Nanaichthys longipinnus. É uma homenagem à orixá Nàná Burukù e ao candomblé, como uma referência à religiosidade baiana – “ichthys” significa peixe em grego. A segunda parte do nome, “longipinnus”, é uma referência a uma característica anatômica do animal, que possui a cauda mais longa que seus parentes.
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http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/07/fossil-de-peixe-europeu-e-encontrado-no-interior-da-bahia.html
The Day We Learned To Think (BBC Documentary)
Veja esse documentário “The way we learned to think” realizado pela BBC, no qual se procura descobrir o momento a partir do qual o ser humano começou a pensar simbolicamente e a tentar alterar o mundo que o rodeia. Ative as legendas para o português
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sexta-feira, 13 de julho de 2012
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Estudo diz ter descoberto origem dos primeiros homens da América
Os primeiros habitantes da América chegaram ao continente há mais de 15 mil anos procedentes da Ásia em três ondas migratórias, segundo o estudo de uma equipe internacional de cientistas publicado nesta quarta-feira pela revista Nature.
O estudo do genoma de uma ampla seleção de tribos indígenas americanas, do Canadá à Terra do Fogo, demonstra que a população procede de pelo menos três ondas migratórias de habitantes asiáticos que teria chegado ao novo continente através do Estreito de Bering, na Sibéria.
Durante as épocas geleiras - há mais de 15 mil anos -, o Estreito permaneceu congelado e serviu como ponte entre os dois continentes. Embora os analistas calculem que tenham ocorrido pelo menos três grandes migrações, a maioria das tribos descende da primeira delas, conhecida como os "Primeiros Americanos", já que as outras duas se limitaram à América do Norte.
"Durante anos se debateu se os habitantes da América procediam de uma ou mais migrações através da Sibéria, mas nossa pesquisa põe fim a este dilema: os nativos americanos não procedem de uma só migração", ressaltou à agência EFE o cientista colombiano Andrés Ruiz-Linares, do University College de Londres, e autor principal do estudo.
Trata-se da maior pesquisa genética de nativos americanos até o momento, e nela os cientistas analisaram mais de 364 mil variações genéticas, detectadas no DNA de 52 tribos indígenas americanas e de 17 grupos siberianos.
A análise foi dificultada pela presença de material genético procedente de migrações posteriores, principalmente dos europeus e africanos que chegaram à América a partir de 1492. Por isso, os pesquisadores se centraram apenas nas seções do genoma que procediam totalmente dos nativos americanos.
"Tecnicamente, o estudo dos povos nativos americanos representa todo um desafio devido à presença generalizada de traços europeus e africanos nos grupos nativos", indicou Ruiz-Linares. A primeira onda migratória - os "Primeiros Americanos" - teriam se deparado com um continente desabitado, e se estenderam em direção sul seguindo a costa do Pacífico e deixando povoações em sua passagem, um processo que teria durado cerca de mil anos e cujas linhagens podem ser rastreadas do presente.
No entanto, o DNA de quatro tribos da América do Norte demonstra que houve pelo menos duas outras ondas migratórias: a segunda percorreu a costa do Ártico até a Groenlândia, e a terceira se dirigiu rumo às Montanhas Rochosas.
Essas duas levas de imigrantes teriam sido protagonizadas por indivíduos mais próximos à etnia "han", predominante na China, do que os "Primeiros Americanos". Ao avaliar o material genético da tribo dos "aleútes" e dos "inuítes", habitantes do leste e oeste da Groenlândia, os pesquisadores constataram que metade de seu DNA procedia dos integrantes da segunda migração.
No caso dos membros da tribo canadense "chipewyan", que viviam entre as Montanhas Rochosas e a baía de Hudson, os especialistas descobriram que tinham 10% do material genético em comum com os protagonistas da terceira leva migratória.
O DNA dessas quatro tribos nortistas - "aleútes "; "inuítes" do leste; "inuítes" do oeste; e "chipewyan" - contém material das três ondas migratórias, mas a maior parte corresponde à primeira. Isso significa que os habitantes asiáticos da segunda e terceira ondas teriam se relacionado com os primeiros que chegaram à América.
Segundo Ruiz-Linares, isso fica demonstrado pela menor diversidade genética dos nativos da América do Sul, cujo DNA é mais próximo ao dos "Primeiros Americanos". "Haveria uma relativa homogeneidade genética dos nativos desde México até o sul do continente, todos derivariam da mesma corrente migratória da Ásia", explicou Ruiz-Linares.
"O povoamento do México rumo ao sul teria sido relativamente simples, com poucas misturas após a separação dos povos (até a chegada dos europeus em 1492)", acrescentou o pesquisador.
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http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5892049-EI8147,00-Estudo+diz+ter+descoberto+origem+dos+primeiros+homens+da+America.html
Feito inédito, galáxias em fase inicial de formação são localizadas
A imagem mostra a região do céu em torno do quasar, marcado com um círculo vermelho. A radiação energética do quasar faz com que as galáxias escuras brilhem, ajudando assim os astrônomos a compreender as fases iniciais da formação de galáxias. As imagens de 12 galáxias escuras estão marcadas com círculos azuis
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O Observatório Europeu do Sul (ESO) divulgou nesta quarta-feira, 11 de julho, que foram encontradas pela primeira vez galáxias escuras - uma fase inicial da formação de galáxias prevista teoricamente mas que até agora nunca tinha sido observada. Estes objetos são essencialmente galáxias ricas em gás, mas sem estrelas. Utilizando o Very Large Telescope, uma equipe internacional detectou estes objetos evasivos observando-os brilhando ao serem iluminados por um quasar.
As galáxias escuras são galáxias pequenas ricas em gás do Universo primordial, muito pouco eficazes em formar estrelas. São previstas pelas teorias de formação de galáxias e pensa-se que são os blocos constituintes das atuais galáxias brilhantes ricas em estrelas. Os astrônomos pensam que estes objetos devem ter alimentado as galáxias maiores com o gás que posteriormente deu origem às estrelas que existem atualmente.
Uma vez que são essencialmente desprovidas de estrelas, estas galáxias escuras não emitem muita radiação, o que as torna muito difíceis de detectar. Durante anos, os astrônomos tentaram desenvolver novas técnicas para confirmar a existência destas galáxias. Pequenos decréscimos em absorção nos espectros de fontes luminosas de fundo apontavam para a sua existência. No entanto, este novo estudo marca a primeira vez que estes objetos foram vistos diretamente.
"A nossa abordagem do problema de detectar uma galáxia escura foi simplesmente iluminá-la com uma luz brilhante", explica Simon Lilly (ETH Zurich, Suíça), co-autor do artigo científico que descreve o resultado. "Procuramos o brilho fluorescente do gás em galáxias escuras quando estas são iluminadas pela radiação ultravioleta de um quasar próximo muito brilhante. A radiação do quasar ilumina as galáxias escuras num processo semelhante ao das lâmpadas ultravioletas que iluminam as roupas brancas numa discoteca."
A equipe utilizou o instrumento FORS2 para mapear a região do céu em torno do quasar brilhante HE 0109-3518, à procura da radiação ultravioleta que é emitida pelo hidrogênio gasoso quando sujeito a radiação intensa. Devido à expansão do Universo, esta radiação é, na realidade, observada com uma tonalidade de violeta quando chega ao VLT.
"Depois de vários anos de tentativas para detectar a emissão fluorescente das galáxias escuras, os nossos resultados demonstram o potencial deste método para descobrir e estudar estes fascinantes objetos previamente invisíveis," diz Sebastiano Cantalupo (Universidade da Califórnia, Santa Cruz), autor principal do estudo.
A equipe detectou quase 100 objetos gasosos que se situam num raio de alguns milhões de anos-luz do quasar. Depois de uma análise detalhada com o intuito de excluir objetos nos quais a emissão possa ser oriunda de formação estelar interna nas galáxias, em vez da radiação do quasar, o número de objetos diminuiu para 12. São as identificações mais convincentes até hoje de galáxias escuras no Universo primordial.
Os astrônomos conseguiram determinar também algumas das propriedades das galáxias escuras. Estimam que a massa do gás nestes objetos seja de cerca de um bilhão de vezes a do Sol, típica de galáxias de pequena massa ricas em gás, existentes no Universo primordial. A equipe conseguiu também estimar que a eficiência da formação estelar é suprimida de um fator maior que 100 relativamente a galáxias típicas com formação estelar encontradas em fases semelhantes na história cósmica.
"As nossas observações com o VLT mostram evidências da existência de nuvens escuras compactas e isoladas. Com este estudo demos um importante passo em frente no sentido de revelar e compreender as fases iniciais da formação de galáxias e de como as galáxias adquirem o seu gás", conclui Sebastiano Cantalupo.
O espectrógrafo de campo integral MUSE, que chegará ao VLT em 2013, será uma ferramenta extremamente poderosa no estudo destes objetos.
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quarta-feira, 11 de julho de 2012
segunda-feira, 9 de julho de 2012
domingo, 8 de julho de 2012
Nasa divulga foto inédita de cratera marciana
A imagem divulgada pela Nasa é uma combinação de 817 fotos tiradas por uma câmera panorâmica da sonda
A Nasa divulgou uma imagem inédita de uma cratera marciana. A imagem é uma montagem com diversas fotografias que dão a sensação de estar em cima do Jipe-robô Opportunity. A região registrada é a da cratera Endeavour, que foi explorada pelo Opportunity nos últimos meses.
O solo possui marcas deixadas pelo próprio robô. É possível ver também os painéis solares do veículo, usados para alimentar e manter o Opportunity "vivo" no planeta vermelho. O Opportunity completou 3.000 dias em marte no último dia 2 de julho.
A imagem proporciona aos cientistas da Nasa uma análise rica do solo marciano durante o inverno. O Opportunity está em Marte desde 2004, quando chegou ao planeta junto a outro jipe-robô, o Spirit, que já não está mais em funcionamento.
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Estudo indica vínculo entre fezes de gato e suicídio feminino
As mulheres infectadas com um parasita que se propaga pelas fezes dos gatos correm um maior risco de tentativa de suicídio, sugere um estudo com mais de 45 mil mulheres na Dinamarca, publicado nesta semana nos Estados Unidos.
"Não podemos dizer com certeza que o (parasita) Toxoplasma gondii faz com que as mulheres tentem tirar a própria vida", declarou o professor Teodor Postolache da Escola de Medicina da Universidade de Maryland (leste), principal autor do estudo publicado na revista Archives of General Psychiatry.
"Mas encontramos uma associação preditiva entre esta infecção e tentativas posteriores de suicídio que merece estudos adicionais. Planejamos continuar nossa pesquisa sobre esta possível conexão". Acredita-se que aproximadamente uma em cada três pessoas no mundo esteja infectada com o Toxoplasma gondii, que já se relacionou com a esquizofrenia e com mudanças de comportamento, mas que muitas vezes não produz sintomas, já que se esconde no cérebro e nas células musculares.
Os humanos correm risco de infecção ao limpar as caixas de areia de seus gatos, assim como ao consumir verduras sem lavar, comer carne mal cozida ou crua, ou beber água de uma fonte contaminada. "O estudo descobriu que as mulheres infectadas com Toxoplasma gondii tinham uma vez e meia mais chances de tentar se suicidar em comparação com aquelas que não estavam infectadas, e o risco parece aumentar com os crescentes níveis de anticorpos de Toxoplasma gondii", afirmou o estudo.
"Ter uma doença mental prévia não parece alterar significativamente os resultados. O risco relativo foi ainda maior para as tentativas de suicídio violentas". Os possíveis perigos do Toxoplasma gondii foram mencionados na revista americana The Atlantic em março deste ano, em uma nota muito lida sobre o biólogo tcheco Jaroslav Flegr, que suspeita que o parasita está, literalmente, mudando o cérebro humano. O artigo, um dos mais lidos na história da revista, segundo a publicação, era intitulado: "Como seu gato está te enlouquecendo".
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"É agradável ter razão", diz Higgs, autor de teoria da partícula de Deus
Peter Higgs, 83 anos, lançou a teoria sobre a partícula de Deus em 1964
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Peter Higgs, o cientista britânico que defendeu a existência de uma partícula teórica que possivelmente acaba de ser descoberta, admitiu nesta sexta-feira que "é agradável ter razão de vez em quando". O professor concedeu uma entrevista coletiva na Universidade de Edimburgo (Escócia) dois dias depois que a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) anunciou, em Genebra, a descoberta de uma nova partícula que pode ser o há muito procurado bóson de Higgs, considerado a chave para entender a estrutura fundamental da matéria.
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O anúncio ocorre após quase 50 anos de pesquisas desde que Higgs publicou um documento sobre a chamada Partícula de Deus, em 1964. "É muito agradável ter razão de vez em quando. Foi uma longa espera", admitiu.
Conhecido por sua modéstia, o físico de 83 anos deu pouca importância aos comentários de eminentes cientistas, entre eles célebres astrofísicos britânicos, que o consideram favorito para vencer o Prêmio Nobel. "Não sei, não tenho amigos no Comitê Nobel", comentou.
Higgs teve uma epifania genial em 1964 ao postular a existência de uma partícula subatômica, que os físicos do Cern dizem agora ter possivelmente encontrado depois de uma longa busca. Modesto, Higgs exclamou: "Ah, que m...! Sei como fazer!", quando teve a intuição de um "campo" que se assemelha a uma espécie de cola em que as partículas ficariam mais ou menos presas, contou ao seu antigo colega Alan Walker. Higgs publicou um artigo sobre sua teoria, que acabou por se tornar o carro-chefe de uma escola científica para qual vários físicos têm contribuído ao longo dos anos.
Essa nova partícula, que pode ser o bóson de Higgs, foi descoberta pelos cientistas, mas ainda são necessárias verificações para confirmar se é ou não a "partícula de Deus", segundo anunciou o Cern na quarta. O bóson de Higgs é considerado pelos físicos a chave para entender a estrutura fundamental da matéria e a partícula que atribui a massa a todas as demais, segundo a teoria conhecida como "modelo padrão".
Tímido e sossegado, Higgs leva uma vida pacata em Edimburgo, Escócia, onde ensinou por muitos anos. Indagado sobre o que vai fazer no futuro, disse que queria simplesmente continuar com a vida de aposentado. "O único problema, creio, é que terei de escapar da imprensa", brincou.
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Esquilo em pose engraçada
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Martin Patten registrou esta pose engraçada de um esquilo que, segundo ele, parece "rezar aos céus", em Surrey, no Reino Unido
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Cientista espera que Stephen Hawking consiga 'falar' com a mente
Retrato mostra o físico britânico em seu escritório, na Universidade de Cambridge
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Philip Low, neurocientista de 32 anos e executivo-chefe de uma empresa de San Diego (EUA), espera fazer com que o físico Stephen Hawking consiga, neste sábado, se comunicar de uma maneira mais fácil - e, a partir dessa experiência, quer revolucionar a forma com que pessoas com problemas parecidos tenham como externar seus desejos e pensamentos - além de ajudar em condições como apneia do sono e depressão. Low usará em Hawking um equipamento portátil chamado iBrain, que lê as ondas cerebrais sem a necessidade de eletrodos ou cabos. O americano espera que o equipamento decodifique o pensamento do britânico e transforme a simples tarefa de pensar em letras ou palavras em fala sintetizada por um computador. O teste ocorrerá na Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Como Hawking fala hoje
Hawking ficou conhecido no meio científico por seu pioneirismo no estudo dos buracos negros e do Big Bang e fez fama em todo o mundo por seus populares livros sobre ciência para leigos e por sua história de vida. O britânico sofre de uma doença que lhe tirou os movimentos do corpo. Os médicos chegaram a dizer que o cientista viveria poucos anos, mas, mesmo assim, Hawking conseguiu chegar aos 70.
Em 1985, ele perdeu a fala devido a uma traqueostomia. O especialista em computadores Walt Woltosz criou então a conhecida cadeira de Hawking, que faz com que ele consiga escolher letras em uma tela simplesmente piscando um olho (hoje, ele apenas movimenta parte do rosto) e um sintetizador fala pelo físico.
O computador usado é trocado cerca de uma vez por ano por um mais recente e já conta com internet 3G. Curiosamente, durante anos Hawking não aceitou atualizar o sistema operacional, já que seu programa preferido de voz (Equalizer by Words-Plus) só funcionava em DOS. Foi a Intel que converteu o software para Windows para que o britânico pudesse usar.
A cadeira ainda conta com poderosas baterias, similares às de carro, para que o professor de Cambridge mantenha suas viagens. Ela ainda tem programas que permitem a Hawking fazer ligações, controlar as portas, luzes e itens eletrônicos (TV e aparelho de som, por exemplo) do trabalho e de casa.
Como os cientistas esperam que Hawking se comunique
O iBrain faz parte de uma nova geração de equipamentos portáteis e algoritmos que monitoram a atividade cerebral e diagnosticam condições como apneia do sono, depressão e autismo. Criado por Low, o aparelho seria uma alternativa aos eletrodos e cabos usados em laboratórios e coletaria dados em tempo real enquanto o paciente faz coisas comuns do dia a dia - como ver TV ou dormir.
"A ideia é que Stephen possa usar a sua mente para criar um padrão consistente e repetível para o computador traduzir em, digamos, uma palavra ou letra ou um comando", diz o pesquisador ao jornal The New York Times.
Os cientistas viajaram para o escritório do britânico em Cambridge e colocaram o aparelho em Hawking. Eles então pediram para que o físico imaginasse que estava apertando uma bola com a mão direita. "Claro que ele não consegue movimentar sua mão, mas o córtex motor no seu cérebro ainda pode emitir o comando e gerar ondas elétricas", diz Low. Um algoritmo conseguiu distinguir os pensamentos de Hawking das ondas cerebrais que não interessavam.
A ideia tenta ajudar o famoso físico britânico a continuar se comunicando. Após cinco décadas de luta contra a doença, Hawking agora precisa de sensores cada vez mais precisos para captar seus cada vez mais diminutos movimentos faciais. Low espera assim ajudar uma das mentes que mais fascinam o mundo atual a não ficar presa ao próprio corpo, que deve perder em breve a capacidade de movimentar os poucos músculos da face que ainda comanda.
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